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Alagoas é uma das 27 unidades federativas do Brasil.

Está situado no leste da região


Nordeste e tem como limites Pernambuco (N e NO), Sergipe (S), Bahia (SO) e o Oceano
Atlântico (L). Ocupa uma área de 27.778,506 km², sendo ligeiramente maior que o Haiti.
Sua capital é Maceió e a sede administrativa é o Palácio República dos Palmares. O atual
governador é Renan Filho (MDB).
Inicialmente, o território alagoano constituía a parte sul da Capitania de Pernambuco, só
vindo a conquistar sua autonomia em 1817, como punição imposta por D. João VI aos
pernambucanos pela chamada "Revolução Pernambucana", movimento separatista.[7] Sua
ocupação decorreu da expansão para o sul da lavoura de cana-de-açúcar da Capitania de
Pernambuco, que necessitava de novas áreas de cultivo. Surgiram, assim, Porto Calvo,
Alagoas (atual Marechal Deodoro) e Penedo, núcleos que orientaram, por muito tempo, a
colonização e a vida econômica e social da região. A invasão holandesa em Pernambuco
estendeu-se a Alagoas em 1631. Os invasores foram expulsos em 1645, depois de
intensos combates em Porto Calvo, deixando a economia local totalmente desorganizada.
A fuga de escravos negros durante a invasão holandesa criou um sério problema de falta
de mão de obra nas plantações de cana. Agrupados em aldeamentos
denominados quilombos, os negros só foram dominados completamente no final do século
XVII, com a destruição do quilombo mais importante, o de Palmares. Durante o Império,
a Confederação do Equador (1824) movimento separatista e republicano, recebeu o apoio
de destacadas figuras alagoanas. Na década de 1840, a vida política local foi marcada
pelo conflito entre os lisos, conservadores, e os cabeludos, liberais. No início do século
XX, o sertão alagoanoviveu a experiência pioneira de Delmiro Gouveia, empresário
cearense que instalou, em Pedra (atualmente, Delmiro Gouveia), a fábrica
de linhas Estrela, que chegou a produzir 200 mil carretéis diários. Delmiro Gouveia foi
assassinado em outubro de 1917 em circunstâncias até hoje não esclarecidas, depois de
ser pressionado, segundo consta, a vender sua fábrica a firmas concorrentes estrangeiras.
Depois de sua morte, suas máquinas teriam sido destruídas e atiradas na cachoeira de
Paulo Afonso.
Penúltimo estado brasileiro em área (mais extenso apenas que Sergipe) e 16º em
população, é um dos maiores produtores de cana-de-açúcar e coco-da-baía do país e tem
na agropecuária a base de sua economia. Terra do sururu, marisco das lagoas que serve
de alimento à população do litoral, e da água de coco, Alagoas possui também um
dos folclores mais ricos do país.
O estado possui um dos menores índice de desenvolvimento humano (IDH) e índice
de alfabetização do país, embora tenha se destacando cada vez mais para melhoramento
dos índices, como é o caso da mortalidade infantil no estado, saindo do último lugar para o
décimo sexto em todo o país, devido a políticas voltadas a saúde dos recém-nascidos no
interior de Alagoas. O estado ainda possui o maior índice de evasão escolar.

Índice

 1Etimologia
 2História
o 2.1Descobrimento pelos europeus
o 2.2A guerra holandesa
o 2.3Palmares
o 2.4Criação da comarca
o 2.5Capitania independente
o 2.6Mudança da capital
o 2.7República
o 2.8Século XXI
 3Geografia
 4Demografia
o 4.1Indicadores
o 4.2Crescimento populacional
o 4.3Povos indígenas
o 4.4Religiões
 5Subdivisões
 6Economia
o 6.1Setor primário
o 6.2Setor secundário
o 6.3Setor terciário
o 6.4Exportações
 7Infraestrutura
o 7.1Educação
o 7.2Segurança pública
o 7.3Comunicações
o 7.4Transportes
o 7.5Energia elétrica
 8Cultura
o 8.1Pontos turísticos
 9Referências
 10Ver também
 11Ligações externas

Etimologia[editar | editar código-fonte]

Vista da capital

O latim lacus, "tanque, lago" é a fonte, no acervo vocabular primitivo, do português,


espanhol e italiano lago[8] e do francês lac;[9] um seu derivado, o latim lacuna, "fojo, buraco",
"falta, carência, omissão", explica
o espanhol e italiano laguna.[10][11] O português "lagoa",[8] coincidente com a
variante espanhola lagona e o mirandês llagona, supõe mudança
de sufixo,[12] documentada já em 938 num documento de Valencia, sob a grafia lacona,[8] e
noutro de 1094, de Sahagún, sob a grafia lagona.[8] Sob a grafia "lagona" (talvez "lagõna"),
é documentado no século XIV,[8] tendo alternado com a forma "lago" por longo tempo. Já
a prótese(incorporação do artigo "a", formando "alagoa") ocorreu sobretudo a partir
de locuções ("na lagoa", "vindo da lagoa")[8] ou por regularização morfológica com os
derivados do verbo "alagar" ("alagadiço", "alagado", "alagador", "alagamento"
etc.).[8] O dicionário Aurélio registra "alagoa" como uma variação de "lagoa".[13]
A forma "alagoa" aparece nos nomes concorrentes das
lagoas Manguaba e Mundaú (aquela, "alagoa do sul", e esta, "alagoa do norte") já
no século XVI, quando se fundam, perto, os núcleos de povoamento de Alagoa do Norte e
Alagoa do Sul, chamados "as Alagoas", com inclusão dos demais núcleos de povoamento
da área.[14]
Vista de Penedo, cuja origem data do governo do primeiro donatário da Capitania de
Pernambuco, Duarte Coelho.

Altar-mor da Igreja de Nossa Senhora da Corrente, Penedo.


Igreja Santa Maria Madalena e Museu de Arte Sacra do Estado de Alagoas, na cidade de Marechal
Deodoro.

O sufixo do gentílico é o característico da área gentílica de -


ano do Brasil (paraibano, pernambucano, alagoano, sergipano, baiano, goiano, a que viria
juntar-se acriano).[8]

História[editar | editar código-fonte]


Ver artigo principal: História de Alagoas
A costa do atual Estado de Alagoas, reconhecida desde as primeiras
expedições portuguesas, desde cedo também foi visitada por embarcações de outras
nacionalidades para o escambo de pau-brasil (Caesalpinia echinata).[15]
Quando da instituição do sistema de Capitanias Hereditárias (1534), integrava a Capitania
de Pernambuco, e a sua ocupação remonta à fundação da vila do Penedo (1545), às
margens do rio São Francisco, pelo donatário Duarte Coelho, que incentivou a fundação
de engenhos na região. Palco do naufrágio da nau Nossa Senhora da Ajuda e do
subsequente massacre dos sobreviventes, entre os quais o bispo dom Pero Fernandes
Sardinha, pelos caetés (1556), o episódio serviu de justificativa para a guerra de
extermínio movida contra esse grupo indígena pela Coroa portuguesa.[15]
Ao se iniciar o século XVII, além da lavoura de cana-de-açúcar, a região de Alagoas era
expressiva produtora regional de farinha de mandioca, tabaco, gado e peixe seco,
consumidos na Capitania de Pernambuco. Durante as invasões holandesas do
Brasil (1630-1654), o seu litoral se tornou palco de violentos combates, enquanto que, nas
serras de seu interior, se multiplicaram os quilombos, com os africanos evadidos dos
engenhos de Pernambuco e da Bahia. Palmares, o mais famoso, chegou a contar com
vinte mil pessoas no seu apogeu.[15]
Constituiu-se na Comarca de Alagoas em 1711. Foi desmembrado da Capitania de
Pernambuco pelo decreto de 16 de setembro de 1817 em consequência da Revolução
Pernambucana daquele ano. O seu primeiro governador, Sebastião Francisco de Melo e
Póvoas, assumiu a função a 22 de janeiro de 1819.[15]
Durante o Brasil Império (1822-1889), sofreu os reflexos de movimentos como
a Confederação do Equador (1824) e a Cabanagem (1835-1840). A Lei Provincial de 9 de
dezembro de 1839 transferiu a capital da Província da cidade de Alagoas (hoje Marechal
Deodoro), para a vila de Maceió, então elevada a cidade.[15]
A primeira Constituição do Estado foi assinada em 11 de junho de 1891, em meio a graves
agitações políticas que assinalaram o início da vida republicana. Os dois
primeiros presidentes da República do Brasil, Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto,
nasceram no estado.[15]

