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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA

GOIANO – CAMPUS RIO VERDE – GO


ÁREA DE MECANIZAÇÃO AGRÍCOLA

MÁQUINAS E IMPLEMENTOS AGRÍCOLAS

MÁQUINAS PARA SEMEADURA

PROF. JOÃO CLEBER MODERNEL DA SILVEIRA

RIO VERDE – GO
ENG – 214 - Máquinas e Implementos Agrícolas
Equipamentos para plantio
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INTRODUÇÃO

O plantio compreende a colocação do órgão da planta no solo, de tal forma que ele tenha
condição de germinar. O órgão da planta utilizado para sua propagação pode ser: semente,
tubérculo ou uma parte do seu corpo, colmo, raiz, etc. Muitos especialistas consideram as
máquinas de plantio como a máquina agrícola mais importante depois do trator. De um bom
plantio depende o sucesso de muitas culturas. Se ocorrerem falhas no processo, as culturas
serão prejudicadas diminuindo a produtividade.

1 - Nomenclatura
Muitos fazem certa confusão entre os termos: semeadora, plantadora e transplantadora.

As semeadoras são máquinas destinadas ao plantio de espécies vegetais, que se


reproduzem por sementes, (ex. milho, soja, arroz, feijão, forrageiras etc.).

Plantadoras são máquinas empregadas no plantio de culturas que se reproduzem por


órgãos vegetativos, como as raízes, os colmos, os tubérculos etc. Neste caso, temos a
mandioca, a batata, a cana-de-açúcar e determinadas forrageiras.

Plantadora de cana-de-açúcar

Transplantadora são máquinas destinadas a "plantar mudas" desenvolvidas em viveiros,


(ex. eucalipto, café etc.).

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Portanto, como plantio as três se propõem a colocar no solo, de maneira adequada, os


órgãos de reprodução dos vegetais, com vistas à sua exploração agrícola.

2 – Preparo do solo para o plantio.


Basicamente existem três sistemas de preparo do solo para o plantio

2.1. Preparo convencional de solo.


O plantio é realizado sobre solo preparado (aração + gradagens)

2.2. Cultivo mínimo


O plantio é realizado em solo preparado com o mínimo de revolvimento e deixando o
máximo de cobertura vegetal na superfície.

2.3. Sistema de plantio direto


O plantio é realizado em solo com revolvimento somente na linha de plantio.

3. Fatores que afetam o plantio

3.1. Quantidade a ser plantada


O primeiro fator esta relacionado com a quantidade do órgão vegetativo a ser utilizada
por unidade de área, a população está relacionada com outros fatores, como o tipo de cultura,
fertilidade do solo, controle de erva, cultivo e colheita. A viabilidade das sementes é indicada
através da porcentagens de germinação, sobrevivência e pureza.

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3.2. Solo
Tipo de plantio (no plano, em camalhões e sulcos)

no plano

em camalhões

em sulcos

Tipo de Preparo ( convencional ou conservacionista )


Teor de água do solo, para que um órgão vegetativo germine, é necessário que haja
disponibilidade de água no solo para que ele absorva a água e ocorra a liberação do embrião.

3.3. Máquina
Mecanismo de cobertura
Mecanismo dosador de sementes
Danos às sementes
Tipo de sulcador
Características do solo

3.4.Clima
Esta relacionado com à estação do ano. Para toda cultura a ser implantada existe um
período ótimo para o plantio, ou seja, uma vez colocada no solo, vai dispor de umidade,
temperatura e nutrientes necessários e suficientes para a germinação.

3.5.Operador
Regulagem da máquina;
Velocidade de trabalho adequada e uniforme;
Espaçamento adequado entre as linhas.

4 - Função da semeadora
A função básica da maioria das semeadoras agrícolas é distribuir no solo, seja ele
preparado de forma convencional ou por práticas conservacionistas, uma certa quantidade de
sementes com uma disposição pré-determinada. Para realizar esta função da maneira
desejada, as semeadoras devem desempenhar as seguintes funções:

abrir um sulco no solo;


dosar a quantidade de sementes e posicioná-las no solo;
cobrir o sulco e firmar o solo ao redor das sementes.

