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Janeiro / Fevereiro 2019 - R$ 31,50

Ferrovia
sem trem
País tem mais da metade da malha
declaradamente sem uso
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DORMENTES DE CONCRETO
editorial

Entra governo, sai governo, o setor ferroviário continua à espera

de um pensamento nacional, estratégico e de longo prazo para as

ferrovias brasileiras. Fica cada vez mais claro que essa não é uma

tarefa para deixar na mão dos políticos. A sociedade organizada tem que

definir seus projetos comuns e abrir mão do "cada um por si". O setor

ferroviário tem um papel muito importante nesse contexto. Reúne seleto

grupo de pessoas e tem grande impacto na economia brasileira. Precisa

de um plano estratégico para o País. Carece de debate, de ideias,

de pensamento de longo prazo. O setor ferroviário que se guia pelos

arroubos de curto prazo está fadado ao fracasso.

ASSINE www.revistaferroviaria.com.br Anual: R$ 149,00


6 edições, newsletter e acesso ao site

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Ano 80 - Janeiro / Fevereiro de 2019 Colaboradores: Adriana de Araújo
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REVISTA FERROVIÁRIA | Janeiro/Fevereiro DE 2019 3


sumário
Ano 80 - Janeiro/Fevereiro 2019 Prêmio RF
Entrevista Veja o perfil dos
Jean Pejo fala indicados ao
sobre planos na prêmio
secretaria Ferroviário
24
14
Nacional Padrão
de Mobilidade

Trecho da linha Três


Corações-Varginha
(MG), da FCA, que
atualmente está
sem tráfego.

Foto: Carlos Gabriel

Pág. 36
Ferrogrão
ANTT divulga Todas as
relatório locomotivas
54
final das Frota nacional é

60
audiências de 3.709
máquinas

Suprimentos
Overhaul de
locomotivas

68
movimenta
mercado

Trem de alta velocidade da Siemens, modelo


Velaro Novo, em fase de testes na Alemanha.
Foto: Divulgação/Siemens
cartas
caso, foi onde pude demonstrar meu
75 anos de história Trens de passageiros
conhecimento na área ferroviária e,
Como membro ativo da Associação
no Brasil
mais ainda, pude aprender muito para
Brasileira de Preservação Ferroviá- ajudar a ABPF na manutenção de ma- Sonho de consumo! A América do
ria (ABPF) e terial rodante. Foram pouco mais de Sul necessita de linhas de trens regio-
ex-funcionário 13 anos de trabalho e convívio com nais. E por que não, pensando maior,
da AmstedMa- colegas, supervisores, gerentes e dire- trens que fazem viagens internacio-
xion, hoje tam- tores que me deixaram orgulhoso em nais? Exemplo São Paulo-Buenos Ai-
bém Greenbrier fazer parte do time. Não só como local res, assim como as belas e centenárias
Maxion, em de trabalho, testemunhei a transforma- linhas europeias.
Hortolândia, fe- ção de Hortolândia desde a chegada da Leonardo Arjona
licito a empresa empresa na cidade em 2003. Parabéns. mensagem via Instagram:
pelos seus 75
Antonio Edson Laurindo dos Santos @arjonna
anos de exis-
edsonabpf@gmail.com
tência. No meu
Um trem completo, com ar-condicio-
nado, restaurante, carros dormitórios
Leilão da Norte-Sul VLT em São Paulo e panorâmicos seria um sonho!
É possível duas operadoras entrarem Acho que deveríamos ter VLTs pelas Johnatan Lima
em consórcio? Parece-me que o mais grandes avenidas de São Paulo, fa- mensagem via Instagram:
lógico seria a VLI ficar com o tre- zendo ligações com diversos bairros. @johnatanlim4
cho Palmas (TO)-Anápolis (GO) e a Diminuiriam as linhas de ônibus e a
Rumo com o restante, de Ouro Verde de poluição e teríamos um transporte de Todos os Projetos 2018
Goiás (GO) a Estrela D'Oeste (SP). qualidade superior.
Excelente trabalho da Revista Ferro-
Jairo Brugalli Flores Nilton Lucas viária!
cmtejbf@hotmail.com mensagem via Instagram:@nclucas16
Carlos Henrique Gomes dos Santos
carlosgomes@simefre.org.br
em Juiz de Fora atualmente, mas nasci
Maria Fumaça
em Santos Dumont, em Minas Gerais.
A locomotiva Alco, classe Pacific, da
In memoriam
Conheço essa máquina de perto.
antiga EF Central do Brasil, mais co- Tive a honra de conhecer Paulo Henri-
Eduardo Abreu
nhecida como Zezé Leone, é muito bo- que Nascimento, que era um verdadei-
mensagem via Instagram:
nita! Estou fazendo ímãs de geladeira ro guerreiro. Lutou contra essa maldita
@eduardoabreumaquestes
com a foto dessa Maria Fumaça. Moro doença e contra o desmanche de nos-
sas ferrovias. Infelizmente a doença
não permitiu que ele visse realizado
seu maior sonho: o Trem Rio-Minas.
Descanse em paz, Paulo Henrique, foi
uma honra tê-lo conhecido.
Aloizio Barros de Souza
aloiziobarros@gmail.com

Para escrever para a Revista Ferroviária


mande um email para:
redacao@revistaferroviaria.com.br
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Rua Pamplona, 1.465 - Cj. 61/62
CEP 01405-002, São Paulo - SP

6 REVISTA FERROVIÁRIA | Janeiro/Fevereiro DE 2019


Em 2018, a MRS fortaleceu ainda mais sua traje-
tória como uma das maiores transportadoras
terrestres de contêineres do país. Um dos moti-
vos para tantos números e resultados positivos
foi a consolidação do trem na rota RJ-BH, que
alcançou o melhor desempenho entre todas as
outras rotas e contribuiu ativamente para a
nossa melhor performance dos últimos 10 anos.

TUDO CABE NOS NOSSOS CONTÊINERES


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expressas Bianca Rocha

Sai a malaia, entra a chinesa


O Metrô de São Paulo avalia pedido MI é de R$ 1,5 bilhão. Mobilidade deve assumir a opera-
do consórcio Monotrilho Integração A Scomi se comprometeu em 2013 ção da Linha 17-Ouro em outubro
(MI) para substituir a fabricante de com a produção de 14 monotrilhos de 2020, ou seja, 780 dias após o
monotrilho malaia Scomi pela chi- de cinco carros, mas não entregou início da operação comercial na
nesa Build Your Dreams (BYD). A nenhum. O diretor da empresa no Linha 5-Lilás, que aconteceu em
solicitação partiu da própria Sco- Brasil, Halan Moreira, não comen- 4 de agosto de 2018. A demora na
mi e das outras empresas do grupo ta o assunto. Já o diretor comercial definição do fabricante dos mono-
(CR Almeida, Andrade Gutierrez e da BYD, Alexandre Liu, afirma que trilhos pode atrasar esse processo.
MPE), que é responsável pela im- a documentação da empresa está em A secretaria de Transportes Metro-
plementação da via, portas de pla- fase final de análise pelo Metrô SP. politanos de SP diz que o contrato
taformas, sistemas de sinalização, Caso seja aprovada, a estratégia é de concessão prevê recomposição
material rodante e CCO do trecho de produzir os carros na China e entre- econômico-financeiro, caso o início
Jardim Aeroporto a Morumbi, de 7,7 gá-los em até 25 meses. da operação na linha não aconteça
km e oito estações. O contrato com o Pelo contrato de concessão, a Via- no período estimado.

BYD em Salvador VLT do tipo


A BYD faz parte do consórcio Skyrail
(junto com a chinesa Metrogreen),
lhões para as obras civis e o restante
ficará a cargo do consórcio, incluindo
monotrilho. Oi?
que assinou em fevereiro o contrato sistemas e material rodante (serão 33 Chama atenção o fato do governo
de construção e operação do monotri- monotrilhos de quatro carros). Após da Bahia referir-se ao projeto como
lho de Salvador, em substituição aos o início da operação, o contrato prevê “VLT do tipo monotrilho”. A defi-
trens de subúrbio da capital baiana. A contraprestações anuais do governo nição também está sendo usada em
Parceria Público-Privada (PPP) está de R$ 153 milhões, pelo período de materiais de divulgação do consór-
avaliada em R$ 1,5 bilhão. O governo 20 anos (que é o prazo de concessão, cio Skyrail. O tipo de modal foi uma
do estado fará aporte de R$ 100 mi- com possiblidade de prorrogação). questão polêmica no processo licita-
tório. O Tribunal de Contas do Es-
Monotrilho da tado (TCE-BA) chegou a suspender
BYD em operação
na China a licitação logo após o anúncio do
vencedor, em maio de 2018. O prin-
cipal questionamento apontado pelos
conselheiros foi a alteração do objeto
da licitação, que previa apenas VLT
e, em um segundo edital, passou a ad-
mitir outros modais.
Divulgação/BYD

Fusão Wabtec e GE Transportation


A GE Transnportation tornou-se mentos ferroviários para os seg- continuação do uso da marca GE,
uma empresa do grupo Wabtec Cor- mentos de carga e de passageiros, e que tem prazo limitado. A princí-
poration desde o fim de fevereiro, locomotivas de menor porte, conta pio, não haverá mudanças substan-
quando foi anunciada a fusão em com bases em Belo Horizonte e Juiz ciais na produção da fábrica, em
nível mundial das duas companhias. de Fora (MG). A estrutura organiza- Contagem (MG), afirmou o CEO da
A Wabtec, empresa norte-americana cional pós-fusão ainda está sendo GE Transportation, Marcos Costa,
que produz componentes e equipa- desenhada, inclusive a questão da que continua no cargo.
8 REVISTA FERROVIÁRIA | Janeiro/Fevereiro DE 2019
Linha pronta, mas sem operação
A Linha 3 do VLT Carioca (Cen-

Divulgação/VLT
tral-Aeroporto Santos Dumont) está
pronta e testada desde dezembro
de 2018, porém sem passageiros.
E, por enquanto, não há previsão
para início de operação. A conces-
sionária reivindica repasses atrasa-
dos do município, que pelo contrato
de PPP, deve remunerar a empresa
se o VLT opera com menos de 260
mil passageiros/dia. Hoje o sistema
transporta 80 mil usuários por dia.
O prefeito Marcelo Crivella chegou
a anunciar, em fevereiro, alterações
nas linhas de ônibus que passam
pelo Centro como forma de au-
mentar a demanda pelo VLT, mas a
medida ainda não entrou em vigor,
porque, segundo a prefeitura, “re-
quer estudos mais aprofundados”. Testes na Linha 3 foram feitos entre novembro e dezembro de 2018

A NOVA FORMA DE Máquina compacta e potente para esmerilhar


soldas, com vários tipos de acionamento

ESMERILHAR. Mais esmerilhamentos por turno


Alça basculante montada na direita ou esquerda
Ângulo de inclinação afixado
Usada tanto em área urbana quanto rural
Troca fácil da mola devido ao sistema “Quick-Lock”
Opcionalmente equipada com guia
patenteada para esmerilhar AMV

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Reeleição na Abifer
Vicente Abate foi reeleito para presidir a Abifer no bi- nger (Pandrol); Carlos Roso (Progress Rail), Wilson Ferri
ênio 2019/2020. A diretoria é composta pelo 1º vice-pre- (Randon); Dejair Aguiar (Retesp); Amilcar Debone (Ther-
sidente Wagner Ribeiro (Alstom) e pelos vice-presidentes mit); e Hubert Kundegraber (Voestalpine VAE Brasil). No
Carlos Jardim (Araucária Rail Technology); Diego Darli conselho fiscal: Kirkior Mikaelian (MIC), Massimo Giavi-
(Brastan); Agenor Marinho (CAF Brasil); Marcos Costa na (T’Trans), Adelson Martins (Voith Turbo), Alessandro
(GE Transportation), Eduardo Scolari (Greenbrier Ma- Nasser (Amsted Rail), Pedro Massucato (Cavan) e Carlos
xion); Edyval Campanelli (Hyundai-Rotem); Alex Ellwa- Andrade (Hidremec) - os três últimos são suplentes.

Novos governos, novos nomes


A
s mudanças nos governos estaduais trouxeram da CBTU-BH, e Leonardo Villar na superintendência da
novas lideranças para o setor de transportes. CBTU-Recife. Não há mudanças em estados cujos go-
No âmbito federal não houve substituições, vernos foram reeleitos. Eduardo Copello continua na pre-
por enquanto: José Marques de Lima e David sidência da Companhia de Transportes da Bahia (CTB),
Borille permanecem na CBTU e Trensurb, respectiva- assim como Eduardo Hotz no Metrofor. Veja as novas li-
mente. Miguel Marques continua como superintendente deranças que impactam o setor metroferroviário:

São Paulo
Alexandre Baldy, secretário de estado dos Transportes Metropolitanos
Graduado em Direito pela PUC-GO, Baldy foi secretário da Indústria e Comércio
do governo de Goiás de 2011 a 2013, e eleito deputado federal pelo estado em
2014. Atuou como ministro das Cidades no governo de Michel Temer.

Pedro Tegon Moro, diretor-presidente da CPTM


Administrador de empresas com especialização em Gestão Financeira pela
Fundação Getulio Vargas. Há 12 anos trabalha na companhia, onde já atuou nas
áreas financeira e de planejamento. Anteriormente, foi assessor da São Paulo
Transportes (SPTrans) e da secretaria dos Transportes Metropolitanos.

Silvani Alves Pereira, diretor-presidente do Metrô de São Paulo


É administrador e foi secretário-executivo do Ministério das Cidades. Foi também chefe
de gabinete da presidência da Caixa Econômica Federal (CEF), secretário nacional
de Políticas Públicas do Ministério do Trabalho, secretário de estado em Sergipe,
superintendente da CEF em Goiás, Sergipe e Espírito Santo.

Marco Antonio Assalve, diretor-presidente da EMTU


Atuou como diretor de Operação da EMTU, gerente-geral e chefe de departamento
da Companhia Municipal de Transportes Coletivos, diretor de Operações da SPTrans
e diretor de Procedimentos e Logísticas e de Operações da Agência Reguladora de
Transporte do Estado de São Paulo (Artesp).

Rio de Janeiro
Robson Fernandes Ramos, secretário estadual de Mobilidade
Engenheiro aeronáutico pelo Instituto Tecnológico da Aeronáutica e mestre em
Engenharia Civil pela Universidade da Califórnia/Berkeley. Já atuou no Departamento
de Aviação Civil, na diretoria de Engenharia da Aeronáutica e foi vice-presidente da
Comissão Permanente de Alienação de Bens Imóveis da Aeronáutica.

Brasília
Handerson Cabral Ribeiro, presidente do Metrô-DF
Graduado pela Universidade Estadual de Goiás e pós-graduado em Gestão Pública.
É servidor da carreira do Ministério da Economia. Foi presidente da Valec de abril
de 2018 até janeiro deste ano. Também assumiu os cargos de superintendente de
Licitações e Contratos e de diretor de Administração e Finanças da Valec.

Valter Casimiro Silveira, secretário de Transporte e Mobilidade do Distrito Federal


Formado em Ciências Contábeis, com especialização em Administração, Casimiro
esteve à frente do Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil em 2018. É servidor
de carreira do Dnit desde 2006, onde foi diretor de Infraestrutura Aquaviária.

10 REVISTA FERROVIÁRIA | Janeiro/Fevereiro DE 2019


Gente que faz A RF dá destaque aos ferroviários que trabalham na operação, com o objetivo
de valorizar aqueles que fazem as ferrovias brasileiras funcionarem.

