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FUNDAÇÃO EDSON QUEIROZ

UNIVERSIDADE DE FORTALEZA
Vice-Reitoria de Pesquisa e Pós-
graduação
Educação Corporativa

GESTÃO DE COMPRAS GOVERNAMENTAIS


Michel Cavalcante Pinto
Arcabouço Legal
● CF/88, Art. 37, XXI;
● Lei n° 8.666, de 21/06/1993; (Normas Gerais)
● Lei n° 10.520, de 17/07/2002; (Pregão)
● Decreto n° 3.555, de 08/08/2000; (Reg. P)
● Decreto n° 5.540, de 31/05/2005; (P. Elet)
● Decreto n° 7.892, de 23/01/2013; (SRP)
● Lei n° 12.462, de 04/08/2011; (RDC)
● Decreto n° 7.581, de 11/10/2011 (Reg. RDC)
NOÇÕES GERAIS
● A licitação é regra para a AP quando compra bens ou
contrata obras e serviços.
● A CF/88, Art. 37, XXI, assim dispõe:
ressalvados os casos especificados na legislação, as obras,
serviços, compras e alienações serão contratados mediante
processo de licitação pública que assegure igualdade de
condições a todos os concorrentes, com cláusulas que
estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as
condições efetivas da proposta, nos termos da lei, a qual
somente permitirá exigências de qualificação técnica e
econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das
obrigações.
LEI Nº 8.666/93

“Art. 1º Esta Lei estabelece normas gerais sobre


licitações e contratos administrativos pertinentes a
obras, serviços, inclusive de publicidade, compras,
alienações e locações no âmbito dos Poderes da
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios.”
LICITAÇÃO - CONCEITOS

É o procedimento administrativo formal em que a


Administração Pública convoca, mediante condições
estabelecidas em ato próprio (edital ou convite),
empresas interessadas na apresentação de propostas
para o oferecimento de bens e serviços, visando
garantir a observância do princípio da isonomia e a
seleção da proposta mais vantajosa.
PRINCÍPIOS BÁSICOS
LEGALIDADE - nos procedimentos de licitação, esse
princípio vincula os licitantes e a Administração Pública às
regras estabelecidas nas normas e princípios em vigor;
ISONOMIA - significa dar tratamento igual a todos os
interessados. É condição essencial para garantir
competição em todos os procedimentos licitatórios;
IMPESSOALIDADE - obriga a Administração a observar nas
decisões critérios objetivos previamente estabelecidos,
afastando a discricionariedade e o subjetivismo na
condução dos procedimentos de licitação;
PRINCÍPIOS BÁSICOS (CONTINUAÇÃO)
•MORALIDADE E DA PROBIDADE ADMINISTRATIVA
- a conduta dos licitantes e dos agentes públicos
tem de ser, além de lícita, compatível com a moral,
a ética, os bons costumes e as regras da boa
administração;
•PUBLICIDADE - significa que qualquer interessado
deve ter acesso às licitações públicas, mediante
divulgação dos atos praticados pela Administração
em todas as fases do processo licitatório;
PRINCÍPIOS BÁSICOS (CONTINUAÇÃO)
•VINCULAÇÃO AO INSTRUMENTO CONVOCATÓRIO - a
Administração e o licitante ficam obrigados a observarem as
normas e condições estabelecidas no ato convocatório, nada
podendo ser criado ou feito sem que nele haja previsão.
•JULGAMENTO OBJETIVO - significa que o administrador deve
observar critérios objetivos definidos no ato convocatório para
julgamento da documentação e das propostas. Afasta a
possibilidade de o julgador utilizar-se de fatores subjetivos ou de
critérios não previstos no instrumento de convocação, ainda que
em benefício da própria Administração.
PRINCÍPIOS BÁSICOS
•CELERIDADE (Vide Decreto n° 3.555/2000) - consagrado como uma das
diretrizes a ser observada em licitações na modalidade pregão, busca
simplificar procedimentos de rigorismos excessivos e de formalidades
desnecessárias. As decisões, sempre que possível, devem ser tomadas
no momento da sessão.

•COMPETIÇÃO - nos certames de licitação, esse princípio conduz o gestor


a buscar sempre o maior número de competidores interessados no
objeto licitado. Nesse sentido, a Lei de Licitações veda estabelecer, nos
atos convocatórios, exigências que possam, de alguma forma, admitir,
prever ou tolerar, condições que comprometam, restrinjam ou frustrem
o caráter competitivo da licitação.
PRINCÍPIOS BÁSICOS (CONTINUAÇÃO)

•Além desses princípios, a Administração


Pública deve obediência ainda, dentre outros,
aos princípios da finalidade, motivação,
razoabilidade, proporcionalidade, ampla
defesa, contraditório, segurança jurídica,
interesse público e eficiência.
Responsáveis pela Licitação
●agentes públicos designados pela autoridade
competente, para integrar comissão de licitação (CL), ser
pregoeiro ou para realizar licitação na modalidade convite.
●CL é criada pela Administração com a função de receber,
examinar e julgar todos os documentos e procedimentos
relativos a licitações públicas nas modalidades
concorrência, tomada de preços (TP) e convite.
Pode ser permanente ou especial.

●É constituída por, no mínimo, 3 membros, sendo pelo


menos 2 deles servidores qualificados pertencentes aos
quadros permanentes dos órgãos da Administração
responsáveis pela licitação.
Responsáveis pela Licitação - Continuação
●a investidura dos membros das comissões
permanentes não poderá exceder a um ano;
●a lei não admite reconduzir a totalidade dos
integrantes da CL para o período subsequente;
●membros de CL respondem solidariamente
pelos atos praticados, salvo se posição individual
divergente estiver devidamente fundamentada e
registrada em ata da reunião em que tiver sido
tomada a decisão;
Responsáveis pela Licitação - Continuação
●o pregão será conduzido por pregoeiro com auxílio de
equipe de apoio, designados pela autoridade competente
dentre os servidores do órgão ou entidade promotora da
licitação;
●designação do pregoeiro poderá ser pelo período de um
ano, admitindo-se reconduções para períodos seguintes ou
para licitação específica;
●Equipe de apoio deve ser integrada, na maioria, por
servidores ocupantes de cargo efetivo ou emprego da AP,
de preferência do quadro permanente do órgão ou
entidade que promover a licitação;
● Deve possuir conhecimento técnico sobre o objeto
licitado, de modo a prestar assistência necessária ao
pregoeiro.
Responsáveis pela Licitação - Continuação
● Perfil dos responsáveis pela licitação :
a. domínio, de fato, da matéria;

b. Integridade moral – interesses econômicos em jogo;


propostas irresistíveis;
c. Seguro – enfrentar interesses contrariados;

d. Cordial – conduta espelha a imagem da instituição;

e. Detalhista – observância dos complexos requisitos


postos na lei;
f. Organizado – evitar extravio de documentos ou
perder-se em prazos fundamentais.
MODALIDADES DE LICITAÇÃO

Convite

Tomada de Preços

Concorrência Lei n.º 8.666/93

Concurso

Leilão

Pregão Lei n.º 10.520/02


MODALIDADES DE LICITAÇÃO

Quando utilizo cada modalidade?

Enquadramento quantitativo Em função do valor estimado da


contratação

Em função da natureza do objeto


Enquadramento qualitativo licitado
(independentemente do valor)
MODALIDADES DE LICITAÇÃO

1. CONVITE

É a modalidade de licitação entre interessados do ramo


pertinente ao seu objeto, cadastrados ou não, escolhidos e
convidados em número mínimo de 3 e estendida aos
demais cadastrados na correspondente especialidade, que
manifestarem seu interesse com antecedência de até 24
horas da apresentação das propostas.
MODALIDADES DE LICITAÇÃO

Convite: Quando utilizar?


Enquadramento quantitativo

Obras e serviços de
Até R$ 150 mil
engenharia

Compras e demais serviços Até R$ 80 mil


MODALIDADES DE LICITAÇÃO
Convite: Como divulgar?
●A divulgação do certame se faz pelo envio do convite
(com comprovante de recebimento) e afixação de
cópia do instrumento no local de avisos, na própria
unidade administrativa.
OBSERVAÇÃO!
●Para evitar que participem sempre os mesmos
licitantes, deve ser convidado, no mínimo, mais um
interessado para cada repetição do certame e para
convites de objeto idêntico ou assemelhado a
licitações anteriores.
MODALIDADES DE LICITAÇÃO
Convite: 3 propostas válidas
No caso da não obtenção injustificada de três propostas
válidas é necessária a repetição do convite conforme dispõe o
art. 22, § 7.º, da Lei n.º 8.666/93 e a reiterada jurisprudência
do Tribunal de Contas da União - TCU.

Súmula 248 - É exigível a apresentação de, pelo menos, três


propostas válidas, para a modalidade convite, a menos que
exista justificativa para possível limitação do mercado ou
manifesto desinteresse dos convidados.
MODALIDADES DE LICITAÇÃO
OBSERVAÇÕES!
●Quando não acudirem interessados à licitação, a

Administração deve rever as exigências do ato


convocatório e os procedimentos adotados, de modo
a encontrar os motivos do desinteresse dos licitantes.
●Limitações de mercado ou manifesto desinteresse de
empresas convidadas não se caracterizam e nem
podem ser justificados quando inseridas na licitação
condições que só uma ou outra empresa pode
atender.
MODALIDADES DE LICITAÇÃO
OBSERVAÇÕES! (Continuação)
●Tanto limitações de mercado quanto manifesto
desinteresse dos convidados devem ser motivados e
justificados no processo, sob pena de repetição do
convite.
●Não se configura limitação de mercado ou manifesto
desinteresse de licitantes, quando existirem na praça
outros capazes de apresentar propostas, que não
foram convidados ou não tomaram conhecimento do
certame.
MODALIDADES DE LICITAÇÃO
2. TOMADA DE PREÇOS

É a modalidade de licitação entre interessados


devidamente cadastrados ou que atenderem a todas
as condições exigidas para cadastramento até o
terceiro dia anterior à data do recebimento das
propostas, observada a necessária qualificação.
MODALIDADES DE LICITAÇÃO

Tomada de Preços: Quando utilizar?


Enquadramento quantitativo

Obras e serviços de
Até R$ 1,5 milhão
engenharia

Compras e demais serviços Até R$ 650 mil


MODALIDADES DE LICITAÇÃO
3. CONCORRÊNCIA

É a modalidade de licitação entre quaisquer


interessados que, na fase inicial de habilitação
preliminar, comprovem possuir os requisitos
mínimos de qualificação exigidos no edital para
execução de seu objeto.
MODALIDADES DE LICITAÇÃO
Concorrência: Quando utilizar?
Enquadramento quantitativo

Obras e serviços de
Acima de R$ 1,5 milhão
engenharia

Compras e demais serviços Acima de R$ 650 mil


MODALIDADES DE LICITAÇÃO
Concorrência: Quando utilizar?
Enquadramento qualitativo (independentemente do valor)
● Compra ou alienação de bens imóveis, ressalvados aqueles
derivados de procedimentos judiciais ou de dação em
pagamento, para os quais também poderá ser utilizada
modalidade leilão

● Concessões de direito real de uso

● Licitações internacionais
MODALIDADES DE LICITAÇÃO
4. CONCURSO

É a modalidade de licitação entre quaisquer


interessados para escolha de trabalho técnico,
científico ou artístico, mediante a instituição de
prêmios ou remuneração aos vencedores,
conforme critérios constantes de edital.
MODALIDADES DE LICITAÇÃO
Concurso: Quando utilizar?
Enquadramento qualitativo
Ressalvados os casos de inexigibilidade de licitação,
os contratos para a prestação de serviços técnicos
profissionais especializados deverão,
preferencialmente, ser celebrados mediante a
realização de concurso, com estipulação prévia de
prêmio ou remuneração.
MODALIDADES DE LICITAÇÃO
Concurso: Procedimentos
O Concurso deverá ser precedido de regulamento
próprio, a ser obtido pelos interessados no local
indicado no edital, no qual deverá haver indicação
para:
I - a qualificação exigida dos participantes;
II - as diretrizes e a forma de apresentação do trabalho;
III - as condições de realização do concurso e os
prêmios a serem concedidos.
MODALIDADES DE LICITAÇÃO
5. LEILÃO
É a modalidade de licitação entre quaisquer interessados
para a venda de bens móveis inservíveis para a
administração ou de produtos legalmente apreendidos ou
penhorados, ou para a alienação de bens imóveis cuja
aquisição haja derivado de procedimentos judiciais ou de
dação em pagamento, a quem oferecer o maior lance,
igual ou superior ao valor da avaliação.
MODALIDADES DE LICITAÇÃO
Leilão : Procedimentos

●O leilão pode ser cometido a leiloeiro oficial ou a


servidor designado pela Administração, procedendo-se
na forma da legislação pertinente.
●Todo bem a ser leiloado será previamente avaliado
pela Administração para fixação do preço mínimo de
arrematação.
●O edital de leilão deve ser amplamente divulgado,
principalmente no município em que se realizará.
MODALIDADES DE LICITAÇÃO
6. PREGÃO

O PREGÃO é a modalidade de licitação para


aquisição de bens e serviços comuns, independente
do valor estimado da contratação, em que a disputa
pelo fornecimento é feita por meio de propostas e
lances em sessão pública.
MODALIDADES DE LICITAÇÃO
Pregão: Quando utilizar?
Enquadramento qualitativo (independentemente do valor)
Aquisição de bens e serviços comuns
BENS E SERVIÇOS COMUNS: são aqueles cujos padrões
de desempenho e qualidade possam ser objetivamente
definidos pelo edital, por meio de especificações usuais
no mercado, ou seja, são bens oferecidos por diversos
fornecedores e facilmente comparáveis entre si, de
modo a permitir a decisão de compra com base no
menor preço.
MODALIDADES DE LICITAÇÃO
Bens e Serviços Comuns - Exemplos (Anexo II – Decreto n.º
3.555/2000)
BENS COMUNS (de consumo): água mineral,
combustíveis e lubrificantes, gêneros alimentícios,
material de expediente, medicamentos, material de
limpeza
BENS COMUNS (permanentes): mobiliário, veículos
automotivos em geral, equipamentos em geral,
utensílios de uso geral, microcomputador de mesa,
notebook, monitor de vídeo e impressora
SERVIÇOS COMUNS: apoio administrativo, manutenção,
assistência médica, serviços gráficos, serviços de
telefonia, serviços de reprografia, etc
MODALIDADES DE LICITAÇÃO

Pregão - Principais Características

● Utilizado para aquisição de bens e serviços comuns;

● Definição do vencedor por meio de lances;

● Habilitação posterior;

● Sem limite de valor.


