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BRASIL
20/06/19 - 19h00
Desde que o site The Intercept Brasil revelou as trocas de mensagens privadas
entre o ministro da Justiça, Sergio Moro, e os procuradores da Lava Jato em
Curitiba, o Brasil acompanha apreensivo à divulgação, em doses homeopáticas,
do teor das interceptações – fruto da violação de celulares de autoridades
brasileiras. O constrangimento ao qual foram expostos os integrantes da Lava
Jato e o ex-juiz que se tornou símbolo do combate à corrupção no País pode
mudar de lado. A Polícia Federal planeja-se para, nas próximas semanas, tentar
emitir uma contundente resposta ao que classi ca de ação orquestrada
perpetrada por criminosos de alto calibre. Sob a coordenação do diretor-geral
Maurício Valeixo, a PF acredita ter se aproximado dos hackers que invadiram a
privacidade dos procuradores e expuseram as vísceras da Lava Jato. Em
investigações preliminares, os agentes da Polícia Federal já identi caram
conexões no Brasil, em especial em Santa Catarina, e no exterior, com o
suposto envolvimento de agentes na Rússia e até em Dubai, nos Emirados
Árabes. Segundo agentes ouvidos por ISTOÉ, a PF pode estar perto de alcançar
os responsáveis pelo hackeamento ilegal, o que, se con rmado, constituiria uma
bomba capaz de provocar uma reviravolta no caso.
Condinome: “lucky12345”
Não custa lembrar que Greenwald e Snowden foram parceiros num trabalho
desenvolvido em 2013 e que expôs dados secretos da Agência de Segurança
Nacional (NSA), do governo dos EUA. O material interceptado por Snowden,
também de forma ilegal, foi divulgado por Greenwald no jornal inglês The
Guardian e em outros jornais pelo mundo afora, como O Globo, no Brasil.
Graças aos documentos vazados, o jornalista ganhou os prêmios Pulitzer e
Esso. Pressionado a divulgar detalhes de sua operação, Snowden acabou se
asilando na Rússia, onde passou a ser protegido pelo presidente Vladimir Putin.
Enquanto que Greenwald se refugiou no Brasil, casando-se com o brasileiro
David Miranda, atual deputado federal pelo PSOL e acabou xando residência
no Rio de Janeiro, de onde opera o The Intercept Brasil. Atualmente, Snowden é
presidente da Freedom of the Press Foundation. Um dos co-fundadores é
Greenwald. Na última semana, a PF considerou realizar uma operação de busca
e apreensão dos computadores do dono do The Intercept e conduzi-lo para
prestar depoimento, mas fontes ligadas ao ministro entenderam que esse fato
poderia transformar o jornalista em mártir e o governo ainda corria o risco de
ser acusado de cercear a liberdade de imprensa.
Para a PF, Nikolai e Pavel Durov, do Telegram, teriam se aliado a Snowden, Slavic
e Greenwald por razões ideológicas