Há quantos anos na ferrovia previsibilidade, rapidez e mundo metroferroviário e a

Passageiros
32 anos. segurança. inauguração da CCR Metrô Bahia.
Ferrovia significa... Um bom ferroviário é... Expectativa profissional
Desenvolvimento, qualidade de Aquele que ama e tem orgulho Continuar contribuindo com o
vida, paixão e sustentabilidade. do que faz. Tem prazer em transporte sobre trilhos, tanto nas
servir e gosta de trabalhar frentes atuais quanto nas futuras.
Desafio diário
com pessoas.
Prestar serviço de qualidade Hamilton Trindade
para a sociedade baiana, Momento para recordar Gestor de Atendimento (Operações)
através da confiabilidade, O dia em que entrei para o da CCR Metrô Bahia

Há quantos anos na ferrovia Um bom ferroviário é... lindas paisagens, além de obras

Carga
29 anos. Comprometido, tem orgulho do arquitetônicas e históricas.
Ferrovia significa... trabalho que exerce e reconhece
Expectativa profissional
Crescimento e oportunidade a importância do modal.
Repassar os conhecimentos
para a economia. Momento para recordar adquiridos para os colegas de
Desafio diário Viagem de trem de Bauru/ profissão.
Atender às expectativas dos SP até Corumbá/MS, com o
clientes. objetivo de fazer uma inspeção Rildo Vieira Joaquim
Supervisor do Centro de
de via. Na ocasião, conheci Controle Operacional da FTC
Anuncio_somafel-AF2.pdf 1 28/01/2019 18:57:51
agenda
RAIL LIVE AMERICAS
BRASIL 30/04 e 01/05 – Maryland, EUA
Organizador: Terrapinn
MARÇO Site: www.terrapinn.com
25º INTERMODAL SOUTH AMÉRICA
19 a 21/03 – São Paulo, SP
Organizador: UBM
MAIO
Site: www.intermodal.com.br SEE MOBILITY 2019
08 e 09/05 – Belgrado, Sérvia
21º NEGÓCIOS NOS TRILHOS Organizador: BSN Mobility
19 a 21/03 – São Paulo, SP Site: www.see-mobility.com
Organizador: UBM
Site: www.ntexpo.com.br RAILTEX 2019
14 a 16/05 – Birmingham, Inglaterra
MAIO Organizador: Mack Brooks Exhibitions
VII SEMINÁRIO DE INTEGRAÇÃO DO SETOR FERROVIÁRIO Site: www.railtex.co.uk
07 a 09/05 – Santos Dumont, MG
Organizador: Instituto Federal de Educação, RAILWAY INNOVATIONS FORUM 2019
Ciência e Tecnologia do Sudeste de Minas Gerais 21 a 24/05 – Manila, Filipinas
Site: https://www.ifsudestemg.edu.br/ Organizador: Asia Development Bank e Internacional
Union of Railways (UIC)
JUNHO Site: www.adb.org
III SIMPÓSIO DE ENGENHARIA FERROVIÁRIA
06 e 07/06 – Campinas, SP JUNHO
Organizador: Unicamp RAILLOG KOREA
Site: www.unicamp.br 01/06 – Busan, Coréia do Sul
Organizador: Messe Frankfurt Korea Ltd
SETEMBRO Site: www.raillog-korea.kr.messefrankfurt.com
25º SEMANA DE TECNOLOGIA METROFERROVIÁRIA
03 a 06/09 – São Paulo, SP TRANSPORT + LOGISTIK
Organizador: Aeamesp 04 a 07/06 – Munique, Alemanha
Site: www.aeamesp.org.br Organizador: Messe München
Site: www.transportlogistic.de
BRASIL LOG – FEIRA INTERNCIONAL DE LOGÍSTICA
11 a 13/09 – Jundiaí, SP
Organizador: Adelson Eventos
SETEMBRO
Site: www.feiradelogistica.com 22ND INTERNATIONAL CONVENTION OF THE WORKING
COMMITTEE ON RAILWAY TECHNOLOGY (INFRASTRUCTURE)
OUTUBRO OF THE AUSTRIAN SOCIETY FOR TRAFFIC AND TRANSPORT
SCIENCE (ÖVG) OPTIMISING THE WHEEL/RAIL SYSTEM
MOVIMAT – SALÃO INTERNACIONAL DA LOGÍSTICA
16 a 18/09 – Salzburg, Áustria
INTEGRADA
14 a 18/10 – São Paulo, SP Organizador: ÖVG GmbH
Organizador: Reed Exhibitions Alcantara Machado E-mail: infrastructure@oevg.at
Site: www.expomovimat.com.br
TRAKO 2019 – 13º INTERNATIONAL RAILWAY FAIR
24 a 27/09 - Gdasnk, Polônia
EXTERIOR Organizador: MTG - Gdansk International Fair Co
Site: www.trakofair.com
MARÇO
RAIL ASIA RAILWAY INTERCHANGE 2019
28 e 29/03 – Bangcoc, Tailândia 22 a 25/09 - Mineápolis, EUA
Organizador: Asian Exhibition Services Organizador: AREMA
Site: www.railasiaexpo.com Site: www.railwayinterchange.org

ABRIL OUTUBRO
EURASIA RAIL 2019 6TH RAILWAY FORUM
10 a 12/04 – Izmir, Turquia 01 e 02/10 – Berlim, Alemanha
Organizador: ITE Turkey Organizador: Competence Partner
Site: www.eurasiarail.eu Site: www.railwayforumberlin.com
RENDIMENTO I PRECISÃO I CONFIABILIDADE

PlasserDatamatic 2.0 e MCO (Live Info)

A PlasserDatamatic e o MachineConditionObserver (MCO) são os


elementos-chave do sistema PlasserSmartMaitenance. A PlasserDatamatic
documenta uma ampla variedade de dados da máquina, que vão desde
informações vitais sobre a máquina até parâmetros de trabalho. O MCO
permite, a pessoas autorizadas, o acesso à distância a estes dados por
meio de um navegador de internet ou de um Tablet/Smartphone App.
Fornecendo acesso abrangente a todos os dados da máquina, estes
elementos possibilitam o gerenciamento estratégico da frota de veículos.

www.plassertheurer.com; www.plasser.com.br
”Plasser & Theurer“, ”Plasser“ e ”P&T“ são marcas registradas internacionalmente
entrevista

Foco na ferrovia
“É prioridade nossa levar para o cidadão manter o que está dando certo são os objetivos
uma melhor condição de mobilidade e isso de Pejo. Ele anunciou que a seleção de projetos
pressupõe a utilização de sistema ferroviário”. metroferroviários está disponível desde dezembro
Nomeado secretário nacional de Mobilidade de 2018 para o programa Avançar Cidades
e Serviços Urbanos do Ministério do Mobilidade Urbana, que oferece linha de crédito
Desenvolvimento Regional, Jean Carlos Pejo para projetos de mobilidade com recursos do
não nega suas raízes. Anos de engajamento FGTS. “Nesse programa incluímos também a
em prol do setor ferroviário – não só no possibilidade de financiamentos de projetos
meio acadêmico, como também em cargos executivos e de estudos completos de viabilidade
de liderança – dão a ele certa legitimidade técnica, econômica, ambiental e social”.
para entender as demandas que envolvem Aproveitando o gancho, o secretario diz
o transporte de passageiros nas grandes e que esse é o momento de colocar projetos
médias cidades do Brasil. “Realmente eu em prática. “A grande oportunidade que os
entendo que algumas ações precisam passar municípios têm de poder implantar um sistema
pela solução do modelo ferroviário”, completa. de VLT é agora, por meio de financiamento de
Entre as medidas que planeja está a criação estudos e projetos, para que se tenham dados
de um programa similar ao Refrota, uma linha consistentes até para buscar soluções dentro da
de crédito que utiliza recursos do Fundo de iniciativa privada”.
Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) para Pós-graduado com MBA em Logística
modernização de frotas de ônibus. O novo Empresarial e Gerência de Projetos, ambas pela
programa, ainda sem nome definido e previsto Fundação Getúlio Vargas, Pejo é engenheiro
para ser lançado no curto prazo, será voltado mecânico pela Unicamp e Administrador de
para a reforma de trens de sistemas urbanos. Empresas, com cursos de especialização e
A ideia é criar condições de financiamento estágios em ferrovias do Japão, França, Reino
favoráveis para que operadoras modernizem suas Unido e Estados Unidos.
frotas. A iniciativa deve cair como uma luva para Foi diretor de Planejamento e Gestão da
a indústria de carros de passageiros, que vem Fepasa, membro do conselho da Cia. Paulista de
debatendo esse tipo de ação há algum tempo. Força e Luz e consultor técnico das empresas
Criar novos programas de financiamento e Mitsui e Poyry Engenharia.

Jean Carlos Pejo


Secretário Nacional de Mobilidade e Serviços Urbanos do Ministério do Desenvolvimento Regional

14 REVISTA FERROVIÁRIA | Janeiro/Fevereiro DE 2019


Entrando especificamente no ambiente dos trilhos,
realmente eu entendo, e vocês também conhecem essa luta
que temos em prol da ferrovia, é que algumas ações nas cidades
precisam passar pela solução do modelo ferroviário.

REVISTA FERROVIÁRIA | Janeiro/Fevereiro DE 2019 15


entrevista
Revista Ferroviária – Quais são as principais atribui- de mobilidade e isso pressupõe a utilização do sistema
ções e responsabilidades da Secretaria Nacional de Mobili- ferroviário. Isso é uma mudança mesmo, que nós va-
dade e Serviços Urbanos no âmbito do novo governo? mos buscar, com o apoio do ministro Gustavo Canuto.
Jean Pejo – As principais atribuições da secretaria Sem dúvida, temos um apoio bastante forte do ministro
são fomentar a implantação da Política Nacional de nesse sentido.
Mobilidade Urbana; formular as políticas; programas
e ações relacionados ao acesso aos serviços e à in- RF – O que será mantido no que diz respeito a projetos
fraestrutura de mobilidade urbana; promover ações metroferroviários?
de cooperação técnica, em âmbito nacional e inter- JP – Há linhas de financiamento voltadas para o setor
nacional; propor e implementar ações de capacitação ferroviário que já estavam sendo desenvolvidas pela
técnica de agentes públicos, de agentes sociais, de gestão anterior. Temos a extensão da Linha 9-Esmeral-
profissionais e de instituições que atuam no setor; da até a estação Varginha, o VLT de Santos/São Vicen-
promover o aperfeiçoamento institucional, a regula- te, o VLT Carioca, a construção da Linha 17-Ouro do
ção dos serviços de transporte coletivo e a integração Metrô de São Paulo, além dos projetos de implementa-
das políticas setoriais de mobilidade e trânsito nas ção da Linha 18-Bronze e da Linha 6-Laranja, também
aglomerações urbanas; promover estudos e pesqui- do Metrô de São Paulo, que se encontram no momento
sas na área da mobilidade e serviços urbanos sus- paralisadas. Esses são alguns dos projetos que envol-
tentáveis; propor mecanismos para o financiamento vem transporte sobre trilhos e que continuam na pauta
de infraestrutura de transporte coletivo, mobilidade da secretaria.
e serviços urbanos; e fomentar o desenvolvimento
tecnológico e científico do Sistema Nacional de Mo- RF – São projetos já contemplados em programas de fi-
bilidade Urbana. nanciamento da secretaria?
JP – Exatamente. São projetos que envolvem transporte
RF – O senhor tem um histórico de atuação em prol do sobre trilhos e que já estão passando pela secretaria seja
setor ferroviário. Podemos dizer que a sua gestão terá um na parte de seleção dos empreendimentos, na área de
olhar dedicado às demandas do transporte urbano sobre integração com a Caixa Econômica Federal ou na etapa
trilhos? de liberação dos recursos. Já existe uma participação
JP – Do ponto de vista das atividades, a secretaria tra- do transporte sobre trilhos no ambiente da secretaria.
balha como eu chamo aqui de A a Z. Nós trabalhamos Todos os empreendimentos que estão em curso e que
desde a questão das calçadas, dos asfaltamentos de ruas, estiverem em situação regular, logicamente, vão ter
do sistema e faixas de bicicleta, sistema de ônibus, cor- continuidade em nossa gestão. E a intenção é que no-
redores, BRTs até sistemas sobre trilhos, como VLT, vos empreendimentos e programas sejam lançados para
monotrilho, trem metropolitano, trens subterrâneos ou beneficiar o transporte ferroviário.
em elevados. Então, é uma gama de atividades muito
grande. Mas entrando especificamente no ambiente dos RF – Que programas são esses?
trilhos, realmente eu entendo, e vocês também conhe- JP – Queremos lançar programas de incentivo à pro-
cem essa luta que temos em prol da ferrovia, é que algu- dução de material rodante, de trens, a exemplo do que
mas ações nas cidades precisam passar pela solução do já existe para a renovação da frota de ônibus. Vamos
modelo ferroviário. É uma prioridade nossa levar para lançar, acredito que no curto prazo, um programa de
o cidadão, para o povo brasileiro, uma melhor condição incentivo à modernização das frotas de trens.

Queremos lançar programas de incentivo à produção


de material rodante, de trens, a exemplo do que já existe
para a renovação da frota de ônibus.

16 REVISTA FERROVIÁRIA | Janeiro/Fevereiro DE 2019


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entrevista
RF – Seria um programa nos moldes do que a Abifer vem portanto, não são recursos do Tesouro. Isso garante to-
chamando de Retrem, numa alusão ao Refrota, que é o tal condição de serem utilizados, desde que o projeto
programa de incentivo voltado para a modernização da esteja bem enquadrado.
frota de ônibus?
JP – Sim. Essa é uma demanda da indústria do setor e RF – O programa Avançar Cidades Mobilidade Urbana, que
que nós vamos trabalhar e aperfeiçoar para colocá-la está dentro do guarda-chuva do Pró-Transporte, não con-
em prática. Acredito que deva ter uma receptividade templava, até o ano passado, projetos metroferroviários. O
boa no setor e também para a questão do cidadão que motivo seria a pouca verba disponível via FGTS combinada
utiliza trens, que passará a ter melhores condições, com com o alto custo de implementação de sistemas sobre trilhos.
ar condicionado, com disposição de bancos mais con- A secretaria pretende mudar isso?
fortáveis, enfim um trem do século XXI e não do início JP – Vamos lá, essa pergunta é interessante. Primei-
do século XX como temos ainda em alguns sistemas. ramente, a resposta é sim: a seleção de projetos me-
Seria um programa só para equipamentos, ou seja, fro- troferroviários passou a ser possível em dezembro de
tas de metrô, VLT, monotrilho ou qualquer outro em 2018. Portanto, projetos que envolvem sistemas sobre
que o sistema se aplique sobre trilhos. trilhos estão enquadrados no Avançar Cidades, até por-
que nesse programa incluímos também a possibilidade
RF – Poderia nos detalhar como será esse programa? A de que sejam financiados projetos executivos e estudos
secretaria já tem mapeada a demanda de carros que pode- completos de viabilidade técnica, econômica, ambien-
riam ser modernizados? tal e social. Atualmente, inclusive, colocamos nos estu-
JP – As operadoras, sejam públicas ou privadas, é que dos de viabilidade a importância de acompanhamento
vão avaliar as condições e as necessidades, quanto pre- tecnológico. E também, quando se fala em sistemas de
cisam de novos trens para poder recolher os antigos. In- aplicação de trilhos nas cidades, nem sempre as funções
clusive além da questão de confortabilidade das pessoas, são tão caras. Existe sistema de VLT que tem custos
os trens antigos consomem mais energia. É importante que não são tão caros como normalmente as pessoas
que sejam substituídos até para melhorar a eficiência das concluem que sejam. Existe sistema mais sofisticado,
operadoras. As condições de financiamento serão vanta- como é o VLT do Rio de Janeiro, que não pode servir
josas no sentido de oferecerem um bom período de ca- de padrão para todo sistema. Mas nem todos seguiram
rência. Por exemplo, o programa Refrota oferece carên- essa mesma linha, você pode ter sistema de VLT em
cia de quatro anos, as taxas de juros são bem inferiores às que o custo seja menor do que o que se tem gasto com
praticadas no mercado, enfim, o programa voltado para sistema de BRT, por exemplo. Então se BRT cabe, por-
trens vai ser similar daqui para melhor. que o VLT não pode caber? Hoje, o programa Avançar
Cidades também contempla o sistema sobre trilhos e as
RF – O Refrota está enquadrado no Programa Pró-Trans- prefeituras podem solicitar dentro do Avançar Cidades
porte, que é específico para a utilização de recursos do recursos para o desenvolvimento de projetos de enge-
FGTS. A intenção é também utilizar recursos do FGTS para nharia, estudos, e também sistemas, por quê não?
financiar essa nova linha de crédito?
JP – É isso mesmo. Essa linha de crédito seria enqua- RF – O setor ferroviário está otimista em relação à pos-
drada dentro do programa Avançar Cidades, com orça- sibilidade de novos projetos de VLT se concretizarem no
mento já pré-estabelecido. Lembrando que recursos do Brasil. Podemos dizer que a secretaria tem dado prioridade
FGTS provêm de fundos da Caixa Econômica Federal, a essa discussão?

É hora de contratar, de financiar estudos de engenharia,


projetos executivos, estudos de viabilidade bem estruturados,
se o município tem condições de poder colocar o setor privado
para participar de um programa de VLT, ótimo.

18 REVISTA FERROVIÁRIA | Janeiro/Fevereiro DE 2019


Temos o orçamento de R$ 16 bilhões nos próximos
quatro anos para financiamentos por meio dos
programas de seleção abertos pela secretaria
e que contam com recursos do FGTS.

