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AFO

Ciclo Orçamentário II
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CICLO ORÇAMENTÁRIO II

Atenção!
Gestora é uma organização que, ao mesmo tempo em que representa a
responsável pelos gastos públicos, representa as instituições que detêm o
poder de decidir acerca dos gastos.

O que é uma Unidade Gestora?

O conceito de Unidade Gestora (UG) não aparece na elaboração do orça-


mento, apenas na execução. A UG é uma unidade orçamentária ou administra-
tiva investida do poder de gerir recursos orçamentários e financeiros, próprios ou
sob descentralização.

Demais Poderes e do Ministério Público


Consoante a Lei de Responsabilidade Fiscal, o Poder Executivo de cada ente
colocará à disposição dos demais Poderes e do Ministério Público, no mínimo
trinta dias antes do prazo final para encaminhamento de suas propostas orça-
mentárias, os estudos e as estimativas das receitas para o exercício subse-
quente, inclusive da corrente líquida, e as respectivas memórias de cálculo.

Atenção!
O Judiciário e o Ministério Público devem respeitar os parâmetros estabelecidos
na LDO.

Isso ocorre porque todos os Poderes (Legislativo, Judiciário e mais o Minis-


tério Público) elaboram suas propostas orçamentárias parciais e encaminham
para o Poder Executivo, o qual é o responsável constitucionalmente pelo envio
da proposta consolidada ao Legislativo.
ANOTAÇÕES

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Consoante o art. 99 da CF/1988, ao Poder Judiciário é assegurada autono-


mia administrativa e financeira. O § 1º ressalta que os tribunais elaborarão suas
propostas orçamentárias dentro dos limites estipulados conjuntamente com os
demais Poderes na Lei de Diretrizes Orçamentárias.
Logo, o Poder Judiciário é obrigado a elaborar sua proposta orçamentária
dentro dos limites estabelecidos na Lei de Diretrizes Orçamentárias.

Atenção!
Independentemente da autonomia administrativa e financeira, é preciso
respeitar os limites estabelecidos na LDO.

Ministério Público

De acordo com o art. 127 da CF/1988, ao Ministério Público é assegurada


autonomia funcional e administrativa. O § 3º ressalta que o Ministério Público
elaborará sua proposta orçamentária dentro dos limites estabelecidos na Lei de
Diretrizes Orçamentárias.
Logo, o Ministério Público também é obrigado a elaborar sua proposta orça-
mentária dentro dos limites estabelecidos na Lei de Diretrizes Orçamentárias.
Todos os Poderes, de acordo com os critérios e limites estabelecidos pela
LDO, elaboram suas propostas orçamentárias parciais e encaminham para o
Poder Executivo, o qual é o responsável constitucionalmente pelo envio da pro-
posta consolidada ao Legislativo.
Ministério Público não integra a proposta do Executivo. De acordo com o
art. 127 da CF/1988, ao Ministério Público é assegurada autonomia funcional e
administrativa. No entanto, da mesma forma que os Poderes, o Ministério Público
elaborará sua proposta orçamentária dentro dos limites estabelecidos na Lei de
Diretrizes Orçamentárias.
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Ainda, as agências reguladoras não encaminham suas propostas diretamente


ao Congresso Nacional. Seguem as mesmas regras gerais de todas as unidades
orçamentárias.
Até mesmo o Legislativo envia a sua proposta ao Executivo, para que depois
ela volte consolida na forma de Projeto de Lei Orçamentária ao Congresso Nacio-
nal.
De acordo com esse artigo, as leis do PPA, LDO e LOA são de iniciativa do
Poder Executivo: Presidente, Governadores e Prefeitos.

Atenção!
Há grande semelhança entre o orçamento da União, dos Estados e dos
Municípios.

Na esfera federal, a Constituição Federal, em seu art. 84, XXIII, determina


que a iniciativa das leis orçamentárias é de competência privativa do Presidente
da República:

Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:


(…)
XXIII – enviar ao Congresso Nacional o plano plurianual, o projeto de lei de diretri-
zes orçamentárias e as propostas de orçamento previstos nesta Constituição.

No entanto, importantes doutrinadores consideram tal competência exclu-


siva. A diferença que se faz é que a competência exclusiva é indelegável e a
competência privativa é delegável. O problema é que a CF/1988 não é rigorosa-
mente técnica nesse assunto. No caso das leis orçamentárias, seriam matérias
de competência exclusiva do Presidente da República, porque são atribuições
indelegáveis.
Segundo o art. 85 da CF/1988, constituem crime de responsabilidade os atos
do Presidente da República que atentem contra a lei orçamentária.
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Incongruência (PPA E LDO)

Atenção!
Os prazos referentes ao ciclo orçamentário deveriam constar em uma lei
complementar, de acordo com a Constituição, mas essa lei complementar não
existe, por isso os prazos estabelecidos estão na ADCT (Ato das Disposições
Constitucionais Transitórias).

Repare que no 1° ano do mandato do Executivo é aprovada a LDO para o


ano seguinte antes do envio do PPA. E mais, o PPA é enviado e aprovado nos
mesmos prazos da LOA. Veja que incongruência, pois nesse primeiro ano não
há integração. A LDO deveria sempre seguir o planejamento do PPA.
A CF fala em “até”. No entanto, na prática, as três leis orçamentárias são
sempre encaminhadas no limite do prazo.
Logo, no primeiro ano do mandato presidencial, não há condições objetivas
de compatibilizar a LDO com o PPA, pois a LDO para o ano seguinte é aprovada
antes do envio do PPA.