Descobrimento pelos europeus[editar | editar código-fonte]


Barra Grande deve ter sido o primeiro ponto do território das Alagoas visitado pelos
descobridores europeus, por ocasião da viagem de Américo Vespúcio em 1501.[16] Embora
não haja referência àquele porto, excelente para a acolhida de navios, como a expedição
vinha do norte para o sul, cabe crer que tenha ocorrido ali o primeiro contato com a terra
alagoana. A 29 de setembro, Vespúcio assinalou um rio a que chamou São Miguel, no
território percorrido;[17] a 4 de outubro denominou São Francisco o rio então descoberto,
hoje limite de Alagoas com Sergipe.[18]
Sem sombra de dúvida, nas décadas seguintes, os franceses andaram pela costa
alagoana, no tráfico do pau-brasil com os nativos dos arredores. Até hoje, o porto do
Francês documenta a presença, ali, daquele povo.[19]
Duarte Coelho, primeiro donatário da capitania de Pernambuco,[17] realizou uma excursão
ao sul; não há documentos que a comprove, mas há evidências de que tenha sido
realizada em 1545 e de que dela resulte a fundação de Penedo, às margens do rio São
Francisco.[20]
Em 1556, voltava da Bahia para Portugal o bispo dom Pero Fernandes Sardinha, quando
seu navio naufragou defronte da enseada do hoje pontal do Coruripe. Sardinha foi morto e
devorado pelos caetés, uma das numerosas tribos indígenas então existentes na
região.[21] Perdura a crença popular de que a ira divina secou e esterilizou todo o chão
manchado pelo sangue do religioso. Para vingá-lo, Jerônimo de Albuquerque comandou
uma expedição guerreira contra os caetés, destruindo-os quase completamente.[22]
Em 1570, uma segunda bandeira enviada por Duarte Coelho, comandada por Cristóvão
Lins, explorou o norte de Alagoas, onde fundou Porto Calvo e cinco engenhos, dos quais
subsistem dois, o Buenos Aires e o Escurial.[23]Neste último, repousou, em 1601,
o corsário inglês Anthony Knivet, que viajara por terra após fugir da Bahia, onde estivera
prisioneiro dos portugueses.[22]

A guerra holandesa[editar | editar código-fonte]

Filipe Camarão
No princípio do século XVII, Penedo, Porto Calvo e Alagoas já
eram freguesias,[24] admitindo-se que tais títulos lhes tivessem sido conferidos ainda no
século anterior. Foram vilas, porém, em 1636.[24] Repousando a economia regional
na atividade açucareira, tornaram-se os engenhos de açúcar os núcleos principais da
ocupação da terra.[22] A partir de 1630, Alagoas, atingida pela invasão
holandesa,[25] teve povoados, igrejas e engenhos incendiados e saqueados.[22]
Os portugueses reagiram duramente.[22] Batidos por sucessivos reveses, os holandeses já
desanimavam, pensando em retirar-se, quando para eles se passa o mameluco Domingos
Fernandes Calabar, de Porto Calvo.[26] Grande conhecedor do terreno, orientou os
holandeses em uma nova expedição a Alagoas.[26] Os invasores aportaram à Barra
Grande, de onde passaram a vários pontos, sempre com bom êxito.[22] Em Santa Luzia do
Norte, a população, prevenida, ofereceu resistência.[27] Após encarniçada peleja,
os holandeses recuaram e retornaram a Recife. Mas, caindo em seu poder o arraial do
Bom Jesus, entre Recife e Olinda, obtiveram várias vitórias.[22]
Alagoas, Penedo e Porto Calvo: eis os pontos principais onde se trava a luta em terras
alagoanas.[22] Por fim, os portugueses retomaram Porto Calvo e aprisionaram Calabar, que
morreu na forca em 1635.[26] Clara Camarão, uma porto-calvense de sangue indígena,
também se salientou na luta contra os holandeses.[28] Acompanhou o marido, o índio Filipe
Camarão, em quase todos os lances e arregimentou outras mulheres, tomando-lhes a
frente.[22]

Palmares[editar | editar código-fonte]

Zumbi dos Palmares

Por volta de 1641, afirmava um chefe holandês estar quase despovoada a região.[29] João
Maurício de Nassau pensou em repovoá-la,[29] mas o projeto não foi adiante. Na época
também se produzia fumo em Alagoas, considerado de excelente qualidade o de Barra
Grande.[22] Em 1645, a população participou da reação nacionalista, integrando-se na luta
sob o comando de Cristóvão Lins, neto e homônimo do primeiro povoador de Porto Calvo.
Expulsos os holandeses do território alagoano, em setembro de 1645,[30] prossegue a
população em sua luta contra eles, já agora, todavia, em território pernambucano.[22]
Em fins do século XVII, intensificam-se as lutas contra os quilombos negros reunidos
nos Palmares.[31] Frustradas as primeiras tentativas de Domingos Jorge Velho, sobretudo
em 1692,[32] dois anos depois o quilombo é derrotado,[33]com o ataque simultâneo de três
colunas: uma, dos paulistas de Domingos Jorge; outra, de pernambucanos, sob o
comando de Bernardo Vieira de Melo; e a terceira, de alagoanos, comandados por
Sebastião Dias.[22] Palmarescomeçara a formar-se ainda nos fins do século XVI, e resistiu a
sucessivos ataques durante quase um século.[34]
O Quilombo dos Palmares, criado em terras do atual município de União dos Palmares em Alagoas,
é considerado o berço da capoeira.[35]

Um dos maiores redutos de escravos foragidos do Brasil colonial,[36] Palmares ocupava,


inicialmente, a vasta área que se estendia, coberta de palmeiras, do cabo de Santo
Agostinho ao rio São Francisco. A superfície do quilombo, progressivamente reduzida com
o passar do tempo, concentrar-se-ia, em fins do século XVII, na ainda extensa região
delimitada pelas vilas de Una e Serinhaém, em Pernambuco, e Porto Calvo, Alagoas e
São Francisco (Penedo), em Alagoas. Os escravos haviam organizado no reduto um
verdadeiro estado, segundo os moldes africanos, com o quilombo constituído de
povoações diversas (mocambos), pelo menos 11, governadas por oligarcas, sob a chefia
suprema do rei Ganga-Zumba. A partir de 1667, amiudaram-se as entradas contra
os negros, a princípio com a finalidade de recapturá-los, em seguida com a de conquistar
as terras de que se haviam apoderado.[34] As investidas do sargento-mor Manuel
Lopes (1675) e de Fernão Carrilho (1677)[37] seriam desastrosas para os quilombolas,
obrigados a aceitar a paz em condições desfavoráveis. Apesar desse revés, a luta
prosseguiria, liderada por Zumbi, sobrinho de Ganga Zumba, contra cujas hostes
aguerridas, em seguida a uma primeira expedição punitiva, em 1679,[22] e a diferentes
entradas sem maiores consequências, se voltaria finalmente o bandeirante
paulista Domingos Jorge Velho, para tanto contratado pelo governador de
Pernambuco, João da Cunha Souto Maior.[38] Nos primeiros meses de 1694, aliado a
destacamentos alagoanos e pernambucanos, sob o comando, respectivamente, de
Sebastião Dias e Bernardo Vieira de Melo, Velho liquidaria a derradeira resistência do
quilombo.[39] Zumbi lograria escapar, arregimentando novos combatentes, mas, traído, ver-
se-ia envolvido por forças inimigas, com cerca de vinte de seus homens, perecendo em
luta, a 20 de novembro de 1695.[40] Desaparecia, após mais de sessenta anos, o quilombo
dos Palmares, "o maior protesto ao despotismo que uma raça infeliz traçou à face do
mundo", no dizer de Craveiro Costa.[41]