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Abertura do sulco Modelagem do Distribuição das Cobertura do sulco Compactação da


sulco sementes semente

As semeadoras devem permitir uma regularidade de profundidade, repartição da


semente na linha, espaçamento perfeito, distribuição regular, fácil regulagem, e possibilidade
de trabalho a velocidades mais elevadas.
Se a máquina ao mesmo tempo em que dosa e coloca as sementes no solo também
executa a mesma operação para fertilizantes e adubos, a máquina é designada então por
semeadora-adubadora.

5. Classificação das semeadoras

5.1. Quanto ao tamanho das sementes


sementes miúdas: sementes selecionadas quanto à massa, por exemplo, quilogramas de
sementes por hectare, e geralmente são gramíneas, com exceção feita ao milho;

Trigo Arroz

sementes graúdas: selecionadas quanto ao número, por exemplo, número de sementes


por hectare, e geralmente são leguminosas.

Girassol Milho

Sorgo
Feijão
Soja

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5.2. Quanto a forma de distribuição das sementes

5.2.1. Em linha:

5.2.2. Contínua: Sementes distribuídas em linha sem precisão na colocação das sementes –
variação no número e posição na linha

5.2.3. De precisão: Sementes dosadas, espaçamento uniforme, com pequena variação do


número e posição das sementes na linha.

5.2.4. A lanço

5.2.4.1. Terrestres: sementes soltas ao acaso no solo pelo homem ou por máquinas
tracionadas por trator;

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5.2.4.2. Aéreas: sementes soltas ao acaso no solo por aviões ou helicópteros

5.3. Quanto à forma de acionamento

5.3.1.manuais: acionadas exclusivamente pelo homem, o mais comum é a “matraca”.

Matraca

tração animal: tracionadas por animais;

5.3.2. tratorizadas: acionadas e deslocadas pelos tratores agrícolas.


As semeadoras acionadas pelo trator são as mais utilizadas e quanto à forma de
acoplamento ao trator podem ser classificadas como:
5.3.2.1. de arrasto: acoplada à barra de tração do trator agrícola;
5.3.2.2 semimontada: acoplada aos dois pontos inferiores do sistema de levante hidráulico;
5.3.2.3. montada: acoplada aos três pontos do sistema de levante hidráulico.

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Arrasto Arrasto ligado a TDP

Montada

6 - Funções básicas das semeadoras


6.1. Sistema de abertura do sulco - sulcadores
Para uma germinação adequada, a maioria das sementes deve ser colocada abaixo da
superfície do solo e, para isto, o equipamento de semeadura deve possuir um mecanismo para
a abertura do solo, ou sulcador. Os sulcadores devem manter a regularidade de profundidade
nas várias condições do solo. Caso a semente seja lançada muito rasa ou profunda, ela pode
não germinar porque as condições ambientais podem não favorecer. Os principais tipos de
mecanismos de abertura de sulco são:

Sulcador de facão
É uma peça desprovida de elementos móveis, sendo o sulco aberto quando o mesmo
desliza no solo. É utilizada em terrenos que tenham sido preparados convencionalmente, sem
restos de cultura. A lâmina é composta de duas chapas metálicas, que vão se abrindo para até
quando a parte recurvada termina, formando duas asas que ladeiam uma abertura por onde
passam as sementes. Na parte superior das asas existe um tubo, ao qual se liga a extremidade
inferior dos dutos condutores de sementes.

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Facão

Sulcador de disco duplo


É indicado para as áreas de semeadura direta ou local de cultivo convencional, onde
existam grandes quantidades de restos de cultura na superfície. Sendo constituído de peças
móveis, não sofre "embuchamentos". Na montagem, os discos planos são colocados em
ângulo num suporte central, por meio de mancais de rolamento. O ângulo entre os discos
pode variar entre 9 e 120.
O sistema de disco duplo permite a abertura em terrenos pesados e terras novas ou mal
preparadas, além dos locais com restos de cultura. Possui limpador que evita o acúmulo de
terra entre os discos, permitindo uma penetração mais eficiente na abertura dos sulcos. Certos
tipos são articulados individualmente para acompanhar as ondulações do terreno e dar opções
de diferentes regulagens de profundidade. Molas verticais ou diretas permitem maior precisão
e constância na profundidade do depósito da semente. O sulcador de disco duplo pode fazer
um sulco em forma 'V" quase perfeito, para que a semente fique em contato mais direto com
o solo firme. As rodas de profundidade, quando dispostas a seu lado, firmam o solo em torno
da semente, criando ambiente perfeito entre as sementes e a terra.

