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Universidade de Caxias do Sul

Curso de Psicologia

Psicologia e Psicoterapia Cognitivo-Comportamental


Professora: Raquel de Melo Boff

Depressão - Caso Johnny Depp

Alunos: Ana Beatriz Brandão e Marcos Bráulio de Souza


O caso
John "Johnny" Christopher Depp II, nascido
em 9 de junho de 1963 na cidade de
Owensboro, estado do Kentucky nos Estados
Unidos.
Depp é um ator, músico, produtor de
cinema e diretor americano, conhecido por
interpretar diversos papéis no cinema, tanto
como coadjuvante e protagonista e está
atualmente com 55 anos.
O caso
- Pai era engenheiro civil;
- Mãe, de origem Cherokee, trabalhou como garçonete e dona de
casa;
- Johnny, o mais novo de quatro filhos, em relatos sobre a sua infância,
diz ter sido retraído;
- A família se mudava com frequência por conta do trabalho do pai
(chegando a se mudar 20 vezes);
O caso
- Aos 12 anos começou a fumar e usar outras drogas;
- Nesta fase tinha um sonho de se tornar guitarrista, chegando a ter três
bandas ao longo de sua juventude;
- Casou-se pela primeira vez em 1983, com 20 anos, que durou até 1986;
- Fez o seu primeiro filme em 1984;
- Teve muitos relacionamentos rápidos;
- Em 1999 nasceu a primeira filha e em 2002 o segundo filho. Em 2012, o
ator se separou da mãe das crianças;
O caso
- Em 2015, se casou com a atriz Amber Heard, permanecendo casado até o
ano seguinte, após Amber o ter acusado de violência doméstica;
- Após a separação, surgiram os primeiros indícios das dificuldades
econômicas. O ator foi acusado pelos seus antigos gestores de negócios de
levar um estilo de vida excêntrico, que não conseguia manter, gastava
dinheiro em férias, iates de luxo e vinho, mas também na coleção de arte, em
segurança e aviões particulares. Sua fortuna, estimada em 650 milhões de
dólares, estava cada vez menor e o ator cada vez mais endividado.
O caso
- Após essas perdas, o artista começou
a apresentar os sintomas de
depressão seguidos de ideação
suicida;
- O trabalho do artista também foi
afetado por suas crises: ao atuar,
Depp passou a esquecer suas falas e
teve que usar ponto no ouvido como
auxílio.
O caso
Depp diz, durante entrevista, que "estava tão pra baixo. Era como se
acreditasse que tinha partido. Pensava ‘Você vai chegar em algum lugar com os
olhos abertos e sair de lá com os olhos fechados’. Eu não podia suportar aquela
dor todos os dias". Relata, ainda, pensamentos recorrentes suicidas.
Durante a entrevista, diz que passou a escrever uma autobiografia como
forma de superar seus conflitos: “Servi uma dose de vodca pela manhã e comecei
a escrever até que as lágrimas encheram meus olhos e não consegui mais
enxergar. Eu continuava tentando descobrir o que fiz para merecer isso. A
verdade é o mais importante para mim. E ainda assim tudo isso aconteceu”.
(https://rollingstone.uol.com.br/noticia/caso-johnny-depp/)
DSM-5
De acordo com o DSM - V o Sintomas:

paciente apresenta como hipótese 1. Humor deprimido na maior parte do dia,


quase todos os dias (apresentando
diagnóstica, o transtorno depressivo
momentos de choro excessivo); 2.
maior, manifestando pelo menos Acentuada diminuição do interesse ou
prazer em todas ou quase todas as
cinco sintomas dos nove atividades; 3. Agitação ou retardo
psicomotor quase todos os dias; 4. Fadiga
enumerados no critério diagnóstico
ou perda de energia quase todos os dias; 5.
A, estando presente no mesmo Capacidade diminuída para pensar ou se
concentrar, 6. Pensamentos recorrentes de
período de duas semanas e morte (não somente medo de morrer),
ideação suicida recorrente sem um plano
representando uma mudança em
específico.
relação ao funcionamento anterior.
Lista de Problemas - Sintomas-Alvo
1 - Sintomas afetivos: tristeza, perda de gratificação, apatia,
irritabilidade.
2 - Motivacionais: desejo de evitar os "problemas", desejo de
escapar da vida.
3 - Cognitivos: dificuldade de concentração e memória
4 - Comportamentais: passividade, comportamentos de esquivar-se
de atividades que lhe colocam diante dos "problemas", uso de álcool
e outras drogas
5 - Fisiológicos ou vegetativos: Redução do sono à noite, aumento
durante o dia.
Tríade Cognitiva
Visão de si: se enxerga como sendo alguém de muito talento, mas com
dificuldades de lidar com as pessoas mais próximas, afastando-as devido ao seu
jeito de ser. Sente-se frequentemente injustiçado pelos outros, o que lhe deixa
tanto desconfiado quanto irônico em determinados casos.

Visão de mundo: Tende a ver o outro como alguém mais capaz de administrar
sua vida pessoal, visto que muitos de seus colegas de profissão administram seu
dinheiro e família de forma mais eficaz.