Criação da comarca[editar | editar código-fonte]

Mapa de Alagoas, c.1903

Já então apresentavam as Alagoas indícios de prosperidade e desenvolvimento, quer do


ponto de vista econômico, quer do cultural. Sua principal riqueza era o açúcar, sendo além
disso produzidos, embora em menor escala, mandioca, fumo e milho; couros, peles e pau-
brasil eram exportados. As matas abundantes forneciam madeira para a construção
de naus. Nos conventos de Penedo e das Alagoas os franciscanos mantinham cursos e
publicavam sermões e poesias.[41] Tudo isso justificou o ato régio de 9 de outubro de 1710,
criando a comarca das Alagoas,[42] que somente se instalou em 1711.[43] Daí em diante, a
organização judiciária restringia o arbítrio feudal dos senhores, e até o dos representantes
da metrópole. A comarca desenvolvia-se.[41] Já em 1730, o governador de Pernambuco,
propondo a el-rei a extinção da decadente capitania da Paraíba, assinalava a prosperidade
de Alagoas, com seus quase cinquenta engenhos, dez freguesias, e apreciável renda para
o erário real.[44] Ao lado do açúcar, incrementou-se a cultura do algodão. Seu cultivo foi
introduzido na década de 1770; em 1778, já se exportavam para Lisboa amostras de
algodão tecido nas Alagoas.[41] Em Penedo e Porto Calvo, fabricava-se pano ordinário,
para uso, sobretudo, de escravos. Em 1754, frei João de Santa Ângela publicou,
em Lisboa, seu livrode sermões e poesias; é a primeira obra de um alagoano.[45] A
população crescia, distribuindo-se em várias atividades. Um cômputo demográfico
mandado realizar em 1816 pelo ouvidor Antônio Ferreira Batalha registrava
uma população de 89 589 pessoas.[41]

Capitania independente[editar | editar código-fonte]

D. João VI de Portugal

Três anos depois, em 1819, novo recenseamento acusou uma população de 111 973
pessoas.[41] Contavam-se, então, na província, oito vilas.[41] Alagoas já se
constituíra capitania independente da de Pernambuco, criada pelo alvará de 16 de
setembro de 1817.[46] A repercussão da Revolução Pernambucana desse ano contribuiu
para facilitar o processo de emancipação. O ouvidor Batalha foi o principal mentor da
gente alagoana. Aproveitando-se da situação e infringindo as próprias leis régias,
desmembrou a comarca da jurisdição de Pernambuco e nela constituiu um governo
provisório. Esses atos foram suficientes para abrir caminhos que levaram D. João a
sancionar o desmembramento.[41] Sebastião Francisco de Melo e Póvoas, governador
nomeado, só assumiu o governo a 22 de janeiro de 1819.[47]
Acentuou-se, a partir de então, o surto de prosperidade de Alagoas.[41] Em 17 de agosto de
1831, apareceu o Íris Alagoense, primeiro jornal publicado na província, assim considerada
a partir da independência do Brasil e organização do império.[48] É certo que os primeiros
anos de independência não foram fáceis. Uma sequência de movimentos abalou a vida
provincial: em 1824, a Confederação do Equador; em 1832-1835, a Cabanada; em 1844, a
rebelião conhecida como Lisos e Cabeludos; em 1849, a repercussão da revolução
praieira.[41]

Mudança da capital[editar | editar código-fonte]


Visconde de Sinimbu

Em 1839, a capital, então situada na velha cidade das Alagoas, foi transferida para a vila
de Maceió, localizada à beira-mar, no caminho entre o norte, o centro e
o sul da província.[49] No processo de mudança defrontaram-se as duas facções políticas
mais importantes, uma chefiada pelo mais tarde visconde de Sinimbu, outra pelo
juiz Tavares Bastos,[41] pai do futuro pensador Tavares Bastos, nascido, aliás, nesse ano
de 1839.[50] Naquele momento, a província possuía oito vilas. Desde 1835 funcionava
a assembleia provincial.[41]
No governo da província, sucediam-se os presidentes nomeados pelo imperador, nem
sempre interessados pelos destinos da terra, outras vezes envolvidos por lutas partidárias.
A província, contudo, progredia.[41] No campo da economia, vale salientar a fundação, em
1857, da primeira fábrica alagoana de tecidos, a Companhia União Mercantil, no distrito
de Fernão Velho.[51] Idealizou-a o barão de Jaraguá, contribuindo dessa forma para o
fomento da economia regional.[41] Trinta anos mais tarde, fundou-se a Companhia
Alagoana de Fiação e Tecidos, que em 15 de outubro de 1888 se instalou em Rio
Largo.[52] Seguiu-se a esta, em 30 de setembro de 1892, a fundação da Companhia
Progresso Alagoano, em Cachoeira.[51] Dessa atividade têxtil surgiram, com grande
prestígio nacional, as toalhas da Alagoana.[41]
O ensino recebeu incentivo com a instalação em 1849, do Liceu Alagoano, destinado
ao nível médio; é hoje o Colégio Estadual de Alagoas.[51] O ensino primário, já beneficiado
em 1864 pelo estabelecimento de uma escola normal, hoje funcionando sob a
denominação de Instituto de Educação, recebeu expressivo impulso com a criação de
novas escolas.[41] Com a fundação, em 1869, do Instituto Arqueológico e Geográfico
Alagoano, hoje Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas,[53] desenvolveram-se
os estudos históricos e geográficos.[41] Do final do império ao início da república,
incrementou-se o movimento para a construção de engenhos centrais e aperfeiçoamento
técnico da fabricação de açúcar, o que iria dar origem às usinas, a primeira delas
constituída, todavia, já no período republicano.[54]
Os movimentos abolicionista e republicano dos últimos anos da monarquia atingiriam
a província, o primeiro deles através da Sociedade Libertadora Alagoana[54] e dos
jornais Gutenberg e Lincoln.[55] A campanha abolicionista mobilizou
a intelectualidade alagoana, sem entretanto chegar aos excessos
da violência. Professores e jornalistas atraíram a mocidade para a campanha, e após
a abolição, em 1888, foi um mestre como Francisco Domingues da Silva que teve a
iniciativa da criação de um instituto de ensino profissional, destinado aos filhos dos ex-
escravos.[54]

República[editar | editar código-fonte]

O alagoano Deodoro da Fonsecafoi o primeiro Presidente da Repúblicado Brasil.

