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CONHECIMENTOS GERAIS

Quase todo mundo conhece os riscos de se ter os documentos usados de forma indevida
por outra pessoa, depois de tê-los perdido ou de ter sido vítima de assalto. Mas um sistema que
começou a ser implantado na Bahia pode resolver o problema em todo o país.
A tecnologia usada atualmente para a emissão de carteiras de identidade na Bahia pode
evitar esse tipo de transtorno. A foto digital, impressa no documento, dificulta adulterações.
A principal novidade do sistema é o envio imediato das impressões digitais, por
computador, para o banco de dados da Polícia Federal em Brasília. Dessa forma, elas podem ser
comparadas com as de outros brasileiros e estrangeiros cadastrados.
Se tudo estiver em ordem, o documento é entregue em cinco dias. Ao ser retirada a
carteira, as digitais são conferidas novamente. “Você pode até ter a certidão de nascimento de
outra pessoa, mas, quando tentar tirar a carteira por ela, a comparação das impressões digitais
vai revelar quem é você”, diz a diretora do Instituto de Identificação da Bahia.
Na Bahia, a troca pelo modelo novo será feita aos poucos. As atuais carteiras de
identidade vão continuar valendo e serão substituídas quando houver necessidade de emitir-se a
segunda via. Por enquanto, só a Bahia está enviando os dados para a Polícia Federal.
Segundo o Ministério da Justiça, a partir de 2011, outros estados devem integrar-se
gradativamente ao sistema.
A previsão é que, em nove anos, todos os brasileiros estejam cadastrados em uma base
de dados unificada na Polícia Federal.

Internet: <www.g1.globo.com> (com adaptações).

Com base nas ideias presentes no texto e na análise das estruturas linguísticas nele contidas,
julgue os itens a seguir.

1. A vírgula após “ordem” (ℓ. 9) isola uma oração subordinada adverbial deslocada, anteposta à
principal.

COMENTÁRIOS:

O período está escrito na ordem inversa e se inicia com uma oração adverbial condicional. Por
isso, o emprego correto da vírgula.

GABARITO: C

2. No trecho “Mas um sistema ... em todo o país.” (ℓ. 2-3), a palavra “que” é pronome relativo
com função sintática de objeto direto.

COMENTÁRIOS:

A palavra “que” é pronome relativo com função sintática de sujeito.

GABARITO: E

3. A forma oblíqua “los” (ℓ. 2) remete coesiva e cataforicamente a “documentos” (ℓ. 1).

COMENTÁRIOS:

A referência coesiva é anafórica, e não “catafórica”.

GABARITO: E
4. Mantêm-se a correção sintática do período e a coerência textual, se da expressão “em todo o
país” (ℓ. 3) fosse suprimido o artigo definido.

COMENTÁRIOS:

Com a retirada do artigo definido, ocorre alteração semântica (mudança de sentido), mas não há
prejuízo à correção gramatical ou incoerência textual.

GABARITO: C

5. Depreende-se do texto que, daqui a nove anos, as carteiras de identidade serão substituídas
por um novo sistema de segurança digitalizado.

COMENTÁRIOS:

O texto trata de um novo sistema que aprimorará/modernizará a forma de identificação das


pessoas e este não substituirá as carteiras de identidade.

GABARITO: E

6. A construção sintagmática “Ao ser retirada” (ℓ. 9) possui valor de causalidade.

COMENTÁRIOS:

Quando se associa “Ao” com um verbo no infinitivo, sempre se obtém um valor temporal.

GABARITO: E

7. A substituição de “integrar-se” (ℓ. 16) pela construção de voz passiva “ser integrados” não
prejudica a correção gramatical e a coerência textual do período.

COMENTÁRIOS:

Contextualmente, as duas formas são equivalentes e uma pode substituir a outra.

GABARITO: C

8. O operador argumentativo “mas” (ℓ. 11) sugere mudança na direção argumentativa do texto.

COMENTÁRIOS:

As conjunções coordenativas adversativas exercem o papel discursivo de mudança na direção


argumentativa.

GABARITO: C

9. O segmento “esse tipo de transtorno” (ℓ. 5) remete coesiva e cataforicamente aos transtornos
causados pelo uso indevido dos documentos por outra pessoa, depois de tê-los perdido ou de ter
sido vítima de assalto.

COMENTÁRIOS:

Apesar de o referente ter sido apontado corretamente, a referência coesiva é anafórica (= de


retomada), e não catafórica.
GABARITO: E

Entende-se por proposição todo conjunto de palavras ou símbolos que exprimem um


pensamento de sentido completo, isto é, que afirmam fatos ou expressam juízos a respeito de
determinados entes. Na lógica bivalente, esse juízo, que é conhecido como valor lógico da
proposição, pode ser verdadeiro (V) ou falso (F), sendo objeto de estudo desse ramo da lógica
apenas as proposições que atendam o princípio da não contradição, em que uma proposição não
pode ser simultaneamente verdadeira e falsa; e ao princípio do terceiro excluído, em que os
únicos valores lógicos possíveis para uma proposição são verdadeiro e falso. Com base nessas
informações, julgue o item a seguir.

10. Segundo o princípio da não contradição e do terceiro excluído, a uma proposição pode ser
atribuído um e, somente um, valor lógico.

COMENTÁRIOS:

Pessoal, essa é uma questão bem típica do CESPE... Ela tem um texto longo, mas que termina
numa pergunta bem simples...
O Princípio do Terceiro Excluído nos diz que uma proposição só pode ser V ou F (não há
outra possibilidade)...
Beleza!... Com esse princípio, já sabemos que existem apenas dois valores lógicos possíveis!...
Mas, ainda não sabemos se eles podem ocorrer simultaneamente ou não...
Agora, o Princípio da Não Contradição nos diz que esses dois valores são mutuamente
excludentes, ou seja, a proposição é só V ou só F, não existe outra possibilidade!...
Assim, juntando os dois princípios, concluímos que a proposição só pode ter um e, apenas um
valor lógico!...

GABARITO: C

A respeito de lógica proposicional, julgue o item subsequente.

11. A proposição “No Brasil, 20% dos acidentes de trânsito ocorrem com indivíduos que
consumiram bebida alcoólica” é uma proposição simples.

COMENTÁRIOS:
Pessoal, vamos enfrentar o Cespe, então é importante conhecer o seu posicionamento no que diz
respeito a proposições simples e compostas...
Para o Cespe, uma proposição é simples quando é expressa por meio de uma única oração
principal...
E. é bem o que acontece no caso acima!... Olhem só, podemos reescrever a oração assim:
No Brasil, 20% dos acidentes de trânsito ocorrem com indivíduos alcoolizados.
Pronto!!... Essa é uma proposição simples!...

GABARITO: C

12. A respeito de lógica proposicional, julgue o item subsequente.


A proposição “Quando um indivíduo consome álcool ou tabaco em excesso ao longo da vida,
sua probabilidade de infarto do miocárdio aumenta em 40%” pode ser corretamente escrita na
forma (P∨Q)→R, em que P, Q e R sejam proposições convenientemente escolhidas.

COMENTÁRIOS:
Pessoal, escolhendo convenientemente as proposições, teremos:
 = O indivíduo consome álcool em excesso ao longo da vida;
 = O indivíduo consome tabaco em excesso ao longo da vida;
 = A probabilidade de infarto no miocárdio aumenta em 40%.
Simbolicamente, teremos:
( ∨ )

GABARITO: C

13 . Considere que, em um conjunto U de homens, está indicado por A o conjunto daqueles que
têm mais de 1,85 m de altura e por B, o conjunto dos que pesam mais de 85 kg. Considere,
ainda, uma empresa de segurança verificou que havia erro no seguinte trecho de um anúncio
publicado: “Contratam-se homens com mais de 1,85 m de altura ou com mais de 85 kg”. Assim,
fez a devida correção e publicou um segundo anúncio com a seguinte forma: “Contratam-se
homens com mais de 1,85 m e mais de 85 kg”.

Considerando que C U (X) seja o conjunto dos elementos que pertencem a U e não pertencem a
X, é correto dizer que apresenta um subconjunto de U cujos elementos
satisfazem os requisitos de apenas um anúncio?
COMENTÁRIOS:

Pessoal, temos o conjunto de todos os homens, que nessa questão foi chamado de conjunto U...
Dentro dele temos o conjunto A que é formado pelos homens com mais de 1,85m... E, o
conjunto B que é formado pelos homens com mais de 85 kg... Graficamente, teremos:

Agora, o anúncio diz: “Contratam-se homens com mais de 1,85 m e mais de 85 kg”... Ou seja, o
anúncio quer pessoas que tenham essas duas características!... Logo, de acordo com o anúncio
teremos que “pegar” homens da intersecção de A com B ( )...
Mas, a questão pede uma representação de um subconjunto de U que atenda a uma das
características, somente...
Oras, a união desses conjuntos ( ) são todos os elementos que pertencem ao conjunto A
ou ao conjunto B, inclusive os elementos que são de A e B ao mesmo tempo ( )!...
Então, se retirarmos a intersecção da união, ou seja, se fizermos ( ) ( ), teremos
apenas homens com mais de 1,85m ou apenas homens com mais de 85kg!...Resposta:

GABARITO: E

14. Em razão da limitação de recursos humanos, a direção de determinada unidade do MPU


determinou ser prioridade analisar os processos em que se investiguem crimes contra a
administração pública que envolvam autoridades influentes ou desvio de altos valores. A partir
dessas informações, considerando P = conjunto dos processos em análise na unidade, A =
processos de P que envolvem autoridades influentes, B = processos de P que envolvem desvio
de altos valores, CP(X) = processos de P que não estão no conjunto X, e supondo que, dos
processos de P, 23 são de A e 35 são de B, julgue o item a seguir.

A quantidade de processos com prioridade de análise por envolverem, simultaneamente,


autoridades influentes e desvios de altos valores é inferior à de processos que não são
prioritários para análise.
COMENTÁRIOS:

Pessoal, vamos trabalhar com valores... Vamos „supor‟ que o conjunto universo tenha 15
elementos... (estou usando 15 porque é um múltiplo comum de 3 e 5)...
Sabemos que o conjunto A tem 2/3 dos processos, então:

E, o conjunto B tem 3/5 dos processos, então:

Agora, a fórmula do nº de elementos da união nos diz que:


( ) ( ) ( ) ( )

Onde:
 ( ) nº de elementos do conjunto A;
 ( ) nº de elementos do conjunto B;
 ( ) nº de elementos da intersecção;
 ( ) nº de elementos da união.

Agora, podemos concluir que a união entre A e B, corresponde aos processos prioritários...
Então, vamos considerar x, o número de processos não prioritários...
Dessa forma,
( )
Desenvolvendo a fórmula ( ), teremos:
( ) ( ) ( )

( )

( )

( )

Assim, o nº de processos não prioritários é 4 unidades menor que o nº de processos prioritários


por atender às características de A e B ao mesmo tempo!...
GABARITO: E

variável 2003 2004 2005 2006 2007

exportação X 40 46 50 52 54

importação Y 20 21 22 24 27

total X+Y 60 67 72 76 81

Internet: <www.portodesantos.com> (com adaptações).

15. Considerando a tabela acima, que apresenta a movimentação anual de cargas no porto de
Santos de 2003 a 2007, em milhões de toneladas/ ano e associa as quantidades de carga
movimentadas para exportação e importação às variáveis X e Y, respectivamente, julgue o item
subsequente.
A quantidade de carga movimentada para exportação em 2007 foi, pelo menos, 35% maior que
a quantidade de carga movimentada para exportação em 2003.

COMENTÁRIOS:

Pessoal, observando a tabela, conseguimos perceber que em 2003 foram exportadas 40


milhões de toneladas...
Já no ano de 2007, essas exportações aumentaram para 54 milhões de toneladas!...
Oras, nesse período o aumento foi de:

GABARITO: C

16. Considere que x e y sejam números reais positivos e que acrescentar 50% de x à soma x + y
seja o mesmo que adicionar 20% de x + y à soma x + y.
Com base nessas informações, julgue o item abaixo.
Na situação considerada, x e y são números diretamente proporcionais a 2 e 3, respectivamente.

COMENTÁRIOS:

Pessoal, acrescentando 50% de x à soma x + y, teremos:


()

Agora, acrescentando 20% de (x + y) à soma x + y, teremos:

( )

( )

A questão nos garante que ( ) e ( ) são iguais, então:

Multiplicando a igualdade por 10, ficaremos com:

Pronto!!... “x” é proporcional a 2 e, “y” é proporcional a 3...

GABARITO: C

Ficou pior para quem bebe

O governo ainda espera a consolidação dos dados do primeiro mês de aplicação da Lei Seca
para avaliar seu impacto sobre a cassação de CNHs. As primeiras projeções indicam, porém,
que as apreensões subirão, no mínimo, 10%. Antes da vigência da Lei Seca, eram suspensas ou
cassadas, em média, aproximadamente 155.000 CNHs por ano. Se as previsões estiverem
corretas, a média anual deve subir para próximo de 170.000. A tabela a seguir mostra esses
resultados nos últimos anos (fonte: DENATRAN).
Veja, ed. 2.072, 6/8/2008, p. 51 (com adaptações).

17. Considerando que, em 2005, o motivo de todas as cassações ou suspensões de CNH tenha
sido dirigir veículo automotor depois de ingerir bebida alcoólica em quantidade superior à
permitida, e que uma pesquisa tenha revelado que 12% da população brasileira admitia dirigir
veículo automotor depois de ingerir bebida alcoólica em quantidade superior à permitida, e
considerando, também, que a quantidade de CNHs cassadas ou suspensas corresponda,
proporcionalmente, a 3 em cada 600 indivíduos que admitiam dirigir veículo automotor depois
de ingerir bebida alcoólica em quantidade superior à permitida, é correto inferir que, em 2005, a
população brasileira era, em milhões, superior a 190 e inferior a 195.

COMENTÁRIOS:

Pessoal, vamos dar nomes às incógmitas...

 p = quantidade de pessoas na população brasileira, em 2005;


 a = quantidade de pessoas que admitiu dirigir alcoolizado;
 c = quantidade de cassações + suspensões em 2005.

Oras, pela tabela, sabemos que:

Também sabemos que de cada 600 pessoas que admitiram ter dirigido alcoolizadas, 3 tiveram a
CNH cancelada ou suspensa!... Dessa forma, podemos montar a seguinte proporção:
Substituindo o valor de , teremos:

Finalmente, 12% da população brasileira admitiu dirigir alcoolizada... Então, em linguagem


matemática, teremos:

GABARITO: C

Um dos indicadores de saúde comumente utilizados no Brasil é a esperança de vida ao nascer,


que corresponde ao número de anos que um indivíduo vai viver, considerando-se a duração
média da vida dos membros da população. O valor desse índice tem sofrido modificações
substanciais no decorrer do tempo, à medida que as condições sociais melhoram e as conquistas
da ciência e da tecnologia são colocadas a serviço do homem.

A julgar por estudos procedidos em achados fósseis e em sítios arqueológicos, a esperança de


vida do homem pré-histórico ao nascer seria extremamente baixa, em torno de 18 anos; na
Grécia e na Roma antigas, estaria entre 20 e 30 anos, pouco tendo se modificado na Idade
Média e na Renascença. Mais recentemente, têm sido registrados valores progressivamente mais
elevados para a esperança de vida ao nascer. Essa situação está ilustrada no gráfico abaixo, que
mostra a evolução da esperança de vida do brasileiro ao nascer, de 1940 a 2000.