JP – Eu vou te dizer o seguinte, acho que o grande RF – Há uma discussão de que a viabilidade de sistemas
momento do VLT é agora, e eu vou te dizer o porquê. de VLT deve estar atrelada à reorganização de linhas de
Porque o Avançar Cidades permite a contratação de ônibus nas cidades. Qual é a sua opinião a respeito disso?
projetos executivos e de estudo de viabilidade. Agora, JP – Essa questão se aplica para tudo. Não se aplica só
a forma que a coisa vinha se desenvolvendo, sem es- para a reordenação ou para a implementação de um sis-
tudo e sem projetos executivos, dificilmente as ideias tema de VLT. Esse realinhamento de linhas de ônibus é
avançavam. Até porque se tem uma ideia de que o sis- fundamental para qualquer disfunção da infraestrutura
tema VLT é muito caro, se coloca como se todo sis- viária, seja sobre trilhos, seja sobre pneus. É preciso
tema VLT que for construído no Brasil, vai seguir o ter o sistema todo integrado, não faz sentido a gente
padrão do VLT Carioca, o que não é verdade. Então a verificar nas cidades, inclusive no Rio de Janeiro, vá-
grande oportunidade que os municípios têm de poder rias linhas de ônibus paralelas à linha da Supervia, por
implantar um sistema de VLT é agora, por meio de fi- exemplo. É importante, sim, que haja uma integração
nanciamento de estudos e projetos, para que se tenham entre os sistemas alimentadores de ônibus convencio-
dados consistentes até para buscar soluções dentro da nais para alimentar os sistemas frontais, seja sistema
iniciativa privada. sobre trilhos, seja sistema sobre pneus, seja sistemas de
BRT’s. Então essa integração é fundamental. No que diz
RF – Na sua opinião, os governos estaduais e municipais respeito à seleção dos empreendimentos pela secretaria,
devem aproveitar a chance de financiar projetos, para que é imprescindível que projetos apresentem o plano de
eles possam ser colocados em prática... mobilidade da cidade. Esse plano deve contemplar as
JP – Sim. É hora de contratar, de financiar estudos de melhores condições. Então, a integração é fundamental
engenharia, projetos executivos, estudos de viabilida- em um cenário em que o VLT seja o sistema frontal ou
de bem estruturados, se o município tem condições de o próprio alimentador de um sistema maior como metrô
poder colocar o setor privado para participar de um ou trem metropolitano. Isso é indispensável sempre.
programa de VLT, ótimo. Porque o VLT é um sistema,
que não é um equipamento de transporte apenas, é um RF – De dezembro de 2018 para cá, a secretaria já rece-
equipamento de transporte e de revitalização urbana. beu alguma proposta de financiamento para a implemen-
Ele tem que ser encarado como um projeto de revita- tação de sistema sobre trilhos?
lização, o transporte está dentro desse projeto. O que JP – Por enquanto, apenas uma proposta foi encami-
se agrega de valor, principalmente com a valorização nhada – a ampliação do Metrô de Belo Horizonte, pela
imobiliária dessa região por onde passa o VLT. É um Prefeitura de Contagem. Porém, a expectativa é de que
sistema que gera muito recurso paro o empreendimen- novas propostas sejam cadastradas.
to. Então, muitas vezes você consegue desenvolver um
sistema VLT quase que só com recursos privados, sem RF – Que projeto é esse?
participação do poder público. Mas, para isso, tem que JP – Trata-se de um investimento solicitado pela Pre-
ter todo um estudo, tem que avaliar o quanto que pode feitura de Contagem, em Minas Gerais, para a exten-
ter de valoração, qual é a vocação da região. Isso se são do Metrô de Belo Horizonte, operado pela CBTU.
consegue com um estudo bem feito, que é uma garan- A proposta prevê a implementação de uma estação, em
tia de que o sistema vai ser implantado. E isso o setor Contagem, 1,6 km de novos trilhos a um custo de R$
sobre trilhos não está preparado ainda. Com o Avançar 150 milhões. O investimento inclui sistemas de ele-
Cidades, com a possibilidade de financiar os estudos, o trificação, sinalização e controle e construção da via.
setor ferroviário passa a ter toda a condição de estudar A proposta está em processo de seleção no programa
seu sistema de VLT e poder implantar. Avançar Cidades. As fases seguintes são de qualifi-

REVISTA FERROVIÁRIA | Janeiro/Fevereiro DE 2019 19


entrevista
cação orçamentária, aprovação do projeto que é feita RF – Esses estudos englobam a CBTU como um todo ou
através da Caixa Econômica Federal, e na sequência, apenas os sistemas de Belo Horizonte e Recife?
a licitação das obras, contratação, até chegar no siste- JP – Tudo isso é parte de uma discussão sobre a mode-
ma operacional. O empreendimento está caminhando lagem a ser adotada. A princípio, existe uma pré-ava-
dentro da normalidade. liação de que trabalhar por sistemas é mais rápido do
que se buscar trabalhar como um todo. Mas isso ainda
RF – Qual o volume de recursos hoje disponível para o está num ambiente de discussão. Uma decisão a esse
programa Avançar Cidades? respeito está no ambiente do ministério.
JP – Temos o orçamento de R$ 16 bilhões nos próximos
quatro anos para financiamentos de empreendimentos RF – Como a secretaria vai trabalhar para resolver uma
por meio dos programas de seleção abertos pela secre- questão muito comum no setor que é a falta de projetos
taria e que contam com recursos do FGTS. bem estruturados, que acabam inviabilizando todo o pro-
cesso de financiamento/implementação?
RF – A secretaria trabalha em conjunto com a CBTU, que JP – A secretaria, por meio do programa Avançar Ci-
também está dentro do guarda-chuva do Ministério do dades Mobilidade Urbana, financia a elaboração de
Desenvolvimento Regional? Planos de Mobilidade Urbana, estudos técnicos e pro-
JP – O ministério está desenvolvendo nesse momento jetos executivos de engenharia, que são importantes
vários estudos para a capacitação da CBTU, para que instrumentos para a elaboração de um projeto bem
esta possa dar um atendimento melhor à qualidade dos estruturado. É importante salientar que o Programa
serviços, inclusive buscando receitas acessórias por Avançar Cidades Mobilidade Urbana estabelece que
meio de redes de serviços, como shoppings, hotéis, ou as contratações dos empreendimentos somente ocor-
seja, empreendimentos que possam agregar valor ao rem após a aprovação do projeto de engenharia, me-
entorno das estações ou da própria estação. Então, a dida que atenua os problemas enfrentados atualmente.
CBTU hoje é um caso que estamos estudando, assim Além disso, pretendemos, por meio de parcerias com
como a Trensurb, cujo objetivo também é a melhoria da organismos e entidades do setor, apoiar a estruturação
prestação de serviços. de projetos de maior complexidade.

RF – A privatização da CBTU está em pauta? RF – O que isso significa?


JP – Olha, tudo tem possibilidade de passar para JP – Isso significa que vamos buscar entidades como
o setor privado. O que precisa ser ajustado é a mo- Banco Mundial e outras agências de desenvolvimento
delagem, de como tornar o negócio atrativo para o econômico para chamá-las a participar conosco não
setor privado, e o menor possível ou até a desonera- só na questão financeira mas também na questão do
ção do subsídio por parte do poder concedente. Mas suporte aos programas que vamos desenvolver. Outro
para isso, é necessário fazer primeiramente uma boa ponto importante e que já incluímos em nosso escopo
modelagem, nós estamos trabalhando bastante nesse é a questão da inovação. Estamos o tempo todo rece-
sentido. Com certeza ainda esse ano, poderemos es- bendo informação sobre todas as inovações que estão
tar apresentando alguma coisa. Mas é possível, sim, sendo adotadas no mundo, na mobilidade urbana. Seja
isso aí é até uma política dentro do governo, de de- procedimento de trilhos, seja procedimento de pneus,
senvolver privatizações e concessões ao setor priva- sejam aqueles mais estruturados no conforto ao pedes-
do, para desonerar o estado. tre e ao uso do transporte não motorizado. Queremos

O ministério está desenvolvendo nesse momento


vários estudos para a capacitação da CBTU, para que esta
possa dar um atendimento melhor à qualidade dos serviços.

20 REVISTA FERROVIÁRIA | Janeiro/Fevereiro DE 2019


O nosso objetivo é atender as pessoas, então, os empreendimentos
que estão aqui serão todos focados na melhoria da qualidade
de vida das pessoas através da mobilidade.

que os projetos de saneamento, de habitação, de mobi- JP – Acho importante dizer que o critério para a se-
lidade urbana, desenvolvimento urbano, estejam per- leção de qualquer empreendimento é saber se vai ser
feitamente integrados. Inclusive com relação à defesa bom para o Brasil. É bom para o cidadão? Se a res-
civil, que é uma das secretarias daqui do MDE e que é posta for sim, ele continua. Se a resposta for não, ele
fundamental consultar para um conjunto habitacional, para. O nosso objetivo é atender as pessoas, então,
ela não pode levar as pessoas para um lugar distante. os empreendimentos que estão aqui serão todos fo-
O que dá condições para as pessoas é habitação inte- cados na melhoria da qualidade de vida das pessoas
grada à cidade, que tenha serviços perto, transporte, através da mobilidade. Ou seja, menor tempo de per-
padaria, ambulatório, médico, farmácia etc. A deter- curso, menor número de acidentes, melhor qualidade
minação de todos do ministério é que os empreendi- do ar, menores internações de pessoas em hospitais
mentos sejam integrados, visando sempre melhorar a por problemas respiratórios decorrente de poluição.
qualidade de vida das pessoas. Essa é a base essencial Vamos não só utilizar indicadores como tamanho do
do nosso trabalho. metrô ou de rede de corredor de ônibus, mas tam-
bém colocar indicadores que apresentem a melhoria
RF – Essa premissa vai pautar, inclusive, a seleção de pro- de qualidade que aquele empreendimento pode trazer
jetos pela secretaria? para as pessoas.
evento

Clima de otimismo
Número de expositores na 21º NT Expo cresceu em relação à edição de 2017
Divulgação/NT Expo

Evento deve receber mais de 4 mil visitantes este ano

A
expectativa por novos negócios este ano le- logística, transporte de carga e comércio exterior. Márcia
vou empresas do setor a fecharem participação diz que as mudanças possibilitam antecipar ciclos de ne-
na 21ª NT Expo – Negócios dos Trilhos, que gócios, adequando-os aos calendários nacional e interna-
acontece entre os dias 19 e 21 de março, na São cional. “A NT Expo junto com a Intermodal South Ame-
Paulo Expo. A feira está com todos os espaços vendidos rica é uma boa estratégia para fomentar novos negócios
desde dezembro de 2018, de acordo com a Informa Exhi- para os dois mercados”.
bitions, organizadora do evento. Ao todo, são 110 marcas
em um pavilhão de 8 mil metros quadrados. A empresa Atrações
não menciona número de expositores, pois no mesmo es- Pelo segundo ano, o evento abriga o “Estação Conhe-
paço pode haver mais de uma marca, mas destaca que 27 cimento”. Trata-se de um espaço onde serão realizadas 30
expositores participam do evento pela primeira vez. palestras gratuitas (10 por dia) com duração de 30 minutos
“Crescemos mais de 10% em número de expositores na cada. As palestras serão ministradas pelos expositores e
comparação com a última edição, em 2017. O setor ferro- por associações parceiras. Para assisti-las, basta fazer o
viário está mais otimista com o plano de concessões anun- credenciamento de visitante na NT Expo. A capacidade da
ciado pelo governo federal”, acredita Márcia Gonçalves, Estação Conhecimento é de 80 lugares.
gerente geral do portfólio de infraestrutura da Informa. Outra atração é a rodada de negócios, organizada pela
O NT Expo desse ano tem como principais novida- Associação Nacional dos Transportadores de Passageiros
des a data e o local. Antes realizada próximo ao fim do sobre Trilhos (ANPTrilhos), Joubert Flores. O objetivo é
ano, geralmente em novembro, agora a feira acontece em aproximar os associados (operadoras de passageiros) de
março, e está sendo organizada juntamente com a 25º In- fornecedores do setor. “Queremos que compradores e ex-
termodal South America, evento voltado para o setor de positores estreitem relacionamentos e ampliem a rede de
22 REVISTA FERROVIÁRIA | Janeiro/Fevereiro DE 2019
contatos, visando à geração de negócios”, completa Flores. atenção do público. O espaço, organizado em parceria com
A feira conta também com a exposição do Aeromó- a secretaria de Transportes Metropolitanos, traz materiais
vel 6ª Geração (modelo A200, com 25 metros de com- históricos neste meio século de sistema na capital paulista.
primento e capacidade para 300 passageiros) no estande
da Aeromóvel Brasil (uma das empresas que participam Expectativa de público
pela primeira do evento) e Marcopolo. “O veículo atual, O evento congrega a cadeia produtiva dos segmentos
além de atender a todas as normas internacionais, possui a de carga e de passageiros em níveis nacional e internacio-
capacidade produtiva da Marcopolo”, nal. A expectativa dos organizadores é
explica Marcus Coester, CEO da Ae- "O setor ferroviário está de que 4,9 mil pessoas visitem o pavi-
romóvel Brasil. lhão durante os três dias da feira.
O CEO lembra que a geração 5 do
mais otimista com o plano Entre as empresas expositoras es-
aeromóvel está em uso no aeroporto de de concessões anunciado tão fornecedores especializados em
Porto Alegre há cinco anos e que a ge- pelo governo federal" bilhetagem, construção e infraestru-
ração 4 está em operação na Indonésia, Márcia Gonçalves, tura, eletrificação, gerenciamento de
país onde o sistema completa 30 anos Informa Exhibitions sistemas, operadoras de cargas e pas-
de atividade. “Nossa expectativa para o sageiros, manutenção, metalurgia e
evento é muito boa, pois estamos em um momento muito usinagem, sinalização, dormentes, peças e componentes,
oportuno para inovação e para investimentos em mobili- interiores e telecomunicações. Há expositores de mais de
dade urbana. Existe uma grande carência de investimentos dez países como Estados Unidos, Suíça, Suécia, Áustria,
nesta área no Brasil, em sistemas sobre trilhos”, afirma. Itália, Espanha, Canadá e China. Saiba mais sobre o even-
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Conheça os indicados a
Ferroviário Padrão
O
Prêmio Revista Ferroviária 2019, que com- colegio-eleitoral/, que vai para análise da comissão organi-
pleta 30 edições este ano, tem novidades. zadora do Prêmio.
Além do Conselho Editorial da RF, o Colégio O Prêmio Ferroviário Padrão conta com o apoio da Asso-
Eleitoral, formado por profissionais atuantes ciação Nacional dos Transportadores Ferroviários (ANTF)
no setor metroferroviário, terá esse ano a missão de fazer e da Associação Nacional dos Transportadores de Passagei-
a escolha final dos vencedores do Prêmio Ferroviário Pa- ros sobre Trilhos (ANPTrilhos). No dia da cerimônia (ainda
drão (um para Carga e outro para Passageiros). sem data definida), todos os indicados serão convidados ao
A escolha dos ganhadores do Prêmio Ferroviário Padrão palco para receber uma homenagem da associação que re-
será feita com base numa lista de ferroviários indicados presenta as operadoras nas quais trabalham. A RF sugere às
pelas operadoras (veja abaixo). Importante ressaltar que a operadoras como critérios de indicação o cumprimento da
Vale, operadora da EFVM e EFC, não indicou ainda os no- meta de produção do funcionário ou de seu grupo; espírito
mes. O Colégio Eleitoral também é responsável pela esco- de equipe; e criatividade na busca de soluções.
lha dos ganhadores nas categorias setoriais do Prêmio RF, Os três critérios podem ser aplicados a qualquer fun-
por meio de uma votação cruzada. Nenhum profissional do cionário (a) de qualquer área. No entanto, para manter a
Colégio Eleitoral pode votar em sua empresa de atuação. premiação próxima da coletividade dos ferroviários, a RF
Fornecedores votam em operadoras e operadoras votam em aconselha às operadoras a indicação de colaboradores efeti-
fornecedores. Para fazer parte do Colégio Eleitoral é pre- vos abaixo do segundo nível de hierarquia, ou seja, excluin-
ciso preencher um formulário http://www.premiorf.com.br/ do diretores e superintendentes gerais.