Disco duplo

Sulcador de enxada:
Os sulcadores tipo enxada têm desarme automático, sendo indicados para a abertura de
sulcos em solos úmidos, pesados e pegajosos.

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As combinações de sulcadores, tipo disco com facão, procuram reunir as vantagens de


ambos. Os discos são montados de modo a envolver o facão, cortando os restos de cultura. Já
o facão mantém o solo afastado o tempo suficiente para a semente se colocar no fundo do
sulco, antes que a terra solta caia.

Facão e disco duplo

6.2. Sistema de dosagem das sementes


Um taxa de distribuição de sementes controlada, como por exemplo, sementes por
hectare, ou quilogramas por hectare, é desejada durante a implantação da maioria das
culturas para obter a melhor produtividade. A dosagem das sementes é considerada uma das
principais funções de qualquer semeadora. Se a cultura é implantada em linhas distantes
suficientes para permitir a operação de máquinas, como cultivadores, isto é um tipo de
semeadura em linha, utilizada para culturas de milho, soja, feijão e sorgo.
A distribuição em linha é realizada por semeadoras de linha de precisão, em que existe
espaçamento predeterminado entre linhas e sementes. Se o espaçamento entre linhas é
pequeno demais para permitir o cultivo ou outras práticas culturais, isto é um tipo de
semeadura com cobertura total da área, utilizada para culturas de grãos, gramíneas e
leguminosas, como trigo, aveia, sorgo, arroz, cevada, centeio, alfafa, feijão e soja.
A distribuição com cobertura total é realizada por semeadoras de linha contínua, em que
existe apenas espaçamento predeterminado entre linhas, e semeadoras a lanço.

6.2.1. Sistema de distribuição das semeadoras de linha de precisão


A função deste sistema é selecionar as sementes individualmente do depósito numa taxa
pré-determinada. Os principais sistemas de distribuição podem ser agrupados em: mecânicos,
que retira uma a uma semente do reservatório e pneumáticos, que utilizam do vácuo ou do ar,
para retirar a semente do reservatório.
Os dosadores mecânicos podem ser de correia sem fim ou disco, que possui um número
variável de orifícios, situados à mesma distância do centro, e uniformemente distribuídos na
circunferência. O disco pode estar colocado em três posições diferentes: horizontal, inclinada e
vertical

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Mecanismo de disco dosador horizontal


O disco dosador possui aberturas ou células e gira no fundo do depósito de sementes.
Assim que o disco gira, as sementes caem nas células do disco. Se as células do disco forem do
tamanho apropriado, somente uma semente cairá em cada célula. O mecanismo dosador
localizado no fundo do reservatório funciona da seguinte maneira: para evitar que as
sementes em excesso passem para o orifício de saída existe um dispositivo de interrupção,
trata-se de uma lingüeta pressionada por mola evitam que mais de uma semente caia no tubo
de descarga.
Dispositivo de
interrupção

Disco

Disco dosador de sementes horizontal

Os discos são discriminados pelo tamanho dos furos, pelo número de furos e pela
espessura. Os discos podem ter furos redondos, oval ou encaixes abertos em sua borda. Um
disco-base posiciona o disco de semente na altura correta em relação ao conjunto interruptor
de sementes, para que não exista folga entre o disco e os batedores, o que poderia ocasionar
passagem de grãos em excesso.