MODALIDADES DE LICITAÇÃO
● Licitação na modalidade pregão não se configura
instrumento hábil à aquisição de bens e serviços
incomuns. É necessário que sejam padronizáveis ou
de “prateleira”, conforme se pode extrair do Acórdão
TCU 1168/2009 Plenário.
● Não se aplica a modalidade pregão à contratação de
obras de engenharia, locações imobiliárias e
alienações. Esse é o comando legal (ver art. 5° do
Decreto n° 3.555/2000).
● Serviços de engenharia podem ser contratados por
pregão, quando considerados comuns (ver Súmula
TCU nº 257/2010). Deve estar justificada e motivada a
adoção dessa modalidade no processo .
MODALIDADES DE LICITAÇÃO

É vedada a criação de outras modalidades de


licitação ou a combinação daquelas previstas em
lei.
Nos casos em que couber convite, a
Administração poderá utilizar a tomada de
preços, e em qualquer caso, a concorrência.
FRACIONAMENTO DA DESPESA

Vedado pelo art. 23, § 5º, da Lei nº 8.666/1993

Fracionar a despesa consiste em dividir as


contratações sem obedecer a modalidade cabível
para o objeto como um todo ou contratar
diretamente, sem licitação, nos casos em que o
procedimento é obrigatório.
FRACIONAMENTO DA DESPESA
Por exemplo, a utilização de convite para parcelas de
uma mesma obra ou serviço, ou ainda para obras e
serviços de idêntica natureza e no mesmo local que
possam ser realizadas conjunta e concomitantemente
sempre que a soma dos valores caracterizar o caso de
TP. De igual forma, a utilização de várias TP para se
abster de realizar concorrência.
A estimativa para o enquadramento na modalidade
licitatória adequada deverá ser feita em função da
integralidade do objeto a ser contratado.
FRACIONAMENTO DA DESPESA
Caso exista necessidade (técnica e econômica) de
parcelamento para as contratações, cada etapa há de
corresponder licitação distinta, preservada a
modalidade para o objeto em licitação.
LEMBREM-SE!
Fracionamento refere-se à despesa, ou seja, a divisão
do valor da despesa para utilizar modalidade de
licitação inferior à recomendada na legislação.
FRACIONAMENTO DA DESPESA
Exemplo 1
Em uma aquisição que o valor estimado para o exercício
seja R$ 120.000,00 a Administração poderá parcelar a
licitação, se técnica e economicamente viável, desde que
respeite a modalidade adequada para o objeto como um
todo.

Ex: jan/2004 – TP-01/04 R$ 70.000,

nov/2004 – TP-15/04 R$ 50.000,


FRACIONAMENTO DA DESPESA
Exemplo 2
A Prefeitura do Município A realizou os convites 2014.
0001 e 2014.0002 no dia 21/03/2014, ambos tendo
como objetos a implantação de sistema de
abastecimento público de água, sendo o primeiro na
localidade Alfa e o segundo em Beta, com valores
estimados de R$ 149.999,94 e R$ 45.263,65,
respectivamente. Pergunta-se: o procedimento
adotado está correto?
Estimativa do Valor da Contratação
●Enquadramento na modalidade licitatória, salvo
pregão e concorrência;
●verificar se existem recursos orçamentários
suficientes para o pagamento da despesa com a
contratação;
●servir de parâmetro objetivo para julgamento das
ofertas apresentadas;
●Para efeito de cálculo da despesa, será levado em
conta todo o período de vigência do contrato a ser
firmado, consideradas ainda eventuais prorrogações
previstas para a contratação;
Estimativa do Valor da Contratação
●Deve a estimativa ser elaborada com base nos preços
colhidos em empresas do ramo pertinente ao objeto
licitado, correntes no mercado onde será realizada a
licitação, que pode ser local, regional ou nacional;
●Sempre que possível, devem ser verificados os preços
fixados por órgão oficial competente, sistema de
registro de preços ou vigentes em outros órgãos.
●Ver IN SLTI/MPOG nº 5, de 27/06/2014, que dispõe
sobre os procedimentos administrativos básicos para a
realização de pesquisa de preços para a aquisição de
bens e contratação de serviços em geral.
TIPOS DE LICITAÇÃO
São critérios utilizados para o julgamento do
procedimento licitatório.
A Lei n.º 8.666/93 estabeleceu os seguintes tipos de
licitação:
● Menor Preço
● Melhor Técnica
● Técnica e Preço
● Maior Lance ou Oferta
TIPOS DE LICITAÇÃO
MENOR PREÇO

Será vencedor o licitante que apresentar a proposta


de acordo com as especificações do instrumento de
convocação e ofertar o menor preço, ou seja, entre os
licitantes considerados qualificados a classificação
dar-se-á pela ordem crescente dos preços propostos
TIPOS DE LICITAÇÃO
MELHOR TÉCNICA / TÉCNICA E PREÇO
Serão utilizados exclusivamente para serviços de
natureza predominantemente intelectual, em
especial na elaboração de projetos, cálculos,
fiscalização, supervisão e gerenciamento e de
engenharia consultiva em geral e, em particular,
para a elaboração de estudos técnicos preliminares
e projetos básicos e executivos. (Vide art. 46, caput,
da Lei n° 8.666/1993)
TIPOS DE LICITAÇÃO
MELHOR TÉCNICA / TÉCNICA E PREÇO
Questão Polêmica! Assunto não consolidado!
Acórdão TCU 2.932/2011 – Plenário/ Acórdão TCU nº
1092/2014 – Plenário
‘para contratação de serviços de supervisão e consultoria,
realize a licitação na modalidade pregão, especificando
detalhadamente os serviços que a empresa de supervisão ou de
consultoria deverá prestar, ressalvando as situações
excepcionais em que tais serviços não se caracterizam como
‘serviços comuns’, caso em que deverá ser justificada, dos
pontos de vista técnico e jurídico, nos autos do processo de
licitação, a utilização extraordinária de outra modalidade
licitatória que não o pregão.’
TIPOS DE LICITAÇÃO
MELHOR TÉCNICA / TÉCNICA E PREÇO
Nos termos do § 4º do art. 46 da Lei nº 8.666/1993, a
licitação do tipo "técnica e preço" é obrigatória na
contratação de bens e serviços de informática, nas
modalidades concorrência e tomada de preços;
Para contratação de bens e serviços de informática e
automação na modalidade convite, a utilização do tipo
de licitação “técnica e preço” não é obrigatória;
TIPOS DE LICITAÇÃO
MELHOR TÉCNICA / TÉCNICA E PREÇO
Acórdão TCU nº 786/2006 – Plenário recomendou novo
modelo de licitação e contratação de serviços de
informática para a Administração Pública Federal;
IN SLTI/MPOG nº 04/2010 - em consequência da
padronização existente no mercado de TI, é
recomendada a utilização da modalidade Pregão,
preferencialmente na forma eletrônica, para as
contratações de soluções de TI. (art. 20, parágrafo
único).
TIPOS DE LICITAÇÃO
MELHOR TÉCNICA / TÉCNICA E PREÇO
Esses dois tipos de licitação podem, em caráter excepcional, ser
adotados para compra de bens, execução de obras ou prestação de
serviços de grande vulto, mediante autorização expressa e justificativa
circunstanciada da maior autoridade da Administração promotora da
licitação assinalada no ato convocatório.
Aplica-se aos casos em que o objeto pretendido admite soluções
alternativas e variações de execução, com repercussões significativas
sobre qualidade, produtividade, rendimento e durabilidade
concretamente mensuráveis, e puderem ser adotadas à livre escolha
dos licitantes, em conformidade com os critérios objetivamente fixados
no ato convocatório.
Nesse caso, o objeto deve ser de grande vulto e depender
majoritariamente de tecnologia nitidamente sofisticada e de domínio
restrito, atestada por autoridades técnicas de reconhecida
qualificação.
TIPOS DE LICITAÇÃO

MAIOR LANCE OU OFERTA

Será vencedor o licitante que apresentar a proposta


de acordo com as especificações do instrumento de
convocação e ofertar o maior preço ou oferta, ou
seja, entre os licitantes considerados qualificados a
classificação se dará pela ordem decrescente dos
preços propostos.
TIPOS DE LICITAÇÃO

MELHOR TÉCNICA - PROCEDIMENTOS


1) A Administração deverá fixar o preço máximo
2) Serão abertos os envelopes contendo as propostas técnicas
exclusivamente dos licitantes previamente qualificados e feita
então a avaliação e classificação destas propostas de acordo
com os critérios pertinentes e adequados ao objeto licitado.
3) Uma vez classificadas as propostas técnicas, proceder-se-á à
abertura das propostas de preço dos licitantes que tenham
atingido a valorização mínima estabelecida no instrumento
convocatório e à negociação das condições propostas, com a
proponente melhor classificada, tendo como referência o limite
representado pela proposta de menor preço entre os licitantes
que obtiveram a valorização mínima.
TIPOS DE LICITAÇÃO

MELHOR TÉCNICA - PROCEDIMENTOS

4) No caso de impasse na negociação anterior, procedimento


idêntico será adotado, sucessivamente, com os demais
proponentes, pela ordem de classificação, até a consecução
de acordo para a contratação.

5) As propostas de preços serão devolvidas intactas aos


licitantes que não forem preliminarmente habilitados ou que
não obtiverem a valorização mínima estabelecida para a
proposta técnica.
TIPOS DE LICITAÇÃO
MELHOR TÉCNICA - EXEMPLO
Contratação de Consultor

O edital fixou a seguinte pontuação para técnica:

Pós-Graduação ............... 5 pontos

Mestrado ......................... 10 pontos

Doutorado ....................... 15 pontos

Artigo técnico publicado .. 5 pontos

Além disso, determinou que a pontuação técnica mínima seria


equivalente a 10 pontos
TIPOS DE LICITAÇÃO
MELHOR TÉCNICA - EXEMPLO
Após a abertura dos envelopes contendo as propostas técnica e
de preço verificou-se que:
Consultor Técnica Preço Situação
A 5 ptos - desclass.
B 10 ptos (3º) R$125.000, (1º) classific.
C 20 ptos (1º) R$140.000, (3º) classific.
D 15 ptos (2º) R$130.000, (2º) classific.
Após a fase de negociação contratou-se o fornecedor D pelo
valor de R$ 125.000,
TIPOS DE LICITAÇÃO
TÉCNICA E PREÇO - PROCEDIMENTOS
1) Serão abertos os envelopes contendo as propostas técnicas
exclusivamente dos licitantes previamente qualificados e feita
então a avaliação e classificação destas propostas de acordo
com os critérios pertinentes e adequados ao objeto licitado.

2) Será feita a avaliação e a valorização das propostas de


preços, de acordo com critérios objetivos preestabelecidos no
instrumento convocatório

3) A classificação dos proponentes far-se-á de acordo com a


média ponderada das valorizações das propostas técnicas e de
preço, de acordo com os pesos preestabelecidos no
instrumento convocatório.
TIPOS DE LICITAÇÃO
MELHOR TÉCNICA - EXEMPLO
Contratação de Consultor
O edital fixou a seguinte pontuação para técnica:
Pós-Graduação ............... 1 ponto
Mestrado ........................ 3 pontos
Doutorado ...................... 5 pontos
Artigo técnico publicado .. 1 ponto
Exemplo de fórmula para determinação do vencedor:
K = (0,6xPT) + (0,4XPP), PT – pontuação técnica
PP – pontuação preço
FASES DA LICITAÇÃO
FASE INTERNA - PREPARATÓRIA
Fase inicial da licitação;

Oportunidade de corrigir falhas porventura


verificadas no procedimento, sem precisar anular


atos praticados;
OBSERVAÇÃO IMPORTANTE!
Após a publicação do edital (início da fase
externa), qualquer falha ou irregularidade
constatada, se insanável, levará à anulação do
procedimento.
FASES DA LICITAÇÃO
Na fase interna será observada a seguinte sequência de
atos preparatórios:
•solicitação expressa do setor requisitante interessado,
com indicação de sua necessidade;
•aprovação da autoridade competente para início do
processo licitatório, devidamente motivada e analisada
sob a ótica da oportunidade, conveniência e relevância
para o interesse público;
•autuação do processo correspondente, que deverá ser
protocolizado e numerado;
FASES DA LICITAÇÃO
•elaboração da especificação do objeto, de forma precisa,
clara e sucinta, com base em projeto básico ou em termo de
referência apresentado;
• elaboração de projeto básico, prévio e obrigatório nas
licitações para contratação de obras e serviços, em caso de
concorrência, tomada de preços e convite;
• elaboração de termo de referência, prévio e obrigatório nas
licitações para contratação de bens e serviços comuns, em
caso de pregão;
•estimativa do valor da contratação, por comprovada pesquisa
de mercado, em pelo menos três fornecedores do ramo
correspondente ao objeto da licitação;
FASES DA LICITAÇÃO
•indicação dos recursos orçamentários para fazer face à
despesa;
•verificação da adequação orçamentária e financeira, em
conformidade com a LRF, quando for o caso (criação, expansão
ou aperfeiçoamento de ação governamental que acarrete
aumento de despesa);
•elaboração de projeto executivo, que pode ser concomitante
com a realização da obra ou serviço;
•definição da modalidade e do tipo de licitação a serem
adotados.
FASES DA LICITAÇÃO
Quando o objeto se tratar de execução de obras e prestação de
serviços, as licitações somente poderão ser realizadas quando:
houver projeto básico aprovado pela autoridade competente e

disponível para exame dos interessados em participar do


processo licitatório;
•existir orçamento detalhado em planilhas que expressem a
composição de todos os custos unitários;
•houver previsão de recursos orçamentários que assegurem o
pagamento das obrigações decorrentes de obras ou serviços a
serem executadas no exercício financeiro em curso, de acordo
com o respectivo cronograma de desembolso;
FASES DA LICITAÇÃO
●a obra ou o serviço estiver incluído nas metas estabelecidas
no PPA, se for o caso.
A Execução de obras e de serviços deve ser programada
sempre na totalidade, com previsão dos custos atual e final,
levando em conta o prazo total da execução.
Será realizada sob as seguintes formas:
• direta – quando a Administração utiliza meios próprios; e
• indireta – quando a Administração contrata com terceiros a
execução de obras ou a prestação de serviços.
FASES DA LICITAÇÃO
Os regimes de contratação para execução indireta de obras e
serviços são os seguintes :
a) empreitada por preço global
● preço certo para a totalidade do objeto;
●geralmente nos casos de empreendimentos comuns (Ex.:
construção de escolas; pavimentação de vias públicas);
● pagamento deve ser efetuado após a conclusão das parcelas,
etapas ou serviços definidos no respectivo cronograma físico-
financeiro (Ex.: terraplenagem, fundações estrutura,
concretagem de laje, cobertura, revestimento, pintura.
FASES DA LICITAÇÃO
b) empreitada por preço unitário
●empregada quando determinados itens representativos de
obras e serviços licitados não puderem ser apurados com
exatidão na fase do projeto, em função da natureza do objeto
(Ex.: obras de terraplenagem);
●pagamento deve ser realizado por unidades feitas (Ex.:
metragem executada de fundações, de paredes levantadas, de
colocação de piso, de pintura, de colocação de gesso);
FASES DA LICITAÇÃO
c) Tarefa
●utilizada quando se contrata mão-de-obra para pequenos
trabalhos por preço certo, com ou sem fornecimento de
materiais.
d) empreitada integral (Turn Key)
●quando se contrata empreendimento na integralidade, com
todas as etapas da obra, serviço e instalações correspondentes;
●o contratado assume inteira responsabilidade pela execução
do objeto até entrega à Administração contratante para uso.
PROJETO BÁSICO (DEFINIÇÃO)

conjunto de elementos necessários e suficientes c/


nível de precisão adequado para caracterizar a
obra ou serviço, elaborado c/ base estudo
preliminares que assegurem e possibilitem (art.6º,
IX, Lei 8.666/93):
 viabilidade técnica
 adequado tratamento ambiental;
avaliação de custos e definição de métodos e
prazos.
PROJETO BÁSICO (DEFINIÇÃO)

