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CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
ÍNDICE
Erro Sobre Elemento Do Tipo����������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������2
Parte II����������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������2
Erro De Tipo Acidental�����������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������2
Erro Sucessivo Ou Aberratio Causae (Dolo Geral)������������������������������������������������������������������������������������������������������3

Lei do Direito Autoral nº 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Proíbe a reprodução total ou parcial desse material ou divulgação com
fins comerciais ou não, em qualquer meio de comunicação, inclusive na Internet, sem autorização do AlfaCon Concursos Públicos.
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Erro Sobre Elemento Do Tipo


Parte II
Erro De Tipo Acidental
O erro acidental é um irrelevante penal, ou seja, não exclui nada, não afasta a responsabilidade
penal pelo fato. Pode ocorrer nas seguintes situações:
Erro sobre a pessoa ou aberratio in persona (Art. 20, §3º)
É o erro na representação do agente que olha um desconhecido e o confunde com a pessoa que
quer atingir. O erro é tão irrelevante que o legislador determinou que o autor fosse punido pelo
crime que efetivamente cometeu contra o terceiro inocente (vítima efetiva) como se tivesse atingido
a pretendida (vítima virtual). Nessa situação, a pessoa que o sujeito queria atingir não sofre perigo
nenhum.
Código Penal, Art. 20, §3º: “O erro quanto à pessoa contra a qual o crime é praticado não isenta de pena.
Não se consideram, neste caso, as condições ou qualidades da vítima, senão as da pessoa contra quem o
agente queria praticar o crime.”

A situação acima é considerada um irrelevante penal, ou seja, o agente quer um resultado, mas
acaba produzindo outro. “A” queria matar “C” (seu pai), no entanto acaba matando “B” (sósia de
“C”). Contudo, é irrelevante o resultado diverso do pretendido, pois o Código Penal pune o agente de
acordo com o elemento subjetivo que ele possuía no momento do crime. Desse modo, “A” responderá
pelo fato que ele realmente queria praticar, isto é, homicídio consumado agravado por “C” ser seu pai
(ascendente).
Erro na execução ou aberratio ictus (Art. 73)
Neste caso, a pessoa que o sujeito pretendia atingir sofre perigo, ou seja, o atirador erra o alvo por ser ruim
de pontaria. Sua definição legal está no Art. 73 do Código Penal.
Código Penal, Art. 73: “Quando, por acidente ou erro no uso dos meios de execução, o agente, ao invés de
atingir a pessoa que pretendia ofender, atinge pessoa diversa, responde como se tivesse praticado o crime
contra aquela, atendendo-se ao disposto no § 3º do Art. 20 deste Código. No caso de ser também atingida
a pessoa que o agente pretendia ofender, aplica-se a regra do Art. 70 deste Código.”
Um exemplo para melhorar o entendimento do aberratio ictus ou erro na execução é o seguinte. Suponha-
mos que “A”, com animus necandi, queira matar “B”, 13 anos, e, para isso, efetua três disparos de arma de
fogo contra “B”. Contudo, por erro de pontaria (erro na execução), “A” acaba acertando “C”, de 20 anos,
que estava atrás de “B”. Nesse caso, o Direito Penal não punirá “A” por dois crimes, quais sejam: tentati-
va de homicídio contra “B” e homicídio consumado contra “C”. Serão levadas em conta, nessa situação,
apenas, as características da vítima pretendida, e não da vítima efetiva. Ou seja, como “A” pretendia
matar um menor de 14 anos, portanto, será a ele imputado homicídio consumado com aumento de pena
previsto no Art. 121, §4º.
Art. 121, § 4º “No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 (um terço), se o crime resulta de inob-
servância de regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar imediato socorro à
vítima, não procura diminuir as consequências do seu ato, ou foge para evitar prisão em flagrante. Sendo
doloso o homicídio, a pena é aumentada de 1/3 (um terço) se o crime é praticado contra pessoa menor de
14 (quatorze) ou maior de 60 (sessenta) anos.” (Grifo nosso)
Lei do Direito Autoral nº 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Proíbe a reprodução total ou parcial desse material ou divulgação com
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Erro Sucessivo Ou Aberratio Causae (Dolo Geral)


