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AL-BA

ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DA BAHIA

NOÇÕES DE DIREITO PENAL


LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE – LEIS N. 11.343/2006 E 4.898/1965
NOÇÕES DE DIREITO PENAL
Legislação Extravagante – Leis n. 11.343/2006 e 4.898/1965
Prof. Douglas Vargas

SUMÁRIO
Lei de Abuso de Autoridade – Lei n. 4.898/1965..............................................4
Introdução.................................................................................................4
Conceito de Autoridade................................................................................4
Capacidade Postulatória...............................................................................6
Responsabilização........................................................................................7
Elementos..................................................................................................8
Fatos Constitutivos de Abuso de Autoridade....................................................9
Sanções Previstas na Lei n. 4.898/1965....................................................... 12
Sanções Penais......................................................................................... 12
Sanção Penal Específica.............................................................................. 12
Sanções Civis............................................................................................ 13
Sanções Administrativas............................................................................. 13
Competência e Lei n. 4.898/1965................................................................ 14
Regra Geral.............................................................................................. 15
Súmula n. 172 do STJ................................................................................ 16
Características do Processo Penal por Abuso de Autoridade............................. 16
Regra Geral.............................................................................................. 17
Peculiaridades........................................................................................... 17
Lei de Drogas – lei n. 11.343/2006.............................................................. 18
Introdução............................................................................................... 18
Conceito de Droga..................................................................................... 19
Das Condutas........................................................................................... 20
Porte para Consumo Pessoal....................................................................... 20

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Penas do Art. 28........................................................................................ 21


Recusa Injustificada................................................................................... 22
Conduta Equiparada................................................................................... 23
Observações (Art. 28)................................................................................ 23
Repressão ao Tráfico e à Produção não Autorizada de Drogas.......................... 24
Destruição de Plantações............................................................................ 25
Do Tráfico de Drogas.................................................................................. 26
Princípio da Insignificância.......................................................................... 27
Observações sobre o Art. 33....................................................................... 27
Observações § 1º do Art. 33....................................................................... 28
“Marcha da Maconha”................................................................................. 28
Tráfico Privilegiado..................................................................................... 29
Participação no Uso Indevido de Drogas (Art. 33, § 2º).................................. 29
Cessão Gratuita e Eventual de Drogas para Consumo Compartilhado (Art. 33,
§ 3º)....................................................................................................... 30
Tráfico de Maquinário (Art. 34).................................................................... 31
Associação para o Tráfico............................................................................ 32
Associação para Financiamento do Tráfico..................................................... 33
Financiamento do Tráfico............................................................................ 34
Colaboração como Informante..................................................................... 34
Observações Importantes........................................................................... 35
Causas de Aumento de Pena....................................................................... 35
Observações sobre as Causas de Aumento de Pena........................................ 36
Prescrição Culposa de Drogas...................................................................... 36
Condução de Embarcação ou Aeronave sob a Influência de Drogas................... 37
Hediondez................................................................................................ 38
Previsão de Colaboração Premiada............................................................... 38

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Liberdade Provisória.................................................................................. 39
Conversão da Pena.................................................................................... 39
Prazos IP.................................................................................................. 40
Procedimento Penal................................................................................... 40
Lei n. 9.099/1995 X Art. 28 da Lei de Drogas................................................ 41
Demais Crimes.......................................................................................... 42
Procedimento Investigativo......................................................................... 42
Ministério Público...................................................................................... 42
Defesa Prévia............................................................................................ 43
Audiência de Instrução e Julgamento........................................................... 43
Jurisprudência Relevante............................................................................ 44
STF......................................................................................................... 44
STJ.......................................................................................................... 46
Resumo.................................................................................................... 47

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DOUGLAS DE ARAÚJO VARGAS


Agente da Polícia Civil do Distrito Federal, aprovado em 6º lugar no con-
curso realizado em 2013. Aprovado em vários concursos, como Polícia
Federal (Escrivão), PCDF (Escrivão e Agente), PRF (Agente), Ministério
da Integração, Ministério da Justiça, BRB e PMDF (Soldado – 2012 e
Oficial – 2017).

Caro(a) aluno(a), prepare-se porque a aula de hoje é ESSENCIAL para o seu

aprendizado!

Iremos estudar a Lei de Abuso de Autoridade (Lei n. 4.898/1965) e a Lei de

Drogas (Lei n. 11.343/2006). Duas campeãs em questões, cujos temas são sim-

plesmente exauridos pelas bancas examinadoras!

Sei que estudar é cansativo, por isso, segue meu conselho: se você, neste mo-

mento, está cansado(a) ou desatento(a), faça uma pausa. Tome um café e retorne

para o nosso curso, pois estamos diante de dois temas fundamentais para a sua

aprovação! Máximo de foco!

Depois de todo esse drama... vamos em frente!

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LEI DE ABUSO DE AUTORIDADE – LEI N. 4.898/1965

Introdução

A Lei n. 4.898/1965 trata das condutas das autoridades, que, no exercício de

suas funções, pratiquem determinados abusos.

Mas antes que possamos falar sobre quais são os possíveis abusos que uma au-

toridade pode praticar, é necessário entender o que efetivamente é uma autoridade,

para fins de aplicação do diploma legal.

Conceito de Autoridade

Art. 5º Considera-se autoridade, para os efeitos desta lei, quem exerce cargo, em-
prego ou função pública, de natureza civil, ou militar, ainda que transitoria-
mente e sem remuneração.

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É muito comum que o aluno faça uma relação direta apenas entre a atividade

policial e o abuso de autoridade. No entanto, o conceito de autoridade é muito am-

plo, e vai abarcar inúmeros tipos de servidores públicos, não apenas os que exer-

cem atividade relacionada com a segurança pública!

Exerceu cargo, emprego ou função pública, não importa a natureza, se recebe

remuneração ou se está atuando transitoriamente: se o agente abusar de sua au-

toridade, será responsabilizado!

São exemplos de autoridades para fins de aplicação dessa lei:

A lista acima é apenas exemplificativa. O que importa é que o agente pú-

blico se enquadre na previsão do art. 5º da Lei n. 4.898/1965. Se o fizer, estará

sujeito a responder pelos abusos que praticar!

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Particular, em regra, não pratica crime de abuso de autoridade, pois a lei trata ape-

nas daqueles que exercem cargo, emprego ou função pública.

Excepcionalmente, no entanto, a situação em que o particular poderá responder

por abuso de autoridade acontece quando este agir em concurso com um funcioná-

rio público e tiver ciência dessa condição.

Por exemplo:

Capacidade Postulatória

Em regra, a capacidade postulatória (de praticar atos processuais) só pode ser

exercida por advogado. Apenas em casos excepcionais é que o legislador concede

ao cidadão comum tal capacidade – tal como ocorre no habeas corpus, que pode ser

impetrado por qualquer pessoa em defesa de seu direito de liberdade ou de terceiro.

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Nesse sentido, é fundamental que você saiba que a mesma exceção se aplica

aos casos de abuso de autoridade!

Por esse motivo, é possível a qualquer pessoa exercer o direito de representa-

ção contra abusos de autoridade, mesmo que não se faça representar por advogado.