Atenção!
O PPA é encaminhado somente no primeiro ano de mandato e tem vigor do
segundo até o final do primeiro ano do mandato seguinte. No primeiro ano, o
PPA é enviado no dia 31 de agosto e a LDO é encaminhada é no dia 15 de
abril, por isso não poderão ser compatibilizados.

E se o Executivo não enviar no prazo a sua proposta para apreciação do


Legislativo?
A Lei n. 4.320/1964 dispõe sobre o caso do Executivo não enviar no prazo a
sua proposta para apreciação do Legislativo:
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Art. 32. Se não receber a proposta orçamentária no prazo fixado nas Constituições
ou nas Leis Orgânicas dos Municípios, o Poder Legislativo considerará como pro-
posta a Lei de Orçamento Vigente.

Assim, caberá ao Poder Legislativo apreciar novamente o orçamento vigente


como se fosse uma nova proposta. Ignora que diversos programas se exaurem
ao longo do exercício, mas essa é a única previsão legal, já que a CF/1988 não
traz nenhuma diretriz.

Atenção!
Tal previsão está na Lei n. 4.320/1964, e não na Constituição Federal.

E se o Poder Executivo enviar a proposta e o Congresso Nacional não votá-


-la, como afirma a questão?
O caso do Legislativo não devolver o PLOA para a sanção é tratado apenas
nas LDOs, que estabelecem regras para a realização de despesas essenciais
até que ele seja devolvido ao Executivo. Porém não há nenhuma previsão cons-
titucional.

E o que as LDOs dizem?


A cada ano, as LDOs determinam que se o Projeto de Lei Orçamentária –
PLOA não for sancionado pelo Presidente da República até 31 de dezembro do
ano corrente, a programação dele constante poderá ser executada até o limite
de 1/12 (um doze avos) do total de cada ação prevista no referido Projeto de Lei,
multiplicado pelo número de meses decorridos até a sanção da respectiva lei.
Por exemplo, se o PLOA não for aprovado até o fim de março (3 meses) do ano
que deveria estar em vigor, cada ação poderá ser executada em 3/12 do valor
original.

Como é a fase discussão no Congresso?


Segundo o art. 166 da CF/1988, os projetos de lei relativos ao plano pluria-
nual, às diretrizes orçamentárias, ao orçamento anual e aos créditos adicionais
serão apreciados pelas duas Casas do Congresso Nacional, na forma do regi-
mento comum.
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Consoante a CF/1988, caberá à Comissão mista permanente de Senadores


e Deputados:
I – examinar e emitir parecer sobre os projetos relativos ao PPA, LDO, LOA,
créditos adicionais e sobre as contas apresentadas anualmente pelo Presidente
da República;
II – examinar e emitir parecer sobre os planos e programas nacionais, regio-
nais e setoriais previstos nesta Constituição e exercer o acompanhamento e a
fiscalização orçamentária, sem prejuízo da atuação das demais comissões do
Congresso Nacional e de suas Casas criadas de acordo coma CF/1988.
Logo, cabe a uma comissão mista permanente de senadores e deputados,
dentre outras atribuições constitucionais, o exercício do acompanhamento e da
fiscalização orçamentária, sem prejuízo da atuação das demais comissões do
Congresso Nacional e de suas casas.

Emendas à LDO

As emendas ao projeto de lei de diretrizes orçamentárias não poderão ser


aprovadas quando incompatíveis com o plano plurianual.

Emendas à LOA

As emendas ao projeto de lei do orçamento anual ou aos projetos que o modi-


fiquem somente podem ser aprovadas caso:
I – sejam compatíveis com o Plano Plurianual e com a Lei de Diretrizes Orça-
mentárias;
II – indiquem os recursos necessários, admitidos apenas os provenientes de
anulação de despesa, excluídas as que incidam sobre:
a) dotações para pessoal e seus encargos;
b) serviço da dívida;
c) transferências tributárias constitucionais para Estados, Municípios e Dis-
trito Federal; ou
III – sejam relacionadas:
a) com a correção de erros ou omissões; ou
b) com os dispositivos do texto do projeto de lei (são chamadas de emendas
de redação, pois visam melhorar o texto, tornando-lhe mais claro e preciso).
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Atenção!
Ao examinar o projeto de lei relativo ao orçamento anual da União, tanto os
Deputados Federais como os Senadores podem apresentar emendas. No
entanto, não poderão anular os recursos destinados às dotações para pessoal,
ao serviço da dívida e às transferências tributárias constitucionais para estados,
municípios e Distrito Federal.

 Obs.: com base em portarias do Congresso Nacional, os parlamentares têm


direito a até 25 emendas individuais, por mandato. Além das emendas
individuais, têm-se as emendas partidárias.

Votação no Congresso Nacional

Nas leis orçamentárias (PPA, LDO e LOA), a discussão é conjunta, mas, na


hora da votação, procede-se como se houvesse votação simultânea na Câmara
e no Senado, ou seja, a maioria deve ser alcançada em cada casa do Congresso
Nacional. A aprovação se dá por maioria simples, pois apesar do ciclo diferen-
ciado, as leis orçamentárias são leis ordinárias.

Aumento de Despesa

Segundo o art. 63 da CF/1988, a regra é que não será admitido aumento da


despesa prevista nos projetos de iniciativa exclusiva do Presidente da Repú-
blica, ressalvadas as emendas ao projeto de lei do orçamento anual ou aos pro-
jetos que o modifiquem e as emendas ao projeto de lei de diretrizes orçamentá-
rias. Assim, não será admitido aumento da despesa prevista no projeto de lei do
Plano Plurianual.

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a
aula preparada e ministrada pelo professor José Wesley.
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