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CAPÍTULO 04

INTRODUÇÃO
- O conceito de cultura torna-se fundamental na Antropologia do séc. XX.
Surge a crítica ao determinismo cultural, o qual o comportamento das pessoas era reduzido
pela cultura em que se encontrava inserido, não vislumbrando as diversidades
comportamentais internas a uma sociedade, não permitia a análise dos contatos entre
diferentes culturas, tampouco auxiliava na explicação dos processos de transformação
cultural.

CULTURAS: LENTES PARA VER O MUNDO


- 1950 (teoria representacionista): Cultura deixa ser pensada como um
determinante comportamental para ser entendida como um sistema de representação mentais
compartilhadas (imaginário coletivo único ou estruturas simbólicas). A forma de apreender a
realidade era única dentro de uma mesma sociedade o que identificava a cultura dessa
sociedade. Cada sociedade possuía sua visão sobre o mundo, possibilitando diversos pontos
de vista. Explicava como cada indivíduo se pensa e pensa o outro.

CRÍTICAS À CULTURA COMO MODELO DE AÇÃO


- 1980: Roy Wagner critica o sistema coletivo de representações como algo
compartilhado e estável, opondo-o à ideia de fluxo contínuo da criação do mundo (teoria
transformativa e criativa da cultura).
- Tim Ingold: declara que nos trabalhos de campo ao observar uma sociedade
a cultura desta não encontrava-se fechada e perfeitamente definida. Ao contrário, o que
emerge são contradições.
- Outra crítica ao sistema coletivo de representações advém ao se negligenciar
a capacidade de criação e de ação do indivíduo. As pessoas não seguem meramente os
modelos identificados por esse sistema. O homem modifica a cultura, como é modificado por
ela. Ambos estão em um devir.

A TRANSFORMAÇÃO DA CULTURA OU A CULTURA DA TRANSFORMAÇÃO


- As culturas modificam-se pelo contato com outras culturas, ocorrendo a
simbiose cultural, na qual novos valores são incorporados.

OS USOS POLÍTICOS DO CONCEITO DE CULTURA


- Anne Salmond: crítica ao relativismo extremista que dava maior destaca às
diferenças culturais, tornado a cultura em algo homogêneo e exótico. Dessa prática surge o
distanciamento do antropólogo de seu objeto de estudo.
- Critica-se o uso do conceito de Cultura como uma forma discriminatória. Na
concepção de Marshall Sahlins a ênfase na diferenciação das culturas seria uma forma de
legitimação das desigualdades.

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