Responsabilização

Embora nosso foco esteja no estudo da Lei n. 4.898/1995, sob o prisma do Di-

reito Penal, a responsabilização por abuso de autoridade não se restringe à esfera

criminal, abarcando também as responsabilidades civil e administrativa, por força

do art. 1º da lei em estudo:

Art. 1º O direito de representação e o processo de responsabilidade administrativa


civil e penal, contra as autoridades que, no exercício de suas funções, cometerem abu-
sos, são regulados pela presente lei.

Certo. Mas a quem é dirigida essa representação sobre possíveis abusos de au-

toridade?

Tópico recorrente em provas de concursos trata dos destinatários da represen-

tação no âmbito da Lei n. 4.898/1965. Nesse sentido, é importante memorizar o

art. 2º, que costuma ser cobrado em sua literalidade:

Art. 2º O direito de representação será exercido por meio de petição:


a) dirigida à autoridade superior que tiver competência legal para aplicar, à autoridade
civil ou militar culpada, a respectiva sanção;
b) dirigida ao órgão do Ministério Público que tiver competência para iniciar processo-
-crime contra a autoridade culpada.

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Para memorizar:

“Mas, professor, então eu não posso simplesmente ir à polícia com a denúncia?”

Claro que pode! Mesmo que não exista previsão expressa na Lei n. 4.898/1965,

é claro que a denúncia pode ser realizada, como se faria com qualquer outro crime.

Embora a Lei n. 4.898/1965 utilize o termo “representação”, não se confun-

da: os crimes de abuso de autoridade são de ação penal pública incondicionada!

Elementos

A Lei n. 4.898/1965 prevê os elementos essenciais que devem estar contidos na

representação, quais sejam:

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A representação deve ser feita em DUAS vias, por expressa determinação legal.

Fatos Constitutivos de Abuso de Autoridade

Uma vez que sabemos a quem dirigir a representação por abuso de autorida-

de, quem são os agentes capazes de perpetrar tal conduta e o que deve conter tal

representação, falta responder à principal questão: o que exatamente é considera-

do um ato de abuso de autoridade?

A resposta para esse questionamento está tanto no art. 3º quanto no art. 4º da

Lei n. 4.898/1965, que são de leitura obrigatória. Este rol é muito importante!

Art. 3º Constitui abuso de autoridade qualquer atentado:


a) à liberdade de locomoção;
b) à inviolabilidade do domicílio;
c) ao sigilo da correspondência;
d) à liberdade de consciência e de crença;
e) ao livre exercício do culto religioso;
f) à liberdade de associação;
g) aos direitos e garantias legais assegurados ao exercício do voto;
h) ao direito de reunião;
i) à incolumidade física do indivíduo;
j) aos direitos e garantias legais assegurados ao exercício profissional.

Para facilitar a memorização, vamos organizar as hipóteses acima por categoria:

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No entanto, não podemos parar por aí. O art. 4º arrola outras hipóteses de abu-

so de autoridade:

Art. 4º Constitui também abuso de autoridade:


a) ordenar ou executar medida privativa da liberdade individual, sem as formalidades
legais ou com abuso de poder;
b) submeter pessoa sob sua guarda ou custódia a vexame ou a constrangimento não
autorizado em lei;
c) deixar de comunicar, imediatamente, ao juiz competente a prisão ou detenção de
qualquer pessoa;
d) deixar o Juiz de ordenar o relaxamento de prisão ou detenção ilegal que lhe seja comunicada;
e) levar à prisão e nela deter quem quer que se proponha a prestar fiança, permitida em lei;
f) cobrar o carcereiro ou agente de autoridade policial carceragem, custas, emolumen-
tos ou qualquer outra despesa, desde que a cobrança não tenha apoio em lei, quer
quanto à espécie quer quanto ao seu valor;
g) recusar o carcereiro ou agente de autoridade policial recibo de importância recebida
a título de carceragem, custas, emolumentos ou de qualquer outra despesa;
h) o ato lesivo da honra ou do patrimônio de pessoa natural ou jurídica, quando prati-
cado com abuso ou desvio de poder ou sem competência legal;
i) prolongar a execução de prisão temporária, de pena ou de medida de segurança, dei-
xando de expedir em tempo oportuno ou de cumprir imediatamente ordem de liberdade.

Esse é outro rol que infelizmente é extenso e do qual não podemos fugir. É ne-

cessário fazer sua leitura várias vezes, porque o examinador pode simplesmente

escolher uma das alíneas e cobrar na sua prova.

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Uma vez que a autoridade pratique uma das condutas listadas no art. 3º ou
4º, estaremos diante de um abuso de autoridade, desde que observada a seguinte
premissa: não existe abuso de autoridade CULPOSO!
A Lei n. 4.898/1965 não apresenta nenhuma previsão da prática de abuso de
autoridade na forma culposa. Se o indivíduo abusou de sua autoridade, foi de forma
dolosa, intencional!
Isso resulta na impossibilidade de punição por abuso de autoridade na seguinte
situação hipotética: autoridade responsável pela prisão em flagrante de um cidadão
deixa de comunicar imediatamente o juiz tal ato, mas por esquecimento (negligên-
cia) – sem intenção.
Embora esteja configurada a conduta do art. 4º, alínea c, ao menos formalmen-
te, não existirá abuso de autoridade, pois a autoridade praticante não agiu dolosa-
mente.
Além disso, segundo a doutrina, deve haver o chamado dolo específico, ou
seja, a intenção específica de abusar de sua autoridade. Dessa forma, se o indiví-
duo perpetra a conduta de forma intencional, mas tentando agir de forma justa e
lícita (o chamado excesso culposo), também não poderá ser responsabilizado.
Veja um exemplo dessa segunda situação: magistrado é comunicado de uma
prisão ilegal, entretanto, seu entendimento é de que o ato foi lícito, de modo que
se manifesta pela manutenção (quando deveria, por óbvio, relaxá-la).
No caso acima, mesmo que o acusado recorra às instâncias superiores e consiga
o relaxamento de sua prisão (que, afinal de contas, era ilegal), o juiz de primeira
instância que se recusou a relaxar a prisão não poderá ser responsabilizado por
abuso de autoridade!
Note que a autoridade judiciária não deixou de relaxar a prisão ilegal com a
intenção de abusar de sua autoridade – e sim de cumprir o seu dever legal de não
relaxar uma prisão lícita (que era seu entendimento inicialmente). O Juiz, portanto,

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deixou de relaxar a prisão intencionalmente, mas sua intenção não era a de come-

ter um abuso, motivo pelo qual não responderá por abuso de autoridade!

Sanções Previstas na Lei n. 4.898/1965

A Lei de Abuso de Autoridade prevê a possibilidade de sanções civis, administra-

tivas e penais à autoridade que cometer abusos. E, naturalmente, existem sanções

específicas para cada esfera, as quais estudaremos a partir de agora.

Comecemos pelas sanções penais.

Sanções Penais

As sanções penais estão previstas na Lei n. 4.898/1965:

§ 3º A sanção penal será aplicada de acordo com as regras dos artigos 42 a 56 do Có-


digo Penal e consistirá em:
a) multa de cem a cinco mil cruzeiros;
b) detenção por dez dias a seis meses;
c) perda do cargo e a inabilitação para o exercício de qualquer outra função pública por
prazo até três anos.