● Fase perfeitamente definida de um conjunto mais


abrangente de estudos e projetos, precedido por
estudos preliminares, anteprojeto, estudos de
viabilidade técnica, econômica e avaliação de
impacto ambiental, e sucedido pela fase de
projeto executivo ou detalhamento (Art. 2º da
Resolução CONFEA nº. 361/91)
Fluxograma de Produção de Obras Públicas

Necessidade Planejamento Licitação


Início
da obra da obra da obra

Contratação Execução do
Recebimento Ocupação
da obra Contrato/ Fisc.
da obra da obra
da obra

Necessidade Fim/
Conservação
de recuperação Realimentação
da obra
da obra Do ciclo
Fluxograma de Produção de Obras Públicas

Estudos Projeto Projeto


Início Preliminares Básico Executivo

Os projetistas também participam


dessa etapa

Acompanhamento Avaliação Fim


da pós
obra ocupação
Estudos Preliminares
 Programa de necessidades;
 Avaliação do custo-benefício da obra;
Levantamento dos aspectos físicos, sociais e legais que
envolvem o empreendimento;
 Exame prévio dos impactos ambientais
 Identificação das diretrizes da edificação: dimensão, padrão,
tecnologia, equipamentos, mobiliários, usuários da obra,
finalidade, etc;
 Avaliação estimada do custo do empreendimento;
 Estudos de viabilidade;
 Programação das despesas (PPA, LOA e LRF).
Projeto Básico
DEVE COMPREENDER, NO MÍNIMO (Ver OT - IBR 001/2006) :
a) Projetos arquitetônicos e complementares;
b) Especificações técnicas de materiais e serviços;
c) Orçamento detalhado com a composição dos custos unitários
dos serviços;
d) Cronograma físico-financeiro;
e) Subsídios para montagem do plano de licitação e gestão da
obra/serviço;
f) EIA / RIMA (CF, art. 225, IV; Lei nº. 6.938/81 e Resolução do
CONAMA nº. 2371997).
Projeto Executivo
• Corresponde à complementação do PB, abrangendo todas as
informações necessárias à execução completa da obra, de acordo
com as normas pertinentes da ABNT.
• É composto de documentos necessários à melhor compreensão

dos elementos do projeto para sua execução, fabricação ou


montagem. (Associação Brasileira de Escritórios de Arquitetura -
AsBEA, Lei nº. 8.666/93, art. 6º, X).
• Deve ser aprovado pela autoridade competente (art. 7º, §1º da

Lei nº. 8.666/93) e deve conter as ARTs de todos os documentos


técnicos (Lei nº. 6.496/77, Resoluções nº. 307/86, 394/95 e
400/95 do CONFEA)
Acompanhamento da Obra
Fiscalização da execução da obra também pelos projetistas;


Verificação da conformidade da execução com os projetos e


especificações técnicas (as alterações dos projetos tiveram o
consentimento do órgão contratante e dos seus responsáveis?);
Registro fiel das obras executadas - o Projeto “Como
Construído” ou “As Built”. Nele devem constar todas as
informações pertinentes às alterações dos projetos. Esse projeto
deve ser exigido do contratado e como representa uma despesa,
deve constar no planejamento dos custos da obra (orçamento);
Manual de Utilização, manutenção e conservação predial. Nele
deve conter todos os procedimentos de conservação dos
materiais e serviços.
Avaliação pós-ocupação
Subsidia os projetos futuros de natureza semelhante,
uma vez que esta análise possibilita uma evolução na
sistemática do projeto, a partir da identificação de
aspectos positivos e negativos que serão tratados e irão
realimentar o ciclo de produção de projetos.
Diagnóstico do resultado do empreendimento
observando se os objetivos a que o mesmo se propunha
foram alcançados de forma satisfatória e eficaz, ou seja,
nessa fase é que se verificam os impactos da obra e seu
desempenho efetivo.
Elaboração de Projeto Básico de Obra Pública

Fluxograma

Levant. Programa Estudo de


Início de Viabilidade
de
dados necessidades

Ante
Estudos Projeto
projeto
Preliminares arq e eng
arq e eng
Elaboração de Projeto Básico de Obra Pública

Especif. Cronograma Orçamento


Técnica de Físico
Mat. e Serv.

Cronograma Plano de
Físico- Fim
Licitação
Financeiro
PROJETO BÁSICO
SÚMULA TCU Nº 261/2010
"Em licitações de obras e serviços de engenharia, é necessária a
elaboração de projeto básico adequado e atualizado, assim
considerado aquele aprovado com todos os elementos descritos no
art. 6º, inciso IX, da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, constituindo
prática ilegal a revisão de projeto básico ou a elaboração de projeto
executivo que transfigurem o objeto originalmente contratado em
outro de natureza e propósito diversos."
SÚMULA TCU Nº 258/2010
"As composições de custos unitários e o detalhamento de encargos
sociais e do BDI integram o orçamento que compõe o projeto básico
da obra ou serviço de engenharia, devem constar dos anexos do
edital de licitação e das propostas das licitantes e não podem ser
indicados mediante uso da expressão 'verba' ou de unidades
genéricas."
PROJETO BÁSICO
SÚMULA TCU Nº 260/2010
"É dever do gestor exigir apresentação de Anotação de
Responsabilidade Técnica - ART referente a projeto, execução,
supervisão e fiscalização de obras e serviços de engenharia, com
indicação do responsável pela elaboração de plantas,
orçamento-base, especificações técnicas, composições de custos
unitários, cronograma físico-financeiro e outras peças técnicas."
Edital
●É a lei interna das licitações. Deve ser claro, preciso e fácil de ser
consultado;
●Tem por finalidade fixar as condições necessárias à participação dos
licitantes, ao desenvolvimento da licitação e à futura contratação;
●Disciplinar prazos, instruções relativas a recursos e impugnações,
informações pertinentes ao objeto e aos procedimentos, forma de
apresentação de documentos e de propostas, além de outras
necessárias à realização da licitação;
●Deve o original do ato convocatório ser datado, rubricado em todas
as folhas e assinado pela autoridade que o expedir, devidamente
juntado ao processo de licitação. Dele serão extraídas cópias integrais
ou resumidas para divulgação e fornecimento aos interessados.
Edital
O preâmbulo do ato convocatório deve conter:
● número de ordem da licitação em série anual;
● nome do órgão ou entidade contratante e do setor
interessado;
● modalidade; regime de execução; tipo da licitação;

● menção de que o ato é regido pela Lei nº 8.666/1993, quando

a licitação referir-se às modalidades concorrência, tomada de


preços ou convite, ou pela Lei nº 10.520/2002, quando se tratar
de pregão;
● local, dia e hora para recebimento da documentação e

proposta e para o início de abertura dos envelopes.


Edital
Conterá obrigatoriamente o ato convocatório as seguintes
condições, consideradas essenciais:
● objeto da licitação, com descrição sucinta e clara;
●prazo e condições para assinatura do contrato ou retirada
dos instrumentos equivalentes, para execução do contrato
e entrega do objeto da licitação;
●local onde poderá ser examinado e adquirido o projeto
básico;
●condições equivalentes de pagamento entre empresas
brasileiras e estrangeiras, no caso de licitações
internacionais;
Edital
● critério de aceitabilidade dos preços unitário e global,
conforme o caso, permitida a fixação de preços máximos e
vedada a de preços mínimos. Veda-se estabelecimento de
critérios estatísticos ou faixas de variação em relação a
preços de referência, ressalvado o disposto nos §§ 1º e 2º
do art. 48 da Lei nº 8.666/1993;
● critérios de reajuste, ou condições de repactuação de
preços, quando for o caso;
● limites para pagamento de instalação e mobilização, quanto
à execução de obras ou prestação de serviços;
EDITAL
●condições de pagamento, prevendo:
 prazo de pagamento não superior a trinta dias contados da data

final do período de adimplemento de cada item, etapa ou parcela;


 cronograma de desembolso máximo por período, em
conformidade com a disponibilidade de recursos financeiros,
quando for o caso;
 critério de compensação financeira dos valores a serem pagos,

desde a data final do período de adimplemento de cada item, etapa


ou parcela até a data do efetivo pagamento;
 compensações financeiras e penalidades por eventuais atrasos,

descontos ou antecipações de pagamentos;


exigência de seguros, quando for o caso.
EDITAL

instruções e normas para os recursos previstos nas Leis


nºs 8.666/1993, no caso de concorrência, tomada de


preços ou convite; 10.520/2002, quanto a pregão;
condições de recebimento do objeto da licitação;

sanções para o caso de inadimplemento;


outras indicações específicas ou peculiares à licitação.



EDITAL
Deve o ato convocatório informar com clareza os prazos

mínimos para o licitante vencedor fornecer o bem,


executar a obra ou prestar o serviço objeto da licitação,
e ainda quanto:
validade das propostas, contado da data prevista para o

recebimento dos envelopes “documentação” e


“proposta”;
garantia, contado do recebimento/funcionamento do

objeto;
vistoria do local de execução do objeto etc.
EDITAL
Com o objetivo de não desclassificar propostas, o edital
pode prever que serão considerados e aceitos para
efeito de julgamento os prazos nele exigidos que não
estiverem expressamente indicados na proposta.
Anexos do edital, dele fazendo parte integrante, quando
for o caso:
• projeto básico e/ou executivo; orçamento estimado
em planilhas de quantitativos e preços unitários;
• minuta do contrato; especificações complementares e
normas pertinentes à licitação.
INDICAÇÃO DE MARCA
●o que a Lei 8.666/93 veda e as Cortes de Contas condenam,
especialmente o TCU, é a preferência por determinada marca ou
indicação sem devida justificativa técnica nos autos.
●é importante que o edital da licitação defina claramente

critérios de análise dos produtos ofertados, os quais deverão


levar em conta fatores de qualidade, durabilidade,
funcionalidade e desempenho, dentre outros julgados
necessários.
●Ex.: se forem necessários dois copinhos de plástico para tomar

