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Fichamento Textual

DURKHEIM,Émile. O Suicídio. São Paulo: Editora Martin Claret, 2005.

Usar a palavra “suicídio” em um texto científico sem defini-la é um erro, pois pode ser
interpretada de maneiras diferentes, causando ambiguidades. (p. 11)

É obrigação do pesquisador definir os grupos que ele vai estudar, dando a eles
homogeneidade e especificidade suficientes para serem estudados cientificamente.
(p. 12)

As causas de morte são mais definidas exteriormente do que pelos indivíduos (p. 13)

O que é comum em todos os casos de suicídio é o fato da vítima, no momento da


ação, saber quais serão as consequências dele. (p. 14)

Assim sendo, suicídio é toda morte, praticado direta (quando a vítima se mata, por
exemplo, com um tiro na cabeça) ou indiretamente (quando ela, por exemplo, ao
perceber que pode morrer, não “luta” contra a morte) pela própria vítima. (p. 15)

A tentativa de suicídio acontece quando um indivíduo tenta se matar, mas o ato é


interrompido antes da pessoa vir a falência. (p. 15)

O conjunto de suicídios não é resultado de uma soma de casos individuais. A pesar


de ter aspectos individuais, sua natureza é social. (p. 17)

Cada sociedade passa por momentos onde o suicídio tende a acontecer. A taxa de
mortalidade-suicídio mede a intensidade do fenômeno através da relação entre o
número total de suicídios e a população global. (p. 19)

O que compete ao sociólogo, no estudo do suicídio, é analisar os fatores sociais que


favorecem o suicídio, ou seja, aqueles que estão na sociedade, não nos indivíduos.
(p. 24)

As crises econômicas influenciam a quantidade de suicídios. Uma evidência


apresentada é a situação de uma crise financeira em Viana atinge seu ápice em 1874.
Entre 1874 e 1886 o crescimento anual do suicídio era de 2% e em 1882 era de 7%.
(p. 257 e 258)

O aumento da miséria pouco aumenta a quantidade de suicídios, mas contextos de


prosperidade, o número de suicídios aumenta do mesmo modo que em desastres
econômicos. (p. 259)

Depois da guerra de 1870, a Alemanha é unificada e recebe uma grande indenização


que aumenta as riquezas do país e a indústria, juntamente com o comércio, começam
a se desenvolver. Porém, os casos de suicídio entre 1875 e 1886 tiveram um aumento
de 95%. (p. 261)

O aumento de suicídios em contextos de crises financeiras acontece não porque as


pessoas empobrecem, mas porque é consequência de uma crise, de uma mudança
no modo de vida das pessoas. Assim sendo, qualquer fato que altere o equilíbrio de
uma sociedade tende a aumentar o número de suicídios. (p. 264)

Diferente dos animais, o ser humano tem uma capacidade de reflexão que tem como
uma de suas consequências o surgimento dos desejos. Mas, não será sempre que
nossos desejos conseguirão ser saciados, já que o ser humano se depara com
obstáculos impossíveis de serem ultrapassados. (p. 266)

Os desejos ilimitados são insaciáveis. Quanto mais tivermos, mais iremos querer e,
assim, o que nós conquistarmos irá fazer surgir novas necessidades. (p. 267)

A sociedade impõe limites a tais desejos, desempenhando um papel de moderadora,


estabelecendo o máximo onde as pessoas podem ir com suas ambições. (p. 268 e
269)

Em momentos de crise, o papel moderador da sociedade sobre as pessoas é


prejudicado e, assim, a sociedade se torna provisoriamente incapaz de exercer tal
papel. (p. 271 e 272)

Em casos de grandes crises econômicas, algumas pessoas passar a ter uma condição
de vida muito inferior a tempos anteriores. (p. 272)

A sociedade demora algum tempo para se recuperar de alguns desastres e encontrar


o equilíbrio e, como consequência, seu valor permanece indeterminado. (p. 273)
É comum a ideia de que as nações devem ter como prioridade o progresso industrial.
O estado de crises, nessas sociedades, é constante, visto que o objetivo é sempre
estar progredindo. (p. 276)

Como consequência, “o mundo econômico faz o maior número de vítimas”, pois


aqueles que trabalham nos setores industriais e comerciais são os que mais cometem
suicídios. (p. 278)

O suicídio anômico vem do fato da atividade dos homens estar “desregrada” e, por
isso, eles sofrem. ( p. 279)

Existe também a anomia doméstica, resultado da morte do parceiro ou parceira de um


sujeito. O indivíduo não está adaptado a nova situação e, por isso, se mata mais
facilmente. (p. 280 e 281)

Esse tipo de suicídio é mais comum em protestantes do que em católicos, e são eles
também que têm o maior número divórcios (p. 281)

Critica Bertillon, autor que acreditava que o número de suicídios é maior entre pessoas
desequilibradas. Mas não tem motivos para acreditar que em localidade X haja um
número maior de desequilibrados do que em outro. E sabemos também que situações
puramente individuais não são capazes de explicar tal fenômeno. (p. 283)

Divorciados, tanto homens quanto mulheres, se matam quatro vezes mais do que
pessoas casadas. (p. 284)

Na Itália, onde não há divórcio, o coeficiente de preservação do homem é maior do


que na França, onde as separações são mais comuns. (p. 287)

O homem que está casado se beneficia mais com o casamento do que a mulher
casada. (p. 292)

Mesmo em lugares onde o casamento é bom para a mulher, é mais vantajoso para o
homem.

Na situação de casamentos, a liberdade que o homem abdica, para ele, é um


sofrimento. Já a mulher não tinha razões parecidas para abdicar de sua liberdade e,
ao se submeter a um casamento, ela faz um sacrifício. (p. 300)

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