Esse rol é mais um da série de memorização. Leia, releia e recite para sua na-

morada ou namorado. Essas hipóteses despencam em prova!

Ademais, note que as penas acima podem ser aplicadas de forma independente

ou cumulativa, por expressa previsão no parágrafo 4º:

§ 4º As penas previstas no parágrafo anterior poderão ser aplicadas autônoma ou cumu-


lativamente.

Sanção Penal Específica

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Existe uma modalidade de sanção penal para o abuso de autoridade que é

específica para agentes de autoridade policial, seja civil ou militar. Essa hipótese

também despenca em prova, então, especial atenção:

§ 5º Quando o abuso for cometido por agente de autoridade policial, civil ou militar, de
qualquer categoria, poderá ser cominada a pena autônoma ou acessória, de não poder
o acusado exercer funções de natureza policial ou militar no município da cul-
pa, por prazo de um a cinco anos.

Sanções Civis

A segunda modalidade de sanções possíveis previstas na lei em estudo trata da

sanção de natureza civil. Vejamos:

§ 2º A sanção civil, caso não seja possível fixar o valor do dano, consistirá no pagamen-
to de uma indenização de quinhentos a dez mil cruzeiros.

Essa modalidade é bastante simples: o condenado deverá pagar o valor do dano

causado pelo abuso, e caso não seja possível calcular qual o valor do dano, existia

a fixação de valor no próprio texto legal.

Atualmente, como o valor especificado em lei está obviamente desatualizado,

fica a cargo do juiz auferir o valor indenizatório.

Sanções Administrativas

Por fim, temos as sanções administrativas:

§ 1º A sanção administrativa será aplicada de acordo com a gravidade do abuso come-

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tido e consistirá em:


a) advertência;
b) repreensão;
c) suspensão do cargo, função ou posto por prazo de cinco a cento e oitenta dias, com
perda de vencimentos e vantagens;
d) destituição de função;
e) demissão;
f) demissão, a bem do serviço público.

Detalhes que merecem atenção:

Os examinadores adoram afirmar que o processo administrativo, se estiver em an-

damento de forma simultânea ao processo penal ou cível, deverá ser sobrestado,

aguardando a decisão dessas outras esferas. Isso não é verdade!

Dessa forma, nada de interromper o processo administrativo para aguardar de-

cisões de outras esferas. O andamento deve continuar regularmente!

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Competência e Lei n. 4.898/1965

A competência para processar e julgar os abusos de autoridade previstos na

Lei n. 4.898/1965 segue o seguinte regramento.

Regra Geral

Além da regra geral, temos as seguintes previsões excepcionais, que são de

extrema relevância para fins de prova:

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Súmula n. 172 do STJ

Compete à justiça comum processar e julgar militar por crime de abuso de autoridade,
ainda que praticado em serviço.

A Súmula n. 172 do STJ é recente objeto de polêmica, haja vista a entrada em

vigor da Lei n. 13.491/2017, que alterou a competência da Justiça Militar, inserindo

a seguinte previsão no art. 9º do CPM:

Art. 9º Consideram-se crimes militares, em tempo de paz:


II – os crimes previstos neste Código e os previstos na legislação penal, quan-
do praticados:

Desse modo, surge a seguinte dúvida: o crime de abuso de autoridade, previsto

em legislação penal especial, quando praticado por militar, passou a ser competên-

cia da Justiça Militar?

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A verdade é que ainda não existe resposta para essa questão. Não há ainda ma-

nifestação expressa da jurisprudência ou da doutrina no sentido de que a Súmula

n. 172 do STJ está superada, de modo que o mais prudente é aguardar.

Além disso, o conteúdo programático da maioria dos editais não contém o CPM,

mas exige o conhecimento da jurisprudência das cortes superiores, de modo

que, por ora, é melhor se manter alinhado à Súmula n. 172 do STJ, salvo se o

seu edital prevê especificamente a Lei n. 1.001/1969 em seu conteúdo.

Características do Processo Penal por Abuso de Autoridade

A Lei n. 4.898/1965 não se atém apenas à parte material dos abusos de autori-

dade. Seu teor também apresenta alguns procedimentos que devem ser seguidos

para o processamento dos crimes de abuso de autoridade (esfera penal).


De agora em diante, vamos tratar dessas peculiaridades que existem no proces-

so de delitos de abuso de autoridade! Começando pela regra geral.


Regra Geral

A regra geral é que os crimes de abuso de autoridade utilizem o padrão do rito


sumaríssimo, previsto na Lei n. 9.099/1995, desde que observadas as peculiari-
dades previstas na Lei n. 4.898/1965.

Peculiaridades

Para finalizar, são especificidades contidas apenas na Lei n. 4.898/1965:

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O início da ação penal NÃO DEPENDE de justificação ou de inquérito policial (art. 12).

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Lei de Drogas – Lei n. 11.343/2006

Cena do seriado “Narcos” (2015)

Introdução

A Lei n. 11.343/2006 revogou a antiga Lei n. 6.368/1976, criando o chamado

Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas e mudando bastante a

maneira com que o legislador trata o assunto.

Segundo a doutrina, enquanto a Lei n. 6.368/1976 tinha como foco a repressão

ao tráfico e o próprio traficante, a Lei n. 11.343/2006 trata a droga como uma

questão de saúde pública, tornando mais severa a punição ao traficante, ao mesmo

tempo que trata o usuário de uma forma mais branda, com foco ressocializador.

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Conceito de Droga

Para começar, precisamos tratar do conceito de droga no âmbito do Direito Penal.

Entretanto, logo de cara, já vamos enfrentar um problema: a Lei n. 11.343/2006

não define o que é droga para fins penais!

Trata-se, portanto, de norma penal em branco, que precisa de complemento

para ser interpretada e ter efeito concreto. Inclusive, é norma penal em branco he-

terogênea, pois seu complemento não está em outra lei, e sim em outro tipo de

norma (no caso, uma portaria).

O conceito legal de droga e o rol de substâncias que podem ser enquadra-

das na Lei n. 11.343/2006 é extraído da Portaria n. 344/1998 da ANVISA.

Curiosidade: o Cloreto de Etila (vulgo “Lança Perfume”) é atualmente considerado

droga para fins de aplicação da lei em estudo. Entretanto, já deixou de ser por oito

dias, quando foi retirado da resolução, temporariamente, pela ANVISA!

Ressalvas

Art. 2º Ficam proibidas, em todo o território nacional, as drogas, bem como o plan-


tio, a cultura, a colheita e a exploração de vegetais e substratos dos quais possam ser
extraídas ou produzidas drogas, ressalvada a hipótese de autorização legal ou
regulamentar, bem como o que estabelece a Convenção de Viena, das Nações
Unidas, sobre Substâncias Psicotrópicas, de 1971, a respeito de plantas de uso
estritamente ritualístico-religioso.

Embora prevista em um dos primeiros artigos da Lei n. 11.343/2006, essa

norma acaba surpreendendo um pouco alguns alunos, que não conhecem a ressal-

va prevista no artigo:

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Além disso, temos ainda a ressalva prevista no parágrafo único:

Parágrafo único. Pode a União autorizar o plantio, a cultura e a colheita dos vegetais referi-
dos no caput deste artigo, exclusivamente para fins medicinais ou científicos, em local e
prazo predeterminados, mediante fiscalização, respeitadas as ressalvas supramencionadas.