um cafezinho, é preciso que se verifique o preço das duas


unidades usadas. Não se pode considerar o preço de um copinho
isoladamente, quando se necessita de dois ou mais.
INDICAÇÃO DE MARCA
●Na etapa de julgamento das propostas, amostras e protótipos
dos produtos cotados podem ser solicitados;
●Quando não se encontrarem de acordo com as exigências da
licitação, devem as propostas ser desclassificadas;
●É necessário que a exigência de amostras ou protótipos esteja
previamente estabelecida no edital, acompanhada de critérios de
julgamento estritamente objetivos;
●Será admitida a indicação de marca como parâmetro de
qualidade para facilitar a descrição do objeto a ser licitado,
quando seguida das expressões “ou equivalente”, “ou similar” e
“ou de melhor qualidade”. No caso, o produto deve ser aceito
de fato e sem restrições pela Administração.
PARCELAMENTO DE OBJETO
●Refere-se à divisão do objeto em parcelas (itens ou etapas), ou
seja, em partes menores e independentes. Difere-se de
fracionamento da despesa;
●É obrigatório o parcelamento quando o objeto da contratação
tiver natureza divisível, desde que não haja prejuízo para o
conjunto a ser licitado;
●Impõe-se o parcelamento quando existir parcela de natureza
específica que possa ser executada por empresas com
especialidades próprias ou diversas e for viável técnica e
economicamente.
PARCELAMENTO DE OBJETO
●Devem ser realizadas licitações distintas para cada de compra,
obra ou serviço, ou conjunto desses (ou para conjunto de itens,
etapas ou parcelas). A critério da Administração, essas licitações
podem ser feitas em procedimentos distintos ou em um só
processo licitatório;
●Deve em qualquer caso apresentar-se vantajoso para a
Administração. Divisão do objeto que não observe economia de
escala poderá produzir efeito contrário, ou seja, aumento de
preços;
PARCELAMENTO DE OBJETO
● Em certames para aquisição de bens e serviços de natureza
divisível, a AP poderá estabelecer cota de até 25% do objeto
licitado para a contratação de microempresas e EPP, nos termos
do previsto na Lei Complementar nº 123/2006.
● Essa cota apenas poderá ser instituída quando:
●existir regulamentação específica na esfera legislativa para o
ente no qual se insere o órgão ou entidade contratante;
● for expressamente prevista no ato convocatório;
●for vantajosa para a Administração e não representar prejuízo
para o conjunto do objeto a ser contratado;
PARCELAMENTO DE OBJETO
●houver, no mínimo, três fornecedores competitivos
enquadrados como microempresas ou EPP sediados no local ou
na região e com capacidade para cumprir as exigências
estabelecidas no edital;
●não exceder o valor licitado a 25% do total realizado em cada
exercício;
● não se enquadrar nos casos de dispensa e inexigibilidade de
licitação previstos nos arts. 24 e 25 da Lei nº 8.666/1993.
PARCELAMENTO DE OBJETO
SÚMULA Nº 247
É obrigatória a admissão da adjudicação por item e não por
preço global, nos editais das licitações para a contratação de
obras, serviços, compras e alienações, cujo objeto seja divisível,
desde que não haja prejuízo para o conjunto ou complexo ou
perda de economia de escala, tendo em vista o objetivo de
propiciar a ampla participação de licitantes que, embora não
dispondo de capacidade para a execução, fornecimento ou
aquisição da totalidade do objeto, possam fazê-lo com relação a
itens ou unidades autônomas, devendo as exigências de
habilitação adequar-se a essa divisibilidade.
EXAME E APROVAÇÃO DA ASSESSORIA JURÍDICA
●Minutas de editais de licitação, contratos, acordos, convênios ou
ajustes devem ser previamente examinadas e aprovadas por
assessoria jurídica da Administração;
●Dispensa de parecer prévio da assessoria jurídica para convite
não afasta a obrigatoriedade do exame prévio das minutas de
contrato decorrente;
●É permitida a utilização de modelos padronizados de editais e de
contratos previamente submetidos à análise da área jurídica do
órgão ou entidade contratante;
EXAME E APROVAÇÃO DA ASSESSORIA JURÍDICA
"Sempre que o parecer jurídico pugnar para o cometimento de ato
danoso ao Erário ou com grave ofensa à ordem jurídica, figurando
com relevância causal para a prática do ato, estará o autor do
parecer alcançado pela jurisdição do TCU, não para fins de
fiscalização do exercício profissional, mas para fins de fiscalização
da atividade da Administração Pública" (Acórdão 1427/2003
Primeira Câmara)
“Ao examinar e aprovar os atos da licitação, a assessoria jurídica
assume responsabilidade pessoal solidária pelo que foi praticado.
(...). Há dever de ofício de manifestar-se pela invalidade, quando
os atos contenham defeitos. (...)" (Marçal Justen Filho – in
Comentários à lei de licitações e contratos administrativos. 6ª ed.
São Paulo: Dialética, 1999. p. 370)
FASES DA LICITAÇÃO
FASE EXTERNA OU EXECUTÓRIA
Nas modalidades CP, TP e CV, essa etapa submete-se
principalmente aos seguintes procedimentos sequenciais, em que
a realização de determinado ato depende da conclusão do
antecedente:
• publicação do resumo do ato convocatório;
• fase impugnatória, com republicação do edital e reabertura do
prazo, quando for o caso;
• recebimento dos envelopes com a documentação e as
propostas;
• abertura dos envelopes com a documentação;
FASES DA LICITAÇÃO
FASE EXTERNA OU EXECUTÓRIA
• verificação da habilitação ou inabilitação dos licitantes;
• fase recursal, com efeito suspensivo até a decisão do recurso,
se houver;
• abertura dos envelopes com as propostas; julgamento das
propostas; declaração do licitante vencedor;
• fase recursal, com efeito suspensivo até a decisão do recurso,
se houver;
• homologação/aprovação dos atos praticados no procedimento;
adjudicação do objeto à licitante vencedora;
•• empenho da despesa; assinatura do contrato ou retirada do
instrumento equivalente.
FASES DA LICITAÇÃO
Certame - Critério de Desempate
Art. 44 - Lei Complementar nº 123/2006
Nas licitações será assegurada, como critério de desempate,
preferência de contratação para as microempresas e empresas
de pequeno porte.
●§ 1o Entende-se por empate aquelas situações em que as
propostas apresentadas pelas microempresas e EPP sejam
iguais ou até 10% superiores à proposta mais bem classificada.
●§ 2o Na modalidade de pregão, o intervalo percentual
estabelecido no § 1o deste artigo será de até 5% superior ao
melhor preço.
FASES DA LICITAÇÃO
Participação de cooperativas
●Contratação dessas entidades pela Administração
Pública subordina-se aos comandos do Termo de
Conciliação Judicial (TCJ) firmado pelo MPT com a União;
●É vedada a participação de cooperativas em licitação
quando, pela natureza do serviço ou pelo modo como é
usualmente executado no mercado em geral, houver
necessidade de subordinação jurídica entre o obreiro e o
contratado, bem como de pessoalidade e habitualidade.
(Súmula TCU 281/2012)
FASES DA LICITAÇÃO
Participação de cooperativas
●O TCJ prevê ainda que, junto com os documentos de
habilitação, a cooperativa licitante deve apresentar listagem
nominal de todos os associados;
●Nos contratos celebrados entre a Administração e cooperativas,
o órgão ou a entidade contratante deverá providenciar, a cada
pagamento, o recolhimento de 15% sobre o valor bruto da NF ou
fatura de prestação de serviços, a título de contribuição
previdenciária, relativamente a serviços que lhe são prestados
por cooperados por intermédio de cooperativas de trabalho.
FASES DA LICITAÇÃO
Habilitação – Regularidade Fiscal e Trabalhista
"Para fim de habilitação, a Administração Pública não
deve exigir dos licitantes a apresentação de certidão de
quitação de obrigações fiscais, e sim prova de sua
regularidade." (Súmula TCU 283/2013)
Capacidade técnico-operacional – refere-se à
capacidade operativa da empresa licitante para executar
o objeto.
FASES DA LICITAÇÃO
Será comprovada mediante:
• apresentação de atestado de aptidão para
desempenho de atividade compatível com o objeto da
licitação, em características, quantidades e prazos;
• indicação das instalações, do aparelhamento e do
pessoal técnico adequados e disponíveis para a
realização do objeto da licitação;
• qualificação de cada um dos membros da equipe
técnica que será responsável pela execução do objeto.
FASES DA LICITAÇÃO
SÚMULA TCU Nº 263/2011
"Para a comprovação da capacidade técnico-operacional
das licitantes, e desde que limitada, simultaneamente,
às parcelas de maior relevância e valor significativo do
objeto a ser contratado, é legal a exigência de
comprovação da execução de quantitativos mínimos em
obras ou serviços com características semelhantes,
devendo essa exigência guardar proporção com a
dimensão e a complexidade do objeto a ser executado."
FASES DA LICITAÇÃO
Capacidade técnico-profissional - refere-se à
qualificação dos profissionais que integram os quadros
da sociedade empresarial que executarão o objeto
licitado.
Para demonstração de capacitação técnico-profissional
em licitações de obras e serviços de engenharia, será
sempre admitida a apresentação de atestado ou
certidão de acervo técnico (CAT). (Ver Resolução
CONFEA nº 317/1986
FASES DA LICITAÇÃO
Qualificação econômico-financeira
"Para fins de qualificação econômico-financeira, a Administração
pode exigir das licitantes, de forma não cumulativa, capital social
mínimo, patrimônio líquido mínimo ou garantias que assegurem
o adimplemento do contrato a ser celebrado, no caso de
compras para entrega futura e de execução de obras e serviços."
(Súmula TCU 275/2012)
• Essas exigências não excederão os seguintes percentuais:
- capital social mínimo/patrimônio líquido: até 10% do valor
estimado da licitação;
- garantia de participação da licitação (garantia de proposta): até
1% do valor estimado da licitação.
FASES DA LICITAÇÃO
Julgamento das Propostas – licitações do tipo menor preço para
obras e serviços de engenharia
a Lei nº 8.666/1993 fixou critérios matemáticos para a análise da
exequibilidade dos preços ofertados. Serão consideradas
manifestamente inexequíveis propostas cujos valores sejam
inferiores a 70% do menor dos seguintes valores:
•média aritmética dos valores das propostas superiores a 50% do
preço orçado pela Administração; ou
• preço orçado pela Administração.
O licitante que tiver sua proposta considerada exequível, mas com
valor global 80% inferior ao menor valor encontrado nas duas
opções acima, deverá prestar, para assinatura do contrato, garantia
adicional, nas modalidades permitidas no § 1º do art. 56 da Lei nº
8.666/1993.
FASES DA LICITAÇÃO
Demonstrativo de cálculo de
exequibilidade/inexequibilidade de propostas em
licitações de obras e serviços de engenharia
1º Passo:
Valor orçado pela Administração: R$ 100.000.000,00;
2º Passo:
50% do preço orçado pela Administração para saber
quais as propostas entrarão no cálculo da média: R$
50.000.000,00;
FASES DA LICITAÇÃO
3º Passo:
Valores das propostas apresentadas:
• Construtora A – R$ 83.000.000,00;
• Construtora B – R$ 60.000.000,00;
• Construtora C – R$ 48.000.000,00;
• Construtora D – R$ 48.900.000,00;
• Construtora E – R$ 85.000.000,00;
• Construtora F – R$ 82.000.000,00;
• Construtora G – R$ 90.000.000,00;
FASES DA LICITAÇÃO
4º Passo:
Valores das propostas apresentadas acima dos 50% do
valor orçado pela Administração:
• Construtora A – R$ 83.000.000,00;
• Construtora B – R$ 60.000.000,00;
• Construtora E – R$ 85.000.000,00;
• Construtora F – R$ 82.000.000,00;
• Construtora G – R$ 90.000.000,00;
FASES DA LICITAÇÃO
5º Passo:
Média das Propostas: R$ 80.000.000,00;
Valor orçado pela Administração: R$ 100.000.000,00;
6º Passo:
70% de R$ 80.000.000,00: R$ 56.000.000,00;
7º Passo:
Propostas inexequíveis:
• Construtora C – R$ 48.000.000,00;
• Construtora D – R$ 48.900.000,00;
FASES DA LICITAÇÃO
8º Passo:
Propostas exequíveis:
• Construtora A – R$ 83.000.000,00;
• Construtora B – R$ 60.000.000,00;
• Construtora E – R$ 85.000.000,00;
• Construtora F – R$ 82.000.000,00;
• Construtora G – R$ 90.000.000,00;
9º Passo:
• Proposta vencedora: Construtora B - R$ 60.000.000,00.
FASES DA LICITAÇÃO
Demonstrativo de cálculo de garantia adicional
10º Passo:
80% de R$ 80.000.000,00: R$ 64.000.000,00;
11º Passo:
Garantia adicional: R$ 80.000.000,00 - 64.000.000,00;
12º Passo:
Garantia adicional: R$ 16.000.000,00.
FASES DA LICITAÇÃO
SÚMULA TCU Nº 262/2010
"O critério definido no art. 48, inciso II, § 1º, alíneas "a" e "b", da
Lei nº 8.666/93 conduz a uma presunção relativa de
inexequibilidade de preços, devendo a Administração dar à
licitante a oportunidade de demonstrar a exequibilidade da sua
proposta."
SÚMULA TCU Nº 259/2010
"Nas contratações de obras e serviços de engenharia, a definição
do critério de aceitabilidade dos preços unitários e global, com
fixação de preços máximos para ambos, é obrigação e não
faculdade do gestor."
CONTRATAÇÃO DIRETA – NOÇÕES GERAIS

A redação do texto constitucional nos permite


concluir que:
 a licitação, em princípio, é obrigatória; e
lei infraconstitucional poderá estabelecer exceções a
essa regra. São os casos de contratação direta.
Contratação direta é aquela realizada sem licitação,
em situação excepcionais, expressamente previstas
em lei.
CONTRATAÇÃO DIRETA – NOÇÕES GERAIS
A contratação direta pode ocorrer nas
seguintes hipóteses, expressamente
previstas na Lei nº 8.666/1993:
Licitação dispensada (art. 17);


Licitação dispensável (art. 24);




Licitação inexigível (art. 25 ).



CONTRATAÇÃO DIRETA – NOÇÕES GERAIS
Na primeira, em que a licitação é dispensada, a lei
relaciona casos de alienação de bens móveis e imóveis
pela Administração;
Na licitação dispensável, a lei enumera hipóteses em
que a licitação é possível, mas não obrigatória, em razão
de outros princípios e bens jurídicos que regem e
inspiram a atividade administrativa, notadamente o
princípio da eficiência;
Por fim, na hipótese de inexigibilidade de licitação, a lei
tratada das situações em que a competição entre os
licitantes não é viável, seja em razão de singularidade do
objeto contratado ou da existência de um único agente
apto a fornecê-lo.
CONTRATAÇÃO DIRETA – NOÇÕES GERAIS
O gestor público deve ser cauteloso ao decidir-se pela
contratação direta. A Lei nº 8.666/1993 considera ilícito
penal dispensar ou inexigir licitação fora das hipóteses
descritas em lei:
"Art. 89 Dispensar ou inexigir licitação fora das hipóteses
previstas em lei, ou deixar de observar as formalidades
pertinentes à dispensa ou à inexibilidade:
Pena – detenção, de 3 (três) a 5 (cinco) anos, e multa
Parágrafo único. Na mesma pena incorre aquele que, tendo
comprovadamente concorrido para a consumação da
ilegalidade, beneficiou-se da dispensa ou inexigibilidade
ilegal, para celebrar contrato com o Poder Público."
LICITAÇÃO DISPENSADA
Fundamenta-se no art. 17, I e II, da Lei n° 8.666/1993;
Relaciona-se com a alienação de bens imóveis (inciso I) e
móveis (inciso II) pela Administração Pública;
A alienação de bens está condicionada à existência de
interesse público e deverá ser precedida de prévia avaliação;
Quanto aos imóveis, a Lei requer, ainda, autorização
legislativa para órgãos da administração direta e entidades
autárquicas e fundacionais;
Ressalvados os casos expressamente previstos em Lei, a
alienação de bens pela Administração submete-se ao
principio da licitação.
LICITAÇÃO DISPENSÁVEL
O art. 24 da Lei de Licitações prevê as hipóteses em
que a licitação é dispensável.
A relação é exaustiva. Não é permitido ao
administrador criar hipóteses não autorizadas pelo
legislador.
Nos casos em que a licitação é dispensável, admite-
se que a Administração contrate diretamente sem
licitação, mesmo quando há possibilidade de
competição.
LICITAÇÃO DISPENSÁVEL EM RAZÃO DO VALOR
A Lei n° 8.666/1993, nos incisos l e ll do art. 24, dispensa a
licitação por considerar que o valor da contratação não justifica
os custos do certame.
Essa hipótese de dispensa não pode ultrapassar 10% do limite
previsto para a modalidade convite, nos casos de:
•obras e serviços de engenharia (até R$ 15.000,00);
•compras e outros serviços (até R$ 8.000,00).
A execução de obras ou prestação de serviços deve ser
programada na sua totalidade, com previsão de custos atual e
final e dos prazos de sua execução;
O valor relativo à estimativa da despesa deve corresponder ao
total da compra ou do serviço, a fim de que o objeto da licitação
não venha a ser fracionado para enquadrar-se na hipótese de
dispensa.
Contratação Emergencial

A lei dispensa a licitação quando a demora na


realização do procedimento licitatório for
incompatível com a urgência na execução do
contrato;
Verifica-se essa hipótese no inciso IV do art. 24 da
Lei n° 8.666/1993;
Requisitos da Contratação Emergencial
Por meio da Decisão n° 347/1994 – Plenário, o TCU firmou
entendimento no sentido de que as dispensas de licitação
por motivo de emergência ou calamidade pública deverão
observar, além das formalidades previstas no art. 26 da Lei
n° 8.666/1993, os seguintes preceitos:
•a situação adversa, dada como de emergência ou de
calamidade pública, não se tenha originado, total ou
parcialmente, da falta de planejamento, da desídia
administrativa ou da má gestão dos recursos disponíveis, ou
seja, que ela não possa, em alguma medida, ser atribuída à
culpa ou dolo do agente público que tinha o dever de agir
para prevenir a ocorrência de tal situação;
Requisitos da Contratação Emergencial