O movimento republicano, intensificado pela abolição, traduziu-se nas atividades


da imprensa e clubes de propaganda. O mais importante destes foi o Centro Republicano
Federalista, também, de certo, o mais antigo; outros foram o Clube Federal Republicano e
o Clube Centro Popular Republicano Maceioense, ambos existentes na capital no
momento da proclamação. No interior havia igualmente outros clubes de propaganda.
O Gutenberg era o órgão de imprensa mais veemente na difusão da ideia republicana.[54]
No mesmo dia em que, no Rio de Janeiro, era proclamada a república,
em Maceió assumia a presidência o dr. Pedro Ribeiro Moreira, último delegado do governo
imperial para a província. Confirmada a mudança do regime, organizou-se a princípio uma
junta governativa, mas a 19 de novembro o marechal Deodoro designou o irmão, Pedro
Paulino da Fonseca, para governar o novo estado.[54] Foi ele também o
primeiro governador eleito após promulgada a constituição estadual, em 12 de junho de
1891.[56]
Perturbados e incertos decorreram os primeiros dez anos de vida republicana, na
província. Governos se sucediam, nomeados pelo poder central ou eleitos pelo povo, mas
quase sempre substituídos ou depostos. Constituíram-se várias juntas governativas, numa
ou noutra oportunidade.[54] Somente no fim do século XIX, ou melhor, já nos primeiros anos
do século XX, a situação se consolidou com os governos do barão de Traipu e de Euclides
Malta, o primeiro da chamada "oligarquia Malta", que se prolongou até 1912.[25] Euclides
governou de 1900 a 1903; sucedeu-lhe o irmão, Joaquim Paulo, no período de 1903 a
1906; Euclides voltou ao poder de 1906 a 1909, e, reelegendo-se nesse ano, permaneceu
por mais um triênio, até 1912.[54]

Vista de Maceió, 1905. Arquivo Nacional.


Os 12 primeiros anos do século se assinalaram por lutas partidárias. Contudo, não houve
paralisação nas diferentes atividades do estado. Maceió ganhou numerosos prédios
públicos, como o palácio do governo, inaugurado a 16 de setembro de 1902, o Teatro
Deodoro e o edifício da municipalidade, ainda hoje existentes. Com a atividade pedagógica
de Alfredo Rego, procedeu-se à reforma do ensino, atualizando a anterior, ainda dos fins
do império, orientada por Manuel Baltasar Pereira Diegues Júnior, criador do Instituto de
Professores, posteriormente chamado Pedagogium, iniciativa pioneira na época. Nova
remodelação do ensino se fez em 1912-1914, sob a orientação do segundo daqueles
educadores. Criou-se o primeiro grupo escolar.[54]
Em 1912, o Partido Democrata conseguiu derrotar a oligarquia Malta depois de enérgica
campanha, em que se registraram ferrenhas lutas de rua, inclusive com a morte do poeta
Bráulio Cavalcanti, em praça pública, quando participava de um comício
democrático. Clodoaldo da Fonseca, governador eleito, embora não fosse alagoano,
ligava-se ao estado através da família: era sobrinho de Deodoro e filho de Pedro Paulino e,
assim, parente do marechal Hermes, então presidente da república.[54]
As lutas contra os Malta envolveram igualmente os grupos do culto afro-
brasileiro. Xangôs e candomblés, diziam os jornais da oposição, tinham
o governador Malta como estimulador.[54][57] Entre papéis de orações, de panos com
símbolos desenhados de Ogum, de Ifá, de Exu, foram encontrados retratos dos chefes
democratas da oposição. O grupo que apoiava o governador era chamado de Leba, por
alusão a uma das figuras do orixá dos xangôs. O que valeu de tudo isso é que o acervo
apreendido pela polícia se preservou — peças, objetos, insígnias e símbolos do culto,
conservados no museu do Instituto Histórico como uma das coleções mais preciosas do
culto afro-brasileiro.[57]

Floriano Peixoto, alagoano, foi o segundo Presidente da República do Brasil.

Até 1930, o Partido Democrata manteve a situação, através dos governadores que
sucederam a Clodoaldo. Cada um deles deu uma contribuição para o progresso do estado.
Abriram-se estradas de rodagem em direção ao norte e ao centro, e posteriormente o
trecho de Atalaia e a Palmeira dos Índios, estrada de penetração para a zona sertaneja;
construíram-se grupos escolares em quase todos os municípios; Maceió renovou-se com a
abertura de ruase avenidas; combateu-se a criminalidade, principalmente com o
movimento contra o banditismo, que culminaria, em 1938, com o extermínio do grupo
de Lampião; promoveram-se pesquisas petrolíferas. As sucessões políticas praticamente
se fizeram sem luta, pois quase sempre predominava o candidato único, oriundo do
Partido Democrata.[57]
Com a vitória da revolução de outubro de 1930, também sem luta armada no estado,
iniciou-se o sistema de interventores (com breve interrupção entre 1935 e 1937) até 1947,
quando a redemocratização do país propiciou a promulgação de uma
nova constituição para o estado. O chamado período das interventorias foi igualmente
fecundo, malgrado a falta de continuidade nas administrações, quase sempre de curtos
períodos. Nesse período, entre outros fatos marcantes destacaram-se os trabalhos de
pesquisa do petróleo;[57] a construção do porto de Maceió, inaugurado em 1940;[58] o
incremento das atividades econômicas, sobretudo com a diversificação da produção
agrícola e a implantação da indústria leiteira em Jacaré dos Homens, constituindo-se a
cooperativa de laticínios para a produção de leite, manteiga e queijo; o incremento do
ensino rural e a ampliação do cooperativismo. Tal desenvolvimento possibilitou que, no
período da segunda guerra mundial, Alagoas contribuísse, de maneira efetiva, para o
abastecimento de estados vizinhos, sem prejuízo de sua colaboração para o esforço de
guerra. Constituiu-se, com a criação da usina Caeté, a primeira cooperativa de plantadores
de cana.[57]
As atividades intelectuais também se desenvolveram, não apenas com o Instituto
Histórico, mas ainda com a criação da Academia Alagoana de Letras, em 1919,[59] e a
formação de centros literários de jovens como a Academia dos Dez Unidos, o Cenáculo
Alagoano de Letras e o Grêmio Literário Guimarães Passos.[57] Em 1931, fundou-se a
Faculdade de Direito,[60] e em 1954 a Faculdade de Ciências Econômicas.[61] Depois essas
duas faculdades, e mais as de odontologia, medicina, engenharia e serviço social uniram-
se para formar a Universidade Federal de Alagoas.[57]
As lutas políticas estaduais ganharam força na década de 1950. Quando da tentativa de
impeachment do governador Muniz Falcão, em 1957, um tiroteio na assembleia
legislativa causou a morte do deputado Humberto Mendes, sogro do governador. E em
toda a segunda metade do século XX manteve-se a tensão política, enquanto os ganhos
oriundos do sal-gema, do açúcar e do petróleo não beneficiavam a população.[57]
Em 1979, o ex-governador Arnon de Melo, então senador, conseguiu do governo militar a
nomeação de seu filho Fernando Afonso Collor de Melo, para prefeito de Maceió.[62] Em
1988, um acordo entre Collor, já então governador, e as usinas de açúcar e álcool,
principais contribuintes do Imposto de Circulação de Mercadorias e Serviços no estado,
permitiu que estas reduzissem sua carga tributária.[57] A queda de receita agravou a
histórica crise social e econômica do estado e gerou um quadro falimentar que levou o
governo federal a uma intervenção não-oficial em 1997.[63] Depois de nomeado um novo
secretário de Fazenda, o governador Divaldo Suruagy se afastou, cedendo o posto
ao vice-governador.[63]

Século XXI[editar | editar código-fonte]


Após o escândalo que levou Renan Calheiros a renunciar à presidência do Senado
Federal do Brasil, em 2007,[64] seu filho, Renan Filho (PMDB), foi eleito prefeito de Murici,
em outubro de 2008.[65] O prefeito Cícero Almeida (PP), foi reeleito com 81,49% dos
votos.[66]
Em setembro de 2008, o presidente da Assembleia Legislativa de Alagoas, Antonio
Albuquerque (PT do B), foi destituído do cargo.[67] Ele foi o principal suspeito do desvio de
R$ 280 milhões do poder legislativo, investigado na Operação Taturana.[68] Catorze
deputados foram indiciados.[69] O deputado Fernando Toledo (PSDB) assumiu a
presidência da Casa.[70] Em julho de 2009, o presidente do Supremo Tribunal Federal,
ministro Gilmar Mendes, determinou que oito dos 14 deputados retornassem à
Assembleia, entre eles Antonio Albuquerque.[71]
Em outubro de 2006, Teotônio Vilela (PSDB) foi eleito governador do estado, sendo
reeleito, em outubro de 2010, com 52,74% dos votos, em segundo turno, contra o seu
adversário, o candidato Ronaldo Lessa (PDT), que ficou com 47,26%.[72]
Renan Filho é eleito Governador de Alagoas em 2014, tomando posse em 1 de janeiro de
2015.
Geografia[editar | editar código-fonte]

Praia de carro quebrado

Cânion de Xingó, no Rio São Francisco.