Carga Carga
Ferrovia Centro-Atlântica Ferrovia Norte-Sul
Indicado: Ricardo Luiz Rafante Indicado: Fabrício Scarpatti Rodrigues
Cargo: Instrutor de Manutenção Cargo: Gerente de Operações Ferroviárias
Perfil: Trajetória de 36 anos como ferroviário. Trabalhou Perfil: Mais de 20 anos de experiência na área de ferrovia.
como agente de almoxarifado da RFFSA e teve passagem Desde 2014, atua na Ferrovia Norte-Sul, sendo responsável
pela CBTU. Em 2012, iniciou sua atuação como instrutor pela produção e segurança pessoal e operacional. Enge-
de manutenção mecânica ferroviária, dedicando-se a pes- nheiro mecânico, tem passagens pela Vale e FCA, nesta
quisas e elaboração de materiais didáticos e dinâmica de última já tendo atuado como gerente de saúde e seguran-
treinamentos práticos para diversos públicos da ferrovia. É ça. Em 2018, Scarpatti implementou várias melhorias nos
considerado pela VLI uma referência interna e externa no processos operacionais que possibilitaram uma redução de
que diz respeito ao setor 18% no tempo de ciclo
de vagões. Faz parte do de vagões em São Luís
comitê CB006 da ABNT, (MA). Foram um total de
responsável pela elabora- 102 pessoas formadas em
ção de normas técnicas tempo recorde para assu-
ferroviárias brasileiras. mirem a operação de for-
De acordo com a VLI, mação de trens de grãos e
tem contribuição decisiva celulose no terminal Ponta
para o cumprimento das da Madeira. Segundo a
metas de produção, uma VLI, o colaborador é uma
vez que é peça-chave no referência interna na for-
processo de capacitação mação e cuidado com as
das equipes. pessoas, já tendo formado
dois novos gerentes em
sua área.
24 REVISTA FERROVIÁRIA | Janeiro/Fevereiro DE 2019
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Ferrovia Tereza Cristina Ferrovia Transnordestina
Indicado: Gilmar Borges Alano
Cargo: Assistente de Manutenção Mecânica
Logística
Indicado: Vanderley Saraiva de Moraes Rego
Perfil: Profissional com formação técnica no Senai e cola-
Cargo: Técnico de Manutenção
borador da FTC desde 1980, na então RFFSA. Atualmente
Perfil: Iniciou a carreira aos 20 anos após concluir o curso
é responsável pelo setor de Freios de Locomotivas. De
técnico de Eletromecânica na Escola Técnica Federal do
forma frequente é convocado para atuar como facilitador
Maranhão, em São Luís. Logo depois, passou no con-
de cursos de formação de maquinista. Participante ativo
curso na RFFSA, onde assumiu em 1983 como eletricista
dos programas da empresa, desenvolve serviços de ma-
de locomotivas. Ao longo da trajetória, procurou ampliar
nutenção e recuperação de sistemas de freios e compres-
conhecimentos em outras áreas de manutenção, como
sores de ar de locomotivas, com o objetivo de garantir a
mecânica de motor a
segurança da operação
diesel e pneumática de
ferroviária. Segundo a
locomotivas. De acordo
FTC, o colaborador é
com a FTL, dispõe de
engajado na realização
habilidades técnicas
de trabalhos de manu-
específicas e oferece
tenção em grupo e foi
relevante contribuição
responsável por desen-
ao replicar seus conheci-
volver melhorias, tais
mentos em treinamentos
como: modernização de
de formação e recicla-
painel de comando de
gem de maquinistas. O
maquinistas e do sistema
profissional é respeitado
de freios modelo 6SL.
pelos colegas e superio-
res e tem bom relaciona-
mento com a equipe.
Carga Carga
MRS Logística Rumo Logística
Indicado: Guilherme Schmidt Indicado: Cleusadir José Pacholski
Cargo: Consultor Ferroviário Cargo: Especialista de Operações Sênior
Perfil: Iniciou sua carreira na MRS em 1997. Participou Perfil: Começou a atuar em ferrovia na área de manuten-
diretamente de algumas conquistas da empresa, tais ção de locomotivas em 1983, como aprendiz de eletricis-
como a construção do Posto de Abastecimento do P1- ta. Tornou-se analista em 2003, coordenador de manuten-
07 (MG) e de Santa Rosa (RJ), da Oficina do P1-07 (MG) ção em 2004 , especialista de manutenção em 2014. Em
e de 12 pátios na Ferrovia do Aço e de duplicações da 2018, liderou a renovação da locomotiva GT 4653, que
malha. Exerceu diferentes cargos, entre eles, engenheiro teve seu sistema elétrico e estrutura renovados. Depois da
de energia, especialista ferroviário, coordenador de pro- reforma – por um preço muito inferior aos praticados no
dução, gerente de Pá- mercado, uma vez que
tios e Terminais e ge- propôs alternativas
rente de Operação de de baixo custo para a
Trens. De acordo com sua recuperação – a
a MRS, o colaborador locomotiva, de 1982,
procura permear os tem estimativa de
conhecimentos com operar, no mínimo,
os colegas, manter o por mais 35 anos.
foco, atender prazos Segundo a Rumo, o
e cumprir metas com colaborador atuou de
dedicação, sempre forma implacável na
estabelecendo o redução de custo a
diálogo com as partes partir da reutilização de
envolvidas. É conside- peças e é considerado
rado um exemplo para referência em sua área
todos. de atuação.
26 REVISTA FERROVIÁRIA | Janeiro/Fevereiro DE 2019
Carga Passageiros
Transnordestina Logística CBTU
Indicado: Edison Pinto Coelho Indicado: José Geraldo Guimarães Ribeiro
Cargo: Assessor Técnico Cargo: Instrutor de Treinamento dos Sistemas Operacionais
Perfil: Engenheiro civil, pós-graduado em Engenharia e Perfil: Há mais de 30 anos, o colaborador mantém alto nível
Segurança do Trabalho, Logística, Administração e Finan- de produtividade e de comprometimento, segundo a CBTU.
ças, também é mestre em Engenharia Ferroviária. Iniciou Desde o início de sua carreira, tem desenvolvido visão sistêmi-
a carreira em 1985 na Vale. Passou pela MRS, Brasil Fer- ca sobre seu papel individual e coletivo, buscando combinar
rovias e América Latina Logística. De acordo com a TLSA, as competências necessárias para a execução de ações. Nos
tem espírito agregador, últimos cinco anos, dedi-
motivador e de lideran- cou-se à criação, desen-
ça junto aos colabora- volvimento e implantação
dores. Dispõe de foco do software CCO Alter-
em mudanças estrutu- nativo, ferramenta que
rais e racionalização de permite maior assertivi-
processos, visando ao dade e segurança para
incremento de operação de sistemas
produtividade com cria- de Controle, Sinalização
tividade na procura de e Energia da CBTU-BH.
alternativas. Tem expe- Contribui para a forma-
riência internacional e ção de times sinérgicos,
background acadêmi- propiciando troca enri-
co, além de domínio do quecedora de conheci-
ambiente regulatório de mento e experiências
transportes no Brasil. entre as equipes.

PELICANO
prêmio rf
Passageiros Passageiros
CCR Metrô Bahia Metrô de São Paulo
Indicado: Aldenir de Sena Silva Indicado: Wilson Castilho
Cargo: Assistente de Operação da CCR Metrô Bahia Cargo: Especialista de Manutenção
Perfil: Formado em Ciências Contábeis, o colaborador Perfil: Trabalha no Metrô SP desde 1975. Atualmente é o
acumula mais de 13 anos de experiência no setor ferrovi- líder técnico do grupo de implantação do módulo PM (Ma-
ário. Em 2015, entrou na CCR Metrô Bahia para o cargo nutenção) do sistema SAP. Segundo a operadora, é preo-
de controlador. Em pouco tempo, foi promovido para cupado com as questões de custo, agilidade e assertivida-
supervisor de Centro de Controle Operacional e, em 2018, de, questiona os orçamentos sob aspectos quantitativos e
passou a ocupar o cargo de Assistente de Operação. qualitativos, em busca da excelência nos resultados e de
Segundo a empresa, sustentabilidade. Tem
assumiu com desen- proatividade e dispo-
voltura as atividades, nibilidade para orientar
prestando apoio direto equipes. É autodidata
ao coordenador da e dotado de criativida-
área nos processos, de e inovação, sempre
nos assuntos técnicos demonstrando energia,
e nos treinamentos de dedicação e determi-
formação e reciclagem nação nas atividades,
de controladores e em todos os desafios
supervisores, contri- propostos, afirma o
buindo de maneira Metrô de São Paulo.
efetiva para a qualida-
de da mobilidade em
Salvador.

Passageiros Passageiros
CPTM Companhia de Transportes
Indicado: Francisco Assis Lupianhe
Cargo: Operador de Console de Circulação
do Estado da Bahia
Indicado: Sérgio Murilo Lima da Silva
Perfil: Está na companhia desde 1996 e atua na área
Cargo: Subcoordenador de Tecnologia da Informação
de controle do tráfego de trens e no contato com pátios
Perfil: Atua na área ferroviária desde 1977, quando
de manobra. Entre os motivos da indicação, segundo a
iniciou funções no setor de manutenção elétrica. Exerce
CPTM, está o fato de ter organizado gráficos de cir-
o cargo desde 2016 na CTB, onde já foi também sub-
culação para realização de serviços como o Expresso
coordenador de Suprimentos e Patrimônio. Segundo a
Copa (durante a Copa do Mundo 2014, para ligar as
companhia, o colaborador demonstra comprometimen-
estações Luz e Corinthians-Itaquera, em 19 minutos);
to com os objetivos metas não só de sua área como de
o Connect e Airport
toda a empresa. Está
Express (trens ex-
à disposição para
clusivos saindo das
contribuir em comis-
estações Luz e Brás
sões criadas para
direto à estação
estudos, apresenta-
Aeroporto Guarulhos);
ção de propostas,
e o Expresso Leste,
desenvolvimento de
da estação Luz até
projetos e apurações
Estudantes, eliminan-
administrativas.
do a transferência na
estação Guaianases.

28 REVISTA FERROVIÁRIA | Janeiro/Fevereiro DE 2019


Passageiros Passageiros
Metrô-DF MetrôRio
Indicado: Leonardo Moy Alves Berardinelli Indicado: Fernando José Miceli
Cargo: Chefe da Divisão de Planejamento e Expansão Cargo: Especialista de Tráfego Operacional
da Rede Perfil: Tecnólogo em Recursos Humanos, atua no Me-
Perfil: Graduado em Ciências Contábeis, com MBA em trôRio desde 1985. Sua trajetória na empresa teve início
Gestão de Projetos e mestre em Transporte, o colabora- como condutor. Durante o período como supervisor do
dor atua no Metrô-DF desde 2015, sendo responsável pela Centro de Controle, Miceli foi bem-sucedido na gestão de
gestão e fiscalização de contratos, gerenciamento de equi- equipes, sempre integradas e coesas, o que o levou à po-
pe de engenheiros e arquitetos, além de coordenar projetos sição atual. O MetrôRio afirma que o colaborador tornou-se
de inovação. Segundo um dos maiores especia-
a operadora, Berardinelli listas do sistema metro-
se empenhou na busca viário no Rio de Janeiro.
de soluções no que diz Sua experiência foi es-
respeito ao desenvolvi- sencial para a realização
mento do projeto Sinaliza- de diversos projetos, com
ção Online, cujo resultado destaque para a Linha 4,
foi a instalação de painéis em 2016. Junto a uma
informativos sobre o inter- equipe multidisciplinar
valo entre trens nas plata- e fornecedores, Miceli
formas das estações, o contribuiu para a inaugu-
que gerou economia para ração da linha a tempo
companhia e conforto dos Jogos Olímpicos.
aos usuários.
prêmio rf
Passageiros Passageiros
SuperVia Trensurb
Indicado: Maria Dulce Araújo de Castro Indicado: Francisco Adroaldo Zuccarelli
Cargo: Gerente da Área de Segurança e Auditoria Cargo: Supervisor de Manutenção
do Tráfego Perfil: Está na Trensurb desde 1985, onde sempre de-
Perfil: Ingressou na RFFSA em 1979 como estagiária, numa senvolveu atividades na área de manutenção. É disposto
época em que a presença de mulheres se restringia a ativi- e conhecedor de todo o pátio de manutenção, afirma a
dades burocráticas. Para a SuperVia, Dulce lidera as equipes operadora. Atinge os níveis de produtividade com pres-
de maneira ímpar. Além disso, ministra de forma regular teza e qualidade nas atividades desenvolvidas. O cola-
treinamentos e reciclagem de procedimentos que envolvem a borador é proativo com a equipe no que diz respeito ao
segurança da circulação alcance de metas e
dos trens para cerca de cumprimento de re-
1.500 integrantes da gras em relação à se-
área operacional. De- gurança do trabalho.
dicada, competente e Transforma problemas
engajada, nas palavras em desafios, suge-
da operadora, a colabo- rindo soluções que
radora mantém-se em possam ser adequa-
constante movimento, das à realidade
o que faz com que ela da operação.
esteja sempre antenada
às tendências do mer-
cado, buscando novos
métodos e soluções.

Passageiros Passageiros
ViaMobilidade ViaQuatro
Indicado: Gabriel Lana de Jesus Indicado: Wellington Oliveira Costa
Cargo: Agente Atendimento e Manutenção de Equipamen- Cargo: Analista de Engenharia de Atendimento e Interação
tos Fixos com o Cliente
Perfil: Antes de ingressar na ViaMobilidade, foi colaborador Perfil: Iniciou a carreira na ViaQuatro em 2009, como técni-
por seis anos na ViaQuatro, onde trabalhou no setor de im- co de manutenção, função que ocupou até 2013, quando foi
plantação, eletromecânica e manutenção de equipamentos promovido a Agente Especializado na área de Engenharia de
fixos, mesma área onde atua na ViaMobilidade. Formado Atendimento. Liderou o projeto para a retirada das esteiras
pelo Senai em Eletricista de Manutenção, hoje cursa Enge- rolantes na transferência entre as estações Paulista e Con-
nharia Elétrica. Desenvolveu uma ferramenta (atualmente em solação (Linha 2-Verde). A complexidade deve-se ao fato de
caráter experimental) que simula falhas na alimentação de que 80% do fluxo de passageiros na estação utiliza o túnel
energia da Linha 5-Lilás, de transferência entre as
por meio da reprodução linhas, por meio de apro-
virtual de situações que ximadamente 200 metros
ocorrem em campo. A de corredores, que eram
aplicação da ferramenta ligados por seis esteiras
em treinamentos tornou rolantes. Após a retirada
possível e de forma rá- desses equipamentos, a
pida e eficiente, a for- capacidade de locomo-
mação de cerca de 200 ção instalada no túnel
profissionais, segundo a aumentou cerca de 14%.
concessionária. A inovação está na criati-
vidade e proatividade do
colaborador em propor
algo que vai contra o
senso comum.
30 REVISTA FERROVIÁRIA | Janeiro/Fevereiro DE 2019
HIDREMEC
notas
Cisa Trading foca no Ferrovias paulistas
mercado full service são tema de livro
Está disponível na
versão e-book (no
site da Amazon) o
livro “O desmanche
das ferrovias paulis-
tas”, de autoria do es-
tudioso Ralph Gies-
brecht. A publicação
de 392 páginas traz
uma pesquisa sobre o
processo de erradica-
ção de ramais e linhas
da Cia Paulista, Mo-
A Cisa Trading, que desde 2014 representa no Brasil giana, Sorocabana,
a fornecedora russa de trilhos Evraz, fechou parceria EF Araraquara, EF
com outra empresa do setor, a Loram, norte-americana São Paulo a Minas,
que produz equipamentos de manutenção de via. A Lo- EF Santos-Jundiaí,
ram já forneceu esmerilhadoras de trilhos para EFVM, Noroeste, Central do Brasil, Bragantina, EF Campos de
EFC, FCA e MRS. A estratégia dessa vez é entrar no Jordão e Itatibense. Por meio de relatórios da RFFSA e
mercado full service – que inclui operação e manuten- matérias jornalísticas de época, o autor lembra como o
ção das máquinas. “Queremos explorar esse modelo descaso e a falta de prioridade de governos eliminaram
nos próximos anos”, ressalta Murilo Martins, gerente do mapa trens de passageiros de média e longa distân-
comercial da Cisa. cias no estado.

Menino fã de trens ganha coleção da RF


Eduardo Cabral, o Dudu, é uma criança de sete
anos apaixonada por trens. Em fevereiro, a ViaQua-

Divulgação/ViaQuatro
tro realizou o sonho do menino de conhecer o pátio
Vila Sônia, onde é feita a manutenção da frota da
Linha 4-Amarela do Metrô SP, e o Centro de Contro-
le Operacional, onde foi recebido pelo presidente da
empresa, Luis Valença.
A história chamou de Hugo Vilela Teixeira, cola-
borador da ViaMobilidade, que decidiu doar sua co-
leção da Revista Ferroviária e catálogos de eventos
do setor para Dudu. “Eu me vi nele. Também sou fa-
nático por trens desde a infância. Queria que as edi-
ções ficassem com alguém que realmente gostasse do
tema”, disse Hugo.