•Exista urgência concreta e efetiva do atendimento à


situação decorrente do estado emergencial ou calamitoso,
com vistas a afastar risco de danos a bens ou à saúde ou à
vida de pessoas;
•O risco, além de concreto e efetivamente provável, se
mostre iminente e especialmente gravoso;
•A imediata efetivação, por meio de contratação com
terceiro, de determinadas obras, serviços ou compras,
segundo as especificações e quantitativos tecnicamente
apurados, seja o meio adequado, efetivo e eficiente de
afastar o risco iminente detectado.
Requisitos da Contratação Emergencial
Posteriormente, por meio do Acórdão n° 46/2002 – Plenário,
o Tribunal relativizou o entendimento quanto à possibilidade
de contratação fundada nesse inciso nas hipóteses de desídia
do administrador.
Segundo o parecer do Ministério Público, acatado pelo
Colegiado, deve-se distinguir a situação de emergência
''real'', resultante do imprevisível, daquela decorrente da
incúria ou inércia administrativa. A ambas deve-se dar
idêntico tratamento, no que pertine à possibilidade de
contratação direta.
Contudo, na segunda hipótese, deve ser analisada a conduta
do agente público que não adotou tempestivamente as
providências, para fins de responsabilização.
CONTRATAÇÃO EMERGENCIAL
TÉRMINO DO EXERCÍCIO
De acordo com o entendimento proferido pelo TCU na
Decisão n° 524/1999 – Plenário, a descentralização de
recursos financeiros no final do exercício, sem possibilidade
de finalizar um procedimento licitatório, não autoriza a
contratação direta mediante dispensa de licitação com base
no art. 24, IV, da Lei n° 8.666/1993;
A Lei n° 8.666/1993 exige como condição para realizar o
procedimento licitatório apenas a indicação dos recursos
orçamentários (art. 7°, 2°, III);
Havendo dotação orçamentária, cabe ao administrador
promover gestões junto à setorial contábil com vistas a
garantir a exequibilidade do procedimento licitatório.
CONTRATAÇÃO EMERGENCIAL
EXTRAPOLAÇÃO DO PRAZO DE 180 DIAS
Possibilidade de extrapolação do prazo de 180 dias previsto
no art. 24, IV, da Lei 8.666/1993. O TCU assim se
pronunciou (Decisão n° 820/1996-Plenário):
''é possível (…) o retardamento do início e da devolução da
contagem do prazo de 180 dias, desde que as ações
tomadas pela Administração tenham sido prejudicadas pela
superveniência de fato excepcional ou imprevisível,
estranho à vontade das partes, que altere
fundamentalmente as condições de execução do contrato,
a teor do disposto no art. 57, § 1°, da mencionada Lei,
devendo ser adequadamente fundamentado, levando em
conta, inclusive, as determinações contidas na Decisão n°
347/94 – TCU - Plenário.
LICITAÇÃO DESERTA
Dispõe o art. 24, V, da Lei 8.666/93 que é dispensável a
licitação quando não acudirem interessados e esta,
justificadamente, não puder ser repetida sem prejuízo para a
Administração.
São requisitos legitimadores dessa hipótese de contratação:
a)licitação anteriormente realizada;
b)ausência de interessados;
c)inexistência de falhas no edital que poderiam causar a fuga
dos possíveis licitantes;
d)risco de prejuízo para a Administração, se o processo
licitatório vier a ser repetido;
e)manutenção das condições previstas no ato convocatório
anterior.
MANUTENÇÃO DAS CONDIÇÕES EXIGIDAS
NA LICITAÇÃO ANTERIOR

Segundo o TCU, para a validade da contratação


direta fundamentada no art. 24, V, da Lei 8.666/93,
devem ser observados todos os requisitos
constantes do edital da licitação deserta, não
apenas em relação às especificações do objeto
licitado, mas também em relação às exigências de
habilitação (Acórdão n° 56/2000 – 2° Câmara).
PROPOSTAS COM PREÇOS SUPERIORES
AOS PRATICADOS NO MERCADO
É possível a contratação direta quando os licitantes
apresentarem propostas com preços manifestamente superiores
aos praticados no mercado ou incompatíveis com os fixados
pelos órgãos oficiais competentes – licitação fracassada (art. 24,
inciso VII).
Referida contratação pressupõe a observância das seguintes
condições:
a) apresentação, no certame licitatório, de propostas com
preços inadmissíveis;
b) desclassificação de todas as propostas e adoção, sem sucesso,
da providência prevista no 3° do art. 48 da Lei de Licitações;
c) existência de particular interessado na contratação por preço
adequado.
MANUTENÇÃO DAS CONDIÇÕES DA
LICITAÇÃO E PREÇO DE MERCADO
Quanto à contratação direta fundamentada no inciso VII do
art. 24 da Lei de Licitações, deve-se atentar que:
•A Administração deve exigir da empresa contratada a
comprovação das condições de habilitação e proposta
estipuladas no edital da licitação precedente, a qual a
contratação direta se vincula, salvo motivo devidamente
comprovado (Acórdão n° 1.315/2004 – Plenário);
•A Lei n° 8.666/1993 não ordena a desclassificação de
propostas de preços desconformes com o orçamento, mas
sim de propostas de preço desconformes com o mercado
(Acórdão n° 267/2003 – Plenário).
CONTRATAÇÃO DE ENTE DA ADMINISTRAÇÃO
A Lei n° 8.666/1993 dispensa a licitação para contratação de
bens e serviços de órgão ou entidade que integre a
Administração Pública (art. 24, VIII);
Requisitos:
a) o contratante seja pessoa jurídica de direito público
interno;
b) o contratado seja órgão ou entidade que integre a
administração pública;
c) o contratado tenha sido criado para o fim específico do
objeto pretendido pela Administração contratante;
d) a criação do órgão ou entidade contratado tenha ocorrido
antes da vigência da Lei n° 8.666/1993;
e) o preço seja compatível com o praticado no mercado.
CONTRATADO DIRETA E SUBCONTRATAÇÃO

Segundo entendimento expresso no Acórdão n°


1.646/2003 – Plenário, a entidade contratada com
fundamento no inciso VIII do art. 24 da Lei de
Licitações deve desincumbir-se diretamente da
execução dos serviços.
A necessidade de subcontratação de terceiros
resulta na obrigação de realizar o procedimento
licitatório pertinente.
COMPRA OU LOCAÇÃO DE IMÓVEL
É dispensável a licitação, na forma do inciso X do art. 24 da
Lei n° 8.666/1993. Requisitos:
a) necessidade de imóvel para atendimento de finalidades
precípuas da administração;
b) adequação de um determinado imóvel para satisfação da
demanda estatal, em termos de instalação e localização;
c) compatibilidade do preço (ou aluguel) com os
parâmetros de mercado.
Trata-se, na realidade, de hipótese de inexigibilidade de
licitação, pois, existindo um único imóvel que satisfaça o
interesse da Administração, estará caracterizada a
inviabilidade de competição.
REMANESCENTE DE OBRA, SERVIÇO OU
FORNECIMENTO
A licitação pode ser dispensada nos casos em que há
rescisão contratual com remanescente de bens a serem
fornecidos ou obras e serviços a serem executados, na
forma do inciso XI do art. 24 da Lei de Licitações.
Nessas situações, a Administração pode convocar os
demais participantes da licitação, na ordem de
classificação, para verificar se têm interesse em
contratar o remanescente, nas mesmas condições
oferecidas pelo licitante vencedor, inclusive quanto ao
preço, devidamente corrigido.
REMANESCENTE DE CONTRATAÇÃO E
LICITANTE REMANESCENTE NO PREGÃO
A modalidade pregão tem regra própria e diversa da prevista
no art. 64, § 2°, da Lei n° 8.666/1993. Não há necessidade de
que a contratação do licitante remanescente se faça ao preço
e condições do primeiro colocado.
No entanto, essa diferença cessa se for firmado o contrato e
iniciada sua execução. Nesse caso, a contratação direta do
licitante remanescente apenas poderá ser feita ao preço e
condições do primeiro colocado, na forma do art. 24, XI, da Lei
de Licitações.
Presume-se que o início da execução do contrato implica a
exequibilidade dos preços. Daí a necessidade de se observar o
previsto na Lei de Licitações.
INSTITUIÇÃO DE PESQUISA, ENSINO OU
DESENVOLVIMENTO INSTITUCIONAL
É dispensável a licitação, na forma do inciso XIII do art. 24 da Lei n°
8.666/1993:
Referida contratação pressupõe a observância dos seguintes
requisitos:
a) nacionalidade da instituição – brasileira;
b) fim buscado pela entidade – pesquisa, ensino ou
desenvolvimento institucional, ou recuperação social do preso;
c) inquestionável capacitação da instituição para o desempenho da
atividade contratada – inquestionável reputação ético-profissional;
d) não ser a obtenção de lucro a disposição preponderante da
entidade – ausência de finalidade lucrativa;
INSTITUIÇÃO DE PESQUISA, ENSINO OU
DESENVOLVIMENTO INSTITUCIONAL
e) pertinência entre o objeto e o ramo de atividade da
entidade – o objeto do contrato deve estar diretamente
relacionado à pesquisa, ensino, extensão ou
desenvolvimento institucional (Decisões n° 657/1997,
830/1998 e 30/2000, todas do Plenário);
f) execução do objeto diretamente pelo contratado, sendo
vedada a subcontratação (Decisão n° 881/1997);
g) existência de vinculação direta do contrato a projeto a
ser cumprido em prazo determinado e que resulte
produto bem definido, não cabendo a contratação de
atividades continuadas, nem de objeto genérico,
desvinculado de projeto específico (Acórdão n° 714/2008
– Plenário);
INSTITUIÇÃO DE PESQUISA, ENSINO OU
DESENVOLVIMENTO INSTITUCIONAL
h) complexidade relativa do objeto. Os contratos para execução
de projeto de desenvolvimento institucional devem ter
produto que resulte em efetivo desenvolvimento
institucional, caracterizado pela melhoria mensurável da
eficácia e eficiência no desempenho da instituição beneficiada
(Acórdão n° 714/2008 - Plenário);
i) a manutenção e o desenvolvimento institucional não devem
ser confundidos e, nesse sentido, não cabe a contratação para
atividades de manutenção da instituição, a exemplo de
serviços de limpeza, vigilância e conservação predial
(Acórdãos n° 714/2008 – Plenário e 2.563/2006 – 2° Câmara).
CONTRATAÇÃO DE ENTIDADE PARA A
PROMOÇÃO DE CONCURSO PÚBLICO
Por meio do Acórdão n° 569/2005 – Plenário, o TCU
considerou possível a contratação, com fundamento no
inciso XIII do art. 24 da Lei de Licitações, de serviços
relativos à realização de concurso para provimento de
cargos na Administração Pública
Segundo defendeu o Revisor dos autos, com a anuência do
Relator, essa possibilidade estaria amparada na
necessidade de assegurar a moralidade, a segurança, o
sigilo e a credibilidade do concurso público, bem como a
isonomia no acesso aos cargos públicos, prestigiando a
excelência da qualidade do certame na seleção de recursos
humanos para a Administração.
CONTRATAÇÃO DE ENTIDADE PARA A
PROMOÇÃO DE CONCURSO PÚBLICO
Contudo, o Ministro destacou a necessidade de estarem presentes
todos os requisitos legitimadores da contratação fundamentada no
inciso, em especial, a correlação entre o objeto pretendido e o ramo
de atividades da entidade.
Sobre esse ponto, o Revisor esclareceu que as atividades relacionadas
à promoção de concurso público podem ter pertinência com o
desenvolvimento institucional da contratante, eis que a política de
recursos humanos da Administração inicia-se com a seleção, mediante
concurso público, de pessoal para provimento dos seus cargos vagos.
Assim, o desenvolvimento institucional da Administração dependeria,
dentre outros fatores, da qualificação do pessoal selecionado, que
deve atender, desde o princípio, às necessidades da Administração.
CONTRATAÇÃO DE ENTIDADE PARA A
PROMOÇÃO DE CONCURSO PÚBLICO
Sobre a existência de mais de uma entidade apta a
promover o concurso, o Ministro Revisor esclareceu
que os critérios que embasam as hipóteses de dispensa
de licitação não levam em conta a competitividade,
atributo pertinente à inexigibilidade de licitação.
Por fim, o Ministro salientou que a licitação continua
sendo a regra geral nesse caso e que a contratação
direta, como norma de exceção, deve ser empregada
somente quando houver o preenchimento dos
requisitos do inciso XIII do art.24 da Lei n° 8.666/1993.
ORGANIZAÇÕES SOCIAIS
É dispensável a licitação para celebração de contratos de
prestação de serviços com organizações sociais, assim
qualificadas no âmbito das respectivas esferas do governo
(inciso XXIV do art. 24 da Lei das Licitações).
Os serviços devem estar relacionados às atividades
contempladas no contrato de gestão celebrado pela
entidade.
Esse inciso teve sua constitucionalidade questionada por
meio da ADIN n° 1.923-6.
O STF, por maioria, negou pedido de medida cautelar para
suspender os efeitos do dispositivo. Ainda não havia
julgamento do mérito.
ORGANIZAÇÕES SOCIAIS
Acórdão TCU n° 421/2004 – Plenário
Requisitos:
a) a pessoa jurídica contratada deve ser qualificada como OS,
nos termos da Lei n° 9.637/1998, por ato formal da esfera de
governo a qual pertence o órgão ou entidade contratante;
b) o objeto da contratação deve ser necessariamente a
prestação de serviços, tomados na acepção do art. 6°, ll, da Lei
n° 8.666/1993, devendo tais serviços estarem inseridos no
âmbito das atividades fins, previstas no seu estatuto e
constantes do contrato de gestão firmado entre a Organização
Social e o Poder Público, na forma dos arts. 5° a 7° da Lei n°
9.637/1998;
INEXIGIBILIDADE DE LICITAÇÃO

