You are on page 1of 10

- .',.

,
rF- ": ' - r Íl . jiÍ: ..ir,r '
.. r:.:jiÍ:.,.
= . 1. ; . 1 ' 1 1 . l
Coptriylt Arta Faui AlessatrdriCalos S U A R í,

Ctlaçurt RePetsatìdo a Geografir

Cootdutudor Ariovaldo U. dc Oliveira

Pruiuo GrúJícot dc Cupu Sylvio de Ulhoa Cintra Filho

I I u,ttru 1:irtt J t Cupu l)enllte de l oto de São Paulo, de Eduardo Tavares

Fttltx dc ntìolo Cedidaspela autora

Rcvisio Lliz Robeúo Mallâ

ãrt Vcrcrl;rsIhli toriirl


C,,u ltr,.tì\

e Acabamento
lmpíessão
DÊES]UDOS
ÔENTRO VIDAE CONSCIÉNCIA LÌDA
EDITORA

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CII')


(Cânrara Brasileira do Livro, SP' tsrasil)
A Autorano Contexto

rfi Car los.Ana Fani Alessandr i.


A cidadc / Ana Alessandr iCar los . 3.ed.- São Paul o :
C( ) n( extü, 1991.- iRcpctr sautlu Geo gr i ffi -

13ibliogralì4.

r
l.stìN85-7244,0r5-
" ì C al
'-

l-i"l ''
-,

''
Introduçáo

1. A PaisagemUÌbana

2. O Uso do Solo Urbano


...... 11

35

45
L Cjdades 2. Gegral-iaurbana 3. Planejalrìentorlrbano
L Título. IL SéÌic 3. A Valorização
do EspaçoUrbano 50
92-0099 732
cD D -910.91
4 . C i d a d eU
: maPerspectivaHistórica ...... 56
Indices para catálogo sisÍenráíico:
L Cidades: Geogr afiaur ban a 910.91712
5. Repensando
a Noçãode Cidade 67

6. Cidadecomo Campode Lutas 82

Conclusão 90

l9L)1 Sugestóesde Leitura 93


Proibida a reproduçaÌo (otal ôil t)arclírl.
Os inlìatoresseritciprocressados na lbrnla da lei.
IIDìTOIìA CON'IEX lO (llciìlora ì'insky Ltd:t.)
O Leitorno Contexto 95
iriitr;r JainrePinsky
Rua Acopiara, | 99 - Alto da Lapa - CEP: 05081- I I 0
Tel.: ( 0Ì I ) lì.Ì2- 5838- Fax: (01 | ) 832- 3561
e-nìail:cortexlo@weneL.com.br
E
A NOÇÃODE CTDADE
REPENSANDO

A cidade,enquantorealizaçãohuman4 é um tazer-sein-
tenso,ininterrupto. No Brasil,este"fazer-se"aniquilao quejá es-
tá produzido a fim de criarmaise, infinitamente, formasnovas.
lsso nos leva a associara idéiada cidadecom as imagensdo
inacabado. Em últimaanálise,pode.sedizerqueas metamodoses
da cidadeproduzemas imagensde ruínase devastações moder-
nas,Porisso,muitosÍalamdacidadeassociandoa à idéiade caos"
Trata-se,no entanto,de analisara cidade,"pordentro",isto
é, reÍletirsobresua natureza.Deve-seaqui lembrarque a cidade
tem a dimensãodo humanorefletindoe reproduzindo.se através
do movimentoda vida,de um modode vida,de um tempoespe'
cíÍico,que tem na base o processode constituição do humano.
Durantemuitotempo,a cidadeÍoi analisadapelageografiaape.
nas atravésde seusaspectosexteriores, o queaindaocorre.Mui-
ta tinta foi gasta descrevendo'se.o sítioda cidadebaseadoem
seu quadrotopográficoondeo plano(ortogonal, radioconcêntrico
ou desordenado) modelavaa formada cidadesobrea caftaíÍsí-
ca. Ao sítio,os geógraÍosrelacionavam a posiçãoda cidade.
ParaSorre,o sítio recebea cidade,masé suasìtuaÇáo que
a Íaz viver pois vive e se desenvolve atravésde sua posição
geográficaem relaçãoaos granCesconjuntos.Se voltarmosncr
tempo,podemosencontraralgiimasdefiniçoes de cidadequesão
imporlantes paraavanÇarmo$ nossareÍlexão,
Para Ratzeluma cidadeé uma reuniãodurávelde hornens
e hablta$es humanasque cobi"eunretgrandosuperfície e se err.