Praia do gunga

Cerca de 86% do território alagoano se encontra abaixo de 300m de altitude,[73] e 61%


abaixo de 200m.[74] Apenas um por cento fica acima de 600m.[73] Cinco unidades compõem
o quadro morfológico:[73]

 a baixada litorânea,[73] com extensos areais (praias e restingas) dominados por


elevações de topo plano (tabuleiros areníticos);[75]
 uma faixa de colinas e morros argilosos,[73] imediatamente a oeste,
com solos espessos e relativamente ricos;
 o pediplano,[73] ocupando todo o interior,[76] com solos ricos,[76] porém rasos, e
uma topografia levemente ondulada,[76] da qual despontam as serras de Mata
Grande e Água Branca,[76] no extremo oeste do estado;[76]
 a encosta meridional do planalto da Borborema,[73] no centro-norte, parte mais elevada
de Alagoas;[76]
 e planícies aluviais (várzeas), ao longo dos rios,[76] inclusive o delta e a várzea do
baixo São Francisco (margem esquerda), com solos anualmente renovados
por cheias periódicas.[76]
A rede hidrográfica do estado é constituída por rios que correm diretamente para o oceano
Atlântico[73] (como, por exemplo, o Camaragibe,[76] o Mundaú,[73] o Paraíba do Meio[73] e
o Coruripe) e por rios que deságuam no São Francisco (como
o Marituba,[77] o Traipu,[77] o Ipanema,[77] o Capiá[77] e o Moxotó).[77]
Três tipos de cobertura vegetal,[77] em grande medida modificados pela ação
do homem,[77] revestiam o território alagoano: a floresta tropical na porção úmida
do estado (microrregião da mata alagoana);[73] o agreste, vegetação de transição para um
clima mais seco, no centro;[77] e a caatinga, no oeste.[73] Toda a metade oriental
do estado possui clima do tipo As, de Köppen,[76] quente (médias anuais superiores a
24 °C),[73] com chuvas de outono-inverno relativamente abundantes (mais de 1 400
milímetros).[73] No interior dominam condições semiáridas,[73] clima BSh,[73] caindo
a pluviosidade abaixo de 1 000 milímetros;[77] essa região está incluída no
chamado Polígono das Secas.[77] As estações do ano são perfeitamente definidas pela
periodicidade das chuvas.[77] O verão tem início em setembro e termina em fevereiro e o
"inverno" começa aproximadamente em março,[77] terminando em
agosto.[77] A temperatura não sofre grandes oscilações, variando, no litoral,[77] entre 22,5 e
28 °C,[77] e no sertão,[77] entre 17 e 33 °C.[77]
O estado encontra-se com 44,36% de seu território dentro do polígono das secas, segundo
dados da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO).[78] O
relevo alagoano sofreu ao longo do tempo variações de suas interpretações, algumas
foram feitas com base em estudos de campo (visita as áreas retratadas), outra com base
em instrumentos modernos (fotografia, imagem de satélite).
Considerado nos traços gerais, este relevo tem aspectos particulares no conjunto de suas
formas variadas, podendo ser dividido em: planalto, planície (baixada litorânea e tabuleiros
costeiros) e depressões (nelas ocorrem formações mamelonares).
O Litoral (Planície Litorânea) é formado por uma extensa baixada. A paisagem apresenta
dunas e mangues na foz dos rios e riachos. Nessa faixa de terra encontram-se também as
lagoas costeiras.
A região dos Tabuleiros é muito ondulada, pouco elevada, e se estende para o interior. A
cidade de Maceió encontra-se na base desses tabuleiros.
Enquanto a região litorânea é cortada por pequenos rios que deságuam no mar ou no rio
São Francisco, o interior do estado apresenta áreas mais elevadas, onde se destaca o
planalto do Borborema, que se estende do Agreste até o Sertão.

Maceió, Capital de Alagoas

A divisão mais atual é com base na divisão de Jurandir. L. S. Ross, feita para o Brasil.
Essa divisão transforma boa parte do planalto em depressões e a região banhada pelo
São Francisco é classificada como terras baixas Sanfranciscana. Na porção oeste do
estado, destaca-se o Pediplano do Baixo São Francisco, uma região marcada tanto por
depressões como por maiores altitudes. Na microrregião do Sertão do São Francisco, por
exemplo, é possível encontrar vales de paredes abruptas (cânions) e terrenos com fortes
desníveis (serras). Enquanto isso, no extremo oeste, mais precisamente na microrregião
da Serra do São Francisco, encontram-se os pediplanos mais ondulados. Constituídos por
embasamentos cristalinos (gnaisses, granitos, xistos), sua formação data do período Pré-
Cambriano. É nesta porção do território que está situado o ponto mais alto de Alagoas, a
Serra da Onça, no município de Mata Grande. Sua altitude é de 1016 metros.

Lista de rios de Alagoas

 Rio Bálsamo
 Rio Camarajibe
 Rio Capiá
 Rio Coruripe
 Rio Inhaúma
 Rio Ipanema
 Rio Jacuípe
 Rio Manguaba
 Rio Marituba
 Rio Moxotó
 Rio Mundaú
 Rio Paraíba do Meio
 Rio Paraibinha
 Rio Porongaba
 Rio Santo Antônio Grande
 Rio São Francisco
 Rio São Miguel
 Rio Traipu

Demografia[editar | editar código-fonte]


Cor/Raça Porcentagem

Brancos 36%

Negros 3%

Pardos 59%

Fonte: PNAD (dados obtidos por meio de pesquisa de autodeclaração).


A população branca do estado é descendente em sua grande parte de portugueses.
Os pardos são compostos da mistura entre negros, índios e brancos. Os índios não
apareceram na pesquisa, embora haja presença indígena no interior do estado. Os
autodeclarados negros perfazem o menor grupo étnico alagoano.
De acordo com um estudo genético de 2013, a composição genética da população de
Alagoas é 54,7% europeia, 26,6% africana e 18,7% ameríndia.[79]
Maceió: Capital de Alagoas

Indicadores[editar | editar código-fonte]


As pessoas na faixa etária de 0 a 14 anos representam 40,3% do total da população; os
habitantes na faixa etária de 15 a 59 anos respondem por 53,3% do total e aqueles de 60
anos ou mais representam apenas 6,4% da população. Um total de 58,3% da população
vive nas zonas urbanas, enquanto 41,7% encontram-se na zona rural. A população de
mulheres corresponde a 51,2% do total de habitantes e os homens somam 48,8%. O
índice de mortalidade do Estado é de 6,2 por mil habitantes e a taxa de mortalidade
infantil em 2017 foi de 13,40 para cada mil crianças nascidas vivas.[80]
Alagoas apresenta o IDH de 0,683 em relação ao ano de 2017.[81]. As cidades litorâneas e
Zona da Mata do estado apresentam em geral IDH maior que as localizadas no Agreste e
no Sertão Alagoano. A capital Maceió possui o maior IDH (0,735), enquanto o menor é
de Inhapi (0,484), no Alto Sertão.[82]

Barra de são miguel


Crescimento populacional[editar | editar código-fonte]

Praia de Ponta Verde em Maceió.

