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Motivo – pode ser definido como “uma condição interna relativamente duradoura que
leva o indivíduo ou que o predispõe a persistir num comportamento ou a permanência da
situação” (Sawrey e Telford).
CICLO MOTIVACIONAL:
Nem sempre a satisfação das necessidades é obtida. Pode existir alguma barreira
ou obstáculo ao alcance da satisfação de alguma necessidade.
Toda vez que alguma satisfação é bloqueada por alguma barreira, ocorre a
frustração. Havendo frustração a tensão existente não é liberada através da descarga
provocada pela satisfação. Essa tensão acumulada no organismo mantém o estado de
desequilíbrio.
Por outro lado, o Ciclo Motivacional pode ter outra solução além da satisfação
da necessidade ou da sua frustração: a Compensação ou Transferência. Ocorre a
compensação (ou transferência) quando o indivíduo tenta satisfazer alguma necessidade
impossível de ser satisfeita, através da satisfação de outra necessidade complementar ou
substitutiva. Assim, a satisfação de outra necessidade aplaca a necessidade mais
importante e reduz ou evita a Frustração. Desta forma, toda necessidade humana pode ser
satisfeita, frustrada ou compensada. Cada uma dessas soluções envolve uma infinidade de
nuances e de variações intermediárias.
Toda necessidade não satisfeita é motivada de comportamento, porém quando
uma necessidade não é satisfeita dentro de algum tempo razoável, ela passa a ser um
motivo de frustração.
Por que as práticas de que falamos não são motivadoras? Vamos encontrar uma
resposta na análise da natureza humana. O homem possui uma natureza biológica e outra
psíquica; cujas necessidades e objetivos se encontram num plano diferente e mais
elevado. Os incentivos tradicionais e os que descrevemos acima giram em torno da
natureza biológica do homem, atendendo às necessidades que surgem nessa área. Bom
salário, vantagens adicionais, colônia de férias, tratamento adequado à pessoa, etc.,
deixam o ser humano biologicamente satisfeito e atendido em suas necessidades
fisiológicas, de conforto, de segurança e de saúde. Contudo, essas práticas pouco têm
haver com a natureza psíquica que possui outras necessidades: de realização, de crescer
como pessoa (auto-realização), de conhecimento e estima, e fazer alguma coisa que lhe
agrade e de faze-la bem feito, de ascensão social, etc.
Motivar é mobilizar esta área psíquica (superior) da pessoa. É implantar nessa
parte da personalidade um móvel ou “motor” de ação. Numa empresa, o indivíduo gosta
de sentir-se solicitado como pessoa, de receber responsabilidade, de aceitar um trabalho
que o desafie. Partindo desta premissa, pode-se motivar alguém com estas palavras:
“tenho uma tarefa difícil para você. Mas sei que está à altura dela”. Tais palavras podem
tornar-se um gerador de ação dentro da pessoa. Sabendo-se digno de confiança, o
funcionário passa a ver e a sentir a tarefa de modo diferente. Sendo responsável pelo
trabalho e estando pessoalmente envolvido, quer mostrar que tem capacidade para
realizá-lo. É diferente do que alguém dizer: “faça isto, e você ganhará uma comissão de
10% “ ou “se não fizer isto, você será punido” ou simplesmente “faça isto”.
Como já vimos, o incentivo parte sempre do exterior, ao contrário da verdadeira
motivação, que atua no interior do indivíduo, levando-o a ação. Empresários de países
sobretudo rico, consciente ou inconscientemente, fazem-se muitas vezes esta pergunta:
“Por que o pessoal não é mais produtivo? Pagamos bom salário, damos boas condições
de trabalho, temos excelentes vantagens adicionais e emprego estável. Mesmo assim, o
pessoal parece não estar disposto a despender mais do que o esforço mínimo”.
Para motivar não é preciso usar palavras, basta criar condições tais que
mobilizem o empregado como pessoa, como realizador que é, como ser responsável que
deseja ser, como ser social, justo e produtivo que é.