18. Com base nas informações do texto e considerando os temas a que ele se reporta, julgue o
item seguinte.
Sabendo-se que, em 1910, a esperança de vida do brasileiro ao nascer era de 34 anos, conclui-se
que o valor desse indicador aumentou em mais de 100% em 90 anos, isto é, de 1910 a 2000.

COMENTÁRIOS:

Pessoal, em 1910 a esperança de vida do brasileiro era de 34 anos...


Observando o gráfico, podemos concluir que a esperança de vida, em 2000, era de 70,5 anos...
Agora, pensem comigo, para a esperança de vida do brasileiro ter aumentado 100%, nesse
período, ela teria que ter subido para 68 anos!...
Mas, em 2000, a esperança de vida era de 70,5 anos, ou seja, já era maior que 68 anos... Logo,
o aumento percentual, nesse período, foi maior que 100%...
Tranquila, né?!... Foi do INSS, em 2008!...

GABARITO: C

19. A única diferença entre navegação na Internet e navegação na intranet é a necessidade de se


configurar, na intranet, o endereço interno padrão no navegador, uma vez que os dados serão
acessados internamente.

Comentários
A intranet é uma rede privada que usa a mesma tecnologia da Internet, ou seja, se baseia no
conjunto padrão de protocolos TCP/IP. Assim, tanto na Intranet quanto na Internet a navegação
funciona da mesma forma. O que as diferencia é justamente a privacidade, uma Intranet está
restrita ao ambiente de uma corporação, normalmente acessada apenas pelos funcionários da
mesma, enquanto a Internet é uma rede de acesso mundial.

GABARITO: E

20. Um modem ADSL permite que, em um mesmo canal de comunicação, trafeguem sinais
simultâneos de dados e de voz. Por isso, com apenas uma linha telefônica, um usuário pode
acessar a Internet e telefonar ao mesmo tempo.

Comentários

O padrão ADSL (Assymetric Digital Subscriber Line - Linha Digital Assimétrica de Assinante)
é uma tecnologia de acesso (meio de transmissão de dados) com altas velocidades. Podemos
dizer que a largura de banda (largura do sinal transmitido) é alta, ou seja, possui “banda larga”.

É usando a largura da banda que é possível enviar dados e voz no mesmo canal de comunicação.
Daí, além da alta velocidade de transmissão, o padrão ADSL permite acessar a Internet sem
ocupar a linha telefônica.

O acesso é feito por meio de um equipamento especial, o modem, que faz a modulação do sinal,
envia e recebe os dados. Neste processo, é possível enviar e receber os dados sem interferir no
canal usado para a voz, ou seja, é possível navegar e falar ao telefone ao mesmo tempo.

O macete da tecnologia ADSL é utilizar frequências não utilizadas para a voz na linha
telefônica. Assim, o modem do usuário pode ficar conectado ao modem da operadora em tempo
integral sem a necessidade de ocupar o canal de voz, nem utilizar pulsos telefônicos.

GABARITO: C

21. Os navegadores de Internet, como o Internet Explorer ou o Firefox, permitem que sejam
abertas quaisquer páginas que estejam no formato de arquivo denominado .http.

Comentários

Errado. HTTP (Hypertext Transfer Protocol) é o Protocolo de Transferência de Hipertexto. Ele


responde pelas regras de transferência, mas não pelo conteúdo ou pela abertura de páginas.
Além disso, as páginas hipertexto da web são escritas na linguagem de marcação de hipertexto o
HTML (e não HTTP).

Observe que não somente os arquivos html são transferidos pelo HTTP. Ele transfere os outros
itens associados: imagens, links etc.

GABARITO: E
22. Quanto à segurança da informação, sugere-se que se crie um disco de recuperação do
sistema, assim como se desabilite a autoexecução de mídias removíveis e de arquivos
anexados.

Comentários

É providencial manter em segurança uma cópia de recuperação do seu sistema.

Esta cópia é bastante útil para recuperar o seu ambiente de trabalho em caso de danos ao sistema
causados por mau funcionamento ou até mesmo por ataques de pragas.

Assim, podemos considerar uma boa prática de segurança desabilitar a autoexecução de mídias
removíveis e de arquivos anexados.

Quando a autoexecução está habilitada, existe o perigo de infecção do sistema por pragas que se
utilizam deste recurso para se auto instalarem no seu computador e causarem danos que podem
ser irreversíveis.

GABARITO: C

23. O vírus do tipo stealth, o mais complexo da atualidade, cuja principal característica é a
inteligência, foi criado para agir de forma oculta e infectar arquivos do Word e do Excel.
Embora seja capaz de identificar conteúdos importantes nesses tipos de arquivos e,
posteriormente, enviá-los ao seu criador, esse vírus não consegue empregar técnicas para evitar
sua detecção durante a varredura de programas antivírus.

Comentários

O vírus do tipo stealth foi programado para se esconder e enganar o antivírus durante uma
varredura deste programa. Tem a capacidade de se remover da memória temporariamente para
evitar que antivírus o detecte.

GABARITO: E.

24. O Impress e o Writer são aplicativos de edição de textos do Unix e, portanto, não podem ser
utilizados em sistemas operacionais Windows.

Comentários

O Impress e o Writer são aplicativos que compõem a suíte de escritórios LibreOffice. Esta suíte
de aplicativos possui a característica de ser multiplataforma, ou seja, pode ser instalada em
diversos sistemas operacionais e não somente no Uinix como afirmado na questão.

Os aplicativos que formam esta suíte são:

1. Writer - Editor de Texto


2. Calc - Planilha Eletronica
3. Impress - Apresentação de Slides
4. Base - Banco de dados
5. Draw - desenhos vetoriais

GABARITO: E

25. Considerando a figura acima, que ilustra uma janela do Broffice.org Calc com uma planilha
em edição, julgue o item abaixo.

Na planilha em questão, as células E3 e F4 serão preenchidas com os valores 7 e 17,


respectivamente, após a execução da seguinte sequência de ações: clicar a célula E3; digitar

=B2+C3 e, em seguida, teclar [ENTER]; clicar novamente a célula E3; clicar o botão ;

clicar a célula F4; e clicar o botão .

Comentários

Quando o usuário clica no botão (copiar) , ele está copiando o conteúdo da célula E3. Na

sequência, o usuário seleciona a célula F4 e cola o conteúdo utilizando-se do botão (colar)


.

A grande dica desta questão é sobre referências. Existem 2 tipos de referências:

Referência Relativa – são representadas pela linha e coluna. Ex.: A2, C15 ou D10. Neste tipo
de referência, tanto a coluna quanto a linha serão incrementadas durante as operações de cópia
ou preenchimento (de acordo com o deslocamento realizado pela cópia).

É exatamente o caso desta questão. Na célula E3 temos a seguinte fórmula: =B2 + C3. Ao
copiar a célula E3 e colar em F4, tanto a linha quanto a coluna das células que fazem parte da
fórmula seguirão a referência relativa à célula de destino – neste caso F4 -, e serão
incrementadas. Teremos então a formula em F4 = C3+D4.

Referência Absoluta – Uma referência absoluta é identificada em uma fórmula quando uma
linha ou uma coluna é precedida de um sinal de $ (cifrão). A Referência Absoluta indica ao Calc
que ele não deve incrementar colunas ou linhas (precedidas por $) durante as operações de cópia
ou preenchimento.

GABARITO: C

26. No Windows 7, todos os arquivos de usuários que não requeiram segurança devem estar
associados a uma das bibliotecas padrão (Documentos, Músicas, Imagens e Vídeos), haja vista
que não é possível criar novas bibliotecas para outras coleções.

Comentários

Esta questão está errada.

Primeiro, cada perfil no Windows 7 possui suas próprias bibliotecas (Documentos, Músicas,
Imagens e Vídeos). Estas bibliotecas, por padrão, são visíveis apenas aos seus proprietários. Eu
digo por padrão porque você pode alterar suas permissões ou até mesmo compartilhar cada uma
delas, tornando-as visíveis a todos os usuários do Windows ou até mesmo aos usuários da rede.

Outro ponto errado da questão está na afirmação de que não podemos criar novas bibliotecas
para outras coleções. Na verdade, podemos criar quantas bibliotecas quisermos e este recurso,
novidade criada no Windows 7, veio para melhorar nossa organização de arquivos e pastas.

GABARITO: E

27. Usando-se tanto o teclado quanto o mouse, é possível executar atalhos de comandos do
Windows, mas as teclas podem variar de comando, conforme o aplicativo usado.

Comentários

Correto. É possível usar tanto o teclado quanto o mouse para executar atalhos de comandos do
Windows, porém, as teclas podem variar de comando, conforme o aplicativo usado. Por
exemplo: No Microsoft Word para se negritar uma palavra usamos o atalho de teclado
CTRL+N, já no LibreOffice Writer o atalho de teclado para negritar é CTRL+B.

GABARITO: C

28. Alice, aprovada em concurso público para o cargo de técnico administrativo de um TRE,
precisa acompanhar cirurgia de ente familiar que ocorrerá no mesmo dia em que foi marcada
sua posse. Nessa situação, Alice poderá nomear, por procuração específica, alguém que a
represente no ato da posse.

COMENTÁRIOS:
No caso apresentado, Alice poderá nomear um terceiro para tomar posse, devendo, para tal,
formalizar um documento de procuração específica, conforme previsão do artigo 13, §3º, da Lei
8.112:
A posse poderá dar-se mediante procuração específica.
GABARITO: C

29. Com referência às disposições do regime jurídico dos servidores públicos civis da União
(Lei n.º 8.112/1990), julgue o item que se segue.
A remoção de servidor público pode ocorrer com ou sem mudança de sede e, algumas vezes,
pode se dar independentemente do interesse da administração.

COMENTÁRIOS:
A remoção pode ocorrer a pedido do servidor ou de ofício, com ou sem a mudança de sede.
Art. 36. Remoção é o deslocamento do servidor, a pedido ou de
ofício, no âmbito do mesmo quadro, com ou sem mudança de
sede.

GABARITO: C

30. Com relação à seguridade social dos servidores públicos federais, julgue o item subsecutivo.
Os benefícios do plano de seguridade social estão disponíveis a todos os servidores ocupantes
de cargo efetivo ou exclusivamente em comissão na administração pública direta, autárquica ou
fundacional.

COMENTÁRIOS:

Os servidores ocupantes de cargo exclusivamente em comissão (aqueles que não ocupam cargo
efetivo) não possuem direito aos benefícios do plano de seguridade, sendo assegurado a tal
classe apenas a assistência à saúde.
Art. 183. A União manterá Plano de Seguridade Social para o
servidor e sua família.
§ 1o O servidor ocupante de cargo em comissão que não seja,
simultaneamente, ocupante de cargo ou emprego efetivo na
administração pública direta, autárquica e fundacional não
terá direito aos benefícios do Plano de Seguridade Social, com
exceção da assistência à saúde.
GABARITO: E
31. Efetivar procedimentos de incentivo e incremento ao desempenho institucional na gestão da
ética pública do país é função do sistema de gestão da ética do Poder Executivo federal.

COMENTÁRIOS:

Trata-se de uma das competências do sistema de gestão de ética, conforme previsão do Decreto
6.029:

Art. 1º - Fica instituído o Sistema de Gestão da Ética do Poder


Executivo Federal com a finalidade de promover atividades que
dispõem sobre a conduta ética no âmbito do Executivo Federal,
competindo-lhe:

IV - articular ações com vistas a estabelecer e efetivar


procedimentos de incentivo e incremento ao desempenho
institucional na gestão da ética pública do Estado brasileiro.

GABARITO: C

32. Acerca de ética e conduta pública, julgue o próximo item.

A comissão de ética pública atua como instância deliberativa no que se refere à ética pública.

COMENTÁRIOS:

A CEP apenas possui atuação consultiva, sendo que a sua atuação não vincula a decisão da
Administração Pública.

Art. 4o À CEP compete:

I - atuar como instância consultiva do Presidente da República


e Ministros de Estado em matéria de ética pública;

GABARITO: E

33. Em relação à efetivação dos direitos sociais, julgue o item a seguir.


Conforme jurisprudência do STJ, o juiz pode determinar o bloqueio de verbas públicas para
garantir o fornecimento de medicamentos.

COMENTÁRIOS:
Temos aqui uma situação que está em plena sintonia com o princípio da implementação das
políticas públicas por parte do Poder Judiciário. Por meio deste princípio, pode o Poder
Judiciário, em caráter excepcional, determinar, quando não efetuado pelo Poder Executivo, a
concretização de direitos sociais como a saúde.

GABARITO: C

34. No que se refere a direitos sociais individuais e coletivos dos trabalhadores, julgue o
seguinte item.
A jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de revezamento poderá
ser aumentada ou reduzida mediante negociação coletiva.

COMENTÁRIOS:

Ainda que a regra seja a jornada de 6 horas para os empregados que estejam trabalhando em
turnos ininterruptos de revezamento, a Constituição Federal estabelece a possibilidade de
aumento ou de redução desta jornada, desde que por meio de negociação coletiva.

Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de


outros que visem à melhoria de sua condição social:
XIV - jornada de seis horas para o trabalho realizado em
turnos ininterruptos de revezamento, salvo negociação coletiva;

GABARITO: C

35. No que concerne aos princípios fundamentais da República Federativa do Brasil e aos
direitos fundamentais, julgue o item.
O registro do sindicato no órgão competente é exigência constitucional que não se confunde
com a autorização estatal para a fundação da entidade.

COMENTÁRIOS:

O sindicato não precisa de autorização estatal para a sua fundação, bastando que seja feito o
registro de sua constituição no órgão competente. Em nosso ordenamento, tal órgão é o
Ministério do Trabalho.
Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, observado
o seguinte:
I - a lei não poderá exigir autorização do Estado para a
fundação de sindicato, ressalvado o registro no órgão
competente, vedadas ao Poder Público a interferência e a
intervenção na organização sindical;
GABARITO: C

36. Julgue o próximo item, acerca da responsabilidade do Estado perante a CF.


O erro judiciário consistente na prisão por prazo superior ao da condenação atrai a
responsabilidade civil do Estado.

COMENTÁRIOS:

Estabelece o artigo 5º, LXXV, da Constituição Federal que “O Estado indenizará o condenado
por erro judiciário, assim como o que ficar preso além do tempo fixado na sentença”.
Nesta situação, deverá o Poder Público indenizar o particular pelos danos causados. E como a
indenização é em dinheiro, trata-se responsabilidade civil do Estado.

GABARITO: C

37. Ninguém pode ser submetido a tortura ou a tratamento desumano ou degradante, salvo em
situação de guerra externa ou em caso de traição nacional.

COMENTÁRIOS:

De acordo com o inciso III do artigo 5º da CF/88, “Ninguém será submetido a tortura nem a
tratamento desumano ou degradante”.
Como decorrência da dignidade da pessoa humana, este inciso não apresenta nenhum tipo de
exceção.

GABARITO: E

38. Com base nas normas constitucionais relativas aos direitos e garantias fundamentais e na
jurisprudência do STF acerca dessa matéria, julgue o próximo item.
É livre o exercício das profissões, podendo a lei exigir inscrição em conselho de fiscalização
profissional apenas quando houver potencial lesivo na atividade, o que não ocorre com a
profissão de músico, por exemplo.
COMENTÁRIOS:

Estabelece a CF/88, em seu artigo 5º, XIII, que “É livre o exercício de qualquer trabalho,
ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer”.
Temos, desta forma, como regra geral que todas as pessoas poderão desempenhar qualquer tipo
de atividade, seja ela remunerada ou não. Em determinadas situações, contudo, a lei estabelece
requisitos mínimos que devem ser observados para que o exercício da profissão possa
ocorrer, tal como o registro no conselho profissional da respectiva profissão (OAB, por
exemplo).
Esta exigência não ocorre com o músico. Assim, de acordo com o STF, é inconstitucional a
exigência legal de inscrição na ordem dos músicos do Brasil, bem como o pagamento de
anuidade, para o exercício da atividade de músico (RE 635.023);

GABARITO: C

39. Acerca dos direitos e garantias constitucionais, julgue o item a seguir.


O analfabeto possui capacidade eleitoral passiva.