Das Condutas

Porte para Consumo Pessoal

Art. 28. Quem adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou trouxer consigo,


para consumo pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo com determinação
legal ou regulamentar será submetido às seguintes penas:
I – advertência sobre os efeitos das drogas;
II – prestação de serviços à comunidade;
III – medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo.

O art. 28 da Lei de Drogas trata do famoso porte de drogas para uso pessoal.

Trata-se de uma hipótese sui generis em nosso ordenamento jurídico, haja vista a

previsão de infração penal sem a cominação de pena privativa de liberdade.

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As únicas punições previstas para o indivíduo que incidir no art. 28 são as de

advertência, prestação de serviços e medida de comparecimento à programa ou

curso educativo.

Cuidado: porte para USO não é USO!

A simples conduta de usar drogas, portanto, não é típica. Portar as drogas consigo,

com o objetivo de uso, é que configura a infração penal do art. 28.

Não confunda ambas as condutas na hora da prova!

Penas do Art. 28

Vejamos algumas observações sobre as penas cominadas ao indivíduo que for

encontrado portando drogas para uso pessoal:

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Prevalece o entendimento de que a reincidência prevista no art. 28 deve ser ES-

PECÍFICA, de modo que a duração de 10 meses para os incisos II e III só pode ser

aplicada diante da prática reiterada do próprio art. 28 pelo autor.

Recusa Injustificada

§ 6º Para garantia do cumprimento das medidas educativas a que se refere o caput, nos
incisos I, II e III, a que injustificadamente se recuse o agente, poderá o juiz submetê-lo,
sucessivamente a:
I – admoestação verbal;
II – multa.

Na hipótese da recusa injustificada do agente em se submeter às medidas do

art. 28, o juiz pode submeter o autor, sucessivamente, às penas de admoestação

verbal e de multa:

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Conduta Equiparada

§ 1º Às mesmas medidas submete-se quem, para seu consumo pessoal, semeia, culti-
va ou colhe plantas destinadas à preparação de pequena quantidade de substância ou
produto capaz de causar dependência física ou psíquica.

Lembre-se que quem cultiva, para consumo pessoal, plantas destinadas à

preparação de pequena quantidade de drogas também incorre no art. 28 da Lei n.

11.343/2006, por expressa previsão contida no parágrafo 1º.

Não confunda essa previsão com o delito de plantio previsto no art. 33, parágrafo

1º, II, no qual não há a finalidade de consumo pessoal, nem a destinação

para preparo de pequena quantidade de entorpecente.

Observações (Art. 28)

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Cuidado com questões que dizem que a Lei n. 11.343/2006, em seu artigo 28, des-

criminalizou o porte de drogas para uso. Isso não é verdade!

Segundo o STF, o que ocorreu foi a despenalização, e não a descriminalização

da conduta.

Repressão ao Tráfico e à Produção não Autorizada de Drogas

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Do art. 31 em diante o legislador cuida da efetiva repressão ao tráfico de dro-

gas. De agora em diante, passaremos a discutir os delitos mais graves previstos

na Lei n. 11.343/2006, bem como as disposições que mais são cobradas em prova.

A Lei n. 11.343/2006 é extensa e a leitura de seu texto é essencial, o que deve ser

feito de forma complementar ao estudo dessa aula.

Toda essa aula foi planejada com base em estatísticas de questões e assuntos

mais cobrados. No entanto, a leitura do texto de lei deve ser uma prática adotada

por todo aluno, de forma a exaurir todo o conteúdo cobrado no edital.

Certo. Orientações quanto ao estudo de lado, vamos aos pontos-chaves sobre

o título em estudo.

Destruição de Plantações

Art. 32. As plantações ilícitas serão imediatamente destruídas pelo delegado de


polícia na forma do art. 50-A, que recolherá quantidade suficiente para exame peri-
cial, de tudo lavrando auto de levantamento das condições encontradas, com a delimi-
tação do local, asseguradas as medidas necessárias para a preservação da prova. (Re-
dação dada pela Lei n. 12.961, de 2014)
§ 4º As glebas cultivadas com plantações ilícitas serão expropriadas, conforme
o disposto no art. 243 da Constituição Federal, de acordo com a legislação em vigor.

Segundo a doutrina majoritária, a destruição de plantações ilícitas pode ser

realizada sem prévia autorização judicial.

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Do Tráfico de Drogas

Para fins de prova, o tráfico de drogas se divide nas condutas abaixo listadas:

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Entender que apenas os artigos (e parágrafos) acima listados são considerados

como efetivo tráfico de drogas é muito importante, pois resulta no seguinte:

As condutas do art. 33 e seu parágrafo 1º, art. 34 e art. 36 são crimes equipa-

rados a hediondo.

Princípio da Insignificância

Assim como ocorre no porte para uso pessoal, o princípio da insignificância não

é aplicável nos delitos de tráfico de drogas.

Observações sobre o Art. 33

Art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender, ex-
por à venda, oferecer, ter em depósito, transportar, trazer consigo, guardar, prescrever,
ministrar, entregar a consumo ou fornecer drogas, ainda que gratuitamente, sem auto-
rização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar:
Pena – reclusão de 5 (cinco) a 15 (quinze) anos e pagamento de 500 (quinhentos) a
1.500 (mil e quinhentos) dias-multa.

O principal artigo e o mais recorrente em provas é o que trata do tráfico de dro-

gas propriamente dito.

Como você já sabe, a conduta está prevista no art. 33 da lei em estudo, digno

de leitura e releitura. Além disso, é cabível observar:

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A conduta do art. 33 é de competência da Justiça Comum Estadual, salvo no


caso de tráfico internacional, que é competência da Justiça Federal.

Observações § 1º do Art. 33

“Marcha da Maconha”

Segundo o STF (ADI 4274), a chamada marcha da maconha (manifestação


em prol da legalização da maconha para uso recreativo) não constitui a conduta

criminosa no art. 33, parágrafo 2º, da Lei de Drogas.

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Art. 33.
§ 2º Induzir, instigar ou auxiliar alguém ao uso indevido de droga: (Vide ADI n. 4.274)
Pena – detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa de 100 (cem) a 300 (trezentos)
dias-multa.

Em outras palavras: para o STF, a “marcha da maconha” é um movimento lícito

e não constitui apologia ao uso de drogas.

Note, no entanto, que o art. 33, § 2º, continua em vigor. Só não se aplica ao caso

específico das manifestações pró-legalização da maconha para o uso recreativo.

Tráfico Privilegiado

§ 4º Nos delitos definidos no caput (Art. 33) e no § 1º deste artigo, as penas poderão
ser reduzidas de um sexto a dois terços, vedada a conversão em penas restritivas de
direitos, desde que o agente seja primário, de bons antecedentes, não se dedique às
atividades criminosas nem integre organização criminosa.

Essa causa de diminuição de pena simplesmente despenca em provas de con-

cursos. É um direito subjetivo do acusado, de modo que, estando presentes as

condições previstas no parágrafo, a pena deverá ser reduzida.

Segundo o STF, a vedação da conversão em penas restritivas de direitos é

inconstitucional.