67
contrano cruzamento de grandesvias comerciars. Já paraWag-
ner,as cidadesseráopontosde concentração do comérciohu-
mano.ParaBrunhês,existecidadetoda vez que a maioriade
seus habitantesempregao seu tempono interiorda aglomera-
ção.Em Bobecka cidadese reconhece comouma aglomeraçáo
íechadade urnacertaimportância e ondese levaumavidaurba-
na. Von RichtoÍendeÍine cidadecomo um agrupamento cujos
meiosde exrstência normaisconsistem na concentração de Íor-
mas Cetrabalhoque não são consagradas à cultura,masao co-
mércioe à indústria.Em Sombart,cidadese deÍinecomouma
aglomeraçáo de homensdependendo dos produtosdo trabalho
extertor.Em Sorre,a cidadetambémapareceenquantoaglome-
raçãode homensmais ou menosconsiderável, densae perma-
nente,altamenteorganizada, geralmente independente parasua
aiimentação do territóriosobreo qualse desenvolve e Ímplican-
do, parasuaexistência, uma vidade relações ativasnecessárias
à manutenção de sua indústria,de seu comércioe demaisfun-
ções.Finalnrente, para PierreGeorgeas cidadessáo Íormasde
acumulação humanae de atividadesconcentradas, própriasa
cadasistemaeconômlcoe social,reconhecidos a Írartirde fatos
de massae arquitetonico. Cena de urnshoPPing:
Para aigunsdos autorescitados,as definiçõesde cidade a cidade se translormaem vitrine'
vinculam-se ao seu carálerÍuncional.Paraoutros,a eristência da
cidadese liga a aspectoseconômicos, polÍticose sociais.Na O desenvolvimento produzmudanças
das forçasprodutivas
obra de PierreGeorge,a cidadeé analisadade Íorma mais constantese com essasa modificaçãodo espaçou/oano.Essas
abrangente, envolvendouma perspectiva mudançassão hoje cadavez maisrápidase proÍundas,, gerando
histórica:a cidadeé,
em cadaépoca,o produtode umaorganização dasrelações eco- novasiormasde conÍiguraçáoespacial,novo ritmo de vida,novo
nômicase sociaisoue não se limitaa exercer sua influência so- 'relacionamento entre as pessoas,novosvalores.o espaçotem
bre as únicasaglornerações urbanas. Paraele,as cidadesÍazem cada vez mais a dimensáodo mundiale as relaçõesentreos
partede um conjuntoe as Íormasdas relaçõesentreelase dos homensdependemcadavez maisde decisõestomadasa milha-
diversossetoresdo conjuntoseriamparticulares As mmunicações
res de quilômetrosde seu localde residência.
a cadatipo de
estrutura econômica e social. se desenvolveme com ela a Íreqüênciados contatos.o Íatord/s-
tânciaé eliminadopelo desenvolvimento dos jatos,dossatélites
Estanros,aqui,tentandopensara cidadedentrode umato- parase
talidadea partirda qual ela é possível e da inÍonnática.Essesfatos abremnovasperspectivas
de serapreendida. A cida-
pensarhojea cidade.
de enquantoprodutohistóricoe socialtem relaçÕes coma socie-
dadeem seuconjunto,com seuselementos constitutivos, e com
sua história.Podanto,ela vai se transformando à nredidaque a
sociedadecomourn todo se modiÍica. A CIDADEPODESER
A urbanização é um Íenômenomundial.A universalização DEFINIDACOMOAGLOMERAçÃO?
dastrocasaproxrma paísese aprofunda a divisáoespacial e inter-
nacionaido trabalho,clentrode umarelaÇão de dependência en- Vimos Q{e a cidade apareceaos nogsosolhos como uma
tre territónosnacionais,dentroda ÍormaÇáo economica e socìal aglomeraSo.É essencialmenteo rocusda produção,.con@ntra-
é
capitalista. ção dos meios de produçáo,do capital,da mãede'obr4 mas
tambémconcentração de população e bensde consumo coletivo. A históriatem uma dimensáo espacialqueemergeno cotr-
Aglomeração e concentraçãosão duas características constan- dianodas pessoasno modode vidaurbano,no relacionamenio
tementevinculadas à idéiade cidade. entre as pessoas,no corre-cone, no lazer,etc, O urbanoen-
Exatamentepor isso a cidadetem sido analisadacomo quantoprodutode produçãoe reprodução histórico
é ao mesmo
concentraçáo de população,instrumento de produção,atividades temporealidadepresentee imediatae a sociedade urbanaem
de serviço,infra-estrutura,
reservade máo-de.obra, trabalhadores seudevir.
e, sobretudo,mercadorias. No limiteúltimo:ruas,prédios,carros, A sociedade urbanacontémo virtual,istoé, o cotidiano es-
gente,etc. Náo raro ouvimosa expressáo"caos urbano",uma tá no centrodo acontecerhistórico: contéma vida"cotidianaea