COMENTÁRIOS:

O analfabeto possui a capacidade eleitoral ativa, ou seja, a capacidade de alistar-se como eleitor
e de votar nas eleições. A capacidade eleitoral passiva, em sentido oposto, reflete-se na
possibilidade de vir a ser votado, algo que não é assegurado aos analfabetos.

GABARITO: E

40. Com base nos direitos e garantias fundamentais expressos na CF, julgue o item seguinte.
As inelegibilidades, como impedimentos ao exercício do direito de ser votado, constituem
exceções e, portanto, se circunscrevem às taxativamente previstas no texto constitucional.

COMENTÁRIOS:

As inelegibilidades são impedimentos à candidatura dos eleitores. Contudo, as hipóteses de


inelegibilidades não são apenas aquelas previstas no texto da Constituição Federal, podendo, em
sentido oposto, ser estabelecidas outras hipóteses por meio de Lei Complementar, conforme
previsão do artigo 14, §9º, da Constituição Federal:
Lei complementar estabelecerá outros casos de inelegibilidade
e os prazos de sua cessação, a fim de proteger a probidade
administrativa, a moralidade para exercício de mandato
considerada vida pregressa do candidato, e a normalidade e
legitimidade das eleições contra a influência do poder
econômico ou o abuso do exercício de função, cargo ou
emprego na administração direta ou indireta.
GABARITO: E

41. Ainda com relação aos direitos humanos, julgue o próximo item à luz da CF.
Como regra, não se admite a privação de liberdade de locomoção em razão de dívidas.

COMENTÁRIOS:

Como regra, é vedada a prisão civil por dívidas, sendo que a Constituição Federal estabelece,
em caráter de exceção, duas situações em que tal providência é possível:
a) responsável pelo inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimentícia.
b) depositário infiel.
Atualmente, a prisão do depositário infiel não é mais possível em nosso ordenamento, uma vez
que o Brasil é signatário, desde 1992, do Pacto de San Jose da Costa Rica.
A regra, dessa forma, continua sendo a da impossibilidade de prisão civil por dívidas.

GABARITO: C

42. A respeito dos atos administrativos, julgue o próximo item.

Quanto ao aspecto subjetivo, o sujeito poderá ser tanto a pessoa jurídica de direito público,
quanto o agente público que efetivamente execute o ato administrativo.

COMENTÁRIOS:

A edição de atos administrativos não é uma exclusividade do Poder Executivo, podendo ser
executado por todos os órgãos e entidades que compõem a Administração Pública e até mesmo
por terceiros que realizem atribuições em nome do Estado, como, por exemplo, os leiloeiros
oficiais ou os mesários de uma eleição. Em todas estas situações, o que ocorre é a manifestação
de vontade da Administração, materializada por meio dos atos administrativos.

GABARITO: C
43. Julgue o item que se segue, a respeito de atos administrativos.

Os atos da administração que apresentarem vício de legalidade deverão ser anulados pela
própria administração. No entanto, se de tais atos decorrerem efeitos favoráveis a seus
destinatários, o direito da administração de anular esses atos administrativos decairá em cinco
anos, contados da data em que forem praticados, salvo se houver comprovada má-fé.

COMENTÁRIOS:

Havendo ilegalidade nos atos administrativos, deve a Administração realizar a sua anulação.
Contudo, caso os atos estejam produzindo efeitos perante terceiros de boa fé, o prazo para que a
Administração Pública realize a anulação é de 5 anos, que serão contados da data em que o ato
foi editado.

Neste sentido é o teor do artigo 54 da Lei 9.784, de seguinte teor:

O direito da Administração de anular os atos administrativos


de que decorram efeitos favoráveis para os destinatários decai
em cinco anos, contados da data em que foram praticados,
salvo comprovada má-fé.

GABARITO: C

44. A criação, por uma universidade federal, de um departamento específico para cursos de pós-
graduação é exemplo de descentralização.

COMENTÁRIOS:

No caso narrado pela questão, temos uma universidade criando departamentos. Assim, estamos
no âmbito de uma mesma pessoa jurídica, que se organiza internamente com o objetivo de
melhor atender aos seus usuários.

Logo, ao contrário do que a questão afirma, estamos diante da desconcentração, e não da


descentralização.

GABARITO: E
45. Julgue o item a seguir, de acordo com o regime jurídico das autarquias.

As autarquias responderão objetivamente pelos danos provocados por seus agentes a terceiros,
ainda que se comprove que esses agentes tenham agido com prudência, perícia e cuidados
exigidos.

COMENTÁRIOS:

Neste caso, temos que fazer uso do artigo 37, §6º, da Constituição Federal:

As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado


prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que
seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros,
assegurado o direito de regresso contra o responsável nos
casos de dolo ou culpa.

E como as autarquias são pessoas jurídicas de direito público, respondem elas de forma objetiva
pelos danos causados por seus agentes a terceiros.

GABARITO: C

46. No que diz respeito ao controle da administração pública, julgue o item subsecutivo.

Todas as entidades da administração pública indireta submetem-se, em alguma medida, a


controle estatal, interno e externo.

COMENTÁRIOS:

O controle da atividade administrativa abrange todos os órgãos da Administração Direta e todas


as entidades da Administração Indireta.

Como em ambos os casos temos o interesse da coletividade, devem os administradores dos


órgãos e entidades prestar contas de todas as atividades desempenhadas. O controle, salienta-se,
pode ser tanto interno (quando exercido no âmbito do mesmo Poder) ou externo (quando
exercido por um Poder sobre os demais).

GABARITO: C
47. A jurisprudência não é fonte do direito administrativo.

COMENTÁRIOS:

A jurisprudência é o conjunto de decisões dos Tribunais do Poder Judiciário, constituindo-se em


uma fonte secundária do Direito Administrativo.

GABARITO: E

48. Julgue o item a seguir, que tratam da hierarquia e dos poderes da administração pública.

A hierarquia é uma característica encontrada exclusivamente no exercício da função


administrativa, que inexiste, portanto, nas funções legislativa e jurisdicional típicas.

COMENTÁRIOS:

A hierarquia apenas existe no âmbito de uma mesma pessoa jurídica, sendo inerente da função
administrativa. Desta forma, ainda que os três Poderes exerçam a função de administrar, apenas
o Executivo o faz de maneira típica.

Em sentido oposto, os Poderes Legislativo e Judiciário exercem a função administrativa de


forma atípica, ou seja, quando não estão legislando e julgando.

No desempenho de suas funções típicas, não há que se falar em hierarquia, uma vez que os
membros de cada Poder (Juízes e Parlamentares) possuem autonomia funcional.

GABARITO: C

49. Acerca dos poderes administrativos, julgue o item que se segue.

No Brasil, apenas excepcionalmente se admite ato normativo primário no exercício do poder


regulamentar da administração pública.

COMENTÁRIOS:
Como regra, os decretos apenas podem ser utilizados com a finalidade de regulamentar as leis.
A Constituição Federal, contudo, apresenta duas situações em que poderão ser editados decretos
autônomos, normas que inovarão, tal como as leis, no ordenamento jurídico:

Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:

VI – dispor, mediante decreto, sobre:

a) organização e funcionamento da administração federal,


quando não implicar aumento de despesa nem criação ou
extinção de órgãos públicos;

b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos;

GABARITO: C

50. A respeito da organização político-administrativa do Estado, da administração pública e dos


servidores públicos, julgue o item subsequente.

É possível que edital de concurso público preveja a participação de concorrentes de determinado


sexo em detrimento do outro.

COMENTÁRIOS:

Como regra, o edital de concurso público deve ser o mais abrangente possível, possibilitando
que todas as pessoas, sem distinções de sexo, possam concorrer aos cargos públicos ofertados.

Em determinadas situações, contudo, poderá ocorrer esta limitação, desde que fundamentada e
por razões de interesse público. Como exemplo, cita-se o concurso realizado com a finalidade
de selecionar policiais para atuar em presídios onde os presos sejam todos do sexo feminino.

GABARITO: C

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Julgue os próximos itens, acerca da conceituação, da organização e dos princípios


constitucionais da seguridade social.
51. A meta da universalidade da cobertura e do atendimento a que se refere a CF é a
de que as ações destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à
assistência social alcancem todas as pessoas residentes no país, sem nenhuma
distinção.

COMENTÁRIOS:

A Universalidade da Cobertura e do Atendimento é um princípio constitucional da


seguridade social (art. 194, parágrafo único, inciso I, da CF). Significa que a seguridade
social deve ser organizada de forma a abranger todos os riscos ou contingências sociais
possíveis (Universalidade da Cobertura) e destinada a todos os residentes no território
nacional (Universalidade do Atendimento).
Ele assegura que todos os que vivem no território nacional têm direito a alguma(s) das
formas de proteção da seguridade (previdência social, assistência social e saúde).
Isso significa que quem não contribui para a Previdência também deve ser atendido,
mas não pela Previdência. Se for carente, será atendido pela Assistência Social. E
mesmo não sendo carente ainda há o direito à Saúde, que é assegurado a todos os
residentes no Brasil, independentemente de contribuição ou de classe social.
A meta constante no enunciado da questão está de acordo com o art. 194 da CF:
Art. 194. A seguridade social compreende um conjunto
integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da
sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à
saúde, à previdência e à assistência social.
Assim, observa-se que a meta da universalidade da cobertura e do atendimento a que
se refere a CF é a de que as ações destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde,
à previdência e à assistência social alcancem a todas as pessoas residentes no país,
sem nenhuma distinção. Por isso, a afirmativa está correta.

GABARITO: C

Cada um dos itens a seguir apresenta uma situação hipotética,seguida de uma


assertiva a ser julgada com base nas disposições do direito previdenciário.
52. José, com dezesseis anos de idade, não emancipado, vive às expensas de seu irmão
mais velho, João, que é segurado da previdência social. Nessa situação, José é
considerado beneficiário do regime geral da previdência social, na condição de
dependente de João.

COMENTÁRIOS:

João é irmão de José, é menor de 21 anos e não foi emancipado. Assim, preenche
todos os requisitos para seu considerado dependente de seu irmão, nos termos do art.
16, III da LBPS:
Art. 16. São beneficiários do Regime Geral de Previdência
Social, na condição de dependentes do segurado: [...]
III - o irmão não emancipado, de qualquer condição,
menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido ou que tenha
deficiência intelectual ou mental que o torne absoluta ou
relativamente incapaz, assim declarado judicialmente;

GABARITO: C
53. Marcelo, que é segurado especial da seguridade social, por ser, na forma da
legislação especial, considerado pequeno produtor rural, foi eleito dirigente do
sindicato representativo dos pequenos produtores rurais. Nessa situação, Marcelo
passará a ser segurado na condição de contribuinte individual.

COMENTÁRIOS:

Marcelo, segundo o enunciado, é segurado especial. Este segurado é definido pelo art.
11, inciso VII da LBPS.
No mesmo art. 11, há algumas outras disposições relacionadas ao segurado especial,
destacando-se o §9º, o qual trata de fontes de rendimentos que não são aptos a
impedir o enquadramento como segurado especial. Dentre estas, enquadra-se
justamente a situação de Marcelo, prevista no inciso IV:
Art. 11. [...] § 9º Não é segurado especial o membro de
grupo familiar que possuir outra fonte de rendimento,
exceto se decorrente de: [...]
IV – exercício de mandato eletivo de dirigente sindical de
organização da categoria de trabalhadores rurais;
Assim, ainda que exerça o mandato de dirigente do sindicato rural, Marcelo manterá a
sua qualidade de segurado especial.

GABARITO: E

54. Jorge é sócio-gerente de sociedade limitada e recebe remuneração em decorrência


dessa função e do trabalho que desempenha. Nessa situação, Jorge é considerado
contribuinte individual da previdência social, e, como tal, não faz jus ao benefício
denominado salário-família, em observância ao princípio da distributividade que rege a
seguridade social.

COMENTÁRIOS:

Nesta questão, temos 3 informações para analisar:


1ª: Sendo sócio gerente de sociedade limitada, remunerado, Jorge é contribuinte
individual, nos termos do art. 11 da LBPS:
Art. 11. São segurados obrigatórios da Previdência Social
as seguintes pessoas físicas:
V - como contribuinte individual:
f) o titular de firma individual urbana ou rural, o diretor
não empregado e o membro de conselho de
administração de sociedade anônima, o sócio solidário, o
sócio de indústria, o sócio gerente e o sócio cotista que
recebam remuneração decorrente de seu trabalho em
empresa urbana ou rural, e o associado eleito para cargo
de direção em cooperativa, associação ou entidade de
qualquer natureza ou finalidade, bem como o síndico ou
administrador eleito para exercer atividade de direção
condominial, desde que recebam remuneração;
2ª: Enquadrado como Contribuinte Individual, Jorge não faz jus ao salário-família,
conforme art. 65 da Lei 8.213/91:
Art. 65. O salário-família será devido, mensalmente, ao
segurado empregado, inclusive o doméstico, e ao
segurado trabalhador avulso, na proporção do respectivo
número de filhos ou equiparados nos termos do § 2o do
art. 16 desta Lei, observado o disposto no art. 66.
3ª: O fato de Jorge, sendo CI, não fazer jus ao salário-família, é decorrência do
princípio da distributividade.
Por seletividade entendemos que o legislador deve identificar os riscos e contingências
que geram maior necessidade de proteção da seguridade social e, além disso,
estabelecer critérios objetivos para contemplar as camadas sociais mais necessitadas.
Já a distributividade se relaciona com a distribuição de renda. A atuação do sistema
protetivo deve ser distribuída da forma mais ampla possível, e direcionada para as
pessoas com maior necessidade, de acordo com a previsão legal. Ou seja, é
instrumento de justiça social.
Trazendo esses conceitos para o caso em análise, conclui-se que é em razão da
seletividade que o salário-família é devido apenas aos segurados de baixa renda; mas é
pela distributividade que ele é “distribuído” apenas aos que o legislador considera
mais necessitados (empregado, doméstico e avulso).

GABARITO: C

No que diz respeito à seguridade social, julgue o item a seguir.


55. Conforme a jurisprudência do STF, a irredutibilidade do valor dos benefícios é
garantida constitucionalmente, seja para assegurar o valor nominal, seja para
assegurar o valor real dos benefícios, independentemente dos critérios de reajuste
fixados pelo legislador ordinário.

COMENTÁRIOS:

De acordo com o entendimento do Supremo Tribunal Federal, o qual restou


demonstrado no julgamento do RE 263.252, o princípio da irredutibilidade do valor dos
benefícios assegura apenas a manutenção do valor nominal destes.

GABARITO: E

No que diz respeito à seguridade social, julgue o item a seguir.


56. De acordo com a CF, a gestão administrativa da seguridade social deve ser
tripartite, ou seja, formada por trabalhadores, empregadores e governo.