Outro entendimento do STF que merece especial destaque é o seguinte:

O tráfico privilegiado (art. 33, parágrafo 4º) não é delito equiparado a hediondo.

Participação no Uso Indevido de Drogas (Art. 33, § 2º)

§ 2º Induzir, instigar ou auxiliar alguém ao uso indevido de droga: (Vide ADI n. 4.274)


Pena – detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa de 100 (cem) a 300 (trezentos) dias-multa.

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A conduta prevista acima também não é crime equiparado a hediondo, e,

segundo prevalece na doutrina, só se consuma com o efetivo uso da droga pelo

indivíduo que é induzido, instigado ou auxiliado a fazê-lo.

Cessão Gratuita e Eventual de Drogas para Consumo Compar-


tilhado (Art. 33, § 3º)

§ 3º Oferecer droga, eventualmente e sem objetivo de lucro, a pessoa de seu relaciona-


mento, para juntos a consumirem:
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 1 (um) ano, e pagamento de 700 (setecentos) a
1.500 (mil e quinhentos) dias-multa, sem prejuízo das penas previstas no art. 28.

Outra conduta que não integra o rol de delitos equiparados a hediondo, a

conduta acima possui ainda os seguintes requisitos:

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Tráfico de Maquinário (Art. 34)

Art. 34. Fabricar, adquirir, utilizar, transportar, oferecer, vender, distribuir, entregar a qualquer
título, possuir, guardar ou fornecer, ainda que gratuitamente, maquinário, aparelho, instru-
mento ou qualquer objeto destinado à fabricação, preparação, produção ou transformação de
drogas, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar:
Pena – reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e pagamento de 1.200 (mil e duzentos) a
2.000 (dois mil) dias-multa.

O tráfico de maquinário configura um ato excepcional de nosso legislador,

haja vista a decisão de criminalizar atos preparatórios para a prática de um outro

delito (no caso, o tráfico de drogas propriamente dito).

A doutrina majoritária entende que o art. 34 é delito equiparado a hediondo.

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No caso de prática de tráfico de maquinário e de tráfico de drogas pelo mesmo

indivíduo, em um mesmo contexto fático, o consenso é que o delito de tráfico de

drogas irá absorver o delito do art. 34, respondendo o agente delitivo apenas

pelo art. 33 da Lei n. 11.343/2006.

Associação para o Tráfico

Walter White & Jesse – Seriado “Breaking Bad” (2008)

Art. 35. Associarem-se duas ou mais pessoas para o fim de praticar, reiteradamente ou


não, qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1º, e 34 desta Lei:
Pena – reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e pagamento de 700 (setecentos) a 1.200
(mil e duzentos) dias-multa.

A associação para o tráfico também criminaliza atos preparatórios para a prática

do art. 33 e 34 da Lei n. 11.343/2006. Entretanto, é crime autônomo, de modo

que não será absorvido pelo art. 33 quando praticado no mesmo contexto fático.

Por esse motivo, se Walter e Jesse se associam para praticar tráfico de drogas,

e vêm efetivamente a praticar o delito do art. 33, responderão por ambos os deli-

tos, em concurso material (soma das penas).

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O delito do art. 35 é de concurso necessário, haja vista que requer duas ou mais

pessoas para sua configuração.

É importante notar que o STJ entende como característica chave para a configu-

ração do delito do art. 35 a estabilidade e permanência da associação criminosa.

Se ocorre mera associação eventual, portanto, não se configura o delito do art.

35, e sim mero concurso eventual de agentes delitivos.

Associação para Financiamento do Tráfico

Temos ainda a previsão de modalidade em que os indivíduos se associam unica-

mente para financiar o tráfico (delito previsto no art. 36):

Parágrafo único. Nas mesmas penas do caput deste artigo incorre quem se associa para
a prática reiterada do crime definido no art. 36 desta Lei.

Observações Relevantes

• O art. 35 não é crime equiparado a hediondo.

• A minorante do art. 33, parágrafo 4º, não se aplica ao delito em estudo.

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Financiamento do Tráfico

Art. 36. Financiar ou custear a prática de qualquer dos crimes previstos nos arts. 33,
caput e § 1º, e 34 desta Lei:
Pena – reclusão, de 8 (oito) a 20 (vinte) anos, e pagamento de 1.500 (mil e quinhentos)
a 4.000 (quatro mil) dias-multa.

Trata-se do delito com a pena mais severa prevista na lei de drogas, chegando

a 20 anos de reclusão.

É crime equiparado a hediondo.

É importante notar que o delito do art. 36 não requer a intenção de obter lucro

por parte do agente delitivo. Basta financiar a prática dos delitos do art. 33, caput

e 1º, bem como do art. 34, que o delito irá se configurar.

Colaboração como Informante

Art. 37. Colaborar, como informante, com grupo, organização ou associação destinados


à prática de qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1º, e 34 desta Lei:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e pagamento de 300 (trezentos) a 700
(setecentos) dias-multa.

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O art. 37 tipifica a conduta daquele que colabora com grupo ou organização

destinada à prática do tráfico. A colaboração pode se dar de várias formas, até

mesmo as mais simples (como o fogueteiro que fica responsável por soltar um ro-

jão ao avistar a chegada da polícia).

O delito do art. 37 não se equipara a crime hediondo.

Observações Importantes

• Se a colaboração for irrelevante, não se configura o delito em estudo.

• A colaboração deve ser EVENTUAL. Do contrário, configura-se o delito de as-

sociação para o tráfico.

Causas de Aumento de Pena

O art. 40 da Lei de Drogas apresenta causas de aumento de pena (de 1/6 a 2/3)

aplicáveis aos delitos previstos entre os artigos 33 e 37, e merece ser lido na íntegra:

Art. 40. As penas previstas nos arts. 33 a 37 desta Lei são aumentadas de um sexto a
dois terços, se:
I – a natureza, a procedência da substância ou do produto apreendido e as circunstân-
cias do fato evidenciarem a transnacionalidade do delito;
II – o agente praticar o crime prevalecendo-se de função pública ou no desempenho de
missão de educação, poder familiar, guarda ou vigilância;
III – a infração tiver sido cometida nas dependências ou imediações de estabelecimen-
tos prisionais, de ensino ou hospitalares, de sedes de entidades estudantis, sociais,
culturais, recreativas, esportivas, ou beneficentes, de locais de trabalho coletivo, de
recintos onde se realizem espetáculos ou diversões de qualquer natureza, de serviços
de tratamento de dependentes de drogas ou de reinserção social, de unidades militares
ou policiais ou em transportes públicos;
IV – o crime tiver sido praticado com violência, grave ameaça, emprego de arma de
fogo, ou qualquer processo de intimidação difusa ou coletiva;
V – caracterizado o tráfico entre Estados da Federação ou entre estes e o Distrito Federal;
VI – sua prática envolver ou visar a atingir criança ou adolescente ou a quem tenha, por
qualquer motivo, diminuída ou suprimida a capacidade de entendimento e determinação;
VII – o agente financiar ou custear a prática do crime.

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Observações sobre as Causas de Aumento de Pena

• A transnacionalidade (inciso I) é causa de fixação da competência da Justiça Federal.