A competição é um dos fundamentos básicos da


licitação, procedimento que tem por fim a seleção
da proposta mais vantajosa para a Administração.
Logo, quando não há competitividade em relação ao
objeto pretendido, impõe-se afastar a licitação.
A principal característica da inexigibilidade de
licitação é, portanto, a inviabilidade de competição,
conforme dispõe o art. 25 da Lei n° 8.666/1993.
INEXIGIBILIDADE DE LICITAÇÃO
Além da inviabilidade de competição referida no caput
do art. 25, a inexigibilidade pode ser utilizada na
contratação de:
a) fornecedor exclusivo;
b) serviços técnicos prestados por profissionais de
notória especialização;
c) profissional do setor artístico.
A licitação também pode ser considerada inexigível
nas hipóteses em que inexiste possibilidade de
seleção objetiva entre as diversas alternativas
exigentes. É o caso, por exemplo, do credenciamento
de médicos e hospitais.
CREDENCIAMENTO DE SERVIÇO MÉDICO
Por meio da Decisão n° 104/1995, o TCU considerou legítimo o
credenciamento de profissionais e empresas prestadoras de
serviço médico.
No credenciamento, a escolha do contrato é feita pelo próprio
servidor, entre os profissionais credenciados.
Por exemplo, a Administração tem interesse na contratação de
oftalmologista para prestar assistência aos servidores. Então,
lança edital, com regras uniformes, convocando os profissionais.
Os interessados, após demonstrarem o atendimento aos
requisitos exigidos no edital, inclusive no que se refere à definição
dos honorários médicos, são contratados por inexigibilidade de
licitação (art. 25, caput).
Se o servidor necessitar de atendimento, procura o profissional de
seu interesse entre os cadastrados.
FORNECEDOR EXCLUSIVO
A primeira hipótese prevista nos incisos do art. 25 da Lei n°
8.666/1993, diz respeito à existência de fornecedor
exclusivo. Sobre essa hipótese de inexigibilidade, cabem
as seguintes considerações:
a) o administrador deve justificar a necessidade de
contratar o objeto e demonstrar a exclusividade do
fornecedor;
b) a comprovação da exclusividade deve ser feita por meio
de atestado fornecido pelo órgão de registro do comércio
do local em que se realizaria a licitação ou a obra ou o
serviço, pelo sindicato, federação ou confederação
patronal, ou, ainda, pelas entidades equivalentes;
FORNECEDOR EXCLUSIVO

c) em que pese a lei referir-se apenas ao local onde


se realizaria a licitação, a obra ou o serviço, em
princípio, a exclusividade não pode ser aferida
apenas sob o ponto de vista local.
Deve-se verificar, à luz das características do caso
concreto, se a localização do fornecedor é relevante
para o atendimento do interesse público.
ATESTADO DE EXCLUSIVIDADE DIMENSÃO
TERRITORIAL (EXEMPLOS)
Suponha-se que a Administração esteja adquirindo
equipamentos e bens materiais cuja localização do
fornecedor não seja condicionante para a adequada
satisfação do interesse público. Nesse caso, a exclusividade
apenas pode ser atestada numa base territorial ampla e não
restrita.
Por exemplo, se o poder público está adquirindo material de
expediente ou um veículo, pouco importa que só exista um
fornecedor no município onde a sede da Administração está
localizada. É mister licitar e permitir que outros fornecedores
possam participar, nos moldes do que indica o art. 3°, § 1°, I,
da Lei n° 8.666/1993, de maneira a viabilizar a participação
do maior número de licitantes.
ATESTADO DE EXCLUSIVIDADE DIMENSÃO
TERRITORIAL (EXEMPLOS)
Por outro lado, caso a Administração esteja adquirindo
combustíveis para abastecer sua frota e, por não dispor de
tanques para armazená-los, deve abastecer seus veículos na
bomba do próprio fornecedor.
Suponha-se que exista apenas um fornecedor no município e os
demais estejam localizados a distâncias tais que inviabilizem o
fornecimento eficiente de combustíveis. O fornecedor localizado
no município de origem poderá ser considerado exclusivo para
fins de contratação.
Verifica-se, que, via de regra, a exclusividade do fornecedor deve
ser aferida na base territorial nacional. A exceção consiste na
adoção da base territorial local ou regional, e decorre das
especificidades de cada certame.
ATESTADO DE EXCLUSIVIDADE
O TCU, por meio da Decisão n° 578/2002 – Plenário, decidiu
que a Administração deve, em razão de cautela e em
homenagem aos princípios da igualdade e da proposta mais
vantajosa, ir além da exigência dos atestados de
exclusividade:
''quando do recebimento de atestados de exclusividade de
fornecimento de materiais, equipamentos ou gêneros
(art.25, inciso l, da Lei n° 8.666/1993), adote,com fulcro nos
princípios da igualdade e da proposta mais vantajosa,
medidas cautelares visando a assegurar a veracidade das
declarações prestadas pelos órgãos e entidades emitentes,
como, por exemplo, consulta ao fabricante;''
ATESTADO DE EXCLUSIVIDADE

O Relator dos autos destacou que a adoção de medidas


acautelatórias por parte da Administração, justifica-se pelo
fato de as entidades mencionadas no inciso l do art. 25 –
Sindicato, Federação, Confederação patronal, muitas vezes,
limitarem-se a reproduzir, nos atestados por elas emitidos,
as informações prestadas pelas empresas.
Existe sempre o risco de as informações prestadas estarem
desatualizadas. É de notar que o dinamismo das relações
empresariais faz com que a situação de ''exclusividade''
possa alterar-se em um curto espaço de tempo.
SERVIÇOS TÉCNICOS A SEREM PRESTADOS POR
PROFISSIONAIS DE NOTÓRIA ESPECIALIZAÇÃO
A segunda hipótese de inexigibilidade de licitação
relaciona-se à contratação de serviços técnico-
profissionais especializados prestados por profissionais ou
empresas de notória especialização (inciso ll do art. 25).
Essa hipótese de contratação direta depende
cumulativamente de três condições:
a) enumeração do serviço no art. 13 da Lei de Licitações;
b) natureza singular desse serviço. Não basta que o
serviço esteja enumerado no art. 13 da Lei, é necessário
que o objeto se destaque em face de sua complexidade e
relevância;
c) notória especialização do profissional, na forma do § 1°
do art. 25 da Lei.
SERVIÇOS TÉCNICOS A SEREM PRESTADOS POR
PROFISSIONAIS DE NOTÓRIA ESPECIALIZAÇÃO

Em procedimento de inexigibilidade de licitação que


vise contratar a prestação de serviços técnicos
especializados, o licitante que apresentar relação de
integrantes de seu corpo técnico como elemento de
justificativa da contratação ficará obrigado a
garantir que os técnicos indicados realizarão pessoal
e diretamente os serviços objeto do contrato.
CONTRATAÇÃO DE SERVIÇOS ADVOCATÍCIOS
De acordo com o inciso V do art. 13 da Lei n°
8.666/1993, o patrocínio ou defesa de causas judiciais
ou administrativas enquadra-se, para os fins da Lei,
como serviço técnico profissional especializado.
Nada obstante, há serviços advocatícios de natureza
corriqueira, que não demandam notório saber e são
amplamente encontrados no mercado.
Nesses termos, possível seria a contratação desses
serviços por meio das demais modalidades licitatórias
previstas na Lei n° 8.666/1993 e na Lei n° 10.520/2002.
CONTRATAÇÃO DE SERVIÇOS ADVOCATÍCIOS

Na realidade, a questão da contratação de serviços


advocatícios dependerá essencialmente, no caso
específico, do interesse da Administração, da
complexidade e/ou especificidade da causa e do
grau de terceirização que se pretende adotar.
INEXIGIBILIDADE DE LICITAÇÃO CONTRATAÇÃO DE
SERVIÇOS ADVOCATÍCIOS
Ao examinar denúncia noticiando a ocorrência de irregularidades
na contratação de serviços advocatícios, o TCU entendeu que o fato
de o serviço estar arrolado no art. 13 da Lei n° 8.666/1993 não é
causa suficiente para configurar hipótese de inexigibilidade de
licitação (Decisão n° 906/1997 – Plenário)
Segundo o parecer do Ministério Público, acatado pelo Colegiado,
para justificar a contratação direta dos serviços técnicos
enumerados no art. 13, é necessária a existência simultânea de dois
requisitos, a singularidade do serviço e a notória especialização da
empresa ou profissional escolhido.
Assim, a inexistência de um desses requisitos, inviabilizaria a
possibilidade de contração direta.
TREINAMENTO DE SERVIDORES
A respeito da contratação dos serviços de treinamento,
cabem as seguintes considerações:
•É inexigível a licitação, com amparo no art. 25, inciso ll,
da Lei de Licitações, para inscrição de servidor em curso
aberto de treinamento oferecido por instituição privada,
porque esses eventos são realizados em períodos
determinados, mostrando-se inviável a competição
(Acórdão n° 654/2004 2° Câmara);
•Em princípio, é cabível a licitação para a realização de
seminários fechados, promovidos por quaisquer
instituições, ou contratação de professores, porque, nesse
caso, o interesse e a conveniência do treinamento podem
ser determinados pela Administração.
TREINAMENTO DE SERVIDORES

•É possível a contratação de professores,


conferencistas ou instrutores, com fundamento no
inciso II do art. 25 da Lei n° 8.666/1993, para
ministrar cursos de treinamento ou
aperfeiçoamento de pessoal, desde que
preenchidos os requisitos estabelecidos no aludido
dispositivo (Decisões n° 535/1996 e 439/1998 –
Plenário, cujos excertos estão reproduzidos a
seguir).
DECISÃO TCU N°° 535/1996 – PLENÁRIO
Ao examinar representação formulada pelo Instituto
Serzedello Corrêa – ISC, acerca dos procedimentos
licitatórios a serem adotados na contratação de
professor, decidiu a Corte:
1- autorizar o Instituto Serzedello Corrêa a proceder ao
cadastramento de docentes para ministrarem
treinamento/aperfeiçoamento na área fim do Tribunal;
2- autoriza o ISC a proceder, sempre que necessário, a
contratação direta, por prazo determinado, dos docentes
previamente cadastrados e selecionados de acordo com o
currículo, dando-se preferência aos professores do local
onde será realizado o treinamento/aperfeiçoamento;
DECISÃO TCU N°° 535/1996 – PLENÁRIO

3- autorizar o Instituto a proceder, nos


demais casos, as licitações para a
contratação de instrutores, realizando, dado
o conteúdo didático de cada disciplina, um
certame licitatório para cada conjunto de
cursos de uma mesma disciplina.
CONTRATAÇÃO DE SERVIÇOS ARTÍSTICOS
A última hipótese, expressamente indicada em lei, que
justifica a contratação direta por inexigibilidade de licitação,
é a de profissional de qualquer setor artístico.
Sobre essa hipótese, cabe considerar que:
a) a contratação pode ser feita diretamente com o
profissional ou por meio de empresário exclusivo;
b) é necessário que o profissional seja consagrado pela
crítica especializada ou pela opinião pública;
c) a contratação deve pautar-se pelos princípios da
impessoalidade e da moralidade;
d) a remuneração do profissional deve seguir os parâmetros
de mercado.
CONTRATAÇÃO DE SERVIÇOS ARTÍSTICOS

Por meio da Decisão n° 419/1996 – Plenário, o TCU


entendeu irregular a contratação, por
inexigibilidade de licitação, dos serviços de pintura a
óleo de retratos de ex-Presidentes do TRE/SP.
Segundo o Tribunal existiam no estado diversos
pintores capacitados para efetuar o trabalho, o que
possibilitava a realização do certame licitatório
pertinente.
INSTRUÇÃO DO PROCESSO
O processo administrativo de contratação direta deve
observar as regras previstas no art. 26 da Lei n°
8.666/1993.
O processo administrativo de contratação direta por
dispensa de licitação, com base nos inciso III e
seguintes do art. 24 da Lei n° 8.666/1993, e por
inexigibilidade de licitação, ao amparo do art. 25 da
mesma lei, deve ser instruído com as seguintes
informações:
●justificativa da situação que ensejou a dispensa ou a
inexigibilidade de licitação;
●razões de escolha do fornecedor;
●justificativa do preço contratado.
INSTRUÇÃO DO PROCESSO
As justificativas exigidas pela Lei variam conforme o caso
em que se fundamentam a contratação. De qualquer forma,
deve sempre ficar demostrado o preenchimento de todos
os requisitos legais.
Por exemplo, na hipótese de contratação direta amparada
no inciso IV do art. 24 da Lei de Licitações, não basta que o
gestor declare existir uma emergência ou calamidade, deve
caracterizá-la, de forma a evidenciar os motivos do seu
convencimento pela necessidade da contratação.
Além da motivação dos autos, devem integrar o processo os
documentos em que o administrador se baseou para firmar
sua convicção.
INSTRUÇÃO DO PROCESSO
EXPEDIENTES ESPECÍFICOS E DESTACADOS
Por meio do Acórdão n° 1.656/2003, o Plenário do TCU
determinou a unidade jurisdicionada que instrua os processos de
contratação direta de acordo com o procedimento estabelecido
pelo art. 26, parágrafo único, da Lei n° 8.666/1993, de modo a
formalizar os elementos requeridos pelos incisos I a IV desse
dispositivo por meio de expedientes específicos e devidamente
destacados no processo, caracterizando a motivação do
administrador para a prática dos autos.
Segundo o Relator dos autos, a exemplo do que ocorre na
licitação, na contratação direta o gestor tem o dever de escolher a
proposta mais vantajosa para a administração e de justificar
devidamente os preços contratados, como obriga o parágrafo
único do art. 26 da Lei de Licitações.
JUSTIFICATIVA DO PREÇO
Por força do § 9° do art. 7° da Lei n° 8.666/1993, a verificação
do valor estimado da contratação aplica-se também aos casos
de dispensa e inexigibilidade de licitação.
Por meio do Acórdão n° 1.945/2006 – Plenário, o TCU
determinou a ente jurisdicionado que ''proceda, quando da
realização de licitação, dispensa ou inexigibilidade, à consulta
de preços correntes no mercado, ou fixados por órgão oficial
competente ou, ainda, constantes do sistema de registro de
preços, em cumprimento ao disposto nos arts. 26, parágrafo
único, inciso III, e 43, inciso IV, da Lei n° 8.666/1993,
consubstanciando a pesquisa no mercado em, pelo menos, três
orçamentos de fornecedores distintos, os quais devem ser
anexados ao procedimento licitatório''.
ROTEIRO PRÁTICO PARA CONTRATAÇÃO DIRETA
1. solicitação do material ou serviço, com descrição
clara do objeto;
2. justificativa da necessidade do objeto;
3. caracterização da situação emergencial ou
calamitosa que justifique a dispensa, se for o caso;
4. elaboração de projetos básico e executivo para
obras e serviços, no que couber (art. 7°, § 2°, da Lei
de Licitações);
5. indicação dos recursos para a cobertura da
despesa;
ROTEIRO PRÁTICO PARA CONTRATAÇÃO DIRETA
6. razões da escolha do fornecedor do bem, executor da obra ou
prestador do serviço;
7. juntada aos autos do original da(s) proposta(s) e dos
documentos de habilitação exigidos;
8. declaração de exclusividade expedida pelo órgão competente,
no caso de inexigibilidade.
9. justificativa das situações de dispensa ou de inexigibilidade de
licitação, com os elementos necessários à sua caracterização,
conforme o caso;
10. justificativa do preço.
11. pareceres técnicos e/ou jurídicos;
ROTEIRO PRÁTICO PARA CONTRATAÇÃO DIRETA
12. inclusão de quaisquer outros documentos necessários à
caracterização da contratação direta;
13. comunicação à autoridade superior, no prazo de três
dias, da dispensa ou da situação de inexigibilidade de
licitação;
14. ratificação e publicação da dispensa ou da inexigibilidade
de licitação na impressa oficial, no prazo de cinco dias, a
contar do recebimento do processo pela autoridade
superior;
15. emissão da nota de empenho respectiva;
16. assinatura do contrato ou retirada da carta-contrato,
nota de empenho, autorização de compra ou ordem de
execução do serviço, quando for o caso.
DOCUMENTOS DE HABILITAÇÃO
Nas contratações efetuadas pela Administração Pública,
em qualquer modalidade, inclusive por dispensa e
inexigibilidade de licitação, é obrigatória a verificação
da regularidade do fornecedor junto à Seguridade
Social e ao FGTS, devidamente documentada nos autos.
Nesse sentido, Decisão n° 705/1994 – Plenário e
Acórdãos n° 260/2002 – Plenário, 1467/2003 – Plenário
e 2465/2003 Primeira Câmera.
A regularidade do fornecedor poderá ser verificada por
consulta ao Sistema de Cadastramento Unificado de
Fornecedores - SICAF.
RETIFICAÇÃO E PUBLICAÇÃO NA IMPRENSA OFICIAL