Íórmulaevidentemente simpliÍicadora para explicara metrópole vidado indivíduo,o ser particular
e o genérico.O homempartici-
paulista. pa e produza vidaem todosos seusaspectos, nelatambémco-
Logo,a análiseurbanavem freqüentemente confundindo locaemfuncionamento seussentidos e suacapacidade intelectual.
aparência-essência. Paraevitaresseproblemaé necessário refle-
tir sobreo significadodessaaglomeração.
. Pensara cidadesignificarefletirsobreo espaçourbano.
A paisagemurbanaé a forma pela qual o fenómenourbano PRODUTO
DE LUTAS
se maniÍesta, o espaçourbanopode ser apreendido (é o nível
fenomênico). Em últimaanálise,o espaçogeográfico é uma re- Nessecontextoa discussão do urbanotranscende à idéiade
laçãosocialque se materializa Íormale concretamente em al- cidadeenquanto aglomeração de capitais,superaa discussão da
go passívelde ser apreendido, entendidoe apropriado. Desse cidadee/ou espaçodo capital.Esseencaminhamento permite
modoa cidadeé a dimensãoconcreta, vinculadaà dinâmicaoo pensaro espaçotambém como produtode lutas,Írutode rela-
desenvolvimento. çóes sociaiscontradítórias, criadase aprofundadas pelodesen-
volvimento do capital.Assim,no embateentreo que é bompara
Entendera cidadeenquantoaglomeração significadeÍinir
o capitale o que é bom para a sociedadehoje,o urbanose pro-
a cidadeenquantolacusda produção.Pensa-sena cidadedo ca-
duz,a cidadese estrutura ea paisagem ganhasuaconfiguração.
pital.Mas até que ponto essa varianieexplicaa naturezada
cidade? O urbanoproduzidoatravésdas aspirações e necessidades
A geograÍia vem trabalhando a noçãode espaçoenquanto de umasociedade de classesÍezdeleum campode lutaondeos
.interesses e as batalhasse resolvempelojogo políticodasforças
produtodo trabalhohumanoa partirda relaçãoque o homem-
sociais.O urbanoaparececomo obra históricaque se produz
enquanto sersocial- mantémcoma natureza.
continuamente a parlirdascontradições inerentesà sociedade.
Aquinos propomosa analisaro espaçoenquantocc:ttdição, Essascontradições são produzidas a partirdo desenvolvi-
meÌo e produtoda reprodução da sociedade, o que nos levane- mentodesigualde relaçõessociais(dedominação-subordinação)
cessariamente a discutiro papel do homemenquantosujeito, que criamconÍlitosinevitáveis. EssesconÍliiostendema questio
percorrendo sua vida,valores,cultura,lutas,ansiedades e proje- nar o entendimento da cidadeenquanto valorde trocae, conse-
tos, portantoo homemagindo.Logo pensaro urbanosignifica qüentemente, as formasde parcelamento e mercantilizaÇão do
pensara dimensão do humano. solo urbanq.Comisso,questiona-se da cidadania
o exercício eo
Entender o espaçourbanodo pontode vistada reprodução direitoà cidade.
da sociedade significapensaro homemenquanto serindividual e Daquise depreende que náo se podeseparara cidadedo
socialno seu cotidiano, no seu modode vida,de agire de pen- espaçourbano. Nessa perspectiva,a cidadeé pensadaenquanto
sar. Significapensaro processode produçãodo humanonum trabalhosocial materializado, objetivado,que aparecena articu-
contextomaìsamplo,aqueleda produção da históriade comoos laçáodo "construído e o não construído" um lado,e do movi-
de
homensproduziram e produzemas condiçóes materÍais de sua mento (de mercadorias, pessoas,idéias)de outro.Esseprocesso
existênciae do modo como concebemas possibilidades de é marcado pela contraditória
inter-relação do novocom o velho,
mudanças, imposta pelo processo de reprodução,
JIt1
lssosignificapensara ctdadeenquantoÍenôrneno dinâmico Percebe-se nesseconto sobreNápolesque atravésda lei
em constanteprocessode constituição. WalterBenjamim(Ruade da porosidade está postaa simultaneidadede açõesdiversas. E
Mão Unica),a propósitoda cidadede Nápoles,na ltália,discute Íica claroque existem diÍerenciadas
temporalidades e que a vtda
esseprocessoatravésda ricaidéiade "porosidacie". Parao autor, doméstica náofogeà idéiada porosidade.Nadaé definitivo,tudo
a discussáoda cidade,de inícioassociadaaos aspectosÍísicos, se move,e "cada e
atitude desempenho individual(privado)é
ganhanovocoloridoquandoassociada a idéiade umaarquitetu- por
inundado correntes O
da vidacornunitária".indivíduoé parte