–– Entretanto, a droga apreendida deve também ser ilícita no país de origem ou

destino. Do contrário, a competência continua com a Justiça Comum!

• O rol contido no inciso III é taxativo, sob pena de realização de analogia in

malam partem, vedada em Direito Penal.

• Tráfico entre municípios não configura o disposto no inciso V, que fala ape-

nas entre Estados da Federação ou entre estes e o DF.

Prescrição Culposa de Drogas

Art. 38. Prescrever ou ministrar, culposamente, drogas, sem que delas necessite o


paciente, ou fazê-lo em doses excessivas ou em desacordo com determinação legal ou
regulamentar:
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e pagamento de 50 (cinquenta) a
200 (duzentos) dias-multa.

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O delito do art. 38 é crime culposo (praticado mediante negligência, imprudên-

cia ou imperícia).

Nesse sentido, note que a prescrição dolosa de drogas incorre no art. 33, caput!

Além disso, é extremamente relevante o fato de que o art. 38 é crime PRÓPRIO,

que só pode ser praticado por profissionais de saúde, os quais possuem a compe-

tência para prescrever ou ministrar drogas.

O delito é de mera conduta, de menor potencial ofensivo e não admite a tentativa.

Condução de Embarcação ou Aeronave sob a Influência de Drogas

Art. 39. Conduzir embarcação ou aeronave após o consumo de drogas, expondo a dano


potencial a incolumidade de outrem:
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, além da apreensão do veículo, cassação
da habilitação respectiva ou proibição de obtê-la, pelo mesmo prazo da pena privativa de
liberdade aplicada, e pagamento de 200 (duzentos) a 400 (quatrocentos) dias-multa.
Parágrafo único. As penas de prisão e multa, aplicadas cumulativamente com as demais,
serão de 4 (quatro) a 6 (seis) anos e de 400 (quatrocentos) a 600 (seiscentos) dias-multa,
se o veículo referido no caput deste artigo for de transporte coletivo de passageiros.

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O delito do art. 39, também não se equipara a delito hediondo. Sua confi-

guração depende de dois fatores:

• Ingestão de droga pelo condutor (comprovada mediante exame de sangue ou urina).

• Comprovação de que ouve efetiva exposição da incolumidade a provável dano

(é crime de perigo concreto).

Hediondez

Para facilitar, segue um resumo de quais são os artigos da Lei de Drogas que

se equiparam a crimes hediondos:

Previsão de Colaboração Premiada

Os examinadores costumam comparar a Lei de Drogas com a Lei do Crime Or-

ganizado no que diz respeito à possibilidade de colaboração premiada.

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É importante que você saiba que a Lei n. 11.343/2006 apresenta uma moda-

lidade própria de colaboração premiada, descrita no art. 41 de seu texto!

Art. 41. O indiciado ou acusado que colaborar voluntariamente com a investigação po-


licial e o processo criminal na identificação dos demais coautores ou partícipes do crime
e com a recuperação total ou parcial do produto do crime, no caso de condenação, terá
pena reduzida de um terço a dois terços.

Liberdade Provisória

Embora o texto de lei em diversas passagens faça a previsão de que não cabe

a liberdade provisória para diversos delitos relacionados ao tráfico, tais previsões

foram consideradas inconstitucionais pelo STF.

Mesmo os artigos que tipificam condutas equiparadas a crime hediondo

sendo INAFIANÇÁVEIS, são passíveis de liberdade provisória SEM FIANÇA.

Diante do que foi decidido pelo Plenário da Corte no HC n. 104.339/SP, Relator o Minis-
tro Gilmar Mendes, está reconhecida a inconstitucionalidade incidenter tantum do art.
44, caput, da Lei n. 11.343/2006, o qual vedava a possibilidade de concessão de liber-
dade provisória nos casos de prisão em flagrante pelo delito de tráfico de entorpecentes,
sendo necessário, portanto, averiguar se o ato prisional apresenta, de modo fundamen-
tado, os pressupostos autorizadores da constrição cautelar.

Conversão da Pena

Outro ponto controverso sobre a Lei n. 11.343/2006 que pode ser objeto de

prova é a possibilidade da conversão da pena cominada ao tráfico de drogas em

pena restritiva de direitos.

A jurisprudência, por um longo tempo, foi conflitante, até que o STF decidiu

analisar o caso de forma a vincular as decisões das cortes ordinárias.

Nesse sentido, o STF decidiu que há a possibilidade da conversão da pena

restritiva de liberdade em pena restritiva de direitos quando se trata da Lei

n. 11.343/2006, desde que a pena cominada não seja superior a 4 anos.

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Cuidado: mesmo que a lei vede expressamente essa possibilidade, o que vale é a

decisão do STF!

O art. 44 da Lei de Drogas, nesse sentido, causou muita polêmica, e foi objeto

de severa discussão jurisprudencial e doutrinária. Para sua prova, basta que você

leve as seguintes orientações:

Prazos IP

Lembre-se que os prazos de conclusão do inquérito policial, para os delitos da

Lei de Drogas, são diferentes do prazo regular!

• 30 DIAS se o indiciado estiver PRESO.

• 90 DIAS se estiver SOLTO!

• Os prazos podem ser DUPLICADOS.

Procedimento Penal

A Lei de Drogas não se limita ao aspecto penal relacionado ao assunto tráfico de

drogas. Há também a previsão de aspectos especiais processuais, o que se regula-

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menta entre os artigos 50 e 59 do diploma legal.

Primeiramente, é importante dividir os procedimentos aplicáveis à Lei de Drogas

da seguinte forma:

Lei n. 9.099/1995 X Art. 28 da Lei de Drogas

Muito embora o rito da Lei n. 9.099/1995 (procedimento sumaríssimo) seja

aplicável ao delito de porte para uso pessoal, existem algumas peculiaridades que

devem ser observadas na prática.

• A suspensão condicional do processo prevista na Lei n. 9.099/1995 é aplicável à

conduta do art. 28 da LD, entretanto, nunca poderá resultar em consequências

mais gravosas do que as previstas no próprio art. 28 da Lei de Drogas.

• Segundo a Lei n. 9.099/1995, diante de infração de menor potencial ofensi-

vo, será lavrado Termo Circunstanciado, e, em caso de recusa do autuado em

prestar compromisso de comparecer ao JECrim, pode ser lavrado o auto de

prisão em flagrante.

–– No caso do art. 28 da LD, no entanto, não se admite a lavratura do

APF em nenhum caso, mesmo que o infrator se negue a prestar tal

compromisso, haja vista a absoluta vedação à prisão para o porte

de drogas para uso pessoal.

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Demais Crimes

Quanto aos delitos previstos na Lei de Drogas que não se submetem ao rito

da Lei n. 9.099/1995, temos as seguintes peculiaridades:

• a prisão em flagrante deve ser comunicada ao juiz imediatamente, e o ma-

gistrado deve dar vista do APF ao Ministério Público em 24 horas;

• a lavratura do APF exige laudo de constatação da natureza e quantidade

da droga, lavrado por perito oficial, ou na falta deste, por pessoa idônea.

–– Note que a previsão acima, contida no art. 50 da LD, não exige que, na fal-

ta do perito oficial, o laudo seja lavrado por duas pessoas, e sim apenas

por pessoa idônea.

