You are on page 1of 19
MAURIZIO LAZZARATO Trduio de Gustaro Gumiero MARCEL DUCHAMP E A RECUSA AO TRABALHO SCORTECCI EDITORA 0 conteido desta obes é de responsabilidad dos) Atos), peoprieirio®) do Peto Autor Dados Intrmacionais de Catalogacio na Pabliagso (CTP) (Cimara Brasileira do Live, SP, Bes) Tazzarato, Mautizio ‘Marcel Duchamp ¢ a recusa ao trabalho / Mausizio Lazzarato; tradugio Gustavo Gumiero, Sio Paula : Scortecei Faitora, 2017. ‘Titulo original: Marcel Duchamp et le refus du teal ISBN: 978-85-366-5170-5 1, Arte - Filosofia 2 Duchamp, Marcel, 1887-1968 - Critic einterpretacio 3. Duchamp, Marcel, 1887-1968 - Fstétiea 4, Mercado de trabalho 5, Sociologia do teabalho T, Titulo. 1704692 DD 700.4 {adices pata catélogo sstemitico 1. Marcel Duchamp : Aetisias fanceses 709.44 GRUPOT ua Depa Laced Franco, 98 ‘Sto Paulo = SP - CEP 05418-000, EDTORAL Stet Gy S019 SCORTECC! wg vwirwasabeca combe SUMARIO ee MARCEL DUCHAMP E A RECUSA AO TRABALHO. 1. A recusa ao trabalho... 2.0 Moulin a café entre 0 movimento (futurista) ¢ 0 estatico (cubista) ready-made & uma técnica ociosa? mo O ready-made 6 uma técnica do espitito. Beas Contra a linguagem..... mm} Duchamp troca de nome para Rrose Sélavy 36 A dupla produgio capitalismo do consumo. 4.A producio como proceso de subjetivagto MISERIA DA SOCIOLOGIA on 53 1. Menger: “otrabalhocriador” eaintermiténcia como excecao. ee ees A intermiténcia ou a nova norma de empregabilidade.. 56 O governo da nova norma de ocupagio flexivel..60 2.Boltanski e Chiapello: 0 novo espitito do capitalismo, a cidade por projetos ¢ a intermiténci = © novo espitito e a nova moral do capitalismo. A “critica artista” e 0 capitalismo. A “cidade por projetos” A intermiténcia, versio “cidade por projetos” .. MARCEL DUCHAMP E A RECUSA AO TRABALHO ‘Marx disse que a8 revolucdes sio a locomotiva da hist ria universal. Mas talvez as coisas estejam em um modo diverso, Talves as revolugdes sejam 0 recurso a0 freio de cemergéncia dos seres humanos que viajam neste trem. Water Benjamin Nao se pode permitic ser como um jovem que nto faz faada. Quem nfio trabalha? Nio poder viver sem trabalhar € uma coisa horrivel. Lembro-me de um livro chamado O rita preguga, este diteito no existe mais. Maral Dachamp © seahor prefere a vida que o uabalho de artista? Sim, respondeu Marcel Duchamp. “John Cage se gabava de ter introduzido o siléncio na misica. Eu me gabo de ter introduzido o écio na arte”, disse Marcel Duchamp. O “grande écio” de Duchamp mudou a arte de maneira muito mais radical e duradoura que a ativida- de ¢ produtividade de Picasso com suas 50.000 obras. Duchamp pratica uma recusa obstinada ao trabalho, Seja assalariado, seja artistico, Recusa a se submeter as fan- 8es, aos papéis c as normas da sociedade capitalista. Essa fecusa nio questiona somente a arte € o artista porque, a0 Contririo da “recusa 20 trabalho” teorizada pelo aperaismo italiano dos anos 1970, a postuca de Duchamp pode nos aju- dar a compreender as “recusas” expressas depois de 2008 ‘fas ruas ¢ nas pracas do planeta (Turquia, Brasil, Espanha, Estados Unidos etc). De um lado, Duchamp estende seu campo de acio @ todas as funcdes e papéis constituidos (mulher/homem, Sonsumidor, cliente, comunicador, desempregado etc), indo além da recusa a0 trabalho assalariado. Como a maior par- te dessas fungdes, a do artista nao esta subordinada a um. 19 ‘ste

You might also like