ra porosacomo uma rocha,onde as construçõese as açõesse da sociedade, ao mesmotempoem queo sentidoda vidase ex-
entrelaçamumas nas outrasem pátios,arcadase escadas."Em pressana unidade casa/rua.
todosos lugaresse preservamespaçoscapazesde se iornarem
cenáriode novase inéditasconstelações de eventos".Na reali-
dade,a idóiade porosidade afirmaque a cidadeé essencialmen- Lugarde Encontro
te algonão-definido,prontoe acabado.Pelo contrário,as formas
ganhamdrnamismoatravésda vida das pessoasonde"evita-se pa-
As relações
com o lugarsãodeterminadas no cotidiano,
cunharo definitivo. Assirn,nenhumasituaçãoaparececomoé, o lugar do encontro e o
ra além do convencional.O espaçoé
destinadapara todo o sempre;nenhumaforma declarao seu, produtodo próprioencontro; ganha teatralidade
e não
a cidade
destamaneira,e não de outra".
da genteque lhedá conteúdo
existedissociada e determina sua
Atravésda noçãode arquitetura,ação e movimentose in- natureza.
ter-relacionam.
As formasganhama dimensãodo cotidianoque Hoje,quándose precisaanalureza da cidade,paraalémde
se reÍletenos pontosde reÍerência da cidadesos quais,longede suasformas,esseé um resgatenecessário. Assim,é necessário
serematingidospor números,têm seus endereçosvinculadosà se pensara cidadea partirde doispontosde vistaindissociáveis
dimensáoespacialdo lugarcom fontes,lojase igrejas.E aquihá Trata-se,parao entendimento
e contraditórios. da naturezada
um aspectorelevante:as igrejasnáo se destacamcomo bloco cidade,de analisá-laa parlirdos pontosde vistado cidadãode
construído "num espaçogigantescocom transeptos,corose cú- um ladoe do capitaldo outro,enquantounidade do diverso.
pulas",masÍicamescondidas, encaixadasqual uma portasingela
entreconstruções profanas.
A porosiCade em Benjamimtanrbémaparecena açãoqueé
visla como "paixão pela improvisação", o que signiÍicaque os CIDADEDOCAPITAL?
prédiospodemter usos diversos,guardandoa dimensãoda tea-
tralidadeespacial.A cidadese transÍormano palcoem que,,toda Velamosa cidadeenquanto espaçoda reprodução do capi-
a gentedivide(os prédios)num sem-númerode áreasde repre tal. Nessaperspectiva,a cidadeé condiçãogeralda produção, e
sentaçãosimultaneamente anímadas.Balcões,átrios,janelas, este Íato impóeuma determinada confrguraçáo ao urbano,apa-
portoes,escadas,tellradossão ao mesmotempopalcoe camaro recendoenquantofenômenoconcentrado, Íundamentado numa
te".As ruasse transformam em cenas."Mesmoa existênciamais complexadivisãoespacialdo trabalho, Íormando umaaglomera-
miserávelé soberanano vago conhecimentoduplo de atuarem
çáo que, no capitalismo, tem em vistao processo de acumula-
conjunto,em toda a perversão, numacenade rua napolitan4que Um aglomerado que buscadiminuir
a distância(medidapelo
ção.
nunca se repete;de, em sua pobreza,gazaro lazer de acompa- tempo)entreprocessode produçãoda mercadoria'e seu proces-
nharo grandepanorama." so de consumo.Nessaperspectiva, a cidadeé o locusda con-
Fara Benjamim,em Nápoles,até a decoraçãodas ruastem centraçáodos meiosde produçáoe de pessoasligadasà divisão
um estreitopaíentescocom o teatro.A porosidadeenquantoalgo técnicae socialdo Íabalho, articuladas ao processoprodutivo.
qLrÊse à rotina e ao repetitivoapareceenquantoiei Assim,a cidadeé analisadaenquantoconcentraçáo de instru-
_superpÕe
inesgotável dessavida a ser redesmberta,em que',um grãode mentosde produçáo,serviços,mercadorias, ire-
infra-estruturas,
domingose escondeem todo dia da semanae quantosãias de balhadores e reservade rnãode-obra.
semananessedomingo!" A cidadeaparececomoa justaposição de unidades produti-
vas, atravésda articulaçãoentreos capitaisindividuaise a cir- Contudo,enquantoa cidadeaparececomo iocalizaçãoda
culaçáogeral,integrandodiversosprocessosprodutivos,centros indústria,local do trabalhosocial,aglomeração de mão-deobra,
de intercâmbioe serviços,mercadode mão-de-obra, etc. lmplica mercadorias, materialização das condiçõesde produção,o urba-
uma conÍiguraçáo espacialprópriaem funçãodas necessidaoes no será condição,meio e produtodo processode reprodução da
de reproduçáo do capital,de modoa garantira fluidezdo ciclode
sociedade,em todasas suas instâncias. Se, por um lado,a in-