Procedimento Investigativo

A Lei de Drogas admite expressamente a infiltração de agentes investigativos e

a ação controlada por parte da polícia:

Art. 53. Em qualquer fase da persecução criminal relativa aos crimes previstos nesta
Lei, são permitidos, além dos previstos em lei, mediante autorização judicial e ouvido o
Ministério Público, os seguintes procedimentos investigatórios:
I – a infiltração por agentes de polícia, em tarefas de investigação, constituída pelos
órgãos especializados pertinentes;
II – a não atuação policial sobre os portadores de drogas, seus precursores químicos ou
outros produtos utilizados em sua produção, que se encontrem no território brasileiro,
com a finalidade de identificar e responsabilizar maior número de integrantes de opera-
ções de tráfico e distribuição, sem prejuízo da ação penal cabível.
Parágrafo único. Na hipótese do inciso II deste artigo, a autorização será concedida desde que
sejam conhecidos o itinerário provável e a identificação dos agentes do delito ou de colaboradores.

Ministério Público

Uma vez recebidos os autos do inquérito, o juiz dará vistas ao MP, que poderá

adotar as seguintes providências:

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Defesa Prévia

A Lei de Drogas prevê a notificação (e não a citação) do acusado, uma vez

oferecida a denúncia, para apresentação de defesa prévia no prazo de 10 dias.

O acusado também poderá arrolar até 5 testemunhas.

Audiência de Instrução e Julgamento

Deve ser realizada, em regra, em até 30 dias do recebimento da denúncia.

Em caso de determinação de avaliação para atestar dependência de dro-

gas, o prazo será de até 90 dias.

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No procedimento previsto na Lei de Drogas, há uma inversão na ordem das oitivas,

de modo que a oitiva do acusado se faz antes da oitiva das testemunhas!

Jurisprudência Relevante

A Lei de Drogas é um dos diplomas legais mais discutidos judicialmente e com

um enorme número de informativos do STJ e do STF relacionados ao seu tema.

Neste capítulo, vamos fazer uma listagem dos mais importantes para fins de prova!

STF

Info. 711
O RÉU NÃO TEM O DEVER DE DEMONSTRAR QUE A DROGA ENCONTRADA CONSIGO SERIA
UTILIZADA APENAS PARA CONSUMO PRÓPRIO. CABE À ACUSAÇÃO COMPROVAR OS ELEMEN-
TOS DO TIPO PENAL, OU SEJA, QUE A DROGA APREENDIDA ERA DESTINADA AO TRÁFICO.

HC 118.533
O Plenário do STF entendeu que O TRÁFICO PRIVILEGIADO NÃO PODE SER CONSIDE-
RADO CRIME HEDIONDO.

Info. 742
NÃO É POSSÍVEL APLICAR NENHUMA MEDIDA SOCIOEDUCATIVA QUE PRIVE A LIBER-
DADE DO ADOLESCENTE (INTERNAÇÃO OU SEMILIBERDADE) CASO ELE TENHA PRA-
TICADO ATO INFRACIONAL ANÁLOGO AO DELITO DO ART. 28 DA LEI N. 11.343/2006.

Info. 745
NÃO É POSSÍVEL O DEFERIMENTO DE INDULTO A RÉU CONDENADO POR TRÁFICO DE
DROGAS, AINDA QUE TENHA SIDO APLICADA A CAUSA DE DIMINUIÇÃO NO ART. 33, §
4º, DA LEI N. 11.343/2006.

Info. 749
O ART. 40, III, DA LEI DE DROGAS PREVÊ COMO CAUSA DE AUMENTO DE PENA O FATO
DE A INFRAÇÃO SER COMETIDA EM TRANSPORTES PÚBLICOS. SE O AGENTE LEVA A
DROGA EM TRANSPORTE PÚBLICO, MAS NÃO A COMERCIALIZA DENTRO DO MEIO DE
TRANSPORTE, NÃO INCIDE A MAJORANTE.

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O STJ possui posicionamento em sentido contrário.

Info. 759
A NATUREZA E A QUANTIDADE DA DROGA NÃO PODEM SER UTILIZADAS PARA AUMEN-
TAR A PENA-BASE DO RÉU E PARA AFASTAR O TRÁFICO PRIVILEGIADO (ART. 33, § 4º)
OU PARA, RECONHECENDO-SE O DIREITO AO BENEFÍCIO, CONCEDER AO RÉU UMA
MENOR REDUÇÃO DE PENA.

Info. 808
PARA QUE INCIDA A CAUSA DE AUMENTO DE PENA DO ART. 40, V, DA LEI DE DRO-
GAS, NÃO SE EXIGE A EFETIVA TRANSPOSIÇÃO DA FRONTEIRA INTERESTADUAL PELO
AGENTE, SENDO SUFICIENTE A COMPROVAÇÃO DE QUE A SUBSTÂNCIA TINHA COMO
DESTINO LOCALIDADE EM OUTRO ESTADO DA FEDERAÇÃO.

Info. 819
É LEGÍTIMA A FIXAÇÃO DE REGIME INICIAL SEMIABERTO, TENDO EM CONTA A QUANTIDADE
E A NATUREZA DO ENTORPECENTE, NA HIPÓTESE EM QUE AO CONDENADO POR TRÁFICO
DE ENTORPECENTES TENHA SIDO APLICADA PENA INFERIOR A 4 ANOS DE RECLUSÃO.

Info. 821
SE O RÉU, NÃO REINCIDENTE, FOR CONDENADO, POR TRÁFICO DE DROGAS, A PENA
DE ATÉ 4 ANOS, E SE AS CIRCUNSTÂNCIAS JUDICIAIS DO ART. 59 DO CP FOREM FA-
VORÁVEIS, O JUIZ DEVERÁ FIXAR O REGIME ABERTO E CONCEDER A SUBSTITUIÇÃO
DA PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE POR RESTRITIVA DE DIREITOS, UMA VEZ PREEN-
CHIDOS OS REQUISITOS DO ART. 44 DO CP.

Info. 831
O TRÁFICO PRIVILEGIADO NÃO TEM NATUREZA HEDIONDA.

Info. 844
NÃO É CRÍVEL QUE O RÉU, SURPREENDIDO COM MAIS DE 500 KG DE MACONHA, NÃO
ESTEJA INTEGRADO, DE ALGUMA FORMA, A ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA, CIRCUNSTÂN-
CIA QUE JUSTIFICA O AFASTAMENTO DA CAUSA DE DIMINUIÇÃO PREVISTA NO ART.
33, § 4º, DA LEI DE DROGAS. (Primeira Turma STF)

Info. 849
A QUANTIDADE DE DROGAS ENCONTRADA NÃO CONSTITUI, ISOLADAMENTE, FUNDA-
MENTO IDÔNEO PARA NEGAR O BENEFÍCIO DA REDUÇÃO DA PENA PREVISTO NO ART.
33, § 4º, DA LEI N. 11.343/2006. (Segunda Turma STF)

Info. 858
SE O AGENTE VENDE A DROGA NAS IMEDIAÇÕES DE UM PRESÍDIO, MESMO QUE PARA
COMPRADOR QUE NÃO POSSUI VINCULO COM TAL LUGAR, AINDA ASSIM DEVERÁ IN-
CIDIR A CAUSA DE AUMENTO DO ART. 40, III, DA LEI N. 11.343/2006.