Ano Habitantes
1872 348 009
1890 511 440
1900 649 273
1920 978 748
1940 951 300
1950 1 093 137
1960 1 258 107
1970 1 588 109
1980 1 982 591
1991 2 512 991
1996 2 633 251
2000 2 819 172
2007 3 037 103
2010 3 120 922
2013 3 300 938
Fontes: Barsa Planeta Ltda e IBGE[83]

 ver
 discutir
 editar
Municípios mais populosos de Alagoas
(estimativa 2017 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística)[84]

Posiç Localida Mesorregi Posiç Localida Mesorregi


Pop. Pop.
ão de ão ão de ão
1 029 1 Mal. 52 26
1 Maceió Leste 11 Leste
29 Deodoro 0
Santana
Arapirac 48 23
2 Agreste 234 185 12 do Sertão
a 2
Ipanema
Rio 47 74
3 Leste 76 019 13 Atalaia Leste
Largo 4
Maceió
Palmeira
Teotônio 44 66
4 dos Agreste 74 208 14 Leste
Vilela 6
Índios
União
Girau do
dos 41 27
5 Leste 66 477 15 Poncian Agreste
Palmare 9
o
s
35 55
6 Penedo Leste 64 497 16 Pilar Leste
2
São São Luís
Arapiraca Miguel do 34 96
7 Leste 61 827 17 Leste
dos Quitund 1
Campos e
São
Campo 34 55
8 Leste 57 548 18 Sebastiã Agreste
Alegre 1
o
Maragog 32 94
9 Coruripe Leste 57 498 19 Leste
i 0
São
Delmiro 32 62
10 Sertão 52 597 20 José da Sertão
Gouveia 6
Tapera

Povos indígenas[editar | editar código-fonte]

Povos Indígenas em Alagoas e Sergipe.

 Aconã
 Carapotó
 Kariri-Xocó
 Caruazu
 Catokinn
 Jeripancó
 Kalankó
 Koiupanká
 Tingui-botó
 Uassu-cocal
 Xukuru-Kariri
Religiões[editar | editar código-fonte]
Religiõ
Afro- Outr Sem
Católic Evangélicos/Protes Espírit es
Estado brasile as Religi
os (%) tantes (%) as (%) asiátic
ira (%) (%) ão (%)
as (%)

Alag
72,2% 15,9% 0,5% 0,1% 1,5% 9,7% 0,1%
oas
Além disso, o Estado possui 13.454 Testemunhas de Jeová no Estado, 0,43% da
população.
Fonte: IBGE, Censo 2010.[85]

Subdivisões[editar | editar código-fonte]


Ver também: Lista de regiões geográficas intermediárias e imediatas de Alagoas e Lista de
municípios de Alagoas
Região geográfica intermediária é, no Brasil, um agrupamento de regiões geográficas
imediatas que são articuladas através da influência de uma ou mais metrópoles, capitais
regionais e/ou centros urbanos representativos dentro do conjunto, mediante a análise
do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).[86]
As regiões geográficas intermediárias foram apresentadas em 2017, com a atualização da
divisão regional do Brasil, e correspondem a uma revisão das antigas mesorregiões, que
estavam em vigor desde a divisão de 1989. As regiões geográficas imediatas, por sua vez,
substituíram as microrregiões. A divisão de 2017 teve o objetivo de abranger as
transformações relativas à rede urbana e sua hierarquia ocorridas desde as divisões
passadas, devendo ser usada para ações de planejamento e gestão de políticas públicas e
para a divulgação de estatísticas e estudos do IBGE.[86]Alagoas está dividida oficialmente
em duas regiões geográficas intermediárias: a Região Geográfica Intermediária de
Maceió e a Região Geográfica Intermediária de Arapiraca.

Região Número Regiões Número


geográfica Códig de geográfica Códig de
intermediária[8 o município s o município
7]
s imediatas s

Maceió 270001 13

Porto Calvo-
São Luís do 270002 13
Quitunde

Penedo 270003 7
Maceió 2701 52
São Miguel
270004 6
dos Campos

União dos
270005 6
Palmares

Atalaia 270006 7

Arapiraca 2702 50 Arapiraca 270007 17


Região Número Regiões Número
geográfica Códig de geográfica Códig de
intermediária[8 o município s o município
7]
s imediatas s

Palmeira dos
270008 9
Índios

Delmiro
270009 7
Gouveia

Santana do
270010 9
Ipanema

Pão de
Açúcar-Olho
d'Água das 270011 8
Flores-
Batalha

Economia[editar | editar código-fonte]

Praia do gunga

Galés de Maragogi.
Exportações de Alagoas - (2012)[88]

Setor primário[editar | editar código-fonte]


Entre os principais produtos agrícolas cultivados no Estado, encontram-se o abacaxi,
o coco, a cana-de-açúcar, o feijão, o fumo, a mandioca, o algodão,o arroz e o milho. O
estado Alagoas é o maior produtor de cana-de-açúcar do nordeste e um dos maiores
produtores de açúcar do mundo, A Rússia é seu maior comprador, 75% do açúcar
consumido na Rússia é alagoano.
Na pecuária, destacam-se as criações de
aves, equinos, bovinos, bubalinos, caprinos, ovinos e suínos.
Existem, também, no estado, reservas minerais de sal-gema. Alagoas é o maior produtor
de gás natural do Brasil ALGÁS, além do petróleo já mencionado.

Setor secundário[editar | editar código-fonte]


A atividade industrial tem, como subsetores predominantes, o químico, a produção
de açúcar e álcool, de cimento, e o processamento de alimentos. Ultimamente tem
crescido bastante a instalação de novas indústrias em Alagoas (em apenas 1 ano
chegaram 12).
Atualmente, as empresas que se instalam em Alagoas estão em um franco
desenvolvimento, caracterizando um estado sólido para investimento na região Nordeste.
Em Alagoas é possível observar um aumento da diversividade industrial, embarcações,
PVC, etanol de segunda geração, alimentícia, Borracha, plástico e entre outros são
responsáveis pelo crescimento industrial alagoano.
A participação da indústria da cultura canavieira na economia do estado atinge 45 por
cento. As outras atividades que possuem contribuição significativa são o turismo, com
23%, a indústria alimentícia, com 20% e a de química e mineração, com 12%.

Setor terciário[editar | editar código-fonte]


Nos últimos anos, Alagoas se destaca por ser um dos estados mais procurados no Brasil
pelos turistas, inclusive estrangeiros vindos sobretudo da Itália, Inglaterra, Estados Unidos,
Alemanha e Argentina. O turismo tem crescido nas praias do estado com a chegada
de brasileiros e também de estrangeiros, graças a melhorias no aeroporto de Maceió e na
infraestrutura hoteleira. O litoral norte, especialmente Maragogi e Japaratinga tem recebido
nos últimos anos grandes empreendimentos de resorts. Segundo a maior companhia de
viagens da América Latina CVC, Maceió é a terceira capital mais procurada do Brasil.