As dispensas, exceto por valor, e as situações


de inexigibilidade previstas na Lei de
Licitações deverão ser comunicadas dentro
de três dias à autoridade superior para
ratificação e publicação na imprensa oficial,
no prazo de cinco dias, como condição para
eficácia dos autos (art. 26 da Lei n°
8.666/1993).
PUBLICAÇÃO E PRINCÍPIO DA ECONOMICIDADE

Por meio do Acórdão n° 1.336/2006 – Plenário, o TCU


entendeu que a obrigatoriedade de publicar os autos de
dispensa e de inexigibilidade relativos aos casos previstos
nos arts. 24, incisos III a XXIV, e 25 da Lei n° 8.666/1993
somente se impõe quando os valores contratados forem
superiores aos limites fixados nos incisos I e II do art. 24 da
aludida lei.
Segundo o Relator da matéria, havendo possibilidade de
duplo enquadramento, o administrador está autorizado a
adotar o fundamento legal que aplique menor custo para a
Administração, em observância ao princípio da
economicidade.
CONTRATOS ADMINISTRATIVOS
Conceito

Segundo Bandeira de Mello, o contrato


administrativo é ''um tipo de avença travada entre a
Administração e terceiro na qual, por força da lei, de
cláusulas pactuadas ou do tipo de objeto, a
permanência do vínculo e as condições
preestabelecidas sujeitam-se a cambiáveis
imposições de interesse público, ressalvados os
interesses patrimoniais do contratante privado.''
PRERROGATIVAS DA ADMINISTRAÇÃO

Em função da prevalência do interesse público, o


ordenamento jurídico conferiu à Administração
certas prerrogativas na celebração de contratos
administrativos, que a colocam num patamar
diferenciado em face do particular que com ela
contrata.
PRERROGATIVAS DA ADMINISTRAÇÃO

Art. 58. O regime jurídico dos contratos


administrativos instituídos por esta Lei confere à
Administração, em relação a eles, a prerrogativa de:
l – modificá-los, unilateralmente, para melhor
adequação ás finalidades de interesse público,
respeitando os direitos do contratado;
ll – rescindi-los, unilateralmente, nos casos
especificados no inciso l do art. 79 desta Lei;
lll – fiscalizar-lhes a execução;
lV – aplicar sanções motivadas pela inexecução total
ou parcial do ajuste;
PRERROGATIVAS DA ADMINISTRAÇÃO
Art. 58 (…)
V – nos casos de serviços essenciais, ocupar provisoriamente
bens móveis, pessoal e serviços vinculados ao objeto do
contrato, na hipótese da necessidade de acautelar apuração
administrativa de faltas contratuais pelo contratado, bem
como na hipótese de rescisão do contrato administrativo.
1° as cláusulas econômico-financeiras e monetárias dos
contratos administrativos não poderão ser alteradas sem
prévia concordância do contratado.
2° na hipótese do inciso l deste artigo, as cláusulas
econômico-financeiras do contrato deverão ser revistas para
que se mantenha o equilíbrio contratual.
PRERROGATIVAS DA ADMINISTRAÇÃO

• Não aplicação da regra da ''exceção do contrato


não cumprido'' contra a Administração, por prazo
inferior a 90 dias no caso de atraso no pagamento
e 120 dias na hipótese de suspensão da execução
do contrato (art. 78, XlV e XV, da Lei n°
8.666/1993);
• Declarar a nulidade contratual (art. 59 da Lei n°
8.666/1993);
PRERROGATIVAS DA ADMINISTRAÇÃO

• No caso de rescisão unilateral do contrato:


- reter créditos decorrentes do contrato até o
montante dos prejuízos causados à
Administração (art. 80, lV, da Lei n°
8.666/1993);
- assumir o objeto contratado (art. 80, l, da Lei
n° 8.666/1993).
NOÇÕES GERAIS

Via de regra, o contrato administrativo deve


ser formalizado por escrito, nos termos do
parágrafo único do art. 60 da Lei de Licitações
e Contratos.
O objetivo é permitir o controle da avença,
tanto por parte da Administração como dos
órgãos de controle.
NOÇÕES GERAIS
Os contratos devem ser numerados e
arquivados em ordem cronológica, respeitada a
sequência das datas de suas assinaturas, com
registro sistemático de seus extratos.
Os contratos cujo objeto for direitos reais sobre
imóveis (compra e venda ou doação) devem ser
formalizados por meio de instrumento lavrado
em cartório de notas.
Cópias dos contratos devem ser juntadas ao
processo administrativo que deu origem à
contratação.
INSTRUMENTO DE CONTRATAÇÃO
A contratação deve ser formalizada por meio de
termo de contrato nas seguintes hipóteses (art.
62 da Lei n° 8.666/1993):
Tomada de preços e concorrência;
Dispensa e inexigibilidade de licitação cujo valor

esteja compreendido nos limites de tomada de


preços e concorrência;
Contratações de qualquer valor das quais
resultem obrigações futuras (por exemplo,
entrega futura e parcelada do objeto e
assistência técnica).
INSTRUMENTO DE CONTRATAÇÃO
Nos demais casos, o termo de contrato é facultativo,
podendo ser substituído pelos instrumentos hábeis a
seguir: carta-contrato, nota de empenho de
despesa, autorização de compra ou ordem de
execução de serviço.
A Administração também pode dispensar o termo de
contrato nas compras com entrega imediata e
integral dos bens adquiridos, das quais não resultem
obrigações futuras, inclusive assistência técnica,
independentemente do valor da contratação e da
modalidade utilizada.
CLÁUSULAS ESSENCIAIS
O art. 55 da Lei N° 8.666/1993 enumera as cláusulas
necessárias ou essenciais, dentre as quais se destacam:
•Objeto e seus elementos característicos;
•Preço e as condições de pagamento;
•Critérios, data-base e periodicidade de reajuste de
preços;
•Prazos das etapas de execução, conclusão, entrega,
observação e recebimento definitivo, conforme o caso;
•Direitos e responsabilidades das partes;
•Hipóteses de rescisão;
•Penalidades cabíveis e valores das multas.
CLÁUSULAS ESSENCIAIS
Todo contrato administrativo deve conter, além das
cláusulas essenciais, as seguintes informações (art. 61):
Nome do órgão ou entidade da Administração e de seu

representante;
Nome do particular que executará o objeto do contrato e

de seu representante;
Finalidade ou objetivo do contrato;

Ato que autorizou a lavratura do contrato;

Número do processo da licitação, dispensa ou


inexigibilidade;
Sujeição dos contratantes às normas da Lei n° 8.666/1993;

Submissão dos contratantes às cláusulas contratuais.


PUBLICIDADE
É indispensável para eficácia legal do contrato a
publicação resumida de seu termo e de seus
aditamentos na imprensa oficial (art. 61, parágrafo
único).
A publicação do extrato deve sempre ocorrer, ainda
que se trate de contrato sem ônus (exemplo:
contrato de permissão de uso).
O extrato deve conter, de forma clara e sucinta, os
dados mais importantes referentes ao contrato
assinado.
ATRASO NA PUBLICAÇÃO DO EXTRATO
Ao examinar denúncia formulada acerca de pagamento
efetuado sem amparo em instrumento contratual, o
TCU decidiu que a ausência de publicação do extrato do
contrato, a despeito de violar exigência expressa da Lei
de Licitações, não tem o condão de afetar ou
comprometer a execução e a validade do ajuste
(Decisão n° 443/2000 – Plenário).
A Administração deve promover a publicação do
extrato do contrato no prazo legal. No entanto, o
descumprimento desse prazo não vicia a contratação
nem desfaz o vínculo jurídico formado.
PRAZO DE DURAÇÃO
Prazo de duração é o período em que o contrato produz
direitos e obrigações para as partes contratantes.
A Lei de Licitações e Contratos veda a assinatura de
contrato com prazo de vigência indeterminado.
Regra geral, a duração dos contratos regidos pela Lei n°
8.666/1993 fica adstrita à vigência dos respectivos créditos
orçamentários (princípio da anualidade do orçamento).
A celebração de contrato com prazo superior a um ano
somente será nas hipóteses indicadas nos incisos do art. 57
da Lei n° 8.666/1993.
POSSIBILIDADES DE PRORROGAÇÃO
São as seguintes as exceções previstas no art. 57 da Lei n°
8.666/1993:
1. projetos cujos produtos estejam contemplados nas
metas estabelecidas no PPA. Podem ser renovados se
houver interesse da Administração e previsão no ato
convocatório;
2. serviços a serem executados de forma contínua. Sua
duração pode ser renovada por até 60 meses, admitindo-
se, excepcionalmente, prorrogação por mais 12 meses;
3. aluguel de equipamentos e utilização de programas de
informática, que podem estender-se por até 48 meses.
SERVIÇOS CONTÍNUOS

Os serviços de natureza contínua, nos termos da


IN SLTI/MPOG n° 2/2008, são aqueles cuja
interrupção possa comprometer a continuidade
das atividades da Administração e cuja
necessidade de contratação deva estender-se
por mais de um exercício financeiro e
continuamente.
Os serviços contínuos caracterizam-se como tal
quando correspondem a necessidade
permanente da Administração.
SERVIÇOS CONTÍNUOS

Na medida em que a necessidade a ser atendida é


constante, torna-se muito problemático
interromper a prestação desses serviços e promover
nova licitação a cada exercício orçamentário.
Note-se que a caracterização dos serviços como
contínuos deve ser feita caso a caso, uma vez que
eles podem ter esse caráter para determinado
órgão e não ter para outro. Sobre o assunto, ver a
Decisão n° 1.136/2002 - Plenário.
ALTERAÇÕES CONTRATUAIS

O contrato administrativo pode ser alterado nos casos


previstos no art. 65 da Lei n° 8.666/1993, desde que
haja interesse da Administração.
Para que as modificações contratuais sejam válidas,
elas devem ser justificadas por escrito e previamente
autorizadas pela autoridade competente.
De acordo com o art. 65 da Lei de Licitações, as
alterações contratuais podem ser unilaterais, quando
procedidas pela Administração, ou por acordo entre
as partes (Administração e contratado).
ALTERAÇÃO UNILATERAL
A alteração unilateral pode ocorrer nas seguintes situações:
Alteração quantitativa: modificação do valor do contrato
em razão de acréscimo ou diminuição nos quantitativos do
seu objeto;
Alteração qualitativa: modificação do projeto ou das
especificações para melhor adequação técnica aos seus
objetivos.
As alterações qualitativas somente são admitidas quando
não importem modificação das características básicas do
objeto ou redução de seus atributos, estando limitadas a
acrescer ou detalhar as especificações originais.
ALTERAÇÃO POR ACORDO ENTRE AS PARTES
A alteração por acordo entre as partes pode ocorrer nas
seguintes situações:
Quando for conveniente substituir a garantia para a
execução do contrato;
Quando for necessário modificar:


- o regime de execução, pela constatação técnica de


que os termos originais do contrato não se aplicam mais;
- a forma de pagamento, por imposição de
circunstâncias que surgirem após a assinatura do
contrato, devendo ser mantido seu valor inicial
atualizado;
ALTERAÇÃO POR ACORDO ENTRE AS PARTES

 Para restabelecer a relação inicialmente


pactuada, visando manter o equilíbrio
econômico-financeiro inicial do contrato;
 Alteração quantitativa: quando for
necessária a supressão do valor contratual
além do percentual de 25% permitido para
alteração unilateral.
PARÂMETROS PARA ALTERAÇÕES DO OBJETO
As alterações quantitativas e qualitativas do
objeto do contrato estão limitadas de forma a
que a repercussão financeira não exceda a 25%
do valor inicial atualizado do contrato.
Para o caso particular de reforma de edifício ou
equipamentos, esse acréscimo pode chegar a
50% do valor contratual.
Nenhum acréscimo ou supressão poderá exceder
esses limites, ressalvadas as supressões
decorrentes de acordo celebrado entre as partes.
ROMPIMENTO DOS LIMITES LEGAIS
Por meio da Decisão n° 215/1999 – Plenário, o TCU entendeu ser
possível, em casos excepcionais, extrapolar os limites traçados
pelos §§ 1° e 2° do art. 65 da Lei de Licitações, por meio de
alterações qualitativas do objeto.
Para tanto, devem ser cumpridos os seguintes requisitos:
Não acarretar para a Administração encargos contratuais
superiores aos oriundos de uma eventual rescisão contratual
por razões de interesse público acrescidos aos custos da
elaboração de um novo procedimento licitatório;
Não possibilitar a inexecução contratual, à vista do nível de
capacidade técnica e econômico-financeira do contratado;
ROMPIMENTO DOS LIMITES LEGAIS
Decorrer de fatos supervenientes que impliquem em
dificuldades não previstas ou imprevisíveis por ocasião da
contratação inicial;
Não ocasionar a transfiguração do objeto originalmente
contratado em outro de natureza e propósito diversos;
Ser necessária à completa execução do objeto original do
contrato, à otimização do cronograma de execução e à
antecipação dos benefícios sociais e econômicos decorrentes;
Demonstrar-se que as consequências da rescisão contratual,
seguida de novas licitação e contratação importam sacrifício
insuportável ao interesse coletivo a ser atendido pela obra ou
serviço.
ROMPIMENTO DOS LIMITES LEGAIS
Desde que satisfeitos cumulativamente esses vários
pressupostos, o gestor pode ultrapassar os limites
traçados pelos §§ 1° e 2° do art. 65 da Lei n° 8.666/1993,
por meio de alterações qualitativas do objeto.
Afinal, há situações em que a observância estrita da lei
colide com outros bens jurídicos, como os tutelados, por
exemplo, pelo princípio da eficiência. Em determinadas
situações, sempre excepcionais, pode o princípio da
legalidade curvar-se (sempre parcialmente) a outros
princípios como os da finalidade e razoabilidade.
FORMALIZAÇÃO DAS ALTERAÇÕES CONTRATUAIS
As alterações contratuais devem ser formalizadas por
meios dos seguintes instrumentos jurídicos:
 Termo de aditamento
 Apostila contratual
O termo de aditamento deve ser utilizado nas hipóteses
em que o ajuste tenha sido formalizado por meio de
termo de contrato e a alteração não possa ser realizada
por apostilamento (art. 65, § 8°).
As alterações formalizadas por meio de termo de
aditamento exigem prévio exame do órgão jurídico da
Administração contratante.
FORMALIZAÇÃO DAS ALTERAÇÕES CONTRATUAIS