COMENTÁRIOS:
De acordo com o art. 194, VII, CF, a gestão administrativa da seguridade social é
quadripartite:
Art. 194. A seguridade social compreende um conjunto
integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da
sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à
saúde, à previdência e à assistência social.
Parágrafo único. Compete ao Poder Público, nos termos
da lei, organizar a seguridade social, com base nos
seguintes objetivos:
VII - caráter democrático e descentralizado da
administração, mediante gestão quadripartite, com
participação dos trabalhadores, dos empregadores, dos
aposentados e do Governo nos órgãos colegiados.

GABARITO: E

No que se refere ao financiamento da seguridade social, julgue o item a seguir.


57. Lei que aprovar a majoração de contribuição previdenciária para efeito de custeio
de benefício ou serviço da seguridade social só poderá ser aplicada após decorridos
noventa dias da data da sua publicação.

COMENTÁRIOS:

As contribuições sociais só poderão ser exigidas após decorridos 90 dias da data da


publicação da lei que as houver instituído ou modificado, não se aplicando o princípio
da anterioridade, segundo art. 195, §6º, CF/88:
§6º As contribuições sociais de que trata este artigo só
poderão ser exigidas após decorridos noventa dias da
data da publicação da lei que as houver instituído ou
modificado, não se lhes aplicando o disposto no art. 150,
III, "b".

GABARITO: C

Julgue o item subsequente, relativo a normas gerais de tributação previdenciária e


de arrecadação das contribuições sociais destinadas à previdência social e as
destinadas a outras entidades ou fundos, administradas pela Receita Federal.
58. Um aposentado por regime de previdência social dos militares que venha a exercer
atividade remunerada abrangida pelo Regime Geral da Previdência Social deve ser
considerado segurado obrigatório em relação a essa atividade.

COMENTÁRIOS:

O caso apresentado tem previsão expressa no §3º do art. 11 da Lei 8213/91:


§ 3º O aposentado pelo Regime Geral de Previdência Social–RGPS que
estiver exercendo ou que voltar a exercer atividade abrangida por este
Regime é segurado obrigatório em relação a essa atividade, ficando sujeito
às contribuições de que trata a Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, para
fins de custeio da Seguridade Social.

GABARITO: C

Julgue o item a seguir, relativos à seguridade social e ao regime geral de previdência


social.
59. O servidor público ocupante de cargo em comissão é segurado obrigatório da
previdência social na condição de contribuinte individual.

COMENTÁRIOS:

O servidor da União, Estado, DF ou Município, incluídas suas autarquias e fundações,


ocupante, exclusivamente, de cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação
e exoneração, será enquadrado como segurado empregado do RGPS (art. 11, I, “j”,
LBPS). Todavia, deve-se destacar a expressão “exclusivamente”, uma vez que, caso um
servidor ocupante de cargo efetivo, amparado por RPPS, venha a ocupar um cargo em
comissão, mesmo que em outra esfera de governo, permanecerá vinculado ao regime
do origem (RPPS), sendo excluído do RGPS.

GABARITO: E

Acerca do RGPS, julgue o item subsequente.


60. Situação hipotética: Howard, cidadão norte-americano, domiciliado no Brasil, foi
aqui contratado pela empresa brasileira X, para trabalhar, por tempo indeterminado,
em sua filial situada no Canadá. A maior parte do capital votante dessa filial canadense
é da empresa X, constituída sob as leis brasileiras e com sede e administração no
Brasil. Assertiva: Nessa situação, Howard deverá estar, necessariamente, vinculado ao
RGPS como segurado empregado.

COMENTÁRIOS:

O presente caso se enquadra na previsão constante no Decreto 3048/99, art. 9º, I, “d”:
Art. 9º São segurados obrigatórios da previdência social
as seguintes pessoas físicas:
I - como empregado:
d) o brasileiro ou o estrangeiro domiciliado e contratado
no Brasil para trabalhar como empregado em empresa
domiciliada no exterior com maioria do capital votante
pertencente a empresa constituída sob as leis brasileiras,
que tenha sede e administração no País e cujo controle
efetivo esteja em caráter permanente sob a titularidade
direta ou indireta de pessoas físicas domiciliadas e
residentes no País ou de entidade de direito público
interno.
Dessa forma, verifica-se que Howard é enquadrado corretamente como
segurado empregado do RGPS, já que era domiciliado no Brasil e foi contrato
por uma empresa brasileira para trabalhar no exterior.

GABARITO: C

Julgue o próximo item, referente ao custeio da seguridade social.


61. Produtor rural que exerça sua atividade em regime de economia familiar, sem
empregados permanentes, será isento de contribuição para a seguridade social.

COMENTÁRIOS:

Esta é uma legítima pegadinha para os concurseiros mais apressados. Não se trata de
isenção, mas sim de uma contribuição diferenciada, em respeito ao princípio da
equidade na forma de participação no custeio. Primeiramente, há a previsão
constitucional:
Art. 195. § 8º O produtor, o parceiro, o meeiro e o
arrendatário rurais e o pescador artesanal, bem como os
respectivos cônjuges, que exerçam suas atividades em
regime de economia familiar, sem empregados
permanentes, contribuirão para a seguridade social
mediante a aplicação de uma alíquota sobre o resultado
da comercialização da produção e farão jus aos
benefícios nos termos da lei.
E a Lei 8.212/91, atendendo a essa disposição constitucional, fixou o seguinte:
Art. 25. A contribuição do empregador rural pessoa física,
em substituição à contribuição de que tratam os incisos I
e II do art. 22, e a do segurado especial, referidos,
respectivamente, na alínea a do inciso V e no inciso VII do
art. 12 desta Lei, destinada à Seguridade Social, é de:
I - 2% da receita bruta proveniente da comercialização da
sua produção;
II - 0,1% da receita bruta proveniente da comercialização
da sua produção para financiamento das prestações por
acidente do trabalho.

GABARITO: E

Conforme a legislação social em vigor, julgue o item seguinte.


62. A Lei Orgânica da Previdência Social tem por fim assegurar os meios indispensáveis
de manutenção, exclusivamente, aos seus beneficiários que possuam vínculo
empregatício, em razão de idade avançada, incapacidade, tempo de serviço, prisão ou
morte daqueles de quem dependam economicamente.

COMENTÁRIOS:
A assertiva “esquece” dos demais segurados da previdência social (contribuinte
individual, trabalhador avulso, segurado especial e facultativo) na medida em que
destina a proteção exclusivamente aos que possuem vínculo empregatício, o que
englobaria somente o segurado empregado e o empregado doméstico. Tal disposição
contraria o art. 1º da lei 8213/91:
Art. 1º A Previdência Social, mediante contribuição, tem
por fim assegurar aos seus beneficiários meios
indispensáveis de manutenção, por motivo de
incapacidade, desemprego involuntário, idade avançada,
tempo de serviço, encargos familiares e prisão ou morte
daqueles de quem dependiam economicamente.

GABARITO: E

Acerca do RGPS, julgue os itens a seguir.


63. Aquele que exerça, concomitantemente, duas atividades remuneradas sujeitas ao
RGPS é obrigatoriamente filiado ao referido regime em relação a cada uma delas.

COMENTÁRIOS:

Literalidade do art. 11, §2º, da LBPS:


Art. 11. §2º Todo aquele que exercer,
concomitantemente, mais de uma atividade remunerada
sujeita ao Regime Geral de Previdência Social é
obrigatoriamente filiado em relação a cada uma delas.

GABARITO: C

No que se refere ao regime geral de previdência social, julgue o item a seguir.


64. O cidadão em gozo de benefício previdenciário mantém a qualidade de segurado,
sem limite de prazo, independentemente de contribuições.

COMENTÁRIOS:

A assertiva traz justamente a previsão do inc. I do art. 15 da Lei 8.213:


Art. 15. Mantém a qualidade de segurado,
independentemente de contribuições:
I - Sem limite de prazo, quem está em gozo de benefício;
II - Até 12 meses após a cessação das contribuições, o
segurado que deixar de exercer atividade remunerada
abrangida pela Previdência Social ou estiver suspenso ou
licenciado sem remuneração;
III - Até 12 meses após cessar a segregação, o segurado
acometido de doença de segregação compulsória;
IV - Até 12 meses após o livramento, o segurado retido ou
recluso;
V - Até 3 meses após o licenciamento, o segurado
incorporado às Forças Armadas para prestar serviço
militar, e;
VI - Até 6 meses após a cessação das contribuições, o
segurado facultativo.

GABARITO: C

Acerca do RGPS, julgue o item subsequente.


Ricardo, segurado facultativo do RGPS, havia recolhido dez contribuições mensais
quando, devido a problemas financeiros, teve de deixar de recolher novas
contribuições durante nove meses. Após se restabelecer financeiramente, Ricardo
voltou a contribuir, mas, após quatro meses de contribuição, ele foi acometido por
uma doença que o incapacitou para o trabalho durante vinte dias.
65. Nessa situação, embora a doença de Ricardo exija carência para o gozo do
benefício de auxílio-doença, este perceberá o referido auxílio devido ao fato de ter
readquirido a qualidade de segurado a partir do recolhimento de um terço do número
de contribuições exigidas para o gozo do auxílio-doença.

COMENTÁRIOS:

A assertiva traz uma previsão simples, mas que muitos concurseiros fazem confusão. A
qualidade de segurado é readquirida pelo simples pagamento da primeira contribuição
em dia. O recolhimento de um terço do número de contribuições é necessário para
que as contribuições anteriores a perda da qualidade de segurado sejam computadas
para efeito de carência, conforme determina o parágrafo único do art. 24 da LBPS:
Art. 24. Período de carência é o número mínimo de
contribuições mensais indispensáveis para que o
beneficiário faça jus ao benefício, consideradas a partir do
transcurso do primeiro dia dos meses de suas
competências.
Parágrafo único. Havendo perda da qualidade de
segurado, as contribuições anteriores a essa data só
serão computadas para efeito de carência depois que o
segurado contar, a partir da nova filiação à Previdência
Social, com, no mínimo, 1/3 (um terço) do número de
contribuições exigidas para o cumprimento da carência
definida para o benefício a ser requerido.

GABARITO: E

Em relação à aposentadoria especial e à carência na aposentadoria urbana por idade,


julgue o item subsecutivo.
66. Conforme entendimento do STF, o direito à aposentadoria especial pressupõe a
efetiva exposição do trabalhador a agente nocivo à sua saúde, de modo que, se o
equipamento de proteção individual for realmente capaz de neutralizar a nocividade,
não haverá respaldo à concessão constitucional de aposentadoria especial.
COMENTÁRIOS:

Depois de muitos anos de discussão nos Tribunais, no final de 2014 o STF proferiu
julgamento encerrando a discussão referente ao uso de equipamento de proteção
individual (EPI) e a efetiva exposição aos agentes nocivos que dão direito ao cômputo
de tempo especial. Considerou o STF, como regra geral, que o direito à aposentadoria
especial pressupõe a efetiva exposição do trabalhador a agente nocivo à sua saúde, de
modo que, se o EPI for realmente capaz de neutralizar a nocividade não haverá
respaldo constitucional à aposentadoria especial. Como exceção à regra, tratando
especificamente do agente nocivo ruído, quando acima dos limites legais, é
considerado como atividade especial, independentemente do uso de EPI. Todavia, a
questão cobra a regra geral. Portanto, está correto. Por fim, transcrevem-se os
principais trechos do acórdão proferido pelo Supremo:
RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. DIREITO
CONSTITUCIONAL PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA ESPECIAL. ART.
201, § 1º, DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA. REQUISITOS DE
CARACTERIZAÇÃO. TEMPO DE SERVIÇO PRESTADO SOB CONDIÇÕES
NOCIVAS. FORNECIMENTO DE EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO
INDIVIDUAL - EPI. TEMA COM REPERCUSSÃO GERAL RECONHECIDA
PELO PLENÁRIO VIRTUAL. EFETIVA EXPOSIÇÃO A AGENTES NOCIVOS
À SAÚDE. NEUTRALIZAÇÃO DA RELAÇÃO NOCIVA ENTRE O AGENTE
INSALUBRE E O TRABALHADOR. COMPROVAÇÃO NO PERFIL
PROFISSIOGRÁFICO PREVIDENCIÁRIO PPP OU SIMILAR. NÃO
CARACTERIZAÇÃO DOS PRESSUPOSTOS HÁBEIS À CONCESSÃO DE
APOSENTADORIA ESPECIAL. CASO CONCRETO. AGENTE NOCIVO
RUÍDO. UTILIZAÇÃO DE EPI. EFICÁCIA. REDUÇÃO DA NOCIVIDADE.
CENÁRIO ATUAL. IMPOSSIBILIDADE DE NEUTRALIZAÇÃO. NÃO
DESCARACTERIZAÇÃO DAS CONDIÇÕES PREJUDICIAIS. BENEFÍCIO
PREVIDENCIÁRIO DEVIDO. AGRAVO CONHECIDO PARA NEGAR
PROVIMENTO AO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. [...] 8. O risco social
aplicável ao benefício previdenciário da aposentadoria especial é o
exercício de atividade em condições prejudiciais à saúde ou à
integridade física (CRFB/88, art. 201, § 1º), de forma que torna
indispensável que o indivíduo trabalhe exposto a uma nocividade
notadamente capaz de ensejar o referido dano, porquanto a tutela
legal considera a exposição do segurado pelo risco presumido
presente na relação entre agente nocivo e o trabalhador. 9. A
interpretação do instituto da aposentadoria especial mais
consentânea com o texto constitucional é aquela que conduz a uma
proteção efetiva do trabalhador, considerando o benefício da
aposentadoria especial excepcional, destinado ao segurado que
efetivamente exerceu suas atividades laborativas em “condições
especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física”. 10.
Consectariamente, a primeira tese objetiva que se firma é: o direito à
aposentadoria especial pressupõe a efetiva exposição do trabalhador
a agente nocivo à sua saúde, de modo que, se o EPI for realmente
capaz de neutralizar a nocividade não haverá respaldo constitucional
à aposentadoria especial. 11. A Administração poderá, no exercício
da fiscalização, aferir as informações prestadas pela empresa, sem
prejuízo do inafastável judicial review. Em caso de divergência ou
dúvida sobre a real eficácia do Equipamento de Proteção Individual, a
premissa a nortear a Administração e o Judiciário é pelo
reconhecimento do direito ao benefício da aposentadoria especial.
Isto porque o uso de EPI, no caso concreto, pode não se afigurar
suficiente para descaracterizar completamente a relação nociva a
que o empregado se submete. 12. In casu, tratando-se
especificamente do agente nocivo ruído, desde que em limites acima
do limite legal, constata-se que, apesar do uso de Equipamento de
Proteção Individual (protetor auricular) reduzir a agressividade do
ruído a um nível tolerável, até no mesmo patamar da normalidade, a
potência do som em tais ambientes causa danos ao organismo que
vão muito além daqueles relacionados à perda das funções auditivas.
[...] 13. Ainda que se pudesse aceitar que o problema causado pela
exposição ao ruído relacionasse apenas à perda das funções
auditivas, o que indubitavelmente não é o caso, é certo que não se
pode garantir uma eficácia real na eliminação dos efeitos do agente
nocivo ruído com a simples utilização de EPI, pois são inúmeros os
fatores que influenciam na sua efetividade, dentro dos quais muitos
são impassíveis de um controle efetivo, tanto pelas empresas, quanto
pelos trabalhadores. 14. Desse modo, a segunda tese fixada neste
Recurso Extraordinário é a seguinte: na hipótese de exposição do
trabalhador a ruído acima dos limites legais de tolerância, a
declaração do empregador, no âmbito do Perfil Profissiográfico
Previdenciário (PPP), no sentido da eficácia do Equipamento de
Proteção Individual - EPI, não descaracteriza o tempo de serviço
especial para aposentadoria. 15. Agravo conhecido para negar
provimento ao Recurso Extraordinário.
(STF – ARE 664335 – Relator Ministro LUIZ FUX – Tribunal Pleno –
Julgamento em 04.12.2014 – Publicação em 12.02.2015)

GABARITO: C

Julgue o item a seguir, relativos à seguridade social e ao regime geral de previdência


social.
67. A concessão de auxílio-doença independe de carência nos casos em que o
segurado ficar incapacitado para seu trabalho por mais de quinze dias consecutivos
devido a alguma doença profissional ou a um acidente de qualquer natureza.

