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A JUSTIÇA DA LEI DE JEOVÁ

No Velho Testamento, os israelitas estavam debaixo da lei de Jeová. Os outros povos não.
Quem obedecesse a lei era considerado justo (Sl. 5:12; 34:17; 37:17, 21, 25; Sl. 55:22;
112:2-4). Estes textos são apenas alguns que falam do justo. Ezequiel, o profeta, traça o
perfil do homem justo. “Sendo pois o homem justo, e fazendo juízo e justiça, não comendo
sobre os montes, nem levantando os seus olhos para os ídolos da casa de Israel, nem
contaminando a mulher do seu próximo, nem se achegando a mulher na sua separação;
não oprimindo ninguém, tornando ao devedor o seu penhor, e não roubando, dando o seu
pão ao faminto, e cobrindo ao nu com vestido; não dando o seu dinheiro a usura, e não
recebendo demais, desviando a sua mão da injustiça, e fazendo verdadeiro juízo entre
homem e homem; andando nos meus estatutos, e guardando os meus juízos, para obrar
segundo a verdade, o tal justo certamente viverá, diz o Senhor Jeová” (Ez. 18:5-9). Todo
este comportamento e estas obras são ditados pela lei dada no Monte Sinai por Jeová. Estas
boas obras e este bom comportamento são chamados no Novo Testamento de OBRAS DA
LEI. Paulo declara: “O homem não é justificado pelas obras da lei, mas pela fé em Jesus
Cristo” (Gl. 2:16). Ora, se a lei fosse realmente dada por Deus Pai, o homem seria
justificado pelas obras da lei, pois Deus não pode se contradizer. “Nenhuma carne será
justificada diante dele pelas obras da lei, porque pela lei vem o conhecimento do pecado.”
(Rm. 3:20). As paixões dos pecados, que são pela lei, operam a morte (Rm. 7:5). A lei opera
a ira e não o amor (Rm. 4:15). A lei é fria e impiedosa, e é chamada por Paulo de ministério
da morte, isto é, pela lei, todos morrem, pois todos um dia vão pecar (II Co. 3:6-7; Ec.
7:20).
A justiça de Jeová se baseava na lei e não no amor — “A alma que pecar morrerá, diz
Jeová” (Ez. 18:4). Mas a justiça do Pai se baseia no amor e não na lei — “Porque Deus
amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que
nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo. 3:16).
Na justiça do amor, Jesus morre em lugar do pecador. Este tem apenas de crer e não
precisa da lei. Ora, se os gentios são salvos sem a lei de Jeová, e os judeus que estavam
debaixo da lei se perderam, concluímos que a lei foi inútil e danosa. Lemos na carta aos
hebreus: “Porque o precedente mandamento é abrogado por causa da sua fraqueza e
INUTILIDADE” (Hb. 7:18). Ora, o Deus da Glória e da suprema sabedoria, não poderia
ordenar uma lei inútil, nem ter dois tipos de justiça, da lei e do amor, pois neste caso teria
dois pesos e duas medidas, que o próprio Jeová condena (Dt. 25:13-15). A conclusão é
cristalina: A justiça da lei partiu de uma fonte, e a justiça do amor partiu de outra.
A lei justifica quem não pratica o mal, e o amor de Deus justifica quem pratica o mal,
mas crê pela fé em Jesus Cristo. “Aquele que faz qualquer obra não lhe é imputado o
galardão segundo a graça, mas segundo a dívida, mas aquele que não pratica, mas crê
naquele que justifica o ímpio, a sua fé lhe é imputada como justiça. Assim também Davi
declara: bem-aventurado o homem a quem Deus imputa a justiça sem as obras, dizendo:
Bem-aventurados aqueles cujas maldades são cobertas, e cujos pecados são perdoados”
(Rm. 4:4-7).
A justiça da lei é completamente incompatível com a justiça da fé, e o próprio Jesus
repudia a justiça da lei.
Se Jeová fosse o Pai, não permitiria que Moisés dissesse: “E Jeová nos ordenou que
fizéssemos todos estes estatutos, para temer a Jeová nosso Deus, para o nosso perpétuo
bem, para nos guardar em vida, como neste dia se vê, e será para nós justiça quando
tivermos cuidado de fazer todos estes mandamentos perante Jeová nosso Deus, como nos
tem ordenado” (Dt. 6:24-25). “Mas a misericórdia de Jeová é de eternidade a eternidade
sobre aqueles que o temem, e a sua justiça sobre os filhos dos filhos; sobre aqueles que
guardam o seu concerto, e sobre os que se lembram dos seus mandamentos para os
cumprirem” (Sl. 103:17-18). “Congregai os meus santos, aqueles que fizeram comigo um
concerto com sacrifícios, e os céus anunciarão a sua justiça, pois Deus mesmo é o juiz”
(Sl. 50:5-6). “A tua justiça é uma justiça eterna, e a tua lei é a verdade” (Sl. 119:142).
“Ah! Se tivesses dado ouvidos aos meus mandamentos! Então seria a tua paz como um rio,
e a tua justiça como as ondas do mar” (Is. 48:18). “Portanto os meus estatutos e os meus
juízos guardareis; os quais, fazendo-os o homem, viverá por eles; eu sou Jeová” (Lv.
18:5).
É estranho e paradoxal, que a justiça de Jeová estivesse sobre os que guardaram a sua
lei e os seus estatutos, e Paulo apóstolo afirme o seguinte: “Que diremos pois? Que os
gentios, que não buscavam a justiça, alcançaram a justiça? Sim, mas a justiça que é pela
fé. Mas Israel, que buscava a lei da justiça, não chegou a lei da justiça. Por quê ? Porque
não foi pela fé, mas como pelas obras da lei” (Rm. 9:30-32). Com isto Paulo ensinava que
a justiça de Deus não está sobre os que guardam e praticam a lei, contrariando a palavra de
Jeová, pois diz: “Concluímos pois que o homem é justificado pela fé sem as obras da lei”
(Rm. 3:28).
A justiça de Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo é graça para todos. “Porque a
graça de Deus se há manifestado, trazendo salvação a todos os homens” (Tt. 2:11).
Essa é a justiça do amor e não da lei. A justiça da lei mata os transgressores, mas a
justiça do amor salva a todos os que crêem, bons e maus. “Porque Deus amou o mundo de
tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça,
mas tenha a vida eterna” (Jo. 3:16).
São, portanto, duas justiças diferentes, de dois autores diferentes. Jeová autor e
consumador da Lei e da condenação, e Jesus, autor e consumador da fé e da salvação (II
Co. 3:6-9; Hb. 12:2).
Ora, a mesma Bíblia afirma que de uma mesma fonte não pode sair água doce e água
amargosa, logo Jeová é deus estranho ao Novo Testamento (Tg. 3:11). De uma mesma boca
não pode proceder benção e maldição (Tg. 3:10; Dt. 28:1-68).

Autoria Pastor Olavo S. Pereira

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