Exemplo: 7,5 - 90 - 5,5

Tamanho dos furos (mm) Número de Espessura do


Comprimento X largura e/ou furos disco (mm)
diâmetro

Especificação
do disco
7,5 - 90 - 5,5

Vista em corte do disco

Disco para o
plantio de soja

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Especificação do
disco
9,5/13,5 - 28 - 5,5

Vista em corte do disco


Disco para o
plantio de milho

Disco Detalhe do
base conjunto
interruptor

Mecanismo dosador de disco vertical


Possui em sua periferia várias células, cujo tamanho é compatível com a da semente
utilizada. O disco gira dentro de um depósito, em contato com as sementes. Apenas uma
semente se aloja em cada célula, conseguindo-se, com isso, um espaçamento uniforme entre
as sementes no solo.

Mecanismo dosador de disco vertical

Este tipo de mecanismo dosador pode apresentar duas variações denominadas


mecanismo dosador de sementes para milho, tipo dedos prensores; e mecanismo distribuidor
de sementes para soja, tipo copo alimentador. Os dois selecionam e encaminham as sementes
para os condutores na proporção escolhida.
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Mecanismo dosador de disco vertical do tipo dedos prensores


Devido ao inconveniente da necessidade de se trocar os discos de sementes cada vez em
que as sementes forem trocadas, e a dificuldade de se obter o disco apropriado para as
dimensões da semente, o mecanismo de dedos preensores foi desenvolvido.
O mecanismo de dedos preensores possui cerca de doze dedos pressionados por molas,
que são abertos ou fechados por ressaltos à medida que gira. A semente é alimentada do
depósito para um reservatório por gravidade. Assim que o dedo prensor se move através das
sementes no reservatório, ele se fecha e prende a semente entre o dedo e um prato
estacionário. Com o giro do mecanismo do dedo prensor, a semente passa por uma abertura
no prato estacionário liberando-a para o mecanismo de posicionamento da semente.

Mecanismo dosador de
disco vertical com dedos
prensores.

Mecanismo dosador de disco inclinado


O disco de sementes trabalha em posição inclinada. As sementes são elevadas do fundo
do reservatório até a bica localizada no topo do plano inclinado, sobre o qual o disco gira.

Mecanismo dosador de disco inclinado

A transferência das sementes para o dispositivo de deposição é feita sem o auxílio de


dispositivos mecânicos. As sementes são presas nos furos dos discos e elevadas à medida em
que o disco gira. Chegando à parte superior, um derrubador de sementes força a sua saída,
através da mangueira condutora. A eliminação é feita por gravidade, sem quebrar a semente,
permitindo uma distribuição uniforme e precisa. Devido à sua inclinação, o excesso de
sementes, que poderiam se alojar num mesmo furo, escorrem, conseguindo-se, assim, uma
maior regularidade na semeadura. Este sistema não utiliza o interruptor e o martelete, não
provocando atrito com a semente.
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Mecanismo dosador de correia sem-fim


Uma correia com diversificado número de orifícios, cujo diâmetro varia com a semente,
desloca-se recolhendo, no interior do reservatório, apenas uma semente em cada orifício. Um
sistema apropriado retira o excesso, que eventualmente poderia alojar-se no mesmo orifício.
São mais indicados para culturas com sementes delicadas. Devido ao fato de as sementes
serem liberadas do sistema dosador bem próximas ao solo, obtêm-se boa precisão e
distribuição, pois a altura de queda livre das sementes é pequena.

Tipos de corrente sem fim

Mecanismo dosador pneumático


de pressão
Um disco vertical que gira, montado em cada unidade de linha, apanha a semente de um
reservatório localizado na base do disco. As sementes são fornecidas ao reservatório do
depósito. A pressão do ar, fornecida por um ventilador central, ou por ventiladores montados
em cada linha, mantém a semente presa em orifícios, localizados ao longo da circunferência do
disco. Um dispositivo de corte de pressão é responsável pela queda da semente em um tubo
em direção ao solo.
Dosador pneumático de
pressão

de vácuo
A seleção individual de sementes é feita da mesma maneira do sistema de pressão de ar.
Neste caso, as sementes são mantidas presas nos orifícios por causa da pressão atmosférica do
ar porque a pressão no lado contrário das sementes é reduzida por vácuo criado por um
ventilador. Um dispositivo eliminador é usado para retirar sementes em excesso que estejam
aderidas aos orifícios.