É o erro sobre a causa que deu origem ao resultado desejado pelo agente. Por uma pluralidade de
atos executados pelo agente, a causa que deu origem ao resultado foi a segunda atitude praticada por
ele, mas ele não notou, pois acreditava que a primeira já havia causado o resultado. Nesse caso, não
fará nenhuma diferença para o Direito Penal, o qual trata essa “aberração” como dolo geral (o dolo
sempre houve).
O aberratio causae ocorre quando o agente, julgando ter obtido o resultado intencionado, pratica
uma nova conduta (uma segunda ação), com propósito diverso, porém somente dessa forma que ele
produz o resultado. O agente responderá por seu dolo inicial.
˃˃ Exemplo nº 1: “A” queria matar “B” e ocultar o cadáver. Deu dois tiros na vítima e supondo que
ela houvesse morrido, enterrou-a em uma cova. Porém, ela ainda estava viva e veio a morrer por
asfixia. Nesse caso, o agente responderá por homicídio simples e por ocultação de cadáver, e não
por homicídio qualificado pela asfixia (segundo ato, origem do resultado).
˃˃ Exemplo nº 2: “A”, querendo matar “B”, dispara um tiro neste, que, ao ser atingido, cai ao chão
inconscientemente. “A” acreditando que “B” estivesse morto, jogou-o em um rio. Dias depois, o
corpo é encontrado, e a perícia constata que a morte de “B” se deu pelo afogamento, e não pelo
disparo de arma de fogo. Desse modo, “A” não responderá por homicídio qualificado (asfixia
por afogamento), mas sim por homicídio consumado simples.
Questões comentadas
01. Aquele que porta Carteira Nacional de Habilitação falsa, acreditando ser ela um documento
legítimo, não pratica o delito de uso de documento falso, uma vez que incide em erro de tipo
acidental.
˃˃ Gabarito: Errado.
˃˃ Comentário: O erro da questão está em afirmar que consiste em erro do tipo acidental, pois na
verdade incorrerá em erro do tipo essencial. O erro do tipo essencial pode ser escusável (exclui o
dolo e a culpa) ou inescusável (exclui o dolo, mas permite a punição por culpa se previsto em lei).
De qualquer modo, não existe crime culposo contra a fé pública. Assim, ainda que fosse o erro
do tipo essencial e inescusável, o crime seria excluído.
02. Configura erro de tipo essencial a conduta de um indivíduo que, após estrangular outro,
crendo que ele esteja morto, enforque-o para simular suicídio, com comprovação posterior de
que a vítima tenha morrido em decorrência do enforcamento.
˃˃ Gabarito: Errado.
˃˃ Comentário: No caso concreto, temos um erro do tipo acidental, que representa um indiferente
penal e, portanto, o agente será punido da mesma forma pelo ato que queria praticar, ou seja,
responderá ele por homicídio doloso qualificado por asfixia. Esse erro é classificado como erro
do tipo acidental sobre o nexo causal, dolo geral, erro sucessivo ou aberratio causae.
EXERCÍCIO
01. O fato de o sujeito A disparar arma de fogo contra B, mas, por má pontaria, atingir mortal-
mente C, que está ao lado de B, caracteriza o denominado, de acordo com o CP, erro sobre a
pessoa.
Certo ( ) Errado ( )
02. Configura erro de tipo essencial a conduta de um indivíduo que, após estrangular outro,
crendo que ele esteja morto, enforque-o para simular suicídio, com comprovação posterior de
que a vítima tenha morrido em decorrência do enforcamento.
Lei do Direito Autoral nº 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Proíbe a reprodução total ou parcial desse material ou divulgação com
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03. É correto afirmar que o erro do tipo acidental possui o erro sobre a pessoa, doutrinariamen-
te denominado aberractio in persona e, neste caso, a pessoa que se quer executar – a vítima
virtual – não sofre diretamente o perigo.
Certo ( ) Errado ( )
04. O erro sucessivo, sinônimo de dolo geral, está ligado ao erro do tipo essencial inescusável, no
qual se exclui o dolo, mas se admite a culpa, se prevista em lei.
Certo ( ) Errado ( )
05. É isento de pena, em razão da ausência de dolo ou culpa, o agente que age mediante erro de
tipo acidental, ou seja, o agente que desconhece os dados acessórios ou secundários do crime.
Certo ( ) Errado ( )
GABARITO:
01. ERRADO
02. ERRADO
03. CERTO
04. ERRADO
05. ERRADO

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