Hugo Vilela, da ViaMobilidade, entrega


a sua coleção de RF para Dudu
32 REVISTA FERROVIÁRIA | Janeiro/Fevereiro DE 2019
arquivo ferroviário
VLT Citadis da Alstom em opera-
ção na linha T3 do sistema de Lyon,
na França, que liga as estações
Part-Dieu a Meyzieu. A composição,
que começou a operar em dezembro
de 2012, tem 42 metros de compri-
mento e capacidade de transporte
de 400 passageiros, o equivalente a
seis ônibus. Foram encomendadas
na época 12 VLTs desse modelo, que
substituíram a frota de trens de 32
metros (realocadas em outras linhas
do sistema). Os bondes chamam a
atenção pela estética da parte dian-
teira, com formas arredondadas, di-
ferente de outros Citadis em circula-
ção no mundo. Segundo a Alstom, 2.500 VLTs Citadis estão em operação
em 50 cidades (incluindo o Rio de Janeiro) de 20 países. A bordo desse
modelo são transportados cerca de 4 milhões de passageiros por dia.
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arquivo ferroviário
capa

A conta que não fecha


Na falta de dados
oficiais, levantamento
da RF indica
que 57,56% da
malha ferroviária
está praticamente
sem uso no país

Q
uantos quilômetros de fer-
rovias existem no Brasil?
Desse total, quantos estão
efetivamente operando
dentro de uma capacidade razoável de
carga? Quantos quilômetros estão sem
nenhum tráfego?
São perguntas aparentemente sim-
ples. Mas o fato é que não existem
dados oficias que permitam mostrar,
com segurança, qual a realidade das
ferrovias de carga no Brasil. Uma
conta difícil de fazer até mesmo para
pessoas que atuam há muitos anos no
setor ferroviário.
“Pelas nossas contas, 12 mil km es-
tão operando em plena capacidade, 6
mil km estão subutilizados e 12 mil
km estão inoperantes”, diz Luis Hen-
rique Baldez, presidente da Associa-
ção Nacional dos Usuários de Trans-
porte (Anut).
“Trabalhamos com um número que
é meio que consenso no setor de que
dos 29.075 km da malha, um terço
está sendo densamente utilizado, um
terço relativamente utilizado e um
terço não utilizado. Mas não dá para
bater o martelo, não tem precisão”,
completa Vicente Abate, presidente
da Associação Brasileira da Indústria
Ferroviária (Abifer).

36 REVISTA FERROVIÁRIA | Janeiro/Fevereiro DE 2019


“Estimo que cerca de 10 mil km da malha ferroviária brasileira
estejam efetivamente operando atualmente. Sabemos que o tron- Andando para trás
co Sul até Porto Alegre, hoje operado pela Rumo, praticamente Na década de 1990, o país concessionou as fer-
despareceu. Sobre os trechos subutilizados e sem tráfego, eu não rovias à iniciativa privada. As linhas da antiga Rede
sei precisar o tamanho”, arrisca Francisco Petrini, diretor execu- Ferroviária Federal, acrescida da linha federalizada
tivo do Simefre. da Fepasa, foi dividida em sete malhas: Oeste, Cen-
"É mais fácil falar o que está funcionando em pleno uso", diz tro-Leste, Sudeste, Sul, Nordeste, Tereza Cristina e
em tom de lamento Jean Pejo, atualmente secretário Nacional de Paulista. Somadas à Estrada de Ferro Vitória a Mi-
Mobilidade e Serviços Urbanos junto ao Ministério do Desenvol- nas; Estrada de Ferro Carajás; ao trecho inicial da
vimento Regional. “Você tem os 800 km de Carajás, 800 km da então Ferronorte e à Estrada de Ferro Amapá, o
Vitória-Minas, 1,6 mil km da MRS, os 1,5 mil km do corredor país tinha na virada do século passado 28.509,94
Rondonópolis-Santos e mais 2 mil km na VLI, nos corredores km de ferrovias.
para Santos e para Vitória”, lista Pejo, numa conta que, a grosso Desde então, as ferrovias brasileiras ganharam
modo, indica que existem apenas 6,7 mil km em operação trans- 2.145 km em novas linhas com capacidade opera-
portando basicamente minério (80%) e soja. cional: 235 km na Malha Norte (Ferronorte); 720 km
Nem mesmo o órgão regulador do setor, a Agência Nacional de do Tramo Norte da Ferrovia Norte-Sul; 856 km do
Transportes Terrestres (ANTT), arrisca dizer quantos quilômetros Tramo Central da mesma FNS; 248 km da Ferroes-
de ferrovia estão em operação ou qual o total de linhas desativa- te; e 86 km em Carajás. Mas ao invés de aumentar
das. Diante da pergunta, a Agência mandou a Revista Ferroviária para mais de 30 mil km, segundo a própria ANTT,
fazer as contas, com base na Declaração de Rede 2017, o dado com base na Declaração de Rede de 2017, a malha
mais recente disponibilizado pelas concessionárias. encolheu para 29.075 km.
capa
As Declarações de Rede, como
o nome indica, são o que as con-
O que dizem as operadoras
cessionárias dizem à autoridade
reguladora como pretendem usar Rumo no levantamento são apenas ramais que
a linha. Não significa que a meta A companhia encontra-se em período atendem demandas exclusivas, o que jus-
declarada seja efetivamente a meta de silêncio, devido à emissão de debên- tifica nível menor de utilização. Já a FNS
cumprida. Mas é com esse dado tures aprovada pelo conselho de adminis- registra em seu ponto restritivo 84% de
que a ANTT trabalha. E é esse o tração da Rumo em 12/02/2019. Por isso, utilização, o que contraria a indicação de
único dado disponível. não pode se manifestar. ociosidade apresentada.
Ele não permite aferir, por exem-
plo, o custo variável de curto prazo, FTL FTC
que define o que se gasta com ma- Os trechos ferroviários que compõem É uma situação normal essa ociosidade,
nutenção para manter a linha ope- a concessão nos estados do Rio Grande devido à extensão da malha (164 km), às
rando sem descarrilhar. Se a receita do Norte, Paraíba, Pernambuco e Alago- condições comerciais de captação de cargas
do trecho não cobrir esse gasto mí- as, estão com tráfego suspenso devido à e de clientes e à sua atividade operacional.
nimo com brita, dormente, nivela- inviabilidade econômica. No caso especí- Há uma demanda de carvão estabele-
dora, socadeira etc, a linha, se ainda fico do trecho de Alagoas, as chuvas do cida e acréscimos dependem de outros
não foi, em breve será desativada. ano de 2000 danificaram fortemente a fatores da produção, industriais e ele-
Mas isso não é possível aferir com ferrovia, impossibilitando a continuidade troenergéticos. Quanto às cargas para
os dados disponibilizados. do tráfego. Em 2010, após ser recons- o porto (contêineres), no trecho Capivari
A Revista Ferroviária foi fazer a truído, o trecho estava pronto para ser a Imbituba, a circulação de trens ainda
conta que a ANTT não tem pronta, reinaugurado, mas outra enchente com- é baixa. Assim, alguns trechos e ramais
para estimar quanto da malha se prometeu novamente a malha ferroviária. possuem ociosidade.
encontra sem tráfego e quanto está Em função desse novo incidente que da-
subutilizada. A malha sem tráfego nificou mais uma vez a malha, trazendo MRS
é aquela que declaradamente as vultosos prejuízos à concessionária, e O ramal de Mogi das Cruzes – já rece-
concessionárias indicam que não considerando também a já mencionada bido pela MRS em tráfego suspenso, con-
pretendem passar nenhum trem inviabilidade econômica desse trecho, forme contrato de concessão – está em
pelo trecho. Mas para calcular o encontra-se em andamento um processo processo de desvinculação junto à ANTT.
que está subutilizado, o critério de negociação junto à ANTT e ao Dnit vi-
precisa ser arbitrado. sando à sua devolução ao Estado. Amapá
O único parâmetro possível é A Procuradoria-Geral do Estado (PGE)
traçar uma linha de corte dentro VLI informa que o caso da Estrada de Ferro
da capacidade ociosa declarada A VLI, controladora da Ferrovia Cen- do Amapá está judicializado. O governo do
pelas operadoras para cada trecho. tro-Atlântica e do tramo norte da Ferrovia Amapá já decretou a caducidade da estra-
No documento, a operadora indi- Norte-Sul, contesta a análise feita dos in- da por meio de decreto, mas a empresa
ca quantos trens podem passar em dicadores e entende que ela não reflete a Zamin Ferrous entrou na Justiça, alegan-
cada trecho por sentido e quantos realidade da ferrovia e a matriz de deman- do que iria recuperar a estrada. Mas, não
efetivamente ela pretende operar. da atual. A VLI esclarece que conta com conseguiu cumprir os prazos. O último
Para fazer a estimativa, usamos o cerca de 8 mil quilômetros de ferrovia e prazo venceu em dezembro de 2018 e
sentido decrescente (para o porto) parte deles com nível de utilização média uma nova empresa manifestou interesse
e consideramos subutilizados, de de 65%, com picos de 95%. Para trechos em criar um projeto e investir no patri-
maneira conservadora, os trechos presentes na concessão da FCA, mas sem mônio. O processo tramita no Tribunal de
com mais de 60% de capacidade demanda comercial por cargas atualmen- Justiça do Estado de São Paulo.
ociosa. Levamos em consideração te, a VLI se mantém constantemente aber-
especificidades como as da MRS, ta e em busca de soluções para retomar Vale e Ferroeste não se manifesta-
que opera em sistema de carrossel, a operação. Partes dos trechos listados ram até o fechamento da edição.

38 REVISTA FERROVIÁRIA | Janeiro/Fevereiro DE 2019


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capa
usando uma linha para descer e outra no sentido ascenden- de capacidade ociosa. Significa que no total, mais da
te. Nesse caso não contabilizamos os trechos que operam metade, quase 60%, da malha ferroviária, está pratica-
num único sentido como ociosos. mente sem uso.
Considerando a extensão total da malha ferroviária Na Malha Oeste, operada pela Rumo, 91% está sem
inicialmente concessionada, conforme os contratos de tráfego ou subutilizada. No Nordeste, 73,77% da Trans-
concessão, e somando os trechos construídos posterior- nordestina está praticamente sem uso. Na FCA, operada
mente, chegamos a um total 30.654,74 km de ferrovias pela VLI, o índice é de 70,74%; e na Malha Paulista, tam-
que deveriam existir no país. Desse total, 9.505,01 km bém da Rumo, 62,27%. Na Malha Sul, entre sem tráfego
estão sem nenhum tráfego de trens, desativados e até e subutilizada, chega-se a 50,63%. As tabelas falam por
mesmo, em alguns casos, erradicados. Pelo menos ou- si. Dão uma ideia, ainda que aproximada e conservadora,
tros 8.140,37 km estão subutilizados, com mais de 60% sobre o que está sem uso na malha ferroviária brasileira.

SITUAÇÃO DA MALHA FERROVIÁRIA


Extensão Sem tráfego Subutilizado Sem tráfego + % sobre
Concessão
(km) (km) (km) subutilizada (km) o total
Rumo Malha Norte 735,00 0,00 27,27 27,27 3,71%
Rumo Malha Oeste 1.625,40 322,28 1.156,87 1.479,15 91,00%
Rumo Malha Paulista 4.186,00 1.040,02 1.566,64 2.606,67 62,27%
Ferrovia Centro-Atlântica 7.584,00 1.960,23 3.404,44 5.364,67 70,74%
Ferrovia Norte Sul (Tramo Central)* 855,80 855,80 0,00 855,80 100,00%
Ferrovia Norte-Sul (Tramo Norte) 720,00 0,00 293,50 293,50 40,76%
Ferrovia Tereza Cristina 164,00 0,00 71,95 71,95 43,87%
Ferrovia Transnordestina Logística** 4.367,00 3.020,35 201,38 3.221,73 73,77%
MRS Logística 1.674,00 19,29 0,00 19,29 1,15%
Estrada de Ferro Carajás 978,00 0,00 0,00 0,00 0,00%
Estrada Ferro Vitória a Minas 898,00 16,10 162,68 178,78 19,91%
Ferroeste 248,00 0,00 80,14 80,14 32,31%
Rumo Malha Sul 6.426,54 2.077,94 1.175,51 3.253,45 50,63%
Estrada de Ferro Amapá 193,00 193,00 0,00 193,00 100,00%
TOTAL 30.654,74 9.505,01 8.140,37 17.645,38 57,56%
*Sem considerar o trecho de 681,2 km entre Ouro Verde de Goiás e Estrela D'Oeste, com 90% das obras concluídas.
**Sem considerar os 600 km construídos a partir do entrocamento de Salgueiro.

MALHA FERROVIÁRIA SEM TRÁFEGO


Concessão Trecho Extensão (km) Ociosidade
Ramal de Ladário 6,00 100,00%
Rumo
Ramal de Ponta Porã (Guavira-Ponta Porã) 303,50 100,00%
Malha Oeste
Ramal Manoel Brandão 12,78 100,00%

Subtotal 322,28 100,00%


Rumo
Alça Alumínio-Capricórnio 4,70 100,00%
Malha Paulista
Continua
40 REVISTA FERROVIÁRIA | Janeiro/Fevereiro DE 2019
capa
Continuação

MALHA FERROVIÁRIA SEM TRÁFEGO


Concessão Trecho Extensão (km) Ociosidade
Alça de Campinas 1,96 100,00%
Boa Vista Nova-Cnaga 3,00 100,00%
Itirapina-Colômbia (Barrinha-Colômbia) 185,60 100,00%
Ramal Cajati (Solemar-Cajati) 213,50 100,00%
Ramal de Paratinga-Samaritá 4,05 100,00%
Rumo
Malha Paulista Ramal de Piracicaba (Santa Bárbara D'Oeste-Piracicaba) 45,20 100,00%
Ramal de Rio Claro Velho 5,71 100,00%
Ramal Itirapina-Panorama (Bauru-Panorama) 372,60 100,00%
Ramal Varginha-Evangelista de Souza (Colônia Paulista-Evangelista de
21,70 100,00%
Souza)
Ramal de Evangelina-Itaú (*) 182,00 100,00%
Subtotal 1.040,02 100,00%
Angra dos Reis - Eng. Bhering (Jussaral-Barra Mansa) 106,70 100,00%
Barreiro-Calafate 2,63 100,00%
Campos-Recreio (Santa Cruz-Recreio) 167,90 100,00%
Ibia-Uberaba (Bunge Araxá-Uberaba) 173,60 100,00%
Macaé-Imbetiba 2,00 100,00%
Mapele-Monte Azul (Porto de Aratu-Buranhem) 26,50 100,00%
Prudente de Morais-Calsete 6,38 100,00%
Ramal de Anápolis 5,00 100,00%
Ramal de Caldas (Bauxita-Poços de Caldas) 8,61 100,00%
Ramal de Pirapora 2,78 100,00%
Ferrovia
Recreio-Ligação (Linha do Centro) - Ribeiro Junqueira-Barão de Camargo 47,10 100,00%
Centro Atlantica
Rocha Leão-Fazenda União 3,00 100,00%
Roncador Novo-Moinho Goiás 5,05 100,00%
Salvador-Propriá (Dias D'Avila-Propriá) 458,90 100,00%
São Francisco-Petrolina (Jaguarari-Petrolina) 132,92 100,00%
Sub-Ramal de Volta Redonda 3,00 100,00%
Três Corações-Eng. Bhering (Campo Limpo-Eng. Bhering) 94,00 100,00%
Três Corações-Varginha 36,35 100,00%
Três Rios-Japeri (Conrado-Três Rios) 122,10 100,00%
Três Rios-Recreio (Penha Longa-Recreio) 130,31 100,00%
Visconde de Itaboraí-Vitória (Venda das Pedras-Vitória/Porto Velho) 425,41 100,00%
Subtotal 1.960,23 100,00%

Ferrovia Ouro Verde de Goiás-Anápolis 50,76 100,00%


Norte-Sul Porto Nacional-Ouro Verde de Goiás (Aliésio Grasso da Costa-Ouro Verde
(Tramo Central) de Goiás) 805,04 100,00%

Subtotal 855,80 100,00%

(*) Trecho sob cuidado da Ferrovia Centro Atlântica mas que pelo contrato de concessão pertence à Malha Paulista
Continua
42 REVISTA FERROVIÁRIA | Janeiro/Fevereiro DE 2019
Continuação

MALHA FERROVIÁRIA SEM TRÁFEGO


Concessão Trecho Extensão (km) Ociosidade
Boa Viagem-Oficina de Edgard 7,00 100,00%

Cabo-Porto de Suape (Engenho Massangana-Tecon Suape) 14,00 100,00%

Grande Recife (Prazeres-Porto de Recife) 16,00 100,00%

Itabaiana-Paula Cavalcanti 39,20 100,0%

Lourenco Albuquerque-Jaraguá 34,53 100,00%

Ramal de Cabedelo (Santa Rita-Cabedelo) 50,03 100,00%


Ferrovia
Transnordestina Ramal de Crato (Aurora-Crato) 124,11 100,00%
Logística
Ramal de Macau (Mari-Macau) 478,46 100,00%