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Dosador pneumático de
vácuo

6.2.2. Sistema de distribuição das semeadoras de linha contínua


Culturas implantadas com semeadoras de linha contínua são geralmente de alta
produtividade. Os principais sistemas de distribuição são:

cilindro canelado; o cilindro canelado apresenta uma série de dentes dispostos num cilindro
que gira sob o depósito de sementes. A exposição de mais ou menos área de dentes, a
abertura da passagem inferior do depósito e a troca de engrenagens na transmissão são as
principais regulagens deste tipo de mecanismo.

Cilindro canelado

6.2.3. Sistema de distribuição das semeadoras a lanço


As semeadoras com sistema de distribuição a lanço não contém mecanismos de abertura
de sulco, logo, o solo deve estar totalmente preparado por algum implemento como uma
grade de discos. Estas semeadoras também não apresentam mecanismos de fechamento dos
sulcos, que devem ser fechados por algum outro tipo de implemento, como uma grade de
dentes ou equipamento similar. O sistema de distribuição a lanço consta de um depósito, com
abertura inferior regulável que permite a queda das sementes, e discos giratórios, acionados
pela TDP, com aletas que espalham as sementes centrifugamente.

Canhão Rotor centrífugo


centrífugo
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6.3. Sistema de cobertura do sulco


A cobertura do sulco e a leve compactação do solo contra as sementes são essenciais
para a germinação e a emergência das sementes. Para se ter certeza que a semente está em
contato com o solo e não está caindo em espaço vazio, a cama da sementeira deve ser bem
preparada e partículas finas do solo devem cobrir a semente.
Os principais mecanismos de cobertura do sulco são:

Chapa

Enxada

Disco

Corrente

A enxada é mais utilizada em solos pegajosos e úmidos. O sistema de cobertura de chapa


é o mais barato e trabalha bem em solos preparos de forma convencional. Porém, solos
úmidos tendem a se aderir neste tipo de mecanismo.
Sistemas de cultivo mínimo requerem o uso de discos para obter solo solto o suficiente
para cobrir as sementes. Outro tipo de sistema de cobertura é a corrente que é conectada na
traseira da linha distribuidora, esta mais utilizada para sementes miúdas.

Com o objetivo de compactar levemente o solo ao redor da semente, rodas de borracha


são utilizadas na parte posterior da unidade semeadora. Estas rodas, além de compactar o
solo, auxiliam também no processo de cobertura do sulco e podem também ser utilizadas no
controle de profundidade da unidade semeadora.

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Rodas compactadas de borracha

6.4. Mecanismos de distribuição de fertilizantes das semeadoras


A aplicação de fertilizantes deve ser feita aproximadamente 5 cm abaixo e ao lado da
linha das sementes. Os principais mecanismos de distribuição de fertilizantes são:

disco horizontal rotativo;


Disco rotativo liso acoplado que gira contra uma lingüeta, que direciona o adubo para o
orifício de saída

1 – Disco
2 – Lingüeta raspadora
3 – Orifício de saída
4 – Base

rotor dentado
Rotor montado no fundo do depósito que gira sobre uma placa de apoio que contém o
orifício de saída do adubo.

Rotor dentado

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dosador helicoidal
Parafuso sem fim colocado sob o depósito de adubo, com a quantidade determinada por
um conjunto de engrenagens.

Detalhe Parafuso
sem fim

rotor vertical impulsor;


Seções impulsoras que agitam e impulsionam o adubo para a janela de saída

1 - Rotor
2 - Eixo
3 - Depósito

Detalhe do
rotor impulsor

cilindro canelado.

Correias ou correntes
Trabalham no fundo do depósito dosando o material por meio de uma janela com
abertura regulável
Detalhe da corrente
no fundo do depósito

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7 - Marcadores de rua
Sua utilização é muito importante, pois, por meio deles, consegue uma semeadura com
espaçamento uniforme, que mais tarde facilitará os tratos culturais e a colheita.
São constituídos de barras articuladas que têm, em suas extremidades livres, discos
côncavos, que marcam ou riscam o chão. O risco servirá como guia para que o tratorista possa
executar facilmente as passadas de ida e volta, mantendo uma distância uniforme entre as
linhas.
O posicionamento do disco marcador refere-se à distância entre o disco e a linha de
plantio do mesmo lado. Esta distância é encontrada pela seguinte fórmula.