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STJ

Info. 576
A PARTICIPAÇÃO DO MENOR PODE SER CONSIDERADA PARA CONFIGURAR O CRIME DE
ASSOCIAÇÃO PARA O TRÁFICO (ART. 35) E, AO MESMO TEMPO, PARA AGRAVAR A PENA
COMO CAUSA DE AUMENTO DO ART. 40, VI, DA LEI N. 11.343/2006.

Info. 582
CLASSIFICA-SE COMO “DROGA”, PARA FINS DA LEI N. 11.343/2006 (LEI DE DROGAS),
A SUBSTÂNCIA APREENDIDA QUE POSSUA “CANABINOIDES” (CARACTERÍSTICA DA
ESPÉCIE VEGETAL CANNABIS SATIVA), AINDA QUE NAQUELA NÃO HAJA TETRAHIDRO-
CANABINOL (THC).

Info. 582
AINDA QUE O RÉU COMPROVE O EXERCÍCIO DE ATIVIDADE PROFISSIONAL LÍCITA, SE,
DE FORMA CONCOMITANTE, ELE SE DEDICAVA A ATIVIDADES CRIMINOSAS, NÃO TERÁ
DIREITO À CAUSA ESPECIAL DE DIMINUIÇÃO DE PENA PREVISTA NO ART. 33, § 4º, DA
LEI N. 11.343/2006.

Info. 595
O TRÁFICO ILÍCITO DE DROGAS NA SUA FORMA PRIVILEGIADA (ART. 33, § 4º, DA LEI
N. 11.343/2006) NÃO É CRIME EQUIPARADO A HEDIONDO.

Info. 596
É POSSÍVEL A UTILIZAÇÃO DE INQUÉRITOS POLICIAIS E/OU AÇÕES PENAIS EM CURSO
PARA FORMAÇÃO DA CONVICÇÃO DE QUE O RÉU SE DEDICA A ATIVIDADES CRIMINO-
SAS, DE MODO A AFASTAR O BENEFÍCIO LEGAL PREVISTO NO ART. 33, § 4º, DA LEI
11.343/2006.

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RESUMO

Lei de Abuso de Autoridade

Conceito de Autoridade

• Art. 5º – Considera-se autoridade, para os efeitos desta lei, quem exerce

cargo, emprego ou função pública, de natureza civil, ou militar, ainda que

transitoriamente e sem remuneração.

• Particular, em regra, não pratica crime de abuso de autoridade, pois a lei trata

apenas daqueles que exercem cargo, emprego ou função pública.

• Particular poderá responder por abuso de autoridade quando este agir em

concurso com um funcionário público e tiver ciência dessa condição.

Responsabilização

• A responsabilização pela conduta de abuso de autoridade pode ocorrer nas

esferas administrativa, civil e penal.

Representação

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• Os crimes de abuso de autoridade são de ação penal pública incondicionada.

Culpa

• Não existe abuso de autoridade CULPOSO.

Sanções Penais

• Multa de cem a cinco mil cruzeiros.

• Detenção por dez dias a seis meses.

• Perda do cargo e a inabilitação para o exercício de qualquer outra função pú-

blica por prazo até três anos.


• Quando o abuso for cometido por agente de autoridade policial, civil ou mili-
tar, de qualquer categoria, poderá ser cominada a pena autônoma ou acessó-
ria, de não poder o acusado exercer funções de natureza policial ou militar no
município da culpa, por prazo de um a cinco anos.

Sanções Civis

• Caso não seja possível fixar o valor do dano, consistirá no pagamento de uma

indenização.

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Sanções Administrativas

• advertência;

• repreensão;

• suspensão do cargo, função ou posto por prazo de cinco a cento e oitenta

dias, com perda de vencimentos e vantagens;

• destituição de função;

• demissão;

• demissão, a bem do serviço público.

Competência

Lei de Drogas

• O conceito legal de droga e o rol de substâncias que podem ser enquadradas

na Lei n. 11.343/06 é extraído da portaria 344/98 da ANVISA.

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Porte para Consumo Pessoal

• Porte para USO não é USO!

Penas do Art. 28

• Prevalece o entendimento de que a reincidência prevista no art. 28 deve

ser ESPECÍFICA.

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Observações

Destruição de Plantações

• As plantações ilícitas serão imediatamente destruídas pelo delegado de polícia

na forma do art. 50-A, que recolherá quantidade suficiente para exame pericial.

• Segundo a doutrina majoritária, a destruição de plantações ilícitas pode ser

realizada sem prévia autorização judicial.

Tráfico de Drogas

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• As condutas do art. 33 e seu parágrafo 1º, art. 34 e art. 36 são crimes equi-

parados a hediondo.

• A conduta do art. 33 é de competência da Justiça Comum Estadual, salvo no

caso de tráfico internacional, que é competência da Justiça Federal.

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Tráfico Privilegiado

• Nos delitos definidos no caput (art. 33) e no § 1º deste artigo, as penas pode-

rão ser reduzidas de um sexto a dois terços, vedada a conversão em penas res-

tritivas de direitos, desde que o agente seja primário, de bons antecedentes,

não se dedique às atividades criminosas nem integre organização criminosa.

• Segundo o STF, a vedação da conversão em penas restritivas de direitos é

inconstitucional.

• O tráfico privilegiado (art. 33, parágrafo 4º) não é delito equiparado a hediondo.

Tráfico de Maquinário

• Ato excepcional do legislador, haja vista a decisão de criminalizar atos preparatórios

• A doutrina majoritária entende que o art. 34 é delito equiparado a hediondo.

Associação para o Tráfico

• Associarem-se duas ou mais pessoas para o fim de praticar, reiteradamente

ou não, qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1º, e 34.

• O delito do art. 35 é de concurso necessário, haja vista que requer duas ou

mais pessoas para sua configuração.

• O art. 35 não é crime equiparado a hediondo.

Financiamento do Tráfico

• Financiar ou custear a prática de qualquer dos crimes previstos nos arts. 33,

caput e § 1º, e 34.

• É crime equiparado a hediondo.

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Colaboração como Informante

• Colaborar, como informante, com grupo, organização ou associação destinados

à prática de qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1º, e 34.

• O delito do art. 37 não se equipara a crime hediondo.

Prescrição Culposa de Drogas

• Prescrever ou ministrar, culposamente, drogas, sem que delas necessite o

paciente, ou fazê-lo em doses excessivas ou em desacordo com determinação

legal ou regulamentar.

• É crime PRÓPRIO, que só pode ser praticado por profissionais de saúde.

Condução de Embarcação ou Aeronave sob a Influência de Drogas

• Conduzir embarcação ou aeronave após o consumo de drogas, expondo a

dano potencial a incolumidade de outrem.

Hediondez

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Liberdade Provisória

• Mesmo os artigos que tipificam condutas equiparadas a crime hediondo sendo

INAFIANÇÁVEIS, são passíveis de liberdade provisória SEM FIANÇA.

Conversão da Pena

Prazos IP

• 30 DIAS se o indiciado estiver PRESO.

• 90 DIAS se estiver SOLTO.

• Os prazos podem ser DUPLICADOS.

Procedimento Penal

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