reprodução. A cidadese produzde modoa permitira articulação
entre processosde produção- distribuição- troca, consumoe a dústriarepresenta o locus do processoprodutivopor excelência,
gestão. no nível do processogeral de reproduçãoeste é âpenasurn els.
mento,na medidaem que se produzumaunidadeentreprocesso
Entendera cidadeenquantocondiçãogeral do processode
produçãosignificapensara relaçãoentre processoimediatode de produçãoe de circulação.Faz-setambémnecessáriotrans-
produçãoe unidadesfabrisde um ladoe o processodo conjunto cendero processoprodutivoimediatodo conjuntoda fábrica(en-
da produçãoda circulaçãode ouÍo. Existeuma divisãotécnica trepostos,escritórios),que constituio aparelhoÍísicnparaenglo-
no seio das unidadesprodutivas(entreempresas,Íábricase ofi- bar o conjunto jurÍdicoe financeiro,além da redede fluxosvisí-
cínas),conseqüência direta dos trabalhoscomplementares veis (mercadorias), invisíveis(capital,inforrnação),e as decisões
de
senvolvidos. E necessária a concentração de meios de produçáo de gestão.
num só lugar,pois a unidadeprodutiva,para Íuncionar,.requer Esses elementos tornam-se cada vez mais decisivos,
a
articulação,no espaço,de determinada atividade.lsso visa a fa- na medida em que se desenvolvea produçãoem escalae se
cilitara realizaçãodo valora partirda articulaçãoe das necessi- impóe a diminuiçãodo tempo gastoem cada fase do processo
dadgsdo processoprodutivo, atravésda conelaçáoentreos capr- (o que diz respeitoà idéia de continuidade, inerenteao proces-
tais individuaise a circulaçãogeral.Esta integraos diversospro so cíclicodo capital).O desenvoivimento da aglomeração, o aper-
cessosprodutivos,os centrosde intercâmbio,os serviçose o Íeiçoamentodos transportese a articulaçãoda rede de circula-
mercadode máo.de'obra. ção, comunicação,e da informáticatornam-sede Íundamental
Nessa perspectiva,o espaço urbano (re)produz-secomo importância.
produtoe mndiçãogeraldo processoprodutivo.Do pontode vis- A necessidade de uma produçãoem grandeescalapressu-
ta do capitalistaaparececomo capitalfixo.Sua estruturação dá- póe a vendaem grandeescala,isto é, a vendaao comerciante e
se de forma a permitira circulaçãoda mercadoria,da matéria- náo ao consumidordiretamente. A atividadeprodutoranecessita
prima e da mão-de-obra, bem como a viabilizaçãodo processo de um setor de distribuiçãoda mercadoria e o comérciose de.
produtivo. s'envolve,cada vez mais, à medidaque se desenvolvea produ-
As condiçÕesmateriaísde produçãose materializamno ção capitalista.A atividadeprodutorapressupõe, conseqüente.
plano da cidade,no traçadode suas ruas,no desenhodas estra- mente, a concentração espacialpara que a indústriapossase
das, na convergência das vías de acesso,etc. A cidadetem no beneficiardaquilo gue comumentese chama "economiade
seu Íluxo- tanto do pontode vista quantitativo, quantoqualitati- aglomeração"- infra-estrutura,mão-de.obra,localizaçãode ou-
vo - uma eventuallimitaçáoda produtividade do trabalhona es- tras indústriascomplementares, mercadodiversificado, além do
cala da produçãoe na continuidadedo processode produção, Íato de a localizaçãopermitira econorniados gastosde produ-
distribuiçãoe troca Por outro lado, a reproduçãodas condições ção. A indústriaaproveita-se, ao máximo,dessasvantagensen-
gerais tende a acanetarum desenvolvimento das Íorçasproduti- quantosocidlizaas desvantagens (poluição, trânsito,elc.).
vas, e a agilizara circulação do capitalatravésdas melhoriasdos Assim,a produção ern grande escala, com grandenúmero
meiosde comunicaçãoe dos transportes. (absoluto)de empregados, pressupõe a concentração da popula-
_ O espaçourbano,analisadoa partirdo processode produ- ção e do própriocapitalem determinados pontos.
ção e da realizaçãoda mais-valia, do ponto.devistado Ínpitalis- Ëspacialmente, o desenvolvimento do modo de produção
ta entra no processode reproduçãodo capitalcomo meio de pre capitalistaimplicaa tendêncianáo somente.para a aglomeração
duçãosob a Íormade capitalÍixo. Nessâperspectivaa cidadeé populacional(Íorçade trabalho,superpopulaçáo relativa),cnmo
entendidacomocondigãomaterialparaa produçãoe circulação. também de meios e unidadesde produção,o que leva a unra