E (N 1) B
D
2

onde:
D = é a distância do disco marcador do centro da linha da extremidade;
E = é o espaçamento da cultura;
N = o número de linhas da máquina;
B = bitola do trator.

8 - Semeadoras para plantio direto


Com relação às semeadoras-adubadoras de plantio direto, o fator peso torna-se crucial,
devendo ter, em cada disco, uma carga superior à das máquinas de plantio convencional.
Todavia outras características podem diferenciar a maioria das máquinas empregadas em
plantio direto, ou seja; discos cortadores de palha na frente de cada unidade de plantio, uso de
discos desencontrados para fertilizante e sementes, uso de molas para aumentar a pressão
sobre os discos e disposição alternada das unidades de plantio para evitar embuchamento. Os
discos desencontrados para distribuição do fertilizante podem ser substituído por um facão
fino, no qual penetra melhor em solo seco, todavia requer maior potência do trator.

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Disco de corte para


a palhada

Semeadora-adubadora para plantio direto

9 - Exercícios
1) Determinar a quantidade de adubo a ser aplicado por volta da roda motriz:
Dados:
Espaçamento = 0,9m
Quantidade de adubo recomendada = 400 kg/ha
Roda de borracha ranhurada
Diâmetro da roda motriz = 0,7m

a) Distância a ser percorrida pela máquina para realizar 1,0 hectare (L).

L = 10.000 (m2/ha) ; onde E = espaçamento (m)


E (m) L = distância percorrida (m/m)
L = 10.000 = 11.111,11 m/ha
0,9
b) Quantidade de adubo aplicado por metro linear (Qm):

Qm = q * 1000 onde: Qm = quantidade de adubo por metro linear (g/m)


L q = dosagem recomendada (kg/ha)
L = distância percorrida para 1 ha (m/ha)

Qm = 400 * 1000 = 36g/m


11.111,11

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c) Quantidade de adubo considerando a patinagem da roda motriz (Qc):


Tipo de roda Patinagem (%)
Borracha lisa 8
Borracha ranhurada 4
Ferro liso 12

Qc = Qm * P (%), onde Qc = quantidade de adubo corrigida (g/m)


Qm = quantidade de adubo por metro linear (g/m)
P (%) = patinagem

Qc = 36 * 1,04 = 37,44 g/m

d) Quantidade de adubo aplicado por volta da roda motriz (Qv)

Qv = Qc * Prm, onde Qv = quantidade de adubo aplicado por volta (g/volta)


Qc = quantidade de adubo corrigido (g/m)
Prm = perímetro da roda motriz (m/volta)

Prm = *D 3,14 * 0,7 = 2,198 m

Qv = 37,44 * 2,198 = 82,3 g / volta

Para se obter esta quantidade basta girar a roda (por exemplo 10 voltas) e pesar o
adubo que caiu ( neste caso 823 g por 10 voltas)

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2) Determinação da quantidade e espaçamento entre sementes:
Dados:
População desejada (estande) = 60.000 plantas / hectare;
Espaçamento = 0,90 m
Poder germinativo (G) = 90 %
Pureza das sementes (P) = 98%
Índice de sobrevivência (V) = 90 %
Capacidade de enchimento do disco (C) = 90%
Patinagem (Pt) = 4 %
a) Número de sementes por ha (NS):

NS = estande
G*P*V

NS = ___ 60.000_______ = 75.595 sementes / ha


0,9 * 0,98 * 0,9

b) Número de sementes por metro linear (NSM)

NSM = NS ; onde NS = número de sementes por hectare


L L = distância percorrida por 1,0 ha (m/ha)

L = 10.000 = 10.000 = 11.111,11 m/ha


E 0,9

NSM = 75.585____ = 6,8 sementes / m


11.111,11

c) Espaçamento entre sementes (EES)


EES = ____1___ * C * Pt
NSM

EES = _____1____ * 0,9 * 0,96 = 0,127 m /sementes


6,8

EES = 12,7 cm /sementes

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