Exportações[editar | editar código-fonte]


O estado do Alagoas tem uma pauta de exportação bastante concentrada tendo, em 2012,
negociado com o exterior, principalmente açúcar in natura (91,45%) e álcool etílico
(7,47%).[88]

Infraestrutura[editar | editar código-fonte]


Educação[editar | editar código-fonte]
Faculdades e universidades

 Universidade Federal de Alagoas (UFAL)


 Universidade Estadual de Alagoas (UNEAL)
 Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas (UNCISAL)
 Centro de Estudos Superiores de Maceió (CESMAC)
 Faculdade de Negócios de Alagoas (FAN)
 Faculdade de Alagoas (FAL)
Universidade Federal de Alagoas, em Maceió.

 Faculdade Pontes de Miranda


 Escola Superior de Administração e Marketing e Comunicação (ESAMC)
 Faculdade Integrada Tiradentes (FITS)
 Faculdade de Maceió (FAMA)
 Faculdade Alagoana de Administração (FAA)
 Faculdade da Cidade de Maceió (FACIMA)
 Sociedade de Ensino Universitário do Nordeste (Seune)
 Faculdade São Tomás de Aquino (FACESTA)
 Centro de Ensino Superior Arcanjo Mikael de Arapiraca (CESAMA)
 Instituto de Ensino Superior Santa Cecília (IESC)
 Faculdade Alagoana de Tecnologia (FAT)
 Faculdade São Vicente de Pão de Açúcar (FASVIPA)
 Faculdade Figueiredo Costa (FiC)
 Faculdade
Raimundo Resultados no ENEM
Marinho (FRM)
Escolas federais Ano Português Redação
2006[89] 32,32 (21º) 48,01 (23º)
 IFAL Campus Média 36,90 52,08
Maceió 2007[90] 44,12 (23º) 52,77 (23º)
 IFAL Campus Média 51,52 55,99
Satuba
 IFAL Campus 2008 [91]
34,76 (26º) 56,13 (27º)
Marechal Deodoro Média 41,69 59,35
 IFAL Campus
Palmeira dos Índios
 IFAL Campus Piranhas
 IFAL Campus Maragogi
 IFAL Campus Penedo
 IFAL Campus Murici
 IFAL Campus Arapiraca
 IFAL Campus Rio Largo
 IFAL Campus Santana do Ipanema
 IFAL Campus São Miguel dos Campos
 IFAL Campus Coruripe
[92]

Segurança pública[editar | editar código-fonte]


Segundo os dados de 2018, Alagoas ocupa a oitava posição no ranking dos estados mais
violentos do país[93], já tendo sido o primeiro colocado desse ranking no ano de 2011.

Comunicações[editar | editar código-fonte]


O estado de Alagoas possui 3.410.693 de linhas de telefonia móvel ativas e 244.625 de
linhas de telefones fixos.[94] Todas as linhas do estado possuem apenas um código de área
que é o 82.[95]
Transportes[editar | editar código-fonte]

VLT de Maceió

O Aeroporto Internacional Zumbi dos Palmares está localizado na Região Metropolitana de


Maceió, entre a capital e a cidade de Rio Largo e é um dos maiores (tamanho do terminal
de passageiros) aeroportos do Nordeste.
Foi o desenvolvimento econômico e comercial do Porto de Jaraguá, próximo às margens
da lagoa Mundaú, chamada maçaio, que fez surgir uma grande povoação que recebeu o
nome de Maceió. O Porto de Jaraguá é considerado um "porto natural" que facilita o
atracamento de embarcações, por onde os produtos mais exportados na época da
colonização foram açúcar, fumo, coco e especiarias. E, hoje, o porto de Maceió é o 3º
principal porto do nordeste, e o 8º do Brasil.
Planos do Governo federal pretendem ampliar o espaço para navios cargueiros e os
cruzeiros que sempre atracam na cidade.

Energia elétrica[editar | editar código-fonte]


Usina Hidrelétrica de Xingó
A Usina Hidrelétrica de Xingó está localizada entre os estados de Alagoas e Sergipe,
situando-se a 12 quilômetros do município de Piranhas e a 6 quilômetros do município de
Canindé de São Francisco.
A Usina de Xingó está instalada no São Francisco, principal rio da região nordestina, com
área de drenagem de 609.386 km² , bacia hidrográfica da ordem de 630.000 km², com
extensão de 3.200 km, desde sua nascente, na Serra da Canastra, em Minas Gerais, até
sua foz, em Piaçabuçu/AL e Brejo Grande/SE.

Usina Hidrelétrica de xingó

A posição da usina, com relação ao São Francisco, é de cerca de 65 km à jusante do


Complexo de Paulo Afonso, constituindo-se o seu reservatório, face as condições naturais
de localização, num canyon, uma fonte de turismo na região, através da navegação no
trecho entre Paulo Afonso e Xingó, além de prestar-se ao desenvolvimento de projetos de
irrigação e ao abastecimento d’água para a cidade de Canindé/SE.
Compreendem o represamento de Xingó as seguintes estruturas:
barragem de enrocamento com face de concreto a montante com cerca de 140 m de altura
máxima;
o vertedouro de superfície do tipo encosta com duas calhas e 12 comportas do tipo
segmento com capacidade de descarga de 33.000 m³/s, situado na margem esquerda
(AL);
os muros, tomada d’água, condutos forçados expostos, casa de força do tipo semi-
abrigada, canal de restituição e diques de seção mista terra-enrocamento, situados na
margem direita (SE); totalizando o comprimento da crista em 3.623,00 m.
A usina geradora é composta por 6 unidades com 527.000 kW de potência nominal
unitária, totalizando 3.162.000 kW de potência instalada, havendo previsão para mais
quatro unidades idênticas numa segunda etapa.
A energia gerada é transmitida por uma subestação elevadora com 18 transformadores
monofásicos de 185 MVA cada um que elevam a tensão de 18 kV para 500 kV.

Cultura[editar | editar código-fonte]


Pontos turísticos[editar | editar código-fonte]

Cidade histórica de Piranhas

Cânion do Rio São Francisco

Ipioca em Alagoas
Praia do Toque em noite de lua cheia, Alagoas, Brasil.

Os destinos mais procurados atualmente são: Maceió, Maragogi, Japaratinga, Barra de


São Miguel, Piaçabuçu, Marechal Deodoro e Penedo, esse último tem um grande potencial
turístico e histórico. Além dos festejos de Bom Jesus dos Navegantes que começam de 8
a 15 janeiro com balsas que atravessam desde Alagoas até Sergipe e voltam a Penedo,
depois em terra começam os fogos sinalizando a chegada das embarcações e assim as
festas com os shows de bandas musicais.
Outros pontos visados pelos turistas são as praias do estado. Dentre as mais procuradas
estão: Praia de Pajuçara, Praia de Ipioca, Praia da Sereia e Praia de Cruz das Almas,
todas em Maceió. Além disso, um dos destinos mais procurados na cidade são: Mercado
do Artesanato, Museu Pierre Chalita, Museu Théo Brandão de Antropologia e Folclore e
Museu do Esporte.[96]
Outros locais procurados pelos turistas incluem: Passeio às Galés, em Maragogi, Igreja de
Nossa Senhora do Livramento, Ecopark, Foz do Rio São Francisco, Mirante da Praia do
Gunga, Museu da Imagem e do Som, Catedral Metropolitana, Teatro Deodoro e Mirante,
ambos em Maceió.[97][98][99]
Outras cidades que recebem intensa movimentação turística
são: Cajueiro, Quebrangulo, Santana do Ipanema, Santana do Mundaú, São Miguel dos
Campos, Satuba, Taquarana, União dos Palmares, Viçosa, Paripueira, Boca da
Mata, Barra de Santo Antônio, Branquinha, Capela, Lagoa da Canoa, Delmiro
Gouveia, Olivença, Olho d'Água das Flores, Murici, Maravilha e Coruripe. Todas elas
atraem turistas de várias partes do mundo e fazendo sua economia alavancar, sendo esse
setor o que mais emprega e gera renda para diversas cidades do estado.
Maragogi é uma das cidades mas conhecidas de Alagoas, distante 131 km de Maceió,
com uma população de 25 mil habitantes, é o segundo destino mais procurado de
Alagoas. Devido ao rio que banha o local, Maragogi que significa “rio livre” deu nome ao
povoado em 1892.
A excelente infraestrutura turística, vários hotéis, pousadas, hotéis fazenda, restaurantes,
centros de artesanato e várias opções de lazer agregam a qualidade dos serviços do
município.
Cenários como vilas de pescadores, fazendas com reservas e trilhas de mata atlântica,
abundância de coqueirais, praias belíssimas de águas cristalinas, como as praias de São
Bento, Peroba, Burgalhau, Barra Grande, além das galés formadas por recifes de corais a
6 km da costa, são algumas das riquezas naturais do município.
Maragogi tem um dos ecossistemas mais importantes do Brasil, a diversificada fauna e
flora de espécies marinhas são locais ideais para mergulhos. Navegar pelos rios onde se
encontra os preservados manguezais, praias, praticar esportes, tomar banhos de bicas,
cachoeiras, todas essas cidades tem um contato com a natureza.
Alagoas é conhecida por paraíso das águas justamente devido os ricos aquíferos no
estado, bem como cachoeiras, rios, mar, lagoas. Algumas praias são geralmente
comparadas às do Caribe.
Alagoanos Ilustres
Graciliano Ramos