proíundadivisáoespaciardo trabarhormposte,
peromercadoem dadedeviabilizardeterminado númeroderotações do cicloCocapi-
expansão.
Assirn,o urbanoé frutoda dinâmicadas forçasprodutivas tal, o Íatortempoé essenciale náoumacondiçãoexteriorao pr$
plenamente desenvorvidas cessoprodutivo. do capital,a pa$sagem
A circulação Íluidade unra
ari,e maisespecificam"nt. ã" gianae
agtomeração. Íasea outraé condiçãode singularprodução baseadano capital.
O desenvolvirnento O espaçoaparecepara o capital,do pontode vistada cir-
da grandeaglomeraçãose dá em d+
trimentode outrasparcerasoõ espaço."Ere culação,comoa distânciaque separaa empresado mercado.ls-
é atentúuoopãro*o so poderácausaruma demorana realizaçãodo valor,e, Õonse-
tágio do capitarismomonoporista. ntravésda criaçãoJá [iánor.
unidadesprodutorase da internacionarização qüentemente, do tempode produçáo.lsto signiÍicaque o espaço
crescente"dàpr* englobatambém a circulaçãoe os meios de comunicaçãoe
dução,o capitarismoaprofundaa hierarquização
e diferenciação transportes que rêpresentamcapitalÍixo.
espacial.lsso tende a aceleraras desiqualdaães espaciais,uma
vez que a produçãoespacialestávoltaãaparaa A Íormulaçãoda problemáticaurbana,portanto,náo se re-
maioreficiência duz à cidade,mas reÍere'sea toda a sociedadeurbana,em últi-
do sistematendoem vistaa produçãoe rearização
da mais-varia, ma análiseao homem,suaslutase direitos.
além de ser tambémo lugarOageitão e da realização
dos negó Até agora, atentamospara a cidadeenquantodimensáo
ctos.
O modo de produçãocapitalistaproduzum espaço espacial"oposta"ao homem:uma obrahumanaque parecese
como sobreporao própriohomem.Por outrolado,essamesmacotidia-
todo.modo de produção.Mas aqui a produção
só ocorreráse nidade,massacrantee alienante,tornaconsciente a contradiçáo
permitira varorizaçâodo capÌtar.Na produçãodo espaçohà atgo
mais,um ladoestratégico entrea esperançaconcebidae o cotidianovivido.
e porítico
de grandôimportânciã,poisnáo
é uma produçãoquarquer. Acrescenta"argo decisivo produ-
ção,postoqueé tambémreprodução " "sÁu
dasielaçÕesO" proOuiáó.
A produçãomateriarmaniÍêstao fato de que reprodìzinde
se' a sociedadenão reconstituiapenassuascondições A CIDADEDO CIDADAO?
materiais
de existência,mas tambémsuasrelaçõessociais,
ôom issouma AÍirmamosque a produçãoespacialrealiza-sede modoa
cidadediferente.
viabilizaro processode reprodução do capitale dessemodoa
cidadese apresentaria comoa materializaçãodas condiçõesge'
rais do processode produçãoem suatotalidade. Todavia,esseé
Concentração
apenasum dos lados da moeda;o outrorefere-seao trabalhador
Enquantocondiçãogeralde produção, e ao consumidoi' de modogeral.E precisoconsiderar a necessi-
o espaçourbano,en- dadede se morar,habitare vivernumdeterminado lugar.
tendido do ponto de vista do capitalisi"
capital Íixo,taz O modo como a sociedadevive hoje é determinadopelo
com que a cidadeapareçacomoconcentração, "o*o tanïo de popula_
ção (trabalhadores, dependentes, modo como o capitalse reproduz,em seu estágiode desenvol-
exércitoindustriarde reserva),
como de mercadorias, rugarda divisáotécnicae sociardo traba- vimento.lsso querdizer,também,que o trabalhador não fogeao
lfro; portanta,locus da produção.Aproxirnamatérias-primas "controle"do capital,nem quandoestálongedo localde trabalho,
p!'ocessoprodutivo,trabarhadores do pois o espaçoda moradiatendea submeter-se às necessidades
da produçáo,indúsiriado cq.
mércio,consurnidores do mercadoe, nessesentido,é também e perspectivas da acumulaçãodo capital.O trabalhador também
fluxo(de pessoãs,mercadorias, terá o acessoe as possibilidadesde escolhaparamorarlimita-
informações, etc.).
lsso significaque a rede de comlnicaçóesaparece dos.O modode vida urbano,sobo capitalismo, impõedisciplina.
, como As contradições socíaisemergem,na paisagem, em loda a
elementofundamentalna realização do valor,n" *óiiO" ãrìr,
ü processode reproduçãoampliadosó pode sua plenitude;os contrastese as desigualdades de rendaaflo
ocorer ." rn"r."- ram. O acessoa urn pedaçode terra,o tamanho,o tipo e nrate-
doria chegaraté o consumidor. Levando-se em côntaa "necessi- rial de mnstruçãoespelhamnitidamenteas diferenciações de
76
'- (