COMENTÁRIOS:

A assertiva aborda a dispensa de carência para a concessão de auxílio-doença nos


casos de incapacidade decorrente de acidente sofrido pelo segurado ou de doença
profissional contraída por este, nos termos ao art. 26 da Lei 8213/91:
Art. 26. Independe de carência a concessão das seguintes
prestações:
II - auxílio-doença e aposentadoria por invalidez nos casos
de acidente de qualquer natureza ou causa e de doença
profissional ou do trabalho, bem como nos casos de
segurado que, após filiar-se ao RGPS, for acometido de
alguma das doenças e afecções especificadas em lista
elaborada pelos Ministérios da Saúde e da Previdência
Social, atualizada a cada 3 (três) anos, de acordo com os
critérios de estigma, deformação, mutilação, deficiência
ou outro fator que lhe confira especificidade e gravidade
que mereçam tratamento particularizado;
GABARITO: C

No que se refere aos benefícios previdenciários regulamentados pela Lei n.º


8.213/1991, julgue o item subsequente.
68. O salário-família devido ao segurado empregado é pago pelo empregador,
enquanto o salário-família devido ao segurado contribuinte individual é pago pelo
INSS.

COMENTÁRIOS:

O salário-família é devido somente ao empregado, empregado doméstico e


trabalhador avulso, conforme o art. 65 da LBPS:
Art. 65. O salário-família será devido, mensalmente, ao
segurado empregado, inclusive o doméstico, e ao
segurado trabalhador avulso, na proporção do respectivo
número de filhos ou equiparados nos termos do § 2o do
art. 16 desta Lei, observado o disposto no art. 66.
Parágrafo único. O aposentado por invalidez ou por idade
e os demais aposentados com 65 (sessenta e cinco) anos
ou mais de idade, se do sexo masculino, ou 60 (sessenta)
anos ou mais, se do feminino, terão direito ao salário-
família, pago juntamente com a aposentadoria.
Portanto, o CONTRIBUINTE INDIVIDUAL NÃO tem direito ao salário-família.

GABARITO: E

Acerca do RGPS, julgue o item subsequente.


69. Conforme entendimento do STF, não há incidência de contribuição previdenciária
nos benefícios do RGPS, incluído o salário-maternidade.

COMENTÁRIOS:

Na verdade, para resolver a presente questão não há necessidade de saber do


entendimento STF, já que este corresponde justamente à previsão legal (Lei 8.212, Art.
28, §2º):
Art. 28 Entende-se por salário-de-contribuição:
§ 2º O salário-maternidade é considerado salário-de-
contribuição.
Já o entendimento do STF consta no seguinte julgado:
DIREITO TRIBUTÁRIO. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO
RECEBIDOS COMO AGRAVO REGIMENTAL. SALÁRIO-
MATERNIDADE. INCLUSÃO NA BASE DE CÁLCULO DA
CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA INCIDENTE SOBRE A
FOLHA DE SALÁRIOS. INSURGÊNCIA VEICULADA CONTRA
A APLICAÇÃO DA SISTEMÁTICA DA REPERCUSSÃO GERAL
(ARTS. 328 DO RISTF E 543-B DO CPC). PUBLICAÇÃO DO
ACÓRDÃO PROFERIDO NA ORIGEM ANTERIOR A
03.5.2007. A jurisprudência desta Corte firmou-se no
sentido de que incabíveis embargos de declaração
opostos em face de decisão monocrática. Recebimento
como agravo regimental com fundamento no princípio da
fungibilidade. O Plenário do Supremo Tribunal Federal já
proclamou a existência de repercussão geral da questão
relativa à inclusão do salário-maternidade na base de
cálculo da Contribuição Previdenciária incidente sobre a
folha de salários. Incidência do art. 328 do RISTF e
aplicação do art. 543-B do CPC. Acórdão do Tribunal de
origem publicado antes de 03.5.2007, data da publicação
da Emenda Regimental 21/2007, que alterou o RISTF para
adequá-lo à sistemática da repercussão geral (Lei
11.418/2006). Possibilidade de aplicação do art. 543-B do
CPC, conforme decidido pelo Plenário desta Corte no
julgamento do AI 715.423-QO/RS. Embargos de
declaração recebidos como agravo regimental, ao qual se
nega provimento. (RE 621476 ED, Relator(a): Min. ROSA
WEBER, Primeira Turma, julgado em 26/06/2012,
ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-178 DIVULG 10-09-2012
PUBLIC 11-09-2012)

GABARITO: E

No que se refere aos benefícios previdenciários regulamentados pela Lei n.º


8.213/1991, julgue o item subsequente.
70. O auxílio-reclusão é um benefício devido ao segurado da previdência que,
recolhido à prisão, fica impossibilitado de prover o seu próprio sustento e o de sua
família.

COMENTÁRIOS:

Uma questão aparentemente fácil, feita justamente para pegar os candidatos mais
apressados. O auxílio-reclusão não é devido aos segurados, mas sim aos dependentes.
Observa-se o disposto no art. 80 da LBPS:
Art. 80 O auxílio-reclusão será devido, nas mesmas
condições da pensão por morte, aos DEPENDENTES do
segurado recolhido à prisão, que não receber
remuneração da empresa nem estiver em gozo de auxílio-
doença, de aposentadoria ou de abono de permanência
em serviço.

GABARITO: E
Maria foi contratada como empregada da empresa Souza & Silva Ltda. Após três
anos e dois meses de trabalho, ela foi vítima de acidente de trânsito que lhe
provocou fraturas expostas em membro inferior. Em virtude dessa ocorrência, Maria
ficou incapacitada temporariamente para o trabalho. Após um ano e oito meses de
afastamento do trabalho, peritos do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS)
constataram que Maria, apesar de se encontrar apta ao trabalho, possuía sequelas
provenientes do acidente que reduziam a sua capacidade para a atividade que
exercia habitualmente.
Considerando essa situação hipotética, julgue os itens que seguem.
71. A partir do momento em que Maria for considerada apta a retornar ao trabalho, o
INSS deve cessar o pagamento do auxílio-doença e conceder-lhe o benefício auxílio-
acidente.

COMENTÁRIOS:

O auxílio-acidente possui alguns requisitos. Em primeiro lugar, como o próprio nome


do benefício diz, o segurado tem de ter sofrido um acidente, do qual resta com
sequelas. Caso estas sequelas causem uma redução de sua capacidade laborativa, ele
deve ser concedido a partir da cessação do auxílio-doença e retorno do segurado ao
trabalho. Nestes termos, destaca-se o disposto no art. 86 da Lei 8.213/91:
Art. 86. O auxílio-acidente será concedido, como
indenização, ao segurado quando, após consolidação das
lesões decorrentes de acidente de qualquer natureza,
resultarem seqüelas que impliquem redução da
capacidade para o trabalho que habitualmente exercia.
§ 2º O auxílio-acidente será devido a partir do dia
seguinte ao da cessação do auxílio-doença,
independentemente de qualquer remuneração ou
rendimento auferido pelo acidentado, vedada sua
acumulação com qualquer aposentadoria.

GABARITO: C

72. Ao retornar ao trabalho, Maria fará jus a uma renda equivalente a 50% valor do
salário-de-benefício, a ser paga pelo INSS, independentemente do salário pago a ela
pela empresa Souza & Silva Ltda.

COMENTÁRIOS:

A renda mensal do auxílio-acidente corresponde a 50% do salário-de-benefício,


conforme §1º do art. 86 da LBPS:
§ 1º O auxílio-acidente mensal corresponderá a cinqüenta
por cento do salário-de-benefício e será devido, observado
o disposto no § 5º, até a véspera do início de qualquer
aposentadoria ou até a data do óbito do segurado.
Além disso, salienta-se que o auxílio-acidente é concedido e pago independentemente
do salário que volte a receber em razão do retorno ao trabalho, segundo §2º do art.
86:
§2º O auxílio-acidente será devido a partir do dia seguinte
ao da cessação do auxílio-doença, independentemente de
qualquer remuneração ou rendimento auferido pelo
acidentado, vedada sua acumulação com qualquer
aposentadoria.

GABARITO: C

73. Dada a incapacidade de Maria para o trabalho, a empresa Souza & Silva Ltda.
esteve desobrigada de pagar seu salário a partir do acidente, data em que se iniciou o
dever do INSS de pagar-lhe o benefício previdenciário.

COMENTÁRIOS:

No caso de segurado empregado, ou seja, o caso de Maria, os 15 primeiros dias de


afastamento são pagos pela EMPRESA. A partir do 16º dia de afastamento, é devido o
benefício previdenciário (pago pelo INSS), nos termos dos artigos 59 e 60 da LBPS:
Art. 59. O auxílio-doença será devido ao segurado que,
havendo cumprido, quando for o caso, o período de
carência exigido nesta Lei, ficar incapacitado para o seu
trabalho ou para a sua atividade habitual por mais de 15
(quinze) dias consecutivos.
Art. 60. O auxílio-doença será devido ao segurado
empregado a contar do décimo sexto dia do afastamento
da atividade, e, no caso dos demais segurados, a contar
da data do início da incapacidade e enquanto ele
permanecer incapaz.

GABARITO: E

Julgue os itens, relativos à seguridade social.


74. Para fins de concessão dos benefícios previstos no RGPS ou no serviço público é
assegurada a contagem recíproca do tempo de contribuição na atividade privada e do
tempo de serviço na administração pública, hipótese em que os diferentes sistemas de
previdência social se compensarão financeiramente.

COMENTÁRIOS:

Primeiramente, destaca-se que o gabarito oficial do CESPE dá a resposta como errada,


mas o examinador também comete seus erros, é claro. Eis a regra básica da contagem
recíproca de tempo de contribuição, presente no art. 94 da LBPS:
Art. 94. Para efeito dos benefícios previstos no Regime
Geral de Previdência Social ou no serviço público é
assegurada a contagem recíproca do tempo de
contribuição na atividade privada, rural e urbana, e do
tempo de contribuição ou de serviço na administração
pública, hipótese em que os diferentes sistemas de
previdência social se compensarão financeiramente.
Analisando o enunciado, verifica-se que o examinador apenas suprimiu o trecho “de
contribuição”, o que claramente NÃO é suficiente para tornar o enunciado errado. Isso
porque a lei assegura a contagem recíproca do TC privado e do TS público, a contagem
recíproca do TC privado e do TC público e também garante a contagem recíproca do TC
privado e do TC e TS públicos.
Assim, para que o enunciado seja realmente errado, seria necessária alguma partícula
restritiva, que indicasse que somente o TS público poderia ser contado. Como isso não
ocorreu, o enunciado está correto.

GABARITO: C

Com base nas disposições legais referentes ao regime geral de previdência social
(RGPS), julgue o item subsequente.
75. Uma ação que tenha por objetivo haver prestações vencidas devidas pela
previdência social está sujeita a prescrição decenal.

COMENTÁRIOS:

Neste caso, o erro é facilmente perceptível, já que o prazo prescricional é quinquenal


(5 anos), e não decenal (10 anos), nos termos do parágrafo único do art. 103 da Lei
8.213/91:
Parágrafo único. Prescreve em cinco anos, a contar da
data em que deveriam ter sido pagas, toda e qualquer
ação para haver prestações vencidas ou quaisquer
restituições ou diferenças devidas pela Previdência Social,
salvo o direito dos menores, incapazes e ausentes, na
forma do Código Civil.
Percebe-se que o examinador tentou confundir o prazo prescricional com o prazo
decadencial previsto no caput do mesmo artigo 103:
Art. 103. É de dez anos o prazo de decadência de todo e
qualquer direito ou ação do segurado ou beneficiário para
a revisão do ato de concessão de benefício, a contar do
dia primeiro do mês seguinte ao do recebimento da
primeira prestação ou, quando for o caso, do dia em que
tomar conhecimento da decisão indeferitória definitiva no
âmbito administrativo.

GABARITO: E

Julgue o item, referente ao SUAS.


76. Concomitantemente à aprovação da Política Nacional de Assistência Social ocorreu
a implantação do SUAS, cujo objetivo consiste em estimular as organizações da
sociedade civil a executar somente ações de assistência social para atender
necessidades advindas de situações de vulnerabilidade temporária, isentando a ação
governamental.

COMENTÁRIOS:

A questão aborda o conteúdo constante no art. 6º da LOAS:


Art. 6º A gestão das ações na área de assistência social fica organizada sob
a forma de sistema descentralizado e participativo, denominado Sistema
Único de Assistência Social (Suas), com os seguintes objetivos:
I - consolidar a gestão compartilhada, o cofinanciamento e a cooperação
técnica entre os entes federativos que, de modo articulado, operam a
proteção social não contributiva;
II - integrar a rede pública e privada de serviços, programas, projetos e
benefícios de assistência social, na forma do art. 6o-C;
III - estabelecer as responsabilidades dos entes federativos na
organização, regulação, manutenção e expansão das ações de assistência
social;
IV - definir os níveis de gestão, respeitadas as diversidades regionais e
municipais;
V - implementar a gestão do trabalho e a educação permanente na
assistência social;
VI - estabelecer a gestão integrada de serviços e benefícios; e
VII - afiançar a vigilância socioassistencial e a garantia de direitos.
§ 1º As ações ofertadas no âmbito do Suas têm por objetivo a proteção à
família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice e, como base
de organização, o território.
Os trechos destacados nos incisos I e III nos mostram que a ação governamental é
indispensável para a concretização dos objetivos do SUAS.

GABARITO: E

Julgue os itens que se seguem à luz das normas aplicáveis à seguridade social.
77. Segundo a CF, as contribuições das entidades beneficentes de assistência social
estão entre as fontes de recursos destinados ao financiamento da seguridade social,
juntamente com os recursos provenientes dos orçamentos da União, dos estados, do
Distrito Federal e dos municípios.

COMENTÁRIOS:

Conforme o §7º do art. 195 da CF/88, as entidades beneficentes de assistência


social são isentas de contribuição para a seguridade social:
Art. 195. [...] § 7º São isentas de contribuição para a seguridade social as
entidades beneficentes de assistência social que atendam às exigências
estabelecidas em lei.

GABARITO: E
Julgue os itens que se seguem à luz das normas aplicáveis à seguridade social.
78. Segundo a legislação sobre os planos de benefícios da previdência social, o período
de carência é o número mínimo de contribuições mensais indispensáveis para que o
beneficiário faça jus ao benefício.

COMENTÁRIOS:

A assertiva traz o conceito de período de carência – ainda que de forma


incompleta – constante no art. 24 da LBPS:
Art. 24. Período de carência é o número mínimo de contribuições mensais
indispensáveis para que o beneficiário faça jus ao benefício, consideradas a
partir do transcurso do primeiro dia dos meses de suas competências.

GABARITO: C

Julgue os itens seguintes, relativos aos benefícios do RGPS.


79. O cônjuge separado de fato que tenha recebido pensão de alimentos de segurado
do RGPS não faz jus à pensão por morte do segurado, caso este tenha mantido, em
vida, união estável provada, por meio de justificação administrativa, no INSS.

