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Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
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Supremo Tribunal Federal
ACO 1903 / PB
EXISTÊNCIA DE CONVÊNIO
BILATERAL ENTRE AS RÉS. PEDIDOS
PARCIALMENTE CONHECIDOS E,
NESSA PARTE, JULGADOS
PROCEDENTES.
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mensalidades efetuadas.
A Universidade Estadual Vale do Acaraú contestou o feito às fls.
619/696. Aduziu preliminarmente a necessidade de citação do Estado do
Ceará para integrar o feito na condição de litisconsorte necessário; e, no
mérito: a) a legalidade da atuação da UVA fora do Estado do Ceará; b) a
legalidade das cobranças e dos convênios; c) a legalidade do convênio
firmado entre a UVA e a UNAVIDA; d) e a inexistência de atuação do
reitor da Universidade Vale do Acaraú em benefício próprio.
O Estado da Paraíba apresentou contestação às fls. 912/920,
argumentando que “o programa ‘Turmas Especiais’ tem elevado alcance social
e é ministrado em cidades do interior do Estado mediante o pagamento de
pequenas mensalidades, consentâneas com o poder aquisitivo da comunidade,
sendo responsável pela inclusão social e educacional de milhares de professores
leigos paraibanos que se encontravam à margem da carreira do magistério, tendo,
dessa forma, contribuído, diretamente, para a fixação dos professores em suas
cidades de origem e para a melhoria do ensino público estadual e municipal, em
todo o Estado da Paraíba” (fls. 915) e que há aprovação do Conselho de
Educação do Estado da Paraíba e do Conselho Estadual de Educação do
Ceará, bem como o programa Turmas Especiais é reconhecido pelo
Conselho de Educação daquele Estado e, ao final, requereu a
improcedência do pedido.
Intimadas as partes sobre o interesse no julgamento do feito (fls.
924/925), o Ministério Público Federal (fls. 930/934) e a União (fls. 936/942)
manifestaram interesse, oportunidade em que o órgão ministerial
requereu, também, fossem excluídos da lide os Municípios cuja citação
ainda não havia se concretizado.
Intimada a se manifestar sobre a necessidade, ou não, de citação do
Estado do Ceará para compor o polo passivo da lide (conforme requerido
pela segunda ré), bem como para ratificar ou não o que postulado na
petição inicial (inicialmente promovida pelo Ministério Público Federal
atuante em primeira instância), a Procuradoria Geral da República
posicionou-se pela procedência da demanda, com exclusão da lide dos
Municípios mencionados na inicial que ainda não foram citados, bem
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É o relatório. Decido.
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campus permanente.
§ 1º O processo de implantação de unidades
descentralizadas, além da autorização prévia da SECITECE, a
universidade solicitará ao CEE visita aos locais de
funcionamento dos cursos, para a avaliação de suas condições
de oferta.
§ 2º A descentralização para atuação fora de sede dar-se-á
mediante uma das seguintes formas:
I - atuação direta da Universidade para oferta de cursos
reconhecidos pelo CEE fora de sua sede;
II - convênio ou contrato com outra Instituição de Ensino
Superior ou Instituição de Educação Profissional e
Tecnológica para oferta de cursos devidamente reconhecidos
pelo CEE fora de sua sede;
III - autorização de Órgão de Sistema Estadual diverso
daquele a que a Universidade se acha vinculada mediante
Regime de Colaboração com o CEE, quando a descentralização
de curso reconhecido for em outra Unidade da Federação.”
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ACO 1903 / PB
de convênio pela UVA revela não ter passado de parecer aprovado pelo
Conselho de Educação do Estado da Paraíba (Parecer nº 311/99), em que
se manifestou favoravelmente à intenção comunicada pelo reitor da UVA
de implantar, na Paraíba, curso de pedagogia em regime especial.
Entretanto, tal parecer não teve o condão de estabelecer por si só a
autorização de atuação da UVA no Estado da Paraíba, eis que não
atendidos o procedimento e os requisitos exigidos.
Com efeito, dois problemas são verificáveis de plano na referida
situação. Primeiramente, exsurge a própria inexistência de termo
convencional de ajuste, eis que a existência de parecer oriundo de
Conselho Estadual de Educação de ente federado diverso daquele em que
credenciada a instituição de ensino supra a necessidade de autorização
formal – mediante aprovação de projeto regulado pelos acima
mencionados arts. 9º e 10 da Res. Nº 439/2012 do CEE/CE) – para
funcionamento da universidade fora de sua sede de credenciamento
inicial. Em segundo lugar, ainda que se considerasse suficiente o referido
parecer, não se poderia dispor, à sua revelia, sobre instituição de ensino
de outro estado da federação – integrante de outro Sistema Estadual de
Ensino, portanto –, sob pena de ingerência indevida de um Estado em
outro – e aqui se evidencia o primeiro enfoque da existência de potencial
conflito federativo na questão.
In casu, tratou-se de parecer emanado do Conselho Estadual de
Educação do Estado da Paraíba sobre instituição de ensino integrante do
Sistema do Estado do Ceará. Diversamente, porém, o art. 10 da Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional (editada em cumprimento à
competência legislativa estabelecida à União pelo art. 22, XXIV, da
CRFB/88) atribuiu aos Estados unicamente a atribuição de credenciar e
autorizar as instituições de ensino de seu respectivo sistema de ensino,
não alcançando, de forma autônoma ou independente, os Sistemas de
Ensino de outros Estados-membros (Art. 10, I, da LDB: “Os Estados
incumbir-se-ão de organizar, manter e desenvolver os órgãos e instituições
oficiais dos seus sistemas de ensino”). Note-se que, por se tratar de um todo
integrado, isto é, de um Sistema Nacional de Ensino, o exercício das
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valor da causa irrisório, condeno os réus ao pagamento pro rata das custas
processuais e dos honorários advocatícios, fixados equitativamente no
valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais), nos termos do art. 85, §§ 2 e 8º, do
CPC/2015 e do art. 18 da Lei nº 7.347/1985,.
Publique-se. Int..
Brasília, 1º de fevereiro de 2018.
Ministro LUIZ FUX
Relator
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