Graciliano Ramos de Oliveira (Quebrangulo, 27 de outubro de 1892 — Rio de Janeiro,


20 de março de 1953) foi um romancista, cronista, contista, jornalista, político e
memorialista brasileiro do século XX, mais conhecido por seu livro Vidas Secas (1938).
Foi eleito prefeito de Palmeira dos Índios em 1927, tomando posse no ano seguinte. Ficou
no cargo por dois anos, renunciando a 10 de abril de 1930.[3] Segundo uma das auto-
descrições, "(...) Quando prefeito de uma cidade do interior, soltava os presos para
construírem estradas."[4] Os relatórios da prefeitura que escreveu nesse período
chamaram a atenção de Augusto Frederico Schmidt, editor carioca que o animou a
publicar Caetés (1933).

Jorge de Lima.

Jorge de Lima (União dos Palmares, 23 de abril de 1893 — Rio de Janeiro, 15 de


novembro de 1953) foi um político, médico, poeta, romancista, biógrafo, ensaísta, tradutor
e pintor brasileiro. Inicialmente autor de versos alexandrinos, transformou-se em um
modernista interessado principalmente nas matrizes africanas da cultura brasileira.
Conhecido nas antologias de poesia brasileira pelo poema Essa Negra Fulô (1928), viria a
se consagrar como autor de um vasto poema em dez cantos com uma diversidade enorme
de formas, ritmos e intertextos - Invenção de Orfeu (1952).
Nise da Silveira.

Nise da Silveira (Maceió, 15 de fevereiro de 1905 — Rio de Janeiro, 30 de


outubro de 1999) foi uma renomada médica psiquiatra brasileira, aluna de Carl
Jung. Dedicou sua vida à psiquiatria e manifestou-se radicalmente contrária às formas que
julgava serem agressivas em tratamentos de sua época, tais como o confinamento em
hospitais psiquiátricos, eletrochoque, insulinoterapia e lobotomia.
Em 1952, ela fundou o Museu de Imagens do Inconsciente, no Rio de Janeiro, um centro
de estudo e pesquisa destinado à preservação dos trabalhos produzidos nos estúdios de
modelagem e pintura que criou na instituição, valorizando-os como documentos que
abriam novas possibilidades para uma compreensão mais profunda do universo interior
dos pacientes. Poucos anos depois da fundação do museu, em 1956, Nise desenvolveu
outro projeto também revolucionário para sua época: criou a Casa das Palmeiras, uma
clínica voltada à reabilitação de antigos pacientes de instituições psiquiátricas.

Aurélio Buarque de Holanda

Aurélio Buarque de Holanda Ferreira (Passo de Camaragibe, 3 de maio de 1910 — Rio


de Janeiro, 28 de fevereiro de 1989) foi um lexicógrafo, filólogo, professor, tradutor,
ensaísta e crítico literário brasileiro. Foi o autor do Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa
e membro ("imortal") da Academia Brasileira de Letras.
A preocupação com a língua portuguesa e o amor pelas palavras levou-o a estudar e
pesquisar o idioma durante muitos anos com o objetivo de lançar seu próprio dicionário.
Finalmente, em 1975, foi publicado o Novo Dicionário da Língua Portuguesa, conhecido
como Dicionário Aurélio ou somente "Aurelião" ou "Aurélio". Modesto, ele vetou a inclusão,
na sua obra, do verbete "Aurélio" como sinônimo de dicionário. Em 1977 publicou o
Minidicionário da Língua Portuguesa, que também é chamado de "Miniaurélio". Em 1989
lançou o Dicionário Aurélio Infantil da Língua Portuguesa, com ilustrações de Ziraldo. O
autor também traduziu várias obras, como Poemas de Amor, de Amaru; Pequenos
Poemas em Prosa, de Charles Baudelaire; e os contos para a coleção Mar de Histórias.
Francisco Cavalcanti Pontes de Miranda GCIP (Maceió, 23 de abril de 1892 — Rio de
Janeiro, 22 de dezembro de 1979) foi um jurista, filósofo, matemático, advogado,
sociólogo, magistrado e diplomata brasileiro. Aos sete anos de idade revelava-se uma
inteligência precoce, lia corretamente o francês e português.
Aos dezesseis anos, seu pai Manoel Pontes lhe deu uma passagem para ir estudar
matemática e física na Universidade de Oxford, mas sua tia Francisca Menezes o
incentivou a estudar direito. Escolher direito não o impediu de destacar a importância da
matemática em suas obras, inclusive esta era sua primeira tendência, por causa de seu
avô Joaquim Pontes de Miranda, formado em direito, mas grande matemático.
Autor de livros nos campos da matemática e das ciências
sociais como sociologia, psicologia, política, poesia, filosofia e sobretudo direito, tem obras
publicadas em português, alemão, francês, espanhol e italiano.

Zagallo ex técnico da seleção brasileira

Mário Jorge Lobo Zagallo (Maceió, 9 de agosto de 1931) é um ex-futebolista e treinador


brasileiro. Ele detém o recorde de títulos das Copas do Mundo em geral. Já vitorioso como
jogador em 1958 e 1962, ganhou a competição como treinador em 1970 e depois como
assistente técnico em 1994, totalizando quatro conquistas em três funções diferentes.
Zagallo ainda treinou o Brasil em 1974 e 1998 (onde obteve um vice-campeonato) e foi
assistente técnico em 2006. Foram cinco finais em sete participações em Copas do
Mundo.
Meses depois de aposentar-se como jogador em 1966, iniciou a carreira de treinador da
categoria juvenil do Botafogo,[4] iniciando sua longa carreira.
Em clubes treinou o próprio Botafogo em quatro oportunidades, Flamengo por três vezes,
Vasco da Gama por duas vezes, Fluminense, Al Hilal, Bangu e Portuguesa.
Em seleções nacionais, comandou a Seleção Brasileira por três vezes, Seleção do Kuwait,
Seleção Saudita e Seleção dos Emirados Árabes Unidos. Seu último trabalho foi como
coordenador técnico de Carlos Alberto Parreira na Seleção Brasileira. Conquistou um
mundial como técnico da Seleção nacional e um como coordenador técnico, além de
vencer duas edições da Copa das Confederações. Também como treinador, conquistou
dois títulos Sul-americanos e vários outros títulos, que o tornaram técnico de renome
mundial.

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