classe.o acessoà habitaçãoe aos meiosde consumocoretrvo Entendero espaçourbanodo pontode vislada reprociuçã,_r
serãodiÍerenciados. Teremosaquiduascaracterísticas básicas. da sociedade significapensaro homemenquanto serindividual e
A primeira,diz respeitoà segregaçãoespacial,tanto das socialno seu cotidiano,no seumodode viver,agire pensar. Sig-
pessoasde maiorrendimento, quantodasde menorpoderaquisi- nificaentendero processo de produção do hurnano numcontexto
tivo' As de maior rendimentotendema locarizar-se em bainos maisamplo:o da produção de comoos homenspro
da história,
arborizados, amplos,com completainÍra-estrutura, em zonasem duzirame produzemas condiçõesmateriaisde sua exístência.
Qle o preçoda terraímpedeo acessoa "qualquerum". Há tam- Hoje,essascondiçõesocorremaprofundando a contradiçáo entre
bém os condomíniosexcrusivos e Íechados,com grandesáreas a opulênciae a miséria,que refletea distribuição da riqueza. As
de lazer e até shoppings, grande aparato dõ segurançae condiçõesde vida da sociedade
,com urbanaestãovinculadas direta
amplosestacionamentos. os de baixorendimentotêm-coro og ou indíretamente a isso;é uma relaçãode poderque extrapola
ção os conjuntoshabitacionais, geralmentelocalizadosem áreas o locusde trabalho.
distantesdos locaisde trabalho.são os bairrosoperárioscom in- Dentrodessequadroa (re)produção do espaçoó tambémo
suficiênciaou mesmoausênciade infra-estrutura; e as áreasperí- da reproduçáo da vida humana,O homemvive oncjeele pode
féricasonde abundamas autoconstruções, arémdas faverasque morare isso serádeterminado por sua rendae pelossacriÍícios
afloramno seio da manchaurbana. que podefazer.Comoele podemorare em que condições vive
A segundacaracterísticarefere..se
à tendênciade o espaço dependedo acessoaosserviços coletivosproduzidos.
urbano(re)produzir e ampliara distância(tanto em quilômetros O espaçonáo se (re)produz semconflitos e as contradições
guantoem tempo)entreo localde moradiae o localde trabarho. inerentesa uma sociedadede classes. As práticasnãose redu-
E uma resposta,de um lado,ao aumentopopulacional e à con_ zemapenasà produção imediata,dentroda ïábrica.E na vidaco-
centraçãona cidade,_e de outroao processode varorizaçáoda rer- tidianacomo um todo, que essascontradições se manifestam
ra que deixavaziasáreasimensasda cidade. maisproÍundamente, nas diÍerenciaçóes entreos modosde mo-
A compreensão do fenômenourôano,no que se refereao rar,o tempode locomoção,o acessoà infra-estrutura, ao lazer,à
progelgode produção,traz a questãodo processoindustrial. quantidade
No e tiposde produtosconsumidos, etc,Quantomaisa
capitalismo,a produçãoe o desenvorvimento do urbanovincu- socÌedade se desenvolve, maisaproÍunda as diferenças entreos
lgm;sgà instalaçãoe crescimento (diretoou indireto)da ativida- indivíduos(fundamentalmente nospaísessubdesenvolvidos).
de industriale das atividadesque a indústriacria. iom o surgi- . O espaçoenquantoreproduçáo da vida coloca-nos diante
mento do Íenômenoindustrial,o urbanomuda de mnteúdo.Ao de um quadroÍormadopela inter-relação do modode vidacomo
mesmotempo é na cidade,devidoao seu grau de concentração processode trabalho,A habitaçãocomouma das necessidades
espacial,que aflora mais claramentea contradiçáode classes, básicase fundamentais do homemdá'nosumavisãoprecisaso-
tão nítidana paisagemdos bainos.Essacontradiçao se manifes- bre o modo de vida urbano,o localde moradaé associado ao
ta pelocontrasteentrea riquezae a pobreza.E no urbanoque se preçoda terra.Este será deterrninado pelojogo de mercadoe
manifestammais claramenteas relaçÕes de produçãocapitalis- apoiadonos valorescriadose veiculados peìasociedade, num
tas e ondea violênciase Íaz maior.como já vimos,a cidadeé o determinado momentohistórico.
campoprivilegiadodas lutasde classe.se por um ladoo espaço Na articulaçáo dessesÍatoresestáa ausência da explica-
urbanoé cada vez mais socializado(tantono que se reÍereao na cidade,quaiseja,
çáo de distribuição
espacìaldos habitantes
potencialde expansão,quantono que se refereà sua produçáo), a relaçãode classesexpressana contradição entrea produção e
por outro lado a sua apropriaçãoé privada(a diÍerenft ontre-bair- a apropriaçãoda riqueza,Nessesentidoa cidadeé expressão cia
rosexpressaisso claramente)" materialização espacialcjasdesigualdades sociaisemergentes
o processode reproduçãoespaciarenvorveuma sociedade ^^^;^J^,.i^
l-^lg, D\JLluucluu ^+, '^l
d.Lud.l.
hierarquizada, divididaem classes,produzindode formasociali- Enquanto meiode consumo, a crdadee localde moraCia,
zada para consumidoresprivados;a cidade aparececomo um percurso(casa-irabalho, casa-escola,
casa-compras,casa-lazer,
produtoapropriadode ÍormadiÍerenciada pelosindivíduos. etc,),iraoaino, Masé tambémpo!uição,
lazer,cuìtura. congestra-