Tronco Centro Recife (Jaboatão-Salgueiro) 595,00 100,00%

Tronco Norte Fortaleza 4,50 100,00%

Tronco Norte Recife (Parada Lacerda-Souza) 524,51 100,00%

Tronco Sul Fortaleza (Parangaba-Souza) 557,01 100,00%

Tronco Sul Recife (Entroncamento 1-Propriá) 576,00 100,00%

Subtotal 3.020,35 100,00%

Continua

LANFRANCO
capa
Continuação

MALHA FERROVIÁRIA SEM TRÁFEGO


Concessão Trecho Extensão (km) Ociosidade
MRS Ramal de Mogi das Cruzes (São Silvestre-Mogi das Cruzes) 19,29 100,00%
Subtotal 19,29 100,00%
EFVM Desemb. Drumond-Piçarrão 16,10 100,00%
Subtotal 16,10 100,00%
Cruz Alta-Passo Fundo (Lagoão-Carazinho) 138,90 100,00%
Dilermando de Aguiar-Santiago (São Pedro do Sul-Santiago) 142,46 100,00%
Entroncamento-Livramento (São Simão-Santana Livramento) 155,79 100,00%
Jaguariaíva-Marques dos Reis (Arapoti-Marques dos Reis) 209,34 100,00%
Ligação Santiago-Santo Ângelo (Tupantuba-Santo Ângelo) 221,50 100,00%
Mafra-Marcelino Ramos (General Brito-Marcelino Ramos) 649,41 100,00%
Ourinhos-Cianorte (Paissandu-Cianorte) 89,12 100,00%
Passo Fundo-Marcelino Ramos (Coxilha-Marcelino Ramos) 172,95 100,00%

Rumo Ramal da Fábrica Pisa 6,42 100,00%


Malha Sul Ramal de Antonina 15,70 100,00%
Ramal de Bairro Oficinas 9,00 100,00%
Ramal de Cachoeira do Sul 6,00 100,00%
Ramal de Jaboticaba-Carlos Barbosa (Bento Gonçalves-Carlos Barbosa) 67,68 100,00%
Ramal de Maringá 3,01 100,00%
Ramal do Porto de Pelotas 3,00 100,00%
Ramal do Porto de Porto Alegre 4,51 100,00%
Santiago-São Borja (Unistalda-São Borja) 159,89 100,00%
Santo Ângelo-Santa Rosa (Esquina-Santa Rosa) 23,27 100,00%
Subtotal 2.077,94 100,00%
EF Amapá Santana-Serra do Navio 193,00 100,00%
Subtotal 193,00 100,00%
TOTAL 9.505,01 100,00%

MALHA SUBUTILIZADA
Concessão Trecho Extensão (em km) Ociosidade média
Rumo
Marco Inicial-Rondonópolis 27,27 72,21%
Malha Norte
Subtotal 27,27 72,21%

Bauru-Corumbá 1.122,72 81,00%

Rumo Contorno de Três Lagoas 19,67 84,78%


Malha Oeste Ramal de Porto Esperança 4,30 87,42%

Ramal Posto km 903 10,18 96,56%

Subtotal 1.156,87 87,44%


Continua
44 REVISTA FERROVIÁRIA | Janeiro/Fevereiro DE 2019
capa
Continuação

MALHA SUBUTILIZADA
Concessão Trecho Extensão (em km) Ociosidade média
Alça Boa Vista Nova-Boa Vista Velha 1,30 97,38%

Alça Canguera 6,70 96,00%

Alça de Viracópos 2,94 69,78%

Alça Pantojo-Capricórnio 0,75 97,96%

Araraquara-Ponte 35,40 69,77%

Boa Vista Nova-Casa Branca (*) 18,71 63,98%

Canguera-Boa Vista Nova 7,97 73,85%

Casa Branca-Uberaba (*) 8,79 62,17%


Rumo
Ipero-Pinhalzinho (**) 218,54 77,73%
Malha Paulista
Itirapina-Colômbia 67,25 86,16%

Jundiai-Itirapina 70,28 81,70%

Mairinque-Bauru (***) 294,61 86,81%

Ramal de Caldas (*) 66,80 87,29%

Ramal Itirapina-Panorama 162,18 90,26%

Ramal Replan (*) 9,12 95,74%

Rubião Junior-Presidente Epitácio (**) 562,55 90,19%

Uberaba-Araguari (*) 32,76 71,57%

Subtotal 1.566,64 82,26%

Angra dos Reis-Eng. Bhering 91,56 74,25%

Araguari-Roncador Novo 165,67 73,12%

Barreiro-Calafate 8,05 98,48%

Bonfim-Campo Formoso 30,38 93,76%

Calafate-Pedreira Rio das Velhas 22,00 85,68%

Capitão Eduardo-Monte Azul 667,13 84,77%

Catalão-Adm 1,00 95,46%

Eng. Bhering-Divinópolis 175,48 99,00%


Ferrovia
Eng. Bhering-Garças de Minas 101,08 72,35%
Centro-Atlântica
Ferrugem-Eldorado 2,55 99,77%

Garças de Minas-Araguari 165,04 70,83%

Garças de Minas-Calafate 57,25 66,11%

Goiandira-Posto Eyc 33,00 93,89%

Ibia-Uberaba 29,22 63,25%

Mapele-Monte Azul 827,66 82,71%

Ramal de Pirapora 43,59 74,34%

Ramal Ponte Nova 3,23 97,20%


(*) Trecho sob cuidado da Ferrovia Centro-Atlântica, mas que pelo contrato de concessão pertence à Malha Paulista
(**) Trecho sob cuidado da Malha Sul, mas que pelo contrato de concessão pertence à Malha Paulista
(***) Trecho sob cuidado da Malha Oeste, mas que pelo contrato de concessão pertence à Malha Paulista
Continua
46 REVISTA FERROVIÁRIA | Janeiro/Fevereiro DE 2019
capa
Continuação

MALHA SUBUTILIZADA
Concessão Trecho Extensão (em km) Ociosidade média
Roncador Novo-Brasília 244,57 78,33%

Roncador Novo-Moinho Goiás 214,38 86,39%


Ferrovia
Salvador-Propriá 69,89 95,48%
Centro-Atlântica
São Francisco-Petrolina 316,77 72,81%

Visconde de Itaboraí-Vitória 134,94 95,73%

Subtotal 3.404,44 84,26%

Ferrovia Norte-Sul Açailândia-Porto Nacional 271,50 70,80%


(Tramo Norte) Ramal Suzano (PSU) 22,00 93,76%

Subtotal 293,50 82,28%

Linha Principal 58,60 75,26%


Ferrovia
Ramal de Oficinas 4,25 91,11%
Tereza Cristina
Ramal de Sangão 9,09 88,03%

Subtotal 71,95 84,80%

Ramal Base Combustível 2,00 91,47%

Ramal de Itaqui 13,00 69,56%

Ramal de Mucuripe 15,69 88,43%

Ramal de Pecem 18,00 92,08%


Ferrovia
Transnordestina Ramal Poty 2,10 84,01%
Logística
Tronco Norte Fortaleza 66,84 77,85%

Tronco São Luis 51,76 85,52%

Tronco Sul Fortaleza 16,00 87,82%

Variante de Cargas Aracapé-Caucaia 16,00 61,64%

Subtotal 201,38 82,04%

Costa Lacerda-Capitão Eduardo 19,55 66,57%

Pedro Nolasco-Porto Velho 3,00 94,41%

EFVM Piraqueaçu-Aracruz 47,00 69,50%

Porto Velho-Itabira 42,26 81,61%

Ramal de Fábrica 50,87 68,27%

Subtotal 162,68 76,07%

Ferroeste Guarapuava-Cascavel 80,14 67,75%

Subtotal 80,14 67,75%

Bagé-Rio Grande 44,26 71,31%


Rumo
Cacequi-Bagé 44,94 70,34%
Malha Sul
Cacequi-Uruguaiana 20,23 66,28%
Continua
48 REVISTA FERROVIÁRIA | Janeiro/Fevereiro DE 2019
capa
Continuação

MALHA SUBUTILIZADA
Concessão Trecho Extensão (em km) Ociosidade média
Cruz Alta-Santo Ângelo 25,95 70,58%
Desvio Ribas-Eng. Gutierrez 8,67 68,65%
Diretor Pestana-Triângulo 14,37 98,78%
Eng. Bley-Mafra 62,50 73,94%
Eng. Gutierrez-Guarapuava 5,08 83,64%
General Luz-Roca Sales 7,77 72,89%
Jaguariaíva-Uvaranas 146,74 93,91%
Mafra-Francisco do Sul 70,87 70,06%
Mafra-Lages 31,92 69,06%

Rumo Ourinhos-Cianorte 266,32 74,84%


Malha Sul Paranaguá-Uvaranas 66,48 68,32%
Pátio Industrial-Rio Pardo 54,96 70,98%
Ramal de Curitiba 7,32 81,56%
Ramal de Estrela 13,81 95,65%
Ramal de Harmonia 116,07 89,56%
Rio Pardo-Triângulo 9,20 64,04%
Roca Sales-Lages 25,82 69,19%
Roca Sales-Passo Fundo 71,13 71,53%
Santo Ângelo-Santa Rosa 42,22 97,01%
Triângulo-Cruz Alta 18,88 74,50%
Subtotal 1.175,51 76,81%
TOTAL 8.140,37 79,59%
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reportagem

Reformas
Divulgação/MRS

em curso
Ferrovia Transnordestina Logística investe
na modernização de locomotivas e vagões
Por Tatiane Conceição

M
odernização de material rodante tem sido o
foco de investimentos da Ferrovia Transnor-
destina Logística (FTL) para melhorar a pro-
dutividade. Em 2018, a empresa revitalizou
cinco locomotivas modelo GE U10B, fabricadas em 1964.
– todas já foram liberadas para operação. Este ano, a expec-
tativa é reformar mais cinco desse modelo, com previsão de
começarem a operar ainda no primeiro semestre. O investi-
mento total é de R$ 9,5 milhões.
Divulgação/FTL

A revitalização das cinco primeiras locomotivas acon-


teceu em quatro meses, na oficina central da FTL, em For-
taleza (CE), com mão de obra própria e terceirizada. Entre
as melhorias estão o aumento da capacidade do tanque de coisas, o sistema de portas, que hoje é centrado na lateral.
combustível de 3,4 mil litros para 4 mil litros, com o ob- Após a revitalização, o sistema passará a ser “all door”,
jetivo de ampliar a autonomia de percurso; reposiciona- com abertura de toda a lateral do vagão. Nas 450 unidades,
mento do conjunto de baterias; expansão da capacidade do o projeto prevê a revitalização do sistema de freios, truques
reservatório de areia de 110 m³ para 200 m³ (areia é utili- e instalação de ACT (sistema de choque e tração).
zada para gerar atrito e melhorar a aderência das rodas ao Segundo Barreto, as unidades, em sua maioria, são do fi-
trilho); novo modelo e reposicionamento de escada ergo- nal da década de 1960 e fabricadas pela Cobrasma, Mafesa
nômica, visando melhor acesso à cabine e segurança dos e Santa Matilde. A revitalização dos vagões também será
maquinistas e manobradores; e instalação de banheiros, de realizada na oficina central da FTL, em Fortaleza. Para os
caixa para armazenamento de resíduos de óleo lubrificante projetos de modernização das locomotivas e vagões, a FTL
e de sistema de comunicação digital. buscou apoio de colaboradores internos e contratou empre-
A modernização de vagões também está nos planos da sas especializadas no Nordeste. “Estimamos incremento de
companhia. Há um projeto – já em andamento – que prevê 90 postos de trabalho entre mão de obra própria e terceiri-
a reforma de 225 vagões (dos tipos tanque, plataforma e zados”, destaca Barreto.
hopper) com recursos próprios (totalizando R$ 6 milhões).
Além disso, foi assinado, no fim do ano passado, um con- Plano plurianual
trato de transporte com um cliente (cujo nome não foi re- O plano, segundo o diretor, é investir na modernização
velado), que inclui a revitalização de 225 vagões fechados, do material rodante, para depois pensar em adquirir unida-
que serão usados especificamente para a movimentação de des novas. “Os investimentos estão diretamente ligados à
cimento ensacado. “Os recursos virão por meio de aportes a melhoria de produtividade e à entrega de um serviço cada
título de antecipação de frete”, explica o diretor Comercial vez melhor aos nossos clientes, além da redução de aci-
e de Operações da FTL, Marcello Barreto. A expectativa, dentes”, afirma.
segundo ele, é que as unidades modernizadas (450 ao todo) A modernização de vagões e locomotivas está incluída
já comecem a operar esse ano. no plano plurianual de investimentos da companhia para
Nos vagões do tipo fechado será reformado, entre outras os próximos três anos, e que prevê direcionar R$ 360 mi-
52 REVISTA FERROVIÁRIA | Janeiro/Fevereiro DE 2019
"Para os projetos de
lhões para melhorias na modernização das ranking. O índice de aci-
via permanente e no ma- locomotivas e vagões, dentes da FTL também é
terial rodante. De acordo a FTL buscou apoio de o mais alto entre as con-
com Barreto, serão utili- cessionárias. Em 2018,
colaboradores internos
zados recursos próprios e foram 62,43 acidentes
de acionistas. Em relação e contratou empresas por milhão de trem.km.
à via permanente, a prin- especializadas que Em segundo lugar, está a
cípio, a ideia é substituir atuam no Nordeste." Ferrovia Tereza Cristina,
50 mil dormentes de ma- com 29,58 acidentes por
deira por de concreto e milhão de trem.km.
aplicar 30 mil metros cúbicos de brita ao A respeito desse tema, Barreto afirma
longo da linha. “que os investimentos previstos no plano
Os trens da FTL estão na lanterna em plurianual deverão elevar a velocidade mé-
relação à velocidade, de acordo com o dia de percurso dos trens da FTL para um
Anuário Estatístico Ferroviário 2019 da padrão compatível com o sistema ferroviá-
Agência Nacional de Transportes Terres- rio brasileiro. “Com melhores condições na
tres (ANTT). As composições da com- via e material rodante, nossa expectativa é
panhia movimentam-se a 12,55 km/hora firme no sentido de que o sistema ferrovi-
em média – como base de comparação, ário no Nordeste cumprirá o seu papel de
a MRS registrou no período 36,22 km/ indutor de desenvolvimento e crescimento
Cinco locomotivas GE U10B,
de 1964, foram reformadas hora, o que a deixou em primeiro lugar no econômico”, conclui o diretor.
reportagem

Ferrogrão em pauta
A ANTT divulgou relatório final das audiências públicas que debateram o projeto greenfield
Por Adriana de Araújo