COMENTÁRIOS:

O §2º do art. 76 da LBPS dispõe o seguinte:


Art. 76. [...] § 2º O cônjuge divorciado ou separado
judicialmente ou de fato que recebia pensão de alimentos
concorrerá em igualdade de condições com os
dependentes referidos no inciso I do art. 16 desta Lei.
Os dependentes do art. 16, I, são os de primeira classe, aí incluídos o cônjuge e o
companheiro (ou seja, quem vive em união estável). Isto é, ainda que a união estável
tenha sido provada por meio de Justificação Administrativa e o(a) companheiro(a) do
segurado instituidor passe a receber a pensão por morte, isso não retira do ex-cônjuge
que receba pensão alimentícia o direito à pensão por morte. A dependência
econômica, inegavelmente, existe no caso, obrigando ao reconhecimento da
dependência previdenciária. Dessa forma, a pensão por morte deve ser rateada entre
o(a) ex-cônjuge e o(a) companheiro(a) do segurado instituidor.

GABARITO: E

No que se refere aos regimes previdenciários, julgue os próximos itens.


80. No caso de empregada de determinada empresa morrer, em seu local de trabalho,
em decorrência de queimaduras sofridas durante um incêndio ocorrido no seu horário
de trabalho, a empresa será obrigada a comunicar o acidente à previdência social até o
1º dia útil seguinte ao da ocorrência, ainda que o incêndio não tenha sido intencional.

COMENTÁRIOS:
Os prazos para comunicar o acidente de trabalho constam expressamente no art. 22
da LBPS:
Art. 22. A empresa ou o empregador doméstico deverão
comunicar o acidente do trabalho à Previdência Social até
o primeiro dia útil seguinte ao da ocorrência e, em caso
de morte, de imediato, à autoridade competente, sob
pena de multa variável entre o limite mínimo e o limite
máximo do salário de contribuição, sucessivamente
aumentada nas reincidências, aplicada e cobrada pela
Previdência Social.
A regra geral é de que a ocorrência seja comunicada no primeiro dia útil seguinte.
Todavia, no caso de morte, a ocorrência tem de ser informado imediatamente, não
podendo ser postergada para o dia seguinte.

GABARITO: E

No que se refere aos regimes previdenciários, julgue os próximos itens.


81. O tempo de contribuição para o RGPS, na qualidade de trabalhador rural, pode ser
aproveitado para a obtenção de aposentadoria no serviço público pelo RPPS. Nessa
hipótese, os regimes de previdência social se compensarão financeiramente, segundo
critérios estabelecidos em lei.

COMENTÁRIOS:

Tal assertiva aborda a contagem recíproca de tempo de contribuição entre os


diferentes regimes de previdência, nos termos do art. 125 do RPS:
Art. 125. Para efeito de contagem recíproca, hipótese em
que os diferentes sistemas de previdência social
compensar-se-ão financeiramente, é assegurado:
II - para fins de emissão de certidão de tempo de
contribuição, pelo INSS, para utilização no serviço público,
o cômputo do tempo de contribuição na atividade
privada, rural e urbana, observado o disposto no § 4º
deste artigo e no parágrafo único do art. 123, § 13 do art.
216 e § 8º do art. 239.
O parágrafo único do art. 123 traz uma exigência extra para o trabalhador rural que
deseje computar, para fins de contagem recíproca o tempo rural anterior a novembro
de 1991:
Art. 123. Para fins de concessão dos benefícios deste
Regulamento, o tempo de serviço prestado pelo
trabalhador rural anteriormente à competência novembro
de 1991 será reconhecido, desde que devidamente
comprovado.
Parágrafo único. Para fins de contagem recíproca, o
tempo de serviço a que se refere o caput somente será
reconhecido mediante a indenização de que trata o § 13
do art. 216, observado o disposto no § 8º do 239.
Tal previsão existe em razão do fato de que o tempo rural anterior a 1991 não era
contributivo. Por isso, há a exigência de indenizar, ou seja, pagar as contribuições
referentes ao período que o segurado deseja computar. Recolhida a indenização, a
legislação assegura a contagem recíproca.
Assim, verifica-se que a questão está correta, na medida em que aduz que o tempo
rural pode ser aproveitado em contagem recíproca, com indenização, se anterior a
novembro de 1991 e sem indenização, se posterior. E em ambos os casos haverá
compensação financeira entre os regimes.

GABARITO: C

No tocante à seguridade social, julgue os itens subsequentes.


82. Contando com a participação de representantes da sociedade civil e do governo, o
Conselho Nacional de Previdência Social, órgão superior de deliberação colegiada, é
exemplo do caráter democrático e descentralizado da administração da seguridade
social no Brasil.

COMENTÁRIOS:

O CNPS foi instituído pelo art. 3º da LBPS:


Art. 3º Fica instituído o Conselho Nacional de Previdência
Social–CNPS, órgão superior de deliberação colegiada,
que terá como membros:
I - seis representantes do Governo Federal;
II - nove representantes da sociedade civil, sendo:
a) três representantes dos aposentados e pensionistas;
b) três representantes dos trabalhadores em atividade;
c) três representantes dos empregadores.
Tal previsão é claramente decorrente do princípio do caráter democrático e
descentralizado da administração, nos termos do art. 194, parágrafo único, inciso VII
da CF:
Art. 194. A seguridade social compreende um conjunto
integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da
sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à
saúde, à previdência e à assistência social.
Parágrafo único. Compete ao Poder Público, nos termos
da lei, organizar a seguridade social, com base nos
seguintes objetivos: [...]
VII - caráter democrático e descentralizado da
administração, mediante gestão quadripartite, com
participação dos trabalhadores, dos empregadores, dos
aposentados e do Governo nos órgãos colegiados.

GABARITO: C
No tocante à seguridade social, julgue os itens subsequentes.
83. A publicação, em 1954, do Decreto n.º 35.448, que aprovou o Regulamento Geral
dos Institutos de Aposentadorias e Pensões, é considerada, pela doutrina majoritária,
o marco inicial da previdência social brasileira.

COMENTÁRIOS:

Considera-se marco inicial da Previdência Social no Brasil, de forma quase unânime, a


lei Eloy Chaves — Decreto 4.682/1923, o qual autorizou a instituição de Caixas de
Aposentadorias e Pensões.

GABARITO: E

Julgue os itens seguintes, relativos aos benefícios do RGPS.


84. No âmbito do RGPS, o auxílio-acidente, concedido no dia seguinte ao da cessação
do auxílio-doença, visa indenizar o segurado empregado cuja capacidade para o
trabalho habitualmente exercido tenha sido reduzida após a consolidação das lesões
decorrentes de acidente de qualquer natureza. Dado seu caráter indenizatório, esse
benefício pode ser recebido conjuntamente com remuneração ou qualquer outro
benefício do RGPS.

COMENTÁRIOS:

A primeira parte do enunciado está correta, tendo em vista que o auxílio-acidente é


concedido no dia seguinte ao da cessação do auxílio-doença, conforme a LBPS:
Art. 86. O auxílio-acidente será concedido, como
indenização, ao segurado quando, após consolidação das
lesões decorrentes de acidente de qualquer natureza,
resultarem seqüelas que impliquem redução da
capacidade para o trabalho que habitualmente exercia.
§ 1º O auxílio-acidente mensal corresponderá a cinqüenta
por cento do salário-de-benefício e será devido, observado
o disposto no § 5º, até a véspera do início de qualquer
aposentadoria ou até a data do óbito do segurado.
§ 2º O auxílio-acidente será devido a partir do dia
seguinte ao da cessação do auxílio-doença,
independentemente de qualquer remuneração ou
rendimento auferido pelo acidentado, vedada sua
acumulação com qualquer aposentadoria.
Todavia, como se observa no §2º do art. 86, é vedada a acumulação do auxílio-
acidente com aposentadoria. Ele pode ser acumulado com qualquer remuneração e,
também, com qualquer benefício previdenciário, exceto aposentadoria ou outro
auxílio-acidente.

GABARITO: E
Cada um dos itens a seguir apresenta uma situação hipotética, seguida de uma
assertiva a ser julgada com base nas disposições do direito previdenciário.
85. Pedro, segurado da previdência social, foi dado como incapaz e insuscetível de
reabilitação para o exercício de atividade que lhe garanta a subsistência. Nessa
situação, tendo sido cumprida a carência exigida, Pedro terá direito à aposentadoria
por invalidez após o gozo de, no mínimo, dois anos de auxílio-doença.

COMENTÁRIOS:

A aposentadoria por invalidez pode ser concedida de imediato, sem a necessidade de


prévia concessão de auxílio-doença, conforme art. 42 da LBPS:
Art. 42. A aposentadoria por invalidez, uma vez cumprida,
quando for o caso, a carência exigida, será devida ao
segurado que, estando ou não em gozo de auxílio-doença,
for considerado incapaz e insusceptível de reabilitação
para o exercício de atividade que lhe garanta a
subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nesta
condição.

GABARITO: E

No que se refere aos benefícios previdenciários regulamentados pela Lei n.º


8.213/1991, julgue o item subsequente.
86. É admissível a cumulação de pensão por morte com aposentadoria por tempo de
contribuição.

COMENTÁRIOS:

A pensão por morte é cumulável com qualquer espécie de aposentadoria, visto que
não qualquer impedimento nestes termos no art. 124 da LBPS:
Art. 124. Salvo no caso de direito adquirido, não é
permitido o recebimento conjunto dos seguintes
benefícios da Previdência Social:
I - aposentadoria e auxílio-doença;
II - duas ou mais aposentadorias;
II - mais de uma aposentadoria;
III - aposentadoria e abono de permanência em serviço;
IV - salário-maternidade e auxílio-doença;
V - mais de um auxílio-acidente;
VI - mais de uma pensão deixada por cônjuge ou
companheiro, ressalvado o direito de opção pela mais
vantajosa.
Parágrafo único. É vedado o recebimento conjunto do
seguro-desemprego com qualquer benefício de prestação
continuada da Previdência Social, exceto pensão por
morte ou auxílio-acidente.
GABARITO: C

No que se refere aos benefícios previdenciários regulamentados pela Lei n.º


8.213/1991, julgue o item subsequente.
87. É admissível a aposentadoria especial ao segurado que detém apenas quinze anos
de contribuição previdenciária, desde que tenha trabalhado sujeito a condições
especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física e tenha cumprido o período
de carência exigido.

COMENTÁRIOS:

A assertiva está de acordo com o disposto no art. 57 da LBPS:


Art. 57. A aposentadoria especial será devida, uma vez
cumprida a carência exigida nesta Lei, ao segurado que
tiver trabalhado sujeito a condições especiais que
prejudiquem a saúde ou a integridade física, durante 15
(quinze), 20 (vinte) ou 25 (vinte e cinco) anos, conforme
dispuser a lei.

GABARITO: C

Com relação aos benefícios da Previdência Social, julgue o item subsecutivo.


88. A todos os indivíduos que tenham exercido exclusivamente a função de magistério,
em qualquer nível de ensino, e iniciado a carreira profissional em 2001, é garantida a
redução em cinco anos dos requisitos de idade e de tempo de contribuição para fins de
aposentadoria voluntária.

COMENTÁRIOS:

O conteúdo desta assertiva é abordado pelo art. 201, CF:


§ 7º É assegurada aposentadoria no regime geral de
previdência social, nos termos da lei, obedecidas as
seguintes condições
I - trinta e cinco anos de contribuição, se homem, e trinta
anos de contribuição, se mulher
§ 8º Os requisitos a que se refere o inciso I do parágrafo
anterior serão reduzidos em cinco anos, para o professor
que comprove exclusivamente tempo de efetivo exercício
das funções de magistério na educação infantil e no
ensino fundamental e médio.
Assim, observa-se que a questão contém 3 erros:
a) "em qualquer nível de ensino": é apenas na educação infantil, ensino fundamental e
ensino médio.
b) "iniciado a carreira em 2001": não há previsão legal de início de carreira de
magistério para a concessão de redução.
c) "de idade": a diminuição é para tempo de contribuição, não havendo redução com
relação à idade.
GABARITO: E

Com relação à seguridade social no Brasil, julgue o item a seguir.


89. Os princípios orientadores das políticas de seguridade social incluem a
universalidade, principalmente na saúde; a uniformidade e a equivalência na
previdência urbana e rural; a irredutibilidade do valor dos benefícios; e a diversidade
da base de financiamento.

COMENTÁRIOS:

Dispõe o art. 1º da Lei 8212/91:


Art. 1º A Seguridade Social compreende um conjunto integrado de ações de
iniciativa dos poderes públicos e da sociedade, destinado a assegurar o
direito relativo à saúde, à previdência e à assistência social.
Parágrafo único. A Seguridade Social obedecerá aos seguintes princípios e
diretrizes:
a) universalidade da cobertura e do atendimento;
b) uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações
urbanas e rurais;
c) seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e serviços;
d) irredutibilidade do valor dos benefícios;
e) eqüidade na forma de participação no custeio;
f) diversidade da base de financiamento;
g) caráter democrático e descentralizado da gestão administrativa com a
participação da comunidade, em especial de trabalhadores, empresários e
aposentados.
Observa-se que os princípios citados na assertiva são os mesmos citados pela Lei e pela
CF como orientadores das políticas de seguridade social. Quanto à universalidade, esta
realmente tem maior aplicação na saúde, que é destinada a todos,
independentemente de contribuição ou de condição de vida, o que se difere da
previdência e da assistência social, as quais tem limitadores na seletividade e
distributividade.

GABARITO: C

Com relação à seguridade social e seu custeio, julgue o item a seguir.


90. De acordo com o princípio da seletividade, os objetivos constitucionais de bem-
estar e justiça social devem orientar a escolha dos benefícios e dos serviços a serem
mantidos pela seguridade social, bem como a concessão e a manutenção das
prestações sociais de maior relevância.

COMENTÁRIOS:

A seletividade funciona como limitadora da universalidade da seguridade social, ou


seja, como não há possibilidade financeira de se cobrir todos os eventos desejados,
deverão ser selecionados para a cobertura os riscos sociais mais relevantes. Como
exemplo da seletividade, temos os benefícios de salário-família e de auxílio-reclusão,
os quais são destinados somente para os dependentes dos segurados de baixa renda.

GABARITO: C

Acerca dos regimes de previdência, benefícios e contribuições previdenciárias, julgue


o item subsequente.
91. A Constituição Federal de 1988 prevê fontes de custeio da seguridade social, entre
elas a receita de concursos de prognósticos e a importação de bens ou serviços. Caso a
União deseje criar novas fontes de custeio para manter e expandir a seguridade social,
deverá fazê-lo pelo processo legislativo especial da lei complementar.

COMENTÁRIOS:

Tal assertiva traz o determinado nos artigos 195 e 154 da CF/88:


Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a
sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei,
mediante recursos provenientes dos orçamentos da
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e
das seguintes contribuições sociais:
III – sobre a receita de concursos de prognósticos.
IV – do importador de bens ou serviços do exterior, ou de
quem a lei a ele equiparar.

§4º A lei poderá instituir outras fontes destinadas a


garantir a manutenção ou expansão da seguridade social,
obedecido o disposto no art. 154, I.

Art. 154. A União poderá instituir:


I - mediante lei complementar, impostos não previstos no
artigo anterior, desde que sejam não-cumulativos e não
tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos
discriminados nesta Constituição;

GABARITO: C

Acerca dos regimes de previdência, benefícios e contribuições previdenciárias, julgue


o item subsequente.
92. Lei complementar disciplinará a cobertura do risco de acidente do trabalho, que
deverá ser custeado concorrentemente pelo regime geral de previdência social e pelo
setor privado.