Nos casos de prorrogação do prazo de vigência


contratual, os termos de aditamento devem ser
celebrados previamente à expiração do prazo previsto
na avença, de modo a evitar a execução de serviços
sem cobertura contratual (Acórdão n°° 740/2004 –
Plenário).
Já o aumento de quantitativos e serviços ou a inclusão
de serviços inicialmente não previstos somente poderá
ocorrer após a formalização do correspondente termo
de aditamento, tendo em vista o disposto no art. 60,
parágrafo único, da Lei n° 8.666/1993 (Acórdão n°°
1489/2004 - Plenário).
EXECUÇÃO DOS CONTRATOS

Tanto a Administração quanto o contratado


devem cumprir fielmente as regras
contratuais e as normas legais.
O não cumprimento dessas disposições, total
ou parcial, pode levar à rescisão do contrato,
respondendo o culpado pelas consequências.
(Ver art. 66 da Lei 8.666/93)
ACOMPANHAMENTO E FISCALIZAÇÃO

São de responsabilidade do contratado os danos


causados diretamente à Administração ou a
terceiros, decorrentes de sua culpa ou dolo na
execução do contrato (art.70).
O acompanhamento e fiscalização do contrato
pela Administração não excluem ou não reduzem
esta responsabilidade (art.70).
O contratado deve facilitar a fiscalização,
permitir amplo acesso ao objeto em execução e
atender prontamente às solicitações da
Administração.
RESPONSABILIDADES DA ADMINISTRAÇÃO

A administração pode ser responsabilizada por


danos causados ao contratado ou a terceiros, nas
seguintes hipóteses previstas na Lei n° 8.666/1993:
•Art.59, parágrafo único – declaração de nulidade
do contrato. Refere-se ao dever de indenizar, não
ao dever de remunerar. Assim sendo, o contratado
responsável pela nulidade contratual terá direito ao
pagamento da importância correspondente apenas
ao custo do que executou, excluída a parcela
remuneratória.
RESPONSABILIDADES DA ADMINISTRAÇÃO

Se ficar demonstrada a culpa da Administração, o


contratado fará jus ao pagamento do preço integral
(custo mais remuneração) do que houver sido
executado;
Art. 70 - em princípio, o Estado não será responsável
pelos danos provocados por atos do contratado. Mas a
existência de defeitos na fiscalização pode tornar o
Poder Público solidariamente responsável perante
terceiros ou mesmo escusar o contratado da
responsabilidade. Nessa hipótese, haverá necessidade
de ser demonstrada se a culpa é da Administração.
RESPONSABILIDADES DA ADMINISTRAÇÃO

Ex: firma contratada para construir um prédio constata


a existência de falhas no projeto fornecido pelo Poder
Público e alerta a fiscalização, que não leva em conta o
aviso e determina o prosseguimento das obras;
art.79, § 2º – se o contrato for rescindido e a rescisão
não se fundamentar no inadimplemento do particular, o
contratado deverá ser amplamente indenizado;
Art.71, § 2º – a Administração responde, de forma
solidária, pelos encargos previdenciários resultantes da
execução do contrato, nos termos do art. 31 da Lei nº
8.212/1991.
RESPONSABILIDADES DA ADMINISTRAÇÃO
Caso esteja configurada a culpa in vigilando, o TST
(Súmula 331) tem imputado responsabilidade
subsidiária ao Poder Público pelo pagamento de
encargos trabalhistas inadimplidos pelo contratado.
"O inadimplemento das obrigações trabalhistas, por
parte do empregador, implica na responsabilidade
subsidiária do tomador dos serviços, quanto àquelas
obrigações, inclusive quanto aos órgãos da
administração direta, das autarquias, das fundações
públicas, das empresas púbicas, e das sociedades de
economia mista, desde que hajam participado da
relação processual e constem também do título
executivo judicial."
MANUTENÇÃO DO EQUILÍBRIO
ECONÔMICO-FINANCEIRO
A Lei n° 8.666/1993 prevê que o valor pactuado
inicialmente entre as partes pode sofrer três
espécies de alterações:
-atualização financeira em decorrência de atraso
no pagamento, em consonância com o disposto
no art. 40, XIV, ''c'';
-reajuste, que está previsto nos arts. 40, XI, e 55,
III;
-reequilíbrio econômico-financeiro, consoante
dispõe o art. 65, II, ''d''.
REAJUSTE DE PREÇOS

A Lei n° 10.192, de 14/2/2001, admite, para


reajustar os contratos, a utilização de índices de
preços gerais, setoriais ou que reflitam a variação
dos custos de produção ou dos insumos
utilizados.
Para sua aplicação, exige-se o interregno mínimo
de um ano, a contar da data de apresentação da
proposta ou do orçamento a que se referir a
proposta ou da data do último reajustamento.
REEQUILÍBRIO ECONÔMICO-FINANCEIRO
O reequilíbrio econômico-financeiro do contrato tem por
fundamento a Teoria da Imprevisão.
Deve ser aplicado:
a) quando ocorrerem fatos imprevisíveis ou previsíveis de
consequências incalculáveis, que retardem ou impeçam a
execução do ajuste;
b) em caso de força maior, caso fortuito ou fato do
príncipe;
c) quando esses fatos provocarem impactos significativos
na equação econômico-financeira do contrato:
EQUAÇÃO= ENCARGOS / PAGAMENTOS
RESCISÃO CONTRATUAL

O art. 78 da Lei n° 8.666/1993 relaciona as causas


autorizadoras da rescisão contratual, as quais
independem de previsão editalícia ou contratual,
pois resultam de expressa disposição legal.
A ocorrência dos motivos previstos no citado art.
78 não deve levar, necessariamente, a
Administração Pública a extinguir o contrato,
pois a adoção dessa medida extrema pode
contrariar o interesse público.
RESCISÃO CONTRATUAL

Rescindir o contrato implica paralisar o


atendimento à necessidade pública e realizar
novo procedimento de contratação, com os
custos que daí podem advir.
Devem ser sopesadas as consequências dessa
decisão frente à possibilidade de se adotar
outras medidas, tais como o recrudescimento do
processo de fiscalização e a aplicação de sanções
ao contratado (art. 87 da Lei n° 8.666/1993).
RESCISÃO CONTRATUAL

As situações descritas no art. 78 podem ser


agrupadas em três blocos, a saber:
Inadimplemento atribuído ao contratado –
incisos l a XI e XVIII;
Condutas imputáveis à Administração –
incisos XIII a XVI;
Motivos de interesse público ou de força
maior – incisos XII e XVII.
PROCEDIMENTO DE RESCISÃO
CONTRATUAL
Necessidade de formalizar o procedimento
administrativo;
Estrita observância do princípio do
contraditório e da ampla defesa;
Autorização escrita e fundamentada da
autoridade competente.
DISTINÇÃO ENTRE RESCISÃO E
ANULAÇÃO DOS CONTRATOS
A rescisão não se confunde com a anulação dos
contratos.
Na primeira hipótese, o contrato é lícito, mas se
verifica vícios em sua execução, ou o
adimplemento do objeto deixa de ser
conveniente para a Administração.
Já a anulação tem por base vícios ocorridos antes
ou durante a fase de celebração do contrato.
PENALIDADES

O regime jurídico dos contratos administrativos


confere à Administração a prerrogativa de aplicar
sanções ao particular contratado pela inexecução
total ou parcial do ajuste (art. 58, inciso IV).
A Lei reprime não apenas as condutas dos
particulares, mas também dos agentes da
Administração Pública.
Assim, o agente administrativo que violar seus
deveres legais ou propiciar, por ação ou omissão, a
frustração dos objetivos da licitação sujeita-se à
responsabilização civil, penal e administrativa que seu
ato ensejar (arts. 82, 89 a 92,96 99).
SANÇÕES ADMINISTRATIVAS
IMPUTÁVEIS AO CONTRATADO
As sanções de ordem administrativa estão
previstas nos arts. 86 a 88 da Lei de Licitações.
O elenco de punições é reduzido e exaustivo, a
saber: advertência, multa, suspensão temporária
do direito de participar de licitações e de
contratar com a Administração e declaração de
inidoneidade.
Não pode o contrato ampliar ou diversificar esse
rol.
SANÇÕES ADMINISTRATIVAS
IMPUTÁVEIS AO CONTRATADO
O TCU determinou a unidade jurisdicionada
que não incluísse, nos atos convocatórios
dos certames realizados, cláusula prevendo a
sustação do pagamento de faturar como
punição, tendo em vista que a Lei n°
8.666/1993 não previu tal pena. (Decisão n°
621/2001 – Plenário)
Advertência

É a reprimenda escrita aplicada ao


contratado pelo cometimento de pequenas
faltas ou faltas levíssimas, assim entendidas
aquelas que não acarretam prejuízo de
monta à completa execução do contrato.
Objetiva induzir o particular a cumprir
regularmente o que foi pactuado.
MULTA
É a pena pecuniária ao infrator que deixou de cumprir
com suas obrigações contratuais.
A Lei de Licitações trata da possibilidade de aplicação da
multa em duas oportunidades distintas:
Art. 86 – multa moratória, aplicável por atraso
injustificado na execução do contrato decorrente de
ação ou omissão culposa do contratado;
Art. 87, II – vincula-se à inexecução do contrato, ao
inadimplemento do objeto avençado, que poderá ser
total ou parcialmente não executado.
MULTA
Para que a aplicação da multa prevista no art. 86 seja
válida, é indispensável que o termo de contrato ou
instrumento equivalente especifique claramente as
condições e os valores das multas, os percentuais e a
base de cálculo correspondente, bem como o prazo
máximo para recolhimento, contado a partir da ciência
do contratado.
A multa pode ser cumulada com as demais sanções
administrativas: advertência, suspensão temporária ou
declaração de inidoneidade, o que deverá ser avaliado
diante do caso concreto.
MULTA
A imposição de multa ao contratado não impede a
rescisão da avença por ato unilateral da
Administração (art. 78, incs. II a IV).
Possibilidade de execução administrativa do valor
da multa – a Administração pode, por ato próprio,
executar a multa aplicada ao contratado.
A Lei determina que primeiramente a multa seja
descontada do valor da garantia. Caso esse valor
seja insuficiente, a Administração poderá
compensar a diferença com os créditos do
contratado ou recorrer à cobrança judicial.
SUSPENSÃO TEMPORÁRIA

É a penalidade imposta ao particular com o


objetivo de impedi-lo de licitar ou contratar,
durante certo tempo, com a Administração
contratante, em razão de infração grave, como a
falta de entrega do objeto contratado.
A aplicação dessa penalidade, no mais das vezes,
inviabiliza a execução da avença e obriga a
Administração a rescindir o contrato em
andamento.
DECLARAÇÃO DE INIDONEIDADE
É a pena imposta ao inadimplente ou infrator com o objetivo
de impedir que continue a contratar com a Administração
Pública.
Deve ser aplicada aos casos de falta gravíssima, a exemplo da
apresentação de documentação falsa ou prática de fraude à
licitação.
Diferenças em relação à suspensão temporária:
 amplitude do prazo de aplicação - pode perdurar por prazo
indeterminado, até que tenham cessados os prazos de
punição ou até que seja promovida a reabilitação do
particular punido;
alcance da penalidade – produz efeitos em todos os órgãos
e entidade da Administração Pública.
DECLARAÇÃO DE INIDONEIDADE
DECISÃO TCU Nº352/1998
As sanções elencadas no art. 87 da Lei nº
8.666/1993 encontram-se em escala gradativa de
gravidade. Logo, a intenção do legislador foi
distinguir as duas ultimas figuras, de forma a
permitir ao administrador penalizar uma falta
muito grave com a suspensão do direito de licitar e
contratar com a Administração e declarar o
licitante que incorreu numa falta gravíssima
inidôneo para contratar com a Administração
Pública.
DECLARAÇÃO DE INIDONEIDADE
Ademais, o legislador teria utilizado os conceitos da
própria Lei para definir a abragência das duas
sanções:
Admistração - “órgão, entidade ou unidade
administrativa que opera e atua concretamente” ; e
 Administração Pública - “ administração direta,
indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e
dos Municípios” (art. 6º, incisos XI e XII)
DECLARAÇÃO DE INIDONEIDADE

Por outro lado, o art. 97 da Lei comprovaria


a diversidade de abrangência das duas
sanções, pois é crime “ admitir à licitação
ou celebrar contrato com empresa ou
profissional declarado inedôneo”, não
havendo essa previsão no caso de
suspensão.
DECLARAÇÃO DE INIDONEIDADE PELO TCU
O TCU pode declarar a inidoneidade de licitante
fraudador para participar, por até cinco anos, de
licitação na Administração Pública Federal, após a
verificação da ocorrência de fraude devidamente
comprovada (art. 46 da Lei nº 8.443/1992).
Essa sanção não se confunde com a declaração de
inidoneidade prevista no art. 87, inciso IV, da Lei nº
8.666/1993.
Lista das empresas declaradas inidôneas pelo TCU
encontra-se em seu endereço eletrônico da internet
(www.tcu.gov.br)
SANÇÃO PREVISTA NA LEI Nº 10.500/2002

O art. 7º da Lei nº 10.520/2002 tipifica


algumas condutas, que podem ser praticadas
por quem for convocado dentro do prazo de
validade da sua proposta. São as seguintes as
irregularidades previstas nesse artigo:
SANÇÃO PREVISTA NA LEI Nº 10.500/2002
a) não celebra o contrato;
b) deixa de entregar ou apresentar
documentação falsa exigida para o certame;
c) ensejar o retardamento da execução de seu
objeto;
d) não manter a proposta;
e) falhar ou fraudar na execução do contrato;
f) comportar-se de modo inidôneo ou cometer
fraude fiscal.
SANÇÃO PREVISTA NA LEI Nº 10.500/2002
O cometimento dessas infrações pode acarretar a
aplicação das seguintes sanções:
a) impedimento de licitar e contratar com a União,
Estados, Distrito Federal ou Município, pelo prazo
de até 5 anos;
b) descredenciamento do Sicaf ou nos sistemas de
cadastramento de fornecedores a que se refere o
inciso XIV do art. 4º da Lei nº 10.520/2002, por
igual prazo;
c) multas previstas em edital e no contrato;
d) outras penas previstas em lei.
FIM.
MUITO OBRIGADO!

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