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BUTLER, Judith. Problemas de gênero: feminismo e subversão da identidade.

Tradução
Renato Aguiar. Rio de Janeiro: Civilização, 2008.

PREFÁCIO
Problema da obra: o significado do conceito de gênero é múltiplo e varia conforme a época e
autora ou autor que escrevem sobre ele. Como explicar, então, o sentido que o termo gênero
exprime? Mais ainda, as discussões sobre gênero e sexualidade acabam por recair em
discussões sobre identidade as quais são efeitos da multiplicidade discursiva existente nas
instituições e práticas sociais, elas são múltiplas e difusas, não coerentes e lineares.

Quais são, então, as instituições definidoras e fundacionais do debate? Para Butler, o


falocentrismo e a heterossexualidade compulsória devem ser o objeto de toda análise, pois são
estas instituições que fundamentam o poder existente no discurso machista e falocêntrico.

Porque, então, investigar o conceito de gênero e seu significado? Butler afirma que a
genealogia foucaultiana toma como foco o gênero e a análise relacional que ele sugere
justamente porque não há um conceito objetivo de feminino. Ao contrário, a noção de
feminino não é uma noção estável, fixa. Seu significado, nas palavras de Butler, é
problemático e errático tanto quanto o significado de mulher.

Dentro deste contexto, o livro se estende por três capítulos, os quais pretendem, nos termos
metodológicos da genealogia foucaultiana, investigar ao gênero em campos discursivos
distintos.

No primeiro capítulo Butler trabalhará a noção de mulher como o sujeito do feminismo e a


distinção entre sexo/gênero. Para desenvolver esta análise percorrerá um caminho de
exposição sobre o falocentrismo e a noção de heterossexualidade compulsória. A função da
linguagem na criação da realidade, por meio das narrativas e processos descritivos do
real/social.

O capítulo segundo, por sua vez, fará uma abordagem da psicanálise e o modo como a ciência
descreve e cria os sujeitos da sexualidade. A compulsão heterossexual é o ponto alvo da
crítica ao status quo da economia sexual em que vivemos nestes tempos pós-modernos.
Em linhas gerais, nos próximos encontros, vamos percorrer um longo caminho de idéias
profundas sobre sexo, desejo, identidade e feminismo. Este caminho oferecerá outras formas
de pensar as mulheres, a sexualidade e a organização da sociedade.

CAPÍTULO I – sujeitos do sexo/gênero/desejo


1. MULHERES COMO SUJEITO DO FEMINISMO
2. A ORDEM COMPULSÓRIA DO SEXO/GÊNERO/DESEJO
3. GENERO: AS RUÍNAS CIRCULARES DO DEBATE CONTEMPORÂNEO
4. TEORIZANDO O BINÁRIO, O UNITÁRIO E ALÉM
5. IDENTIDADE, SEXO E A METAFÍSICA DA SUBSTÂNCIA
6. LINGUAGEM, PODER E ESTRATÉGIAS DE DESOLCAMENTO.

CAPÍTULO II – proibição, psicanálise e a produção da matriz heterossexual


1. A PERMUTA CRÍTICA DO ESTRUTURALISMO
2. LACAN, RIVIERE E AS ESTRATÉGIAS DA MASCARADA
3. FREUD E A MELANCOLIA DO GÊNERO
4. A COMPLEXIDADE DO GÊNERO E OS LIMITES DA IDENTIFICAÇÃO
5. REFORMULANDO A PRIBIÇÃO COMO PODER

CAPÍTULO III – atos corporais subversivos


1. A CORPO-POLÍTICA DE JULIA KRISTEVA
2. FOUCAULT, HERCULINE E A POLÍTICA DA DESCONTINUIDADE SEXUAL
3. MONIQUE WITTIG: DESINTEGRAÇÃO CORPORAL E SEXO FICTÍCIO
4. INSCRIÇÕES CORPORAIS, SUBVERSÕES PERFORMATIVAS

CONCLUSÃO – da paródia à política

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