Visão de futuro: não vê grandes perspectivas, além de interpretar os papéis que


lhe forem dados, ou beber seus vinhos.
Crenças
Centrais: Intermediárias:

● Desamor como crença central ● "Tenho que ter sucesso para


marcante, entendendo que, de provar meu valor!"
forma não consciente, será ● "Se eu não conseguir ter
sempre rejeitado pelas pessoas sucesso, então isso prova que
que o cercam. eu não sirvo para nada!"
● Desvalor (em menor expressão) ● "Sou incompetente, por isso não
como uma crença central consigo decorar minhas falas!"
atuante, demonstrada em suas ● "Não consigo parar de gastar,
crenças intermediárias e pois quanto mais coisas eu
atitudes. tenho, melhor eu sou!"
Estratégias compensatórias
● Bebida e drogas
● Consumismo exagerado (vinhos e artigos de luxo)
● Comportamentos excêntricos para chamar atenção

O paciente busca compensar suas crenças centrais. Tende a fazer coisas ou


tomar atitudes que possam ser reconhecidas, ou percebidas, pelos outros como
alguém que não tem sofrimento, podendo parecer alegre ou realizado, sem
entender a desconexão que sente com seu interior.
ABC - Relação entre eventos, cognições e consequências
SITUAÇÃO 1
Pensamentos automáticos: "Tenho que ter sucesso para provar meu valor".
Significado dos pensamentos automáticos: Não tenho valor
Emoções: Tristeza, necessidade de autoafirmação.
Comportamentos: Comprar coisas caras.

SITUAÇÃO 2
Pensamentos automáticos: "Não consigo decorar minhas falas por
incompetência".
Significado dos pensamentos automáticos: Sou incapaz
Emoções: Desesperança, raiva, culpa.
Comportamentos: Uso de drogas, comportamentos de risco.
Exame do Estado Mental
● Apresentam alterações: memória, pensamento, afetividade.
● Demais funções (sensopercepção, orientação, consciência, linguagem e
inteligência), não foram percebidas nenhuma alteração.
● Contudo, há de se levar em conta que o paciente faz uso de substâncias
tóxicas que causam alterações no organismo, podendo, durante seu uso,
constranger as funções que não apresentam alteração em estado normal de
consciência do paciente.
Referencial Teórico
Beck (1997), nos sugere que uma variedade de estratégias cognitivas
e comportamentais sejam utilizadas na terapia cognitiva. Tais técnicas
têm como objetivo delinear e testar as concepções errôneas específicas e
pressuposições mal-adaptativas do paciente.
Referencial Teórico
A depressão é conceituada no modelo cognitivo como um círculo vicioso de
retraimento gradual do paciente ante as atividades positivas e a perda
exponencial do reforçamento. Assim, o terapeuta precisa trabalhar de modo
incisivo para aumentar o envolvimento do paciente deprimido em atividades de
reforço e interações sociais. As estratégias são planejadas especificamente para
o paciente em questão e usadas de modo a envolvê-lo, proporcionar alívio dos
sintomas e obter dados relevantes para o processo terapêutico (Powell, et al,
2008).
Referencial Teórico
Em relação às técnicas cognitivas, Beck (1997), salienta que é
importante ser incorporada à terapia quando o paciente começa a se
engajar em atividades mais construtivas, mudando as estimativas
negativas de suas capacidades. Visto que muitos pacientes deprimidos
estão tão ocupados em pensamentos negativos, estimular mais
introspecção pode agravar a ideação perseverativa.
Plano de Tratamento - Ativação Comportamental
Powell, et al (2008) apontam que o agendamento e o monitoramento
de atividades, podem ser uma ferramenta poderosa usada nos pacientes
com depressão. Este é instruído a registrar suas atividades a cada hora,
durante alguns dias. Isto servirá para corrigir distorções sobre o modo
como o paciente pensa que está passando seu tempo e para avaliar as
atividades associadas ao domínio e ao prazer
Plano de Tratamento - Reestruturação Cognitiva
O terapeuta ajudará o paciente a identificar:

1) as crenças disfuncionais específicas associadas à depressão;


2) as distorções cognitivas mais comuns e a caracterização dos
pensamentos automáticos;
3) as reações fisiológicas, emocionais e comportamentais
conseqüentes aos pensamentos;
Plano de Tratamento - Reestruturação Cognitiva

4) que comportamentos foram desenvolvidos para enfrentar as


crenças disfuncionais; e,
5) como as experiências anteriores têm contribuído na manutenção
das crenças do paciente.
(Powell, et al. 2008).
Considerações Finais
Assim, conclui-se este estudo, recomendando ao paciente o
processo terapêutico baseado na teoria cognitivo-comportamental,
visto ser esta uma eficaz, e cientificamente comprovada,
ferramenta de tratamento para sua condição depressiva.
Referências
American Psychological Association. (2014). Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais.

Beck, A. (1997). Terapia Cognitiva da depressão. Porto Alegre: Artes Médicas

Cunha, J. A; et al. (2007). Psicodiagnóstico-V[recurso eletrônico]. 5 ed.Porto Alegre: Artmed. Acesso em 14 de maio de 2019.
Disponível em: https://professorsauloalmeida.files.wordpress.com/2015/02/psicodiagnc3b3stico-v-jurema-alcides-cunha.pdf
Knapp, P. (2004). Princípios fundamentais da Terapia cognitiva. In Terapia cognitivo comportamental na prática psiquiátrica. Porto
Alegre: Artmed.

Powell, V., Abreu, N., Oliveira, I., & Sudak, D. 2008. Terapia cognitivo-comportamental da depressão. Revista Brasileira de
Psiquiatria, 30 (Suppl.2), s73-s80. 08 de maio de 2019 em: https://dx.doi.org/10.1590/S1516-44462008000600004
Universidade de Caxias do Sul
Curso de Psicologia

Psicologia e Psicoterapia Cognitivo-Comportamental


Professora: Raquel de Melo Boff

Depressão - Caso Johnny Depp

Alunos: Ana Beatriz Brandão e Marcos Bráulio de Souza

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