78 7g
..\'.{ *-----
r.Y
naíírs;-ìio,
dESCOrifcrir. seu consumop,:cietanr' cìar-se
oa lroca (.r"*o através Assim,a diferenciação e:;pa-'
dos usosseiá a riiani;irstação
transpofte,iníra-estrutura, saúde,
l:,.labitação,
escrria)ccno atravésdo usc cial da divisãotécnicae social do trabalho,n'.irfÌCeiei'rninacio
sem a mediaçâodo rnercado,caso,
poi-exempro de bensde consumoproduzidos momentohistórico.A formaem que se apresenta. é decoryente do
peroEsiado(esco-
las' pr'ntc-socorros,etc.)ou onde gra.ude desenvolvimenlo das Íorçasprodutivas materiais de so-
a sociedadecri" ;-;;; possÊ
(áreasüe lazer,praças,etc.).
'.,e1 ciedade,das condiçõesem que se.dáa produçãoe ciodesenvoi-
It determii.raçáo socialdo espaço,enquantomeio de vimentodo processode humanização do homeni.
surnopara satisÍazernecessjdades con- Não podemos negar que na cidade as relaçõesentre ho-
hrimanas, assurnèuma Íorma
cle valor,de intercambialiúade;
ele é trabalhomaterialjzado mens são diferentesdas da fábrica;aquiexistea esÍerada coti-
em potenciat.tsso implicanecessariamuntu ou dianidadeque envolve,basicamente, relaçõesde consumo'A
,*ã'-i;;;;" or. mas nem
obedeceàs regrasdo jogo de mercado. relaçáode dominaçãoentre os homensé suavizada,
As Íorr.nas assumicjas pelo processode produçãodo por isso desaparecemas diferenças,que aparecemnáo só no
urbano* em funçãoda divisão'social espaço uso do solo,no acessoaos bensde consumocoletivo,mas na
e te'itoriardo trabarho-
reÍrelem'necessarjamenre, a contiáoiçao roupa,nosolhos,nosgestos,etc.
entreum processode objetivade
produçáosocializado e'sua apropriaçãà Poroutrolado,a cidadenãoé simplescondìçáo
privada.lmplicama con_ políticas,reli-
tradiçãoentre os interessese vida,ela supóe gestão,
direçáo, atividadessociais,
necõssidaOes
capital,de um lado,e do desenvolvímentoJa ,ãproorçãooo giosas,etc. Em certosentido, é também e
cultura; por issoguar-
da sociedadecomo
um todo, de outro. Logo, o que
está em jogo é o processode da a dimensãodo humano.Todavia,ela se'produzde formavin-
produçãoda cidadee sua
apropriação culadaà propriedadeprivadaque se materializana segregaçáo
CIoespaçopara determi_
nadouso. espacial.
o espaço,e'tendidocomobase Em síntese,o entendimentoda cidade só pode ser al-
da vidae de todaalividade
seja eta produiivao, nao,-t*Ã, cançadoa partirda unidadede dois níveisde análise:aqueledo
.?::i"1,de no capitatrsmo, seu pro-
cesso apropriação regitimado juricricamente capitale o da sociedadecomo um todo ondeo indivíduoé anies
prrvada' (J acessoà terra.confere pera propriedade de mais nada um cidadáocom todosos direitosque o tei'rno
ao proprietário
por derã'iieu irs' será determinaoo'petas o direitode dis- implica.
produçaodo capítal,arndaque necessidades de re-
este'apareça travestido, sob a
íorrnade r:ecessidaCes da socieO"Oe e,i geraf.
O uso do solo urbanodá-se,pois,
mediantedisputadeter_
mínadaquer peia necessidadu ,jolr"o-_
cerios
tiposdeuso*, como
petautirizaçaoeJlï:tr""J:3?:::i;
de v'alo;".
A disputafundamentada nas càntraOiçOesenrque se dá
o processüde reproduçãoespaciai,
irnplicaprofundasirãÀsor_
rnaçÕes no uso do solo.
tl usr: do solo urbanoserádisputacio
pelosvárÌossegmen-
ios rJasociedacie de.foi'madíÍerenciada,
gerandoco^fritosentre
indivítJuos e usos,pois, p,o."rro á" ìJprururtação
?
votveuma socieciade.hierarquizada, espacialen_
dividioaem"ctassáq ;;;r"
ziniio cJeÍormasociarizadap"r*
úãiuìoïãs privados.Dessemo-
enquanrotrabaihomateriailaoo
,*,,:-:]1ro:
de Ío''meciÍerenciada socialvé qn,'vpriér(
apropriada
pelocidadão.

RN
81

You might also like