P
ouco mais de um ano depois da última sessão deste ano. Caso a data se concretize, o leilão poderá ser
pública para debater o projeto de construção da realizado no segundo semestre de 2019.
Estrada de Ferro 170, popularmente conhecida
como Ferrogrão, a Agência Nacional de Trans- Sem mudanças substanciais
porte Terrestre (ANTT) divulgou o relatório final das au- De acordo com o relatório final, a ANTT aceitou revisar
diências, no dia 15 de janeiro. O projeto, qualificado no a cláusula que trata do “compartilhamento da infraestru-
Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) do governo tura e recursos operacionais” da ferrovia. Pela minuta do
federal, prevê a implementação de 933 km de ferrovia, en- contrato divulgada em outubro de 2017, a concessionária
tre Sinop (MT) e o porto fluvial de Miritituba, em Itaituba estaria autorizada a vedar a atuação de operadores ferrovi-
(PA), ao custo de R$ 12,7 bilhões. ários independentes durante o período de amortização do
Segundo o relatório, ao todo, foram recebidas 232 con- investimento. A agência afirmou no documento pós-audi-
tribuições, via formulário no site da ANTT e nas audiên- ências públicas, que acha “prudente” consultar o Ministé-
cias públicas, realizadas em Cuiabá (MT), Belém (PA), rio da Infraestrutura sobre a questão de exclusividade da
Sinop (MT) e Brasília (DF), entre os dias 22 de novembro via. Procurado, o Ministério da Infraestrutura disse que
e 12 de dezembro de 2017. Das contribuições analisadas, ainda não tem um retorno oficial sobre o assunto.
25 foram aceitas, 46 parcialmente aceitas, 82 rejeitadas Segundo o gerente de regulação e outorgas de ferrovias
e 79 consideradas não associadas, ou seja, manifestações da ANTT, Marcelo Amorelli, “os riscos que cada parte (po-
sobre tema diverso do debatido. der concedente e concessionária) assumirá também serão
A consolidação das contribuições aceitas estão a car- reavaliados, de forma a conferir maior segurança jurídica à
go da ANTT. Após ajustes, o projeto ainda passará pela modelagem contratual. Contudo a execução do contrato se
análise do Tribunal de Contas da União (TCU), que po- dará por conta e risco do concessionário”, explicou.
derá expedir determinações e recomendações. Como o Haverá mudanças em relação à obtenção da licença
TCU não emite prazo para apreciar o assunto, ainda não prévia junto aos órgãos competentes (federais, estaduais
há data definida para o lançamento do edital. O governo e municipais). Antes sob responsabilidade da concessio-
trabalha com a hipótese de lançá-lo no primeiro semestre nária, agora passará a ser função do poder concedente,
54 REVISTA FERROVIÁRIA | Janeiro/Fevereiro DE 2019
afirmou o Ministério da Infraestrutura. A licença prévia Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda,
atesta a viabilidade ambiental do empreendimento, apro- que sugeriu deixar a cargo da concessionária o reassen-
vando sua localização, concepção e estabelecendo condi- tamento de populações vulneráveis atingidas pela cons-
ções a serem atendidas para posterior obtenção da licença trução da via. Para mitigar riscos e garantir segurança
de instalação – que continuará a cargo contratual, ainda haverá a ampliação
da concessionária. A ANTT afirma no "Os riscos que cada do mecanismo de enforcement, com o
relatório que vai revisar o atual prazo objetivo de coibir atrasos na entrega
de um ano e meio para a obtenção das
parte (poder concedente e da obra, por postergação por parte da
licenças ambientais necessárias para a concessionária) assumirá concessionária na obtenção de licen-
construção da ferrovia. também serão reavaliados, ças. Porém, caso haja atrasos no licen-
Para o gerente do Departamento de
de forma a conferir maior ciamento que não decorram de culpa
Transporte e Logística do Banco Na- da concessionária, o relatório admite
cional de Desenvolvimento Econômi- segurança jurídica à a possibilidade de haver reequilíbrio
co e Social (BNDES), Bruno Coelho, modelagem contratual." econômico-financeiro do contrato.
o licenciamento ambiental é um dos Marcelo Amorelli, ANTT Ainda haverá mudanças contratuais
pontos sensíveis do projeto. “É um relativas à adequação dos seguros exi-
investimento dentro da Amazônia. Então, o governo fe- gíveis a normas vigentes, com o objetivo de evitar dificul-
deral está ativo, fazendo o link com os órgãos ambientais dades regulatórias. Também serão incluídos critérios de
para poder ter o licenciamento para toda a área, mas tudo qualificação técnica relacionados à experiência em cons-
é muito difícil em razão da região afetada”, mencionou. trução de projetos de infraestrutura de grande porte e ope-
A ANTT aceitou, ainda, contribuição da Secretaria de ração ferroviária.
reportagem
“As contribuições vão aprimorar o projeto, mas não ha- diz que o investidor terá que procurar outras formas para
verá mudanças substanciais nos parâmetros estabelecidos compor o investimento de R$ 12,7 bilhões. “De qualquer
até agora”, diz Roberto Meira, gerente comercial da estru- forma, a parte que sobrar para o investidor ainda vai ser um
turadora Estação da Luz Participações (EDLP), empresa volume muito grande de recursos. Então, vamos supor que
responsável pela elaboração do es- ele capte 70% de financiamento so-
tudo de viabilidade técnica da fer- "A consolidação das mando todos os financiadores possí-
rovia, financiado pelas tradings do contribuições aceitas estão a veis. Os 30% ou 20% restantes ainda
agronegócio Amaggi, ADM, Bun- serão uma soma alta que o ganhador
ge, Cargill e Louis Dreyfus.
cargo da ANTT. Após ajustes, do leilão terá que aportar. É um desa-
o projeto ainda passará por fio”, acrescentou Coelho.
Financiamento análise do Tribunal de Contas Segundo o gerente, com os lei-
O BNDES já fez uma análise pré-
da União (TCU), que poderá lões de novas ferrovias como a
via do projeto e tem interagido com o Norte-Sul e a Ferrogrão, haverá
Ministério da Infraestrutura e o Pro- expedir determinações e uma mudança de paradigma na
grama de Parcerias de Investimentos recomendações." carteira de projetos do BNDES em
(PPI) para viabilizar parte do finan- 2019. “Até o ano passado, tínha-
ciamento do empreendimento, que é prioridade do governo mos financiamento para malhas já concedidas. Compra
federal. Contudo, segundo Bruno Coelho, o financiamento de material rodante; alguns investimentos de conserva-
depende da formatação final do projeto e de quem vencerá ção da malha já existente. Não temos concessão de fer-
o leilão. “Temos uma linha de crédito apta para o proje- rovia desde 2007. A Ferrogrão é greenfield na veia. A
to com prazo bem longo via sendo construída do
como a Ferrogão precisa. FERROGRÃO zero”, mencionou.
Mas só vamos poder ana- De acordo com a EDLP,
lisar como será costurado investidores da China, Ca-
esse financiamento após nadá e Oriente Médio já
divulgação do vencedor do demonstraram interesse
leilão”, disse. no empreendimento. A
A empresa selecionada EDLP também informou
no certame precisará com- que as tradings se dispõem
provar capacidade para a alocar entre 25% e 30%
desenvolver o empreendi- dos recursos necessários.
mento. Além do financia- Os produtores mato-gros-
mento via BNDES, Coelho senses também se mo-
bilizaram para financiar
parte da ferrovia. No ano
passado, os integrantes
Conecta a produção agrícola do
Mato Grosso ao Porto de Miritituba (PA) da Associação dos Produ-
tores de Soja e Milho do
Principais produtos: soja, milho,
fertilizantes e combustível Mato Grosso (Aprosoja-
-MT) aprovaram a criação
58 milhões de
toneladas/ano em 2050 de um fundo destinado à
construção da Ferrogrão.
933 km
“São diversos investido-
Investimento de res interessados. O que
R$ 12,7 bilhões
aumentam as chances de
sucesso desse leilão”, sa-
lientou Roberto Meira.
56 REVISTA FERROVIÁRIA | Janeiro/Fevereiro DE 2019
30 anos
Dormentes Monobloco Monoblock Sleepers Dormentes para AMV Sleepers for Turnouts
Dormentes Monotrilho Monorail Sleepers Dormentes Bi-bloco Two-block Sleepers
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reportagem
Saída pelo Norte
A Ferrogrão tem o objetivo de facilitar o escoamento de grãos infraestrutura e prestação do serviço de transporte. A concessão é de
pelos portos do Arco Norte, mais próximos das regiões produtoras de 65 anos, incluindo o prazo para obtenção de licenças e construção. O
Mato Grosso. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística período destinado à execução da obra ainda pode ser alterado, confor-
(IBGE), o estado é líder na produção nacional de grãos: este ano, das me contribuições feitas durante audiências públicas.
237 milhões de toneladas estimadas pelo Ministério da Agricultura, Ao final da concessão, os ativos operacionais edificados e ins-
63,4 milhões devem ser produzidas no estado. talados serão revertidos ao poder concedente que poderá realizar
“Cada vez mais aumenta a necessidade de saída de cargas pelo novo leilão, conforme prevê a Lei 10.233/2001. A remuneração da
Arco Norte. [...] Isso mostra a importância do plano de ferrovias. Na concessionária se dará por meio da cobrança de tarifa de transporte,
hora que a Ferrogrão estiver de pé estaremos falando de outros tráfego mútuo e tarifa de direito de passagem. O governo federal, por
problemas”, disse a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, no fim meio da ANTT, será responsável pela regulamentação e fiscalização
de janeiro, durante o lançamento da Operação Radar 2, projeto do do contrato e cumprimento das regras de segurança. Cabe à agência
governo federal que prevê melhorias na rodovia BR-163, que hoje é também fazer a vistoria das obras de construção, garantir o equilí-
o principal corredor para o escoamento da produção de grãos pelo brio financeiro e econômico do contrato e, entre outros, assegurar
Norte do país. o cumprimento das obrigações contratuais, preservando os direitos
Dados da Aprosoja apontam que, com a construção da Ferrogrão, dos usuários, da concessionária e demais envolvidos na concessão.
o preço do frete por tonelada de grãos transportada poderia diminuir
de US$ 126,00/t, valor do transporte de Mato Grosso aos portos de Características da ferrovia
Santos (SP) e Paranaguá (PR), para US$ 80,00/ t, frete calculado De acordo com o estudo de viabilidade técnica feito pela EDLP,
para levar a carga para Miritituba (PA) e Belém (PA). Segundo Luiz a Ferrogrão terá bitola larga (1.600 mm), sobre um gabarito de 5,5
Antônio Fayet, consultor de Infraestrutura e Logística da Confedera- metros horizontal e 7,21 metros verticais. Esse trilho deve ser proje-
ção da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), boa parte da produção tado com 30 cm de altura, sobre dormentes de concreto protendido,
da região ainda é escoada pelo Sul, em razão da falta de rotas logís- com capacidade para suportar 32 toneladas por eixo. A velocidade
ticas. “Cinquenta milhões de toneladas a mais deveriam estar saindo média para o trecho pode ser de 80 km/hora.
pelos portos do Arco Norte”, avalia. O estudo prevê a instalação de 48 pátios de cruzamento. Cada
Fayet lembra ainda que a logística ineficiente também diminui o um destes com 3,5 mil metros de comprimento. A previsão é que
cultivo de algumas culturas como a de óleo de dendê, cujo valor de sejam adquiridas inicialmente 47 locomotivas diesel-elétricas, com
mercado é pouco superior ao frete do caminhão para os portos do Sul, potência nominal de 4.389 cavalos, distribuídos em seis eixos tra-
o efeito chamado “abortamento da produção”, que causa prejuízos à tores. Instalada em um terreno com poucos aclives, a ferrovia terá
economia do país. baixo custo de energia, afirma o estudo. Cada locomotiva puxará
Estudos de demandas apontam que a Ferrogrão poderá movimen- um conjunto de 25 vagões com capacidade para 100 toneladas de
tar 58 milhões de toneladas ao ano em 2050, quando estará com grãos. Incialmente, serão 1.180 vagões graneleiros e 51 vagões
toda sua capacidade instalada. A maior parte da carga será de grãos: tanque (do tipo TCT), utilizado para o transporte de líquidos – como
milho e soja. Mas há previsão de movimentação de fertilizantes, etanol por exemplo etanol de milho. Os estudos estimam que, em 2080,
e carga geral. O modelo de exploração, segundo a minuta do edital, é a ferrovia contará com uma frota de 132 locomotivas e mais de
o vertical, no qual uma única empresa é responsável pela gestão da cinco mil vagões.

58 REVISTA FERROVIÁRIA | Janeiro/Fevereiro DE 2019


IRON
estudo de mercado

Todas as locomotivas

Divulgação/VLI
Crescimento da frota foi pouco significativo em 2017/2018

VLI adquiriu 11 locomotivas ES43


BBi, da GE, para o corredor
Centro-Sudeste da FCA.

A
frota nacional de locomotivas é composta atu- riu 26 locomotivas em 2018, mas destas, apenas 19 estão
almente por 3.709 máquinas. De acordo com o em operação atualmente. As outras sete vão entrar nos tri-
levantamento anual feito pela Revista Ferrovi- lhos em abril desse ano, por isso, não foram contabilizadas
ária, o aumento do número de locomotivas en- na tabela. No entanto, a frota da FCA teve baixa de nove
tre dezembro de 2017 e dezembro de 2018 foi de 0,59%. unidades (duas GE U20; uma GM G12; cinco GM G8; e
Rumo, VLI, Estrada de Ferro Carajás e Estrada de Ferro uma GM GT26). Além disso, a concessionária remane-
Juruti contribuíram para o crescimento da frota. Juntas, as jou cinco GM SD70 para a Ferrovia Norte-Sul, unidades
operadoras adquiriram 58 novas locomotivas no período, que foram contabilizadas na tabela desta ferrovia, mas não
mas por outro lado, devolveram máquinas alugadas, ven- como acréscimo de frota.
deram ou aposentaram algumas unidades, impactando o Das 19 novas locomotivas em operação na FCA, 11
volume total. são do modelo ES43 BBi, da GE, e entraram em opera-
Na Rumo, foram compradas 20 novas locomotivas AC ção entre agosto e outubro do ano passado no corredor
44, da GE, para a Malha Norte, mas houve baixa de oito Centro-Sudeste. As outras oito, do modelo SD70BB da
máquinas (modelos SD70, Hitachi e GE70). Em nota, a EMD, atendem à movimentação de açúcar entre o Termi-
empresa afirmou que “não houve aposentadoria de loco- nal Integrador em Guará e o Tiplam, no porto de Santos.
motivas, porém, alguns modelos foram devolvidos, pois A frota da Estrada de Ferro Juruti teve acréscimo de uma
era alugados, e com a compra de novas locomotivas não locomotiva (SD40, da Progress Rail), que foi reformada e
houve mais a necessidade de utilizar determinadas máqui- voltou a operar no ano passado.
nas, como por exemplo a SD70”. Em 2018 foram entregues 12 locomotivas modelo GE
A Ferrovia Centro-Atlântica, operada pela VLI, adqui- ES58Aci Evolution (6.000 HP) para a Estrada de Ferro
60 REVISTA FERROVIÁRIA | Janeiro/Fevereiro DE 2019
estudo de mercado

Divulgação/Alcoa
Uma SD40 (Progress Rail)
foi reformada pela
Estrada de Ferro Juruti

Carajás, segundo afirmou a GE


Transportation. Em função do
rompimento da barragem da mina
Córrego do Feijão, em Brumadi-
nho (MG), a Vale não atualizou os
dados a tempo para o fechamento
da edição. Ainda de acordo com in-
formações da GE, nenhuma locomotiva foi entregue para (GM GL8) alugada, o que resultou na diminuição de uma
a Estrada de Ferro Vitória a Minas no ano passado. Pro- unidade na frota. FTL teve baixa de 3 GE U8B, duas GE
curada, a Progress Rail afirmou que não houve entrega de U10B e duas Alco-RSD8. MRS, Estrada de Ferro Ama-
máquinas para as ferrovias operadas pela Vale durante o pá (inoperante), Estrada de Ferro Jari e Estrada de Ferro
período mencionado. Trombetas não apresentaram mudanças na frota em rela-
A Ferrovia Tereza Cristina devolveu uma locomotiva ção a 2017.

Frota de Locomotivas
Taxa de inatividade
Frota Ativa Frota Inativa Frota Total
Operadora (%)
2017 2018 2017 2018 2017 2018 2017 2018
Rumo (Operações Sul +
864 866 357 367 1.221 1.233 29,2 29,7
Operações Norte)
EF Amapá 0 0 12 12 12 12 100,0 100,0
EF Carajás 276 288 1 1 277 289 0,4 0,3
EF Jari 2 2 0 0 2 2 0,0 0,0
EF Juruti 2 3 0 0 2 3 0,0 0,0
EF Trombetas 6 6 0 0 6 6 0,0 0,0
EF Vitória a Minas 278 278 2 2 280 280 0,7 0,7
Ferrovia Centro-Atlântica 609 592 189 211 798 803 23,7 26,3
Ferroeste 14 14 0 0 14 14 0,0 0,0
Ferrovia Norte-Sul 71 72 1 0 72 72 1,5 0,0
Ferrovia Tereza Cristina 16 11 0 4 16 15 0,0 26,6
MRS 796 796 76 76 872 872 8,7 8,7
Transnordestina (FTL + TLSA) 96 97 19 11 115 108 16,5 10,2

Total 3.030 3.025 657 684 3.687 3.709 17,8 18,4


Fonte: Operadoras e empresas fabricantes (GE Transportation e Progress Rail)

Estrada de Ferro Juruti 2018 Estrada de Ferro Trombetas (EFT) 2018


Potência Ano de Frota Frota Frota Potência  Ano de Frota Frota Frota
Modelo Fabricante Modelo Fabricante
(HP) fabricação Ativa Inativa Total (HP) fabricação Ativa Inativa Total

E300 CUN NREC(USA) 3300 2005 2 0 2 G12 EMD 1310  1954 3 0 3

Progress 1978/2018
SD40 3000 1 0 1 C22-7i GE 2200  2001 3 0 3
Rail (reformada)

Total 3 0 3 Total 6 0 6

Fonte: Alcoa Fonte: MRN

62 REVISTA FERROVIÁRIA | Janeiro/Fevereiro DE 2019


Ferrovia Centro-Atlântica (FCA) 2018
Potência Ano de Frota Frota Frota Potência Ano de Frota Frota Frota
Modelo Fabricante Modelo Fabricante
(HP) fabricação Ativa Inativa Total (HP) fabricação Ativa Inativa Total

ALCO MX-620 MX 2.150 1984 12 38 50 GM DDM 45 EMD 3.900 1974 0 33 33

ALCO SD8 Ziyang 2.762 2011 0 2 2


GM G12 EMD 1.425 1952 18 12 30

AC44 GE 4.400 2013 30 2 32


GM G16 EMD 1.950 1966 0 1 1
GE BB-36 GE 4.000 1979 56 7 63
GM G8 EMD 950 1960 19 15 34
GE C36 GE 3.950 1988 3 2 5
GM GT26 EMD 3.000 1978 0 5 5
GE Dash 9-40 GE 4.100 2013 81 0 81