COMENTÁRIOS:

O erro da assertiva está presente na exigência de lei complementar, o que difere do


texto constitucional, que dispõe que a cobertura do risco de acidente do trabalho deve
disciplinada por lei ordinária, nos termos do art. 201, §10, CF/88:
§10. LEI disciplinará a cobertura do risco de acidente do
trabalho, a ser atendida concorrentemente pelo regime
geral de previdência social e pelo setor privado.

GABARITO: E

Com relação à origem e à evolução legislativa da Seguridade Social no Brasil, julgue o


item abaixo.
93. O seguro-desemprego veio previsto pela primeira vez na CF/1988.

COMENTÁRIOS:

A primeira previsão relacionada ao seguro desemprego constou na CF de 1946:


Art. 157 - A legislação do trabalho e da previdência social
obedecerão nos seguintes preceitos, além de outros que
visem a melhoria da condição dos trabalhadores:
XV - assistência aos desempregados;
Por sua vez, a Constituição de 1967 previu expressamente o seguro-desemprego como
direito dos trabalhadores:
Art. 158 - A Constituição assegura aos trabalhadores os
seguintes direitos, além de outros que, nos termos da lei,
visem à melhoria, de sua condição social:
XVI - previdência social, mediante contribuição da União,
do empregador e do empregado, para seguro-
desemprego, proteção da maternidade e, nos casos de
doença, velhice, invalidez e morte;
Todavia, tal benefício somente foi implementado no Brasil no ano de 1986, por
intermédio do Decreto-Lei n.º 2.283/1986. De qualquer forma, verifica-se que as
previsões referentes ao seguro desemprego são anteriores à CF/88.

GABARITO: E

No que se refere ao financiamento da seguridade social, julgue o item a seguir.


94. O deputado estadual que não tem vínculo com regime próprio de previdência
social é considerado segurado obrigatório do regime geral de previdência social, e,
nessa condição, está obrigado a contribuir para esse regime de previdência.

COMENTÁRIOS:

A questão trata de um exercente de mandato eletivo estadual (deputado estadual) que


não possui vínculo com RPPS. Assim, este indivíduo preenche os requisitos para ser
segurado obrigatório do RGPS como empregado, nos termos da alínea j do inciso I do
artigo 12 da Lei 8.212/91:
São segurados obrigatórios da Previdência Social as
seguintes pessoas físicas:
I - como empregado:
j) o exercente de mandato eletivo federal, estadual ou
municipal, desde que não vinculado a regime próprio de
previdência social;
Caso fosse vinculado a RPPS, não seria segurado do RGPS em relação a esta atividade.

GABARITO: C

A respeito do regime geral de previdência social, julgue o item a seguir.


95. A pessoa física que presta serviço no Brasil a missão diplomática ou a repartição
consular de carreira estrangeira e a órgãos a elas subordinados é segurada obrigatória
da previdência social, na qualidade de empregado.

COMENTÁRIOS:

Assertiva de acordo com o art. 11 da LBPS:


Art. 11. São segurados obrigatórios da Previdência Social
as seguintes pessoas físicas
I - como empregado
d) aquele que presta serviço no Brasil a missão
diplomática ou a repartição consular de carreira
estrangeira e a órgãos a elas subordinados, ou a
membros dessas missões e repartições, excluídos o não-
brasileiro sem residência permanente no Brasil e o
brasileiro amparado pela legislação previdenciária do país
da respectiva missão diplomática ou repartição consular;

GABARITO: C

Acerca do RGPS, julgue o item subsequente.


96. De acordo com jurisprudência do STF, devido ao fato de os serviços de registros
públicos, cartorários ou notariais serem exercidos em caráter privado, os oficiais de
registro de imóveis, para os fins do RGPS, devem ser classificados na categoria de
contribuinte individual.

COMENTÁRIOS

Tal assertiva, além de estar de acordo com o entendimento do STF, reproduz o


enquadramento constante no §15 do art. 9º do Decreto 3.048/99, o qual caracteriza o
oficial de registros como contribuinte individual:
VII - O notário ou tabelião e o oficial de registros ou
registrador, titular de cartório, que detém a delegação do
exercício da atividade notarial e de registro, não
remunerados pelos cofres públicos, admitidos a partir de
21 de novembro de 1994.
Por fim, destaca-se o seguinte julgado do STF:
Ementa: Oficial de Registro de Imoveis. Cargo exercido em
caráter privado. Submissão ao regime geral da
Previdência Social. Possibilidade. Precedentes. 1. A
jurisprudência desta Corte assentou que os serviços de
registros públicos, cartorários ou notariais, são exercidos
em caráter privado, natureza jurídica essa que se aplica
tanto aos titulares dos cartórios, como a seus servidores.
2. Por conseguinte, a eles não se aplica o regime
previdenciário próprio dos servidores públicos, mas, sim,
regime jurídico único da Previdência Social. (STF, AI
667424 ED / SC, Rel. Min. Dias Toffoli, D]e-175,
05/09/2012).

GABARITO: C

Acerca do RGPS, julgue o item subsequente.


Com base no disposto na IN n.º 971/2009, da Receita Federal do Brasil, julgue o item
subsequente, relativo a normas gerais de tributação previdenciária e de arrecadação
das contribuições sociais destinadas à previdência social e as destinadas a outras
entidades ou fundos, administradas pela Receita Federal.
97. O síndico de condomínio ou o administrador que tenha sido eleito em janeiro de
2015 para exercer atividade de administração condominial e que receba remuneração
está amparado na lei para se inscrever como contribuinte facultativo da previdência
social.

COMENTÁRIOS:

Quando recebe remuneração direta o síndico se filia obrigatoriamente ao RGPS como


contribuinte individual, pois há o enquadramento no art. 12 da Lei 8.212/91:
f) o titular de firma individual urbana ou rural, o diretor
não empregado e o membro de conselho de
administração de sociedade anônima, o sócio solidário, o
sócio de indústria, o sócio gerente e o sócio cotista que
recebam remuneração decorrente de seu trabalho em
empresa urbana ou rural, e o associado eleito para cargo
de direção em cooperativa, associação ou entidade de
qualquer natureza ou finalidade, bem como o síndico ou
administrador eleito para exercer atividade de direção
condominial, desde que recebam remuneração;
Além disso, nos casos em que não recebe remuneração direta, porém, é isento de
pagar a taxa de condomínio, também há o enquadramento como contribuinte
individual, pois essa isenção corresponde a uma contraprestação indireta aos serviços
efetuados.
Todavia, somente quando não recebe remuneração e ainda paga a taxa do
condomínio, o síndico não se filia obrigatoriamente ao RGPS, podendo contribuir
facultativamente.

GABARITO: E
No que se refere ao financiamento da seguridade social, julgue o item a seguir.
98. Em caso de eventual déficit entre os valores arrecadados e os valores pagos a título
de benefício previdenciário, o INSS poderá suspender temporariamente o pagamento
dos benefícios aos segurados, até que arrecade valor suficiente para efetuar tal
pagamento.

COMENTÁRIOS:

Em caso de eventual déficit entre os valores arrecadados e os valores pagos a título de


benefício previdenciário, o INSS não poderá suspender o pagamento dos benefícios,
cabendo à União a cobertura de eventuais insuficiências financeiras da Seguridade
Social, nos termos do parágrafo único do art. 16 da Lei 8.212/91:
Art. 16. A contribuição da União é constituída de recursos
adicionais do Orçamento Fiscal, fixados obrigatoriamente
na lei orçamentária anual.
Parágrafo único. A UNIÃO é responsável pela cobertura
de eventuais insuficiências financeiras da Seguridade
Social, quando decorrentes do pagamento de benefícios
de prestação continuada da Previdência Social, na forma
da Lei Orçamentária Anual.

GABARITO: E

Com relação à seguridade social e seu custeio, julgue o item a seguir.


99. As contribuições para a seguridade social devidas pelo empregador podem ter
alíquotas e bases de cálculo diferenciadas em razão da atividade econômica, da
utilização intensiva da mão de obra, do porte da empresa ou da condição estrutural do
mercado de trabalho.

COMENTÁRIOS:

A assertiva traz a previsão constante no art. 195, §9º, da CF/88:


Art. 195 § 9º As contribuições sociais previstas no inciso I
do caput deste artigo poderão ter alíquotas ou bases de
cálculo diferenciadas, em razão da atividade econômica,
da utilização intensiva de mão-de-obra, do porte da
empresa ou da condição estrutural do mercado de
trabalho.

GABARITO: C

Com base no disposto na IN n.º 971/2009, da Receita Federal do Brasil, julgue o item
subsequente, relativo a normas gerais de tributação previdenciária e de arrecadação
das contribuições sociais destinadas à previdência social e as destinadas a outras
entidades ou fundos, administradas pela Receita Federal.
100. Um contribuinte individual que contrata segurados para a prestação de serviços
se equipara a uma empresa para fins de cumprimento de obrigações previdenciárias.
COMENTÁRIOS:

Ainda que o cabeçalho aborde a IN 971/2009 da Receita Federal, tal assertiva se


resolve apenas com a observação do parágrafo único do art. 15 da Lei 8212/91:
Art. 15, Parágrafo único. Equiparam-se a empresa, para
os efeitos desta Lei, o contribuinte individual e a pessoa
física na condição de proprietário ou dono de obra de
construção civil, em relação a segurado que lhe presta
serviço, bem como a cooperativa, a associação ou a
entidade de qualquer natureza ou finalidade, a missão
diplomática e a repartição consular de carreira
estrangeiras.

GABARITO: C

Julgue o próximo item, referente ao custeio da seguridade social.


101. Todas as entidades beneficentes ou filantrópicas são constitucionalmente isentas
do pagamento de contribuição para a seguridade social.

COMENTÁRIOS:

Tal assertiva contraria o disposto no §7º do art. 195 da CF, o qual determina que
somente serão isentas de contribuição as entidades beneficentes de assistência social
que atenderem às exigências previstas em lei:
Art. 195, § 7º São isentas de contribuição para a
seguridade social as entidades beneficentes de assistência
social que atendam às exigências estabelecidas em lei.

GABARITO: E

No que se refere ao financiamento da seguridade social, julgue o item a seguir.


102. A contribuição do segurado empregado é feita de forma isonômica, sendo vedada
a distinção de alíquotas ou valores de contribuição em decorrência de salários
diferenciados.

COMENTÁRIOS:

Primeiramente, destaca-se que o princípio constitucional da isonomia determina que


se deve tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais. Por sua vez, o
princípio da equidade na forma de participação no custeio determina que devem
contribuir mais para a previdência aqueles que têm maiores ganhos. Como exemplo
disso, temos as alíquotas de 8, 9 ou 11% previstas no art. 20 da LOCSS e destinadas à
contribuição dos segurados empregados, trabalhadores avulsos e empregados
domésticos, as quais são aplicadas a estes segurados conforme seus salários-de-
contribuição.

GABARITO: E
No que se refere ao financiamento da seguridade social, julgue o item a seguir.
103. Segundo a legislação vigente, deve haver incidência de contribuição
previdenciária sobre importância recebida a título de incentivo a demissão voluntária e
abono de férias.

COMENTÁRIOS:

A contribuição previdenciária dos segurados, via de regra, incide sobre o salário-de-


contribuição. Assim, não incide contribuição sobre as verbas citadas no enunciado,
porque estas não integram o salário-de-contribuição, segundo §9º do art. 28 da Lei
8.212/91:
Art. 28, § 9º Não integram o salário-de-contribuição para
os fins desta Lei, exclusivamente:
e) as importâncias:
5. recebidas a título de incentivo à demissão;
6. recebidas a título de abono de férias na forma dos arts.
143 e 144 da CLT;

GABARITO: E

No que se refere ao Regime Geral de Previdência Social (RGPS), julgue os itens


seguintes.
104. Para o empregado doméstico, considera-se salário de contribuição a
remuneração registrada na Carteira de Trabalho e Previdência Social, observadas as
disposições normativas pertinentes.

COMENTÁRIOS:

A assertiva reproduz o disposto no artigo 28, inciso II, Lei 8.212/91:


Art. 28. Entende-se por salário de contribuição:
II - para o empregado doméstico: a remuneração
registrada na carteira de Trabalho e Previdência Social,
observadas as normas a serem estabelecidas em
regulamento para comprovação do vínculo empregatício
e do valor da remuneração.

GABARITO: C

Os benefícios concedidos pelo RGPS, segundo a CF, devem ser reajustados como
forma de preservar-lhes, em caráter permanente, o valor real, conforme critérios
definidos em lei. A respeito do valor dos benefícios do RGPS, julgue o item abaixo.
105. Na data do reajustamento, o valor dos benefícios do RGPS não poderá exceder o
limite máximo do salário-de-benefício, respeitados os direitos adquiridos, salvo no
caso da aposentadoria por invalidez, quando o segurado necessitar da assistência
permanente de outra pessoa, situação em que o valor será acrescido de 25%, ainda
que o valor da aposentadoria atinja o limite máximo.
COMENTÁRIOS:

Os benefícios do RGPS são reajustados anualmente, a fim de preservar seu valor real
(art. 201, §4º da Constituição). Este reajuste anual se dá com base no INPC, como
prevê o art. 41-A da LBPS:
Art. 41-A. O valor dos benefícios em manutenção será
reajustado, anualmente, na mesma data do reajuste do
salário mínimo, pro rata, de acordo com suas respectivas
datas de início ou do último reajustamento, com base no
Índice Nacional de Preços ao Consumidor - INPC, apurado
pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística - IBGE.
§ 1º Nenhum benefício reajustado poderá exceder o
limite máximo do salário-de-benefício na data do
reajustamento, respeitados os direitos adquiridos.
Uma das exceções a esta regra do limite máximo do salário-de-benefício é o caso do
aposentado por invalidez que passa a receber o acréscimo de 25% quando necessita
do auxílio permanente de terceiros, nos termos do art. 45 da LBPS:
Art. 45. O valor da aposentadoria por invalidez do
segurado que necessitar da assistência permanente de
outra pessoa será acrescido de 25% (vinte e cinco por
cento).
Parágrafo único. O acréscimo de que trata este artigo:
a) será devido ainda que o valor da aposentadoria atinja o
limite máximo legal;

GABARITO: C

Com base no que dispõem a CF e a legislação previdenciária, julgue o item a seguir.


106. Segundo disposição constitucional, a previdência social deverá ser organizada sob
a forma de regime geral, de caráter contributivo, porém de filiação facultativa.

COMENTÁRIOS:

Tal assertiva contraria o disposto no art. 201 da CF/88, na medida em que a


previdência social é de filiação obrigatória:
Art. 201. A previdência social será organizada sob a forma
de regime geral, de caráter contributivo e de filiação
OBRIGATÓRIA, observados critérios que preservem o
equilíbrio financeiro e atuarial.

GABARITO: E

Com base nas disposições legais referentes ao regime geral de previdência social
(RGPS), julgue o item subsequente.
107. Situação hipotética: Aline, segurada da previdência social, sofreu um acidente de
trânsito enquanto se deslocava de sua residência para o seu local de trabalho, onde
exerce a função de balconista. Assertiva: Nessa situação, o acidente do qual Aline foi
vítima equipara-se a acidente do trabalho.

COMENTÁRIOS:

O acidente de percurso é um dos típicos casos de equiparação a acidente de trabalho,


segundo art. 21 da Lei 8213/91:
Art.21 - Equiparam-se também ao acidente de trabalho:
IV - o acidente sofrido pelo segurado ainda que FORA DO
LOCAL E HORÁRIO de trabalho:
d) no percurso da residência para o local de trabalho ou
deste para aquele, qualquer que seja o meio de
locomoção, inclusive veículo de propriedade do segurado.

GABARITO: C

A respeito do regime geral de previdência social, julgue o item a seguir.


108. A dependência econômica do irmão menor de vinte e um anos de idade na
condição de dependente do segurado é presumida para fins de obtenção de benefício
previdenciário.

COMENTÁRIOS:

Dispõe o art. 16 da Lei 8213/91:


Art. 16. São beneficiários do Regime Geral de Previdência
Social, na condição de dependentes do segurado:
I - o cônjuge, a companheira, o companheiro e o filho não
emancipado, de qualquer condição, menor de 21 (vinte e
um) anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual
ou mental que o torne absoluta ou relativamente incapaz,
assim declarado judicialmente;
II - os pais;
III - o irmão não emancipado, de qualquer condição,
menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido ou que tenha
deficiência intelectual ou mental que o torne absoluta ou
relativamente incapaz, assim declarado judicialmente;
§ 4º A dependência econômica das pessoas indicadas no
inciso I é presumida e a das demais deve ser
comprovada.
Assim, verifica-se que a dependência econômica dos irmãos deve ser comprovada.

GABARITO: E
Uma paciente de trinta e três anos de idade procurou atendimento médico,
queixando-se de irritabilidade, que persistia havia um ano, acompanhada de mau
humor, alterações de sono, choro fácil e diminuição de sua produtividade tanto no
ambiente de trabalho quanto no ambiente doméstico. Durante a anamnese, ela
relatou que, no último mês, tinha apresentado, no ambiente de trabalho, três
episódios de perda do controle emocional com alto grau de irritabilidade e
agressividade, e que, após o último episódio, tinha sido encaminhada ao serviço de
saúde de seu órgão de lotação. A paciente, que negou ter apresentado quadros
psiquiátricos anteriores, informou, ainda, que era servidora pública, havia doze anos,
e que, nos últimos dois anos, tinham ocorrido, em seu ambiente de trabalho, as
seguintes mudanças: troca de chefia com impacto negativo sobre o relacionamento
interpessoal no ambiente de trabalho; medidas e cobranças excessivas para o
aumento da produtividade, bem como para o alcance de metas preestabelecidas;
proibição de conversas ou ligações telefônicas durante o horário de expediente; e
criação de um sistema de avaliação de desempenho que dificultava a realização, por
exemplo, de pausas regulares no horário de trabalho. Durante o exame físico, a
paciente chorou profusamente, apresentou tremores e queixou-se de grande
angústia, dor precordial e cefaleia. Os resultados dos exames dos sistemas
cardiovascular, pulmonar e osteomuscular não mostraram alterações significativas.
Com relação ao caso clínico acima apresentado, julgue o item a seguir.
109. O quadro clínico descrito não deve ser classificado como acidente de trabalho,
visto que não foram encontradas alterações no exame físico da referida paciente.

COMENTÁRIOS:

Ainda que a presente questão tenha um enorme enunciado e tenha sido elaborada
para o cargo de médico, é de grande importância para ilustrar um caso de doença do
trabalho, a qual é caracterizada no art. 20 da LBPS:
Art. 20. Consideram-se acidente do trabalho, nos termos
do artigo anterior, as seguintes entidades mórbidas:
I - doença profissional, assim entendida a produzida ou
desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar a
determinada atividade e constante da respectiva relação
elaborada pelo Ministério do Trabalho e da Previdência
Social;
II - doença do trabalho, assim entendida a adquirida ou
desencadeada em função de condições especiais em que o
trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente,
constante da relação mencionada no inciso I.
Observa-se que a doença do trabalho decorre das condições em que o trabalho é
realizado. No presente caso, é realizado com cobranças excessivas do chefe, o que
ocasionou, junto com outros motivos, um stress elevado, causando problemas para a
trabalhadora. Assim, resta devidamente caracterizada a doença do trabalho.
Por fim, apenas a título ilustrativo, traz-se a previsão constante no Anexo II do Decreto
nº 3.048:
TRANSTORNOS MENTAIS E DO COMPORTAMENTO
RELACIONADOS COM O TRABALHO (Grupo V da CID-10)
VIII - Reações ao “Stress” Grave e Transtornos de
Adaptação (F43.-): Estado de “Stress” Pós-Traumático
(F43.1)
1. Outras dificuldades físicas e mentais relacionadas com
o trabalho : reação após acidente do trabalho grave ou
catastrófico, ou após assalto no trabalho (Z56.6)
2. Circunstância relativa às condições de trabalho (Y96)

GABARITO: E

Acerca do RGPS, julgue o item subsequente.


110. Desde que tenha sido intercalado com o exercício de atividade laborativa, o
período em que o segurado se beneficiar de auxílio-doença deverá ser considerado
para fins de cômputo de carência e para o cálculo do tempo de contribuição na
concessão de aposentadoria por invalidez, conforme entendimento do STF.

COMENTÁRIOS:

Conforme o texto do Decreto 3.048, o período em gozo de auxílio-doença será


computado somente como tempo de contribuição:
Art. 60. Até que lei específica discipline a matéria, são
contados como tempo de contribuição, entre outros:
III - o período em que o segurado esteve recebendo
auxílio-doença ou aposentadoria por invalidez, entre
períodos de atividade;
IX - o período em que o segurado esteve recebendo
benefício por incapacidade por acidente do trabalho,
intercalado ou não;
Todavia, o enunciado cobra o entendimento jurisprudencial do STF, o qual vem se
pronunciando no sentido de que esses períodos se aplicam para fins de cômputo de
carência, e não apenas para tempo de contribuição.
No mesmo sentido, destaca-se o teor da súmula 73 da Turma Nacional de
Uniformização dos Juizados Especiais Federais: O tempo de gozo de auxílio-doença ou
de aposentadoria por invalidez não decorrentes de acidente de trabalho só pode ser
computado como tempo de contribuição ou para fins de carência quando intercalado
entre períodos nos quais houve recolhimento de contribuição para a previdência social.

GABARITO: C

Com base nas disposições legais referentes ao regime geral de previdência social
(RGPS), julgue o item subsequente.
111. Situação hipotética: Um trabalhador urbano, segurado do RGPS, completou
sessenta e cinco anos de idade no corrente ano de 2015 e pretende se aposentar por
idade. Assertiva: Nessa situação, esse trabalhador terá direito ao benefício desejado
desde que comprove ter contribuído para a previdência social por, pelo menos, trinta
anos.
COMENTÁRIOS:

A aposentadoria por idade possui dois requisitos: idade (65 anos para o homem e 60
para a mulher, no caso de trabalhadores urbanos) e carência (180 contribuições
mensais), nos termos do art. 48 da LBPS:
Art. 48. A aposentadoria por idade será devida ao
segurado que, cumprida a carência exigida nesta Lei,
completar 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem,
e 60 (sessenta), se mulher.
Assim, o segurado não precisa comprovar tempo mínimo de contribuição para se
aposentar por idade, desde que tenha preenchido os requisitos acima descritos.

GABARITO: E

No que diz respeito à seguridade social, julgue o item a seguir..


112. As diretrizes que fundamentam a organização da assistência social são a
descentralização político-administrativa para os estados, o Distrito Federal e os
municípios, e comando único em cada esfera de governo; a participação da população,
mediante organizações representativas, na formulação das políticas e no controle das
ações; e a prevalência da responsabilidade do Estado na condução da política de
assistência social.

COMENTÁRIOS:

Trata-se de reprodução do art. 5º da LOAS:


SEÇÃO II
Das Diretrizes
Art. 5º A organização da assistência social tem como
base as seguintes diretrizes:
I - descentralização político-administrativa para os
Estados, o Distrito Federal e os Municípios, e comando
único das ações em cada esfera de governo;
II - participação da população, por meio de organizações
representativas, na formulação das políticas e no controle
das ações em todos os níveis;
III - primazia da responsabilidade do Estado na condução
da política de assistência social em cada esfera de
governo.

GABARITO: C

No que diz respeito ao custeio seguridade social, julgue os itens a seguir.


113. Os produtores rurais integrantes de consórcio simplificado de produtores rurais
são responsáveis subsidiários em relação às obrigações previdenciárias.

COMENTÁRIOS:
A responsabilidade dos produtores rurais integrantes de consórcio simplificado é
solidária. Isso significa que qualquer um deles pode ser cobrado da totalidade da dívida
do consórcio. Responsabilidade subsidiária é aquela que surge apenas depois de
esgotadas as tentativas de cobrança do devedor principal. Não é isso que determina o
art. 25-A da LOCSS:
Art. 25-A. §3º Os produtores rurais integrantes do
consórcio de que trata o caput serão responsáveis
solidários em relação às obrigações previdenciárias.

GABARITO: E

114. O limite mínimo do salário de contribuição do menor aprendiz corresponde à sua


remuneração mínima definida em lei.

COMENTÁRIOS:

Na prática, o limite mínimo será o salário mínimo nacional, pois é isso que estabelece a
legislação, mas a questão reproduz os exatos termos do art. 28, §4º da LOCSS:
Art. 28. §4º O limite mínimo do salário-de-contribuição do
menor aprendiz corresponde à sua remuneração mínima
definida em lei.

GABARITO: C

115. Integram o salário de contribuição os valores recebidos em decorrência da cessão


de direitos autorais e a importância recebida a título de bolsa de aprendizagem
assegurada a adolescentes até quatorze anos de idade.

COMENTÁRIOS:

As verbas referidas no enunciado não integram o SC, por expressa previsão do art. 28,
§9º, alíneas ‘u’ e ‘v’ da LOCSS:
Art. 28. §9º Não integram o salário-de-contribuição para
os fins desta Lei, exclusivamente: u) a importância
recebida a título de bolsa de aprendizagem garantida ao
adolescente até quatorze anos de idade, de acordo com o
disposto no art. 64 da Lei nº 8.069, de 13 de julho de
1990;
v) os valores recebidos em decorrência da cessão de
direitos autorais;

GABARITO: E

116. A alíquota de contribuição do segurado facultativo é de 30% sobre o respectivo


salário de contribuição.
COMENTÁRIOS:

A contribuição do segurado facultativo é de 20% sobre o seu salário-de-contribuição


(havendo possibilidade de contribuir com 11% ou 5%), com base no art. 21 da LOCSS:
Art. 21. A alíquota de contribuição dos segurados
contribuinte individual e facultativo será de vinte por
cento sobre o respectivo salário-de-contribuição.
§ 2º No caso de opção pela exclusão do direito ao
benefício de aposentadoria por tempo de contribuição, a
alíquota de contribuição incidente sobre o limite mínimo
mensal do salário de contribuição será de:
I - 11% (onze por cento), no caso do segurado contribuinte
individual, ressalvado o disposto no inciso II, que trabalhe
por conta própria, sem relação de trabalho com empresa
ou equiparado e do segurado facultativo, observado o
disposto na alínea b do inciso II deste parágrafo;
II - 5% (cinco por cento):
b) do segurado facultativo sem renda própria que se
dedique exclusivamente ao trabalho doméstico no âmbito
de sua residência, desde que pertencente a família de
baixa renda.

GABARITO: E

117. Constitui receita da seguridade social a renda bruta proveniente dos concursos de
prognósticos, excetuando-se os valores destinados ao Programa de Crédito Educativo.

COMENTÁRIOS:

Trata-se de reprodução do art. 26 da LOCSS:


Art. 26. Constitui receita da Seguridade Social a renda
líquida dos concursos de prognósticos, excetuando-se os
valores destinados ao Programa de Crédito Educativo.

GABARITO: C

José abriu uma pequena padaria no bairro onde reside e contratou dez funcionários.
Durante os primeiros seis meses de funcionamento do estabelecimento comercial,
José arrecadou as contribuições previdenciárias de seus empregados, descontando-
as das respectivas remunerações, mas não recolheu esses valores aos cofres da
previdência social.
Com base nessa situação hipotética e na legislação relativa aos crimes contra a
previdência social, julgue os itens subsequentes.
118. Se, até antes do início da ação fiscal, José confessar a dívida e efetuar
espontaneamente o pagamento integral dos valores devidos, prestando as devidas
informações ao órgão da previdência social, a punibilidade de sua conduta poderá ser
extinta.
COMENTÁRIOS:

Hipótese legal de extinção da punibilidade relacionada ao crime de apropriação


indébita previdenciária, prevista no Código Penal:
Art. 168-A. Deixar de repassar à previdência social as
contribuições recolhidas dos contribuintes, no prazo e
forma legal ou convencional:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. [...]
§ 2º É extinta a punibilidade se o agente,
espontaneamente, declara, confessa e efetua o
pagamento das contribuições, importâncias ou valores e
presta as informações devidas à previdência social, na
forma definida em lei ou regulamento, antes do início da
ação fiscal.

GABARITO: C

119. Ainda que não tivesse descontado das remunerações de seus empregados os
valores relativos às contribuições previdenciárias, José responderia pela prática do
delito de apropriação indébita previdenciária.

COMENTÁRIOS:

O crime de apropriação indébita previdenciária é previsto no art. 168-A do Código


Penal:
Art. 168-A. Deixar de repassar à previdência social as
contribuições recolhidas dos contribuintes, no prazo e
forma legal ou convencional:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem deixar de:
I – recolher, no prazo legal, contribuição ou outra
importância destinada à previdência social que tenha sido
descontada de pagamento efetuado a segurados, a
terceiros ou arrecadada do público;
II – recolher contribuições devidas à previdência social que
tenham integrado despesas contábeis ou custos relativos
à venda de produtos ou à prestação de serviços;
III - pagar benefício devido a segurado, quando as
respectivas cotas ou valores já tiverem sido reembolsados
à empresa pela previdência social.
Observa-se que, em todas as hipóteses legais de cometimento do crime de
apropriação indébita previdenciária há, como requisito INDISPENSÁVEL, a
arrecadação, pela empresa, de valor devido à Previdência ou o reembolso de valores
por parte da Previdência.
Se o empregador não arrecadou nada, não há valores de que possa se “apropriar
indevidamente”. Assim, ele não cometeu crime, mas sim uma infração administrativa,
prevista no art. 283, inciso I, alínea ‘g’ do RPS.

GABARITO: E

Com relação à inscrição e à filiação no RGPS, julgue o item seguinte.


120. A inscrição do segurado trabalhador avulso no RGPS ocorre pelo cadastramento e
registro no sindicato ou órgão gestor de mão de obra.

COMENTÁRIOS:

A inscrição é um ato formal através do qual o segurado é cadastrado perante a


previdência social. No caso do trabalhador avulso, a inscrição ocorre nos termos do
inc. I do art. 18 do Decreto 3.048/99:
Art. 18. Considera-se inscrição de segurado para os
efeitos da previdência social o ato pelo qual o segurado é
cadastrado no Regime Geral de Previdência Social,
mediante comprovação dos dados pessoais e de outros
elementos necessários e úteis a sua caracterização,
observado o disposto no art. 330 e seu parágrafo único,
na seguinte forma:
I - o empregado e trabalhador avulso - pelo
preenchimento dos documentos que os habilitem ao
exercício da atividade, formalizado pelo contrato de
trabalho, no caso de empregado, observado o disposto no
§ 2o do art. 20, e pelo cadastramento e registro no
sindicato ou órgão gestor de mão-de-obra, no caso de
trabalhador avulso;

GABARITO: C

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