GM GT3 EMD 3000 - 0 2 2


GE U10 GE 1.050 1974 2 5 7

GE U13 GE 1.420 1969 15 9 24 GM SD40 EMD 3.300 1986 91 18 109

GE U15 GE 1.500 1969 1 1 2 GM SD70* EMD 4.400 2013 0 0 0

GE U2 GE - - 6 6
GT46AC EMD 4.350 2014 49 0 49

GE U20 GE 2.150 1980 122 28 150


SD70BB EMD 4.400 2014 62 0 62
GE U22 GE 2.408 1987 8 1 9
SD70BB EMD 4.400 2018 8 0 8
GE U23 GE 2.400 1976 1 15 16
ES43 Bbi GE 4.300 2018 11 0 11
GE U5 GE 600 1963 0 5 5

SKO - VAPOR - - - 0 1 1
GE U6 GE - - 0 2 2

GE U8 GE 900 1963 3 1 4 Total 592 211 803

*Migraram para a FNS


Fonte: VLI
estudo de mercado
MRS Logística 2017 Rumo - Operações Sul 2018
Potência Ano de Frota Frota Frota Potência Ano de Frota Frota Frota
Modelo Fabricante Modelo Fabricante
(HP) fabricação Ativa Inativa Total (HP) fabricação Ativa Inativa Total

ALCO RS3 ALCO 1.750 1952 0 3 3 B12 GM 1.000 1955 0 1 1

BB33M GE 3.300 1983 0 1 1


ALCO RSD12 ALCO 1.750 1962 0 3 3
C30 GE 3.000 1984 41 17 58
CREMALHEIRA
ADERÊNCIA D9BB GE 3.990 2011 19 0 19
Stadler 4.158 2012 7 13 20
ELÉTRICA HE
4/4 ES43BBi GE 4.300 2016 46 0 46

EFCB - 1,60M EFCB 170 1969 3 0 3 ELÉT GE 2.300 1947 0 2 2

G12 GM 1.310 1962 35 12 47


GE 720 GE 720 1955 10 11 21
G22 Macosa 1.500 1973 81 23 104
GE AC44-9 2008-
GE 4.500 247 1 248 G26 GM 2.000 1977 2 7 9
DASH 9 2015
GL8 GM-EMD 875 1962 22 12 34
GE AC44i GE 4.500 2015 18 0 18
GT-18 GM 1.450 1976 7 6 13
GE C26 7MP GE 2.835 1975 35 0 35
GT-1 Villares 2.250 1982 45 4 49

GE C30-7 GE 3.150 1974 28 0 28 GT-26 GM 2.600 1977 8 1 9

GT-2 Villares 2.250 1986 7 3 10


GE C30-8 GE 3.850 1979 15 0 15
LEW LEW 960 1970 0 4 4
GE C36 GE 3.900 1984 70 0 70 RSD8 ALCO - G.E. 900 1958 0 1 1

GE C36-7 GE 3.600 1982 21 0 21 SD40 GM 3.000 1976 64 28 92

U12B GE 1.200 1973 1 11 12


GE C38 EMI GE 4.600 2009 1 0 1
U20C1 GE 2.150 1970 58 41 99
GE C44-9 GE 4.500 2014 2 0 2 U5B GE 600 1963 1 5 6
DASH 9
U6C GE 600 1959 0 3 3
GE MX30 GE 3.300 - 18 0 18
UG-M1 Macosa 1.500 1973 35 1 36
GE MX36 GE 3.840 - 26 0 26
UG-M2 GM 2.000 1977 11 1 12

GE SF30 GE 3.150 - 10 0 10 UL-M1 ALL Brasil 1.452 1966 7 10 17

UL-M2 ALL Brasil 1.650 1972 0 4 4


GE U20 GE 2.150 1981 26 0 26
UMM GE 2.100 1979 0 1 1
GE U23 GE 2.400 1975 108 20 128
Total 4,9 199 689
GE U30 GE 3.300 - 3 0 3 Fonte: Rumo

GE U5 GE 600 1961 4 5 9 Rumo - Operações Norte 2018


Potência Ano de Frota Frota Frota
GE U6 GE 700 1967 6 2 8 Modelo Fabricante
(HP) fabricação Ativa Inativa Total

GE-AC44MIL GE 4.500 - 30 1 31 AC44 GE 4.400 1998-2017 217 0 217

C30 GE 3.000 1976-84 125 109 234


GM SD18 EMD 2.000 1961 10 7 17
C36 GE 3.000 1978-85 1 1 2
GM SD38 EMD 2.300 1967 34 2 36 DASH9 GE 4.400 1998-99 19 8 27

GM SD40 EMD 3.300 1967 50 3 53 G12 EMD 1.310 1957 1 10 11

GP18 EMD 1.050 1957-60 2 2 4


HITACHI
CREMA. - GP9 EMD 1.749 1957-60 0 2 2
Hitachi 1.050 1980 2 0 2
DIESEL ELET. LEW LEW 1.050 1968 0 5 5
ALCO 251B
GE72 GE 600 1972 0 15 15
HITACHI
CREMALHEIRA Hitachi 4.158 1972 12 1 13 TOSHIBA Toshiba 1.050 1975 0 1 1
- ELÉTRICA HITACHI Hitachi 540 1970 0 3 3
HITACHI DI Hitachi 1.050 1980 0 1 1 SD70 EMD 4.350 2012-2013 0 1 1

U20C GE 2.000 1974 9 9 18


SD70ACe - - - 0 3 3
U26 GE 2.600 1981 2 2 4
Total 796 76 872
Total 376 168 544
Fonte: MRS Fonte: Rumo

64 REVISTA FERROVIÁRIA | Janeiro/Fevereiro DE 2019


Ferrovia Transnordestina Logística (FTL) 2018 Estrada de Ferro Carajás (EFC) 2018*
Potência Ano de Frota Frota Frota Potência Ano de Frota Frota Frota
Modelo Fabricante Modelo Fabricante
(HP) fabricação Ativa Inativa Total (HP) fabricação Ativa inativa Total

GEU5B GE 450 1961 12 0 12 C36 GE 3.600 1986 27 0 27

DASH-8 GE 4.000 1990 4 0 4


GEU8B GE 810 1961 2 1 3
DASH-9 GE 4.380 2004 111 1 112
GEU10B GE 810/950 1970 21 1 22
ES58ACI
GE 5.800 2013 72 0 72
(EVO)
GM-G12 EMD 1.310 1958 24 3 27
SD70 EMD 4.100 2006 55 0 55
ALCO-RSD8 ALCO 950 1958 27 2 29
SD80AC EMD 5.300 2012 7 0 7
SD18 EMD 1.800 1961 4 0 4 ES58ACI
GE 6.000 2018 12 0 12
(EVO)**
SD38 EMD 2.000 1966 2 0 2
Total 288 1 289

Total 92 7 99 *Devido à tragédia ocorrida em Brumadinho, os dados não foram atualizados


pela Vale. **Segundo a GE Transportation, foram entregues 12 locomotivas
Fonte: FTL modelo Evolution (6.000 HP) para a EFC em 2018.

Transnordestina Logística S.A. (TLSA) 2018 Estrada de Ferro Jari 2018


Potência Ano de Frota Frota Frota
Modelo Fabricante Potência Ano de Frota Frota Frota
(HP) fabricação Ativa Inativa Total Modelo Fabricante
(HP) fabricação Ativa Inativa Total
SD40 EMD 3.000 1982 5 4 9
SD 38-2 GM 2.000 1978 2 0 2

Total 5 4 9 Total 2 0 2
*Obras paradas. Locomotivas são usadas para manutenção da linha já construída. Fonte: EF Jari
Fonte: TLSA
Estrada de Ferro Amapá (EFA) 2017 Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM) 2018
Potência Ano de Frota Frota Frota Potência Ano de Frota Frota Frota
Modelo Fabricante Modelo Fabricante
(HP) fabricação Ativa Inativa Total (HP) fabricação Ativa inativa Total

C30 GE 3.000 - 0 7 7 BB36 GE 3.600 1983 1 0 1

SW EMD 1.200 - 0 4 4 DASH-8 GE 4.000 1991 6 0 6

SW EMD 1.500 - 0 1 1 DASH-9 GE 4.000 2003 210 0 210

Total 0 12 12 SD45 EMD 3.600 1972 4 0 4


Fonte: Governo do Estado do Amapá
DDM EMD 3.600 1972 0 1 1

Estrada de Ferro Paraná Oeste (Ferroeste) 2018 G12 EMD 1.310 1958 24 0 24

Potência Ano de Frota Frota Frota


Modelo Fabricante G16 EMD 1.800 1964 32 1 33
(HP) fabricação Ativa Inativa Total

GL08 EMD 1.000 1960 1 0 1 U26 GE 1.310 1983 1 0 1

MX-620* CAF-EMAQ 2.000 1984 7 0 7


Total 278 2 280

G12* EMD 1.500 1960 6 0 6 *Devido à tragédia ocorrida em Brumadinho (MG), os dados não foram
atualizados pela Vale. Segundo as fabricantes GE Transportation e Progress
Rail, não foram entregues novas locomotivas à EFVM no período.
Total 14 0 14

*Entre Fevereiro e Novembro de 2018, duas locomotivas modelo G12 (EMD)


foram locadas da Locofer, o que apenas neste período fez a frota ativa Ferrovia Tereza Cristina (FTC) 2018
alcançar 16 unidades.
Fonte: Ferroeste Potência Ano de Frota Frota Frota
Modelo Fabricante
(HP) fabricação Ativa Inativa Total

GMG12 EMD 1.425 1958 8 3 11


Ferrovia Norte -Sul (FNS) 2018
Potência Ano de Frota Frota Frota GMG22 EMD 1.650 1971 1 0 1
Modelo Fabricante
(HP) fabricação Ativa Inativa Total

GE C36 GE 3.950 1988 13 0 13 GMGL8 EMD 950 1961 0 1 1

GM SD40 EMD 3.300 1986 7 0 7 GMB12 EMD 1.125 1957 1 0 1

GM SD70* EMD 4.400 2013 52 0 52 GEU5 GE 540 1962 1 0 1

Total 72 0 72 Total 11 4 15
*Cinco máquinas migraram da FCA Fonte: FTC
Fonte: VLI
suprimentos
Divulgação/MRS

A oficina
de Barra do
Piraí (RJ), da
MRS, recebe
locomotivas GE-
AC44 (à esq.) e
GMSD40-3 (à dir.)

Revisão
geral Overhaul de locomotivas movimenta mercado
de manutenção terceirizada e de peças
Por Thaise Constancio

D
e tempos em tempos, parte da frota de loco- quantidade de diesel consumido pela locomotiva em ope-
motivas das operadoras vai às oficinas para o ração. Para o overhaul, são considerados 7,6 milhões de
chamado overhaul – que na tradução livre sig- litros consumidos, o que corresponde a uma média de oito
nifica ‘revisão geral’. Nesse processo, técnicos anos”, explica Rocha.
e engenheiros removem e avaliam os principais compo- As etapas anteriores de manutenções preventivas leves
nentes das máquinas, para substituição ou eventual repa- nas oficinas são realizadas após consumo médio de 3,8
ração. Depois, as peças são instaladas e testadas, para que, milhões de litros de diesel (quatro anos), 1,9 milhão de
então, as locomotivas voltem aos trilhos. Esse processo litros (dois anos) e 950 mil litros (um ano) de combustível.
acaba gerando demandas às empresas de manutenção e às Todos os sistemas críticos de segurança são inspecionados
fornecedores de componentes como eixos, rodas, truques, e corrigidos quando necessário, em especial os rodeiros,
baterias, cabos etc. truques e a frenagem pneumática.
As oficinas da MRS, por exemplo, recebem locomotivas “No overhaul as peças desgastadas são recuperadas ou
a cada oito anos em média para realização de overhaul, que substituídas. O motor diesel, por exemplo, é reformado
dura aproximadamente 15 dias para a revisão de cada má- completamente já que esse é o componente desencadeador
quina. Nesse período de revisão geral, a operadora costuma de manutenção mais pesada. Mas em todas as etapas faze-
investir cerca de R$ 1 milhão, principalmente na aquisição mos inspeções e testes necessários para manter a operacio-
de materiais e componentes. O gerente de Engenharia de nalidade e segurança ferroviária”, diz o gerente da MRS.
Material Rodante, Marcílio Rocha, explica que o overhaul No dia a dia da operação, as locomotivas passam por
é a última etapa do ciclo de manutenção realizada pela em- inspeções operacionais quinzenais diretamente nos pá-
presa. Antes de as máquinas seguirem para a revisão geral, tios ferroviários. Trimestralmente, são feitas inspeções
há outras três fases preventivas, organizadas previamente e condicionais, com substituição de componentes, quando
que também demandam serviços e pessoal qualificado. necessário, e realização de testes operacionais. Todas es-
“O gatilho que consideramos para as manutenções é a sas manutenções são feitas nas oficinas próprias da MRS
68 REVISTA FERROVIÁRIA | Janeiro/Fevereiro DE 2019
(Ferrovia do Aço, Barra do Piraí/RJ, Raiz da Serra/SP, da realização de overhaul pela operadora, a empresa exe-
Horto Florestal/MG e em breve em Jundiaí/SP) ou pela cuta o chamado Planejamento e Controle de Manutenção.
GE Transportation, em Contagem (MG). “Fazemos um diagnóstico rigoroso nos principais
componentes da locomotiva ainda em funcionamento
Fornecedores ou parada, que nos orienta na criação de um check-list
A Magic Rail oferece serviços de manutenção preven- específico para cada componente. Nesse processo, às ve-
tiva e corretiva de locomotivas em
Eixos para rodas
oficinas, postos de manutenção, de locomotivas
pátios de manobras ou trechos de da Villares
SOS das operadoras. A empresa Metals
também faz preservação e conser-
vação de frotas, incluindo limpeza
e pré-lubrificação, e manutenção
preventiva, desde a checagem de
níveis de óleos, escapamento de
gases e inspeção de cabos e equi-
pamentos elétricos, até retirada,
desmontagem, montagem e insta-
lação de motores diesel e de tração,
gerador e alternador, entre outros
componentes de locomotivas.

Divulgação/Villares Metals
O técnico em manutenção Ro-
berto Carlos Ceragioli conta que o
desgaste prematuro dos frisos das
rodas de aço das locomotivas, pro-
vocado pela operação em trechos sinuosos, é um dos prin- zes, não é preciso retirar o componente da locomotiva e
cipais pontos de atenção dos funcionários da Magic Rail. podemos revisá-lo in loco, substituindo somente as pe-
Outros sinais como consumo excessivo de combustível ou ças que estão fora dos limites de reemprego. Com isso,
lubrificante, perda de potência, aumento da taxa de falhas temos uma boa confiabilidade do ativo com investimento
também indicam a necessidade de revisão. Assim, antes viável”, descreve.
suprimentos
VEJA ALGUNS DOS FORNECEDORES DE COMPONENTES PARA LOCOMOTIVAS
EMPRESA SERVIÇO PRINCIPAIS PRODUTOS CONTATO

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Eixos Eixos ferroviários
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de ligação, colar, bolsa do engate, acionador; rodas para locomotivas

CBFA - Companhia Eixos; Revisão e


(11) 3685-
Brasileira de Ferro manutenção de Eixo, rodas,rolamento e engrenagem feitos sob encomenda
luiz.antonio@cbfa.com.br
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(11) 4606-8000
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Magic Rail preventiva e corretiva
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70 REVISTA FERROVIÁRIA | Janeiro/Fevereiro DE 2019


Expectativas te à usinagem de componentes de loco-
A Companhia Brasileira de Ferro motivas. Atendemos mercados diversos
e Aço (CBFA) espera crescimento como siderurgia, mineração e automação
este ano da demanda por eixos e ro- industrial”, diz o diretor de Vendas, Ru-
deiros para locomotivas e por servi- bens Bayarri.
ços de revisão e manutenção dessas Bateria Locomotiva Fornecedora de baterias para locomotivas,
peças. Entre 2017 e 2018, a compa- MLD500, da Moura a Moura comenta em nota que o mercado de
nhia registrou aumento de 58,6% peças se manteve estável nos últimos anos. Ape-
nas vendas de eixos para rodas de locomotivas. sar de não revelar o volume de vendas e de receitas com o
“Temos tido uma demanda relativamente crescente, de- segmento ferroviário, a empresa afirma que as principais
vido ao grande número de locomotivas novas que entraram baterias vendidas são Moura Locomotiva Diesel (MLD)
no mercado e agora começam a passar por revisões gerais. 500 32V, a MLD 500 8V e a MLD 500 4V, que atendem a
Nossas demandas de custeio e investimentos estão atrela- diversos modelos de locomotivas.
das ao processo de prorrogação antecipada dos contratos Fornecedora de rodas e eixos para locomotivas, a Villares
de concessão”, explica o responsável pelo departamento Metals tem entre seus principais clientes montadoras dos
Técnico-Comercial da CBFA, Luiz Antonio Herrador. En- rodeiros, montadoras de carros de passageiros e de loco-
tre os clientes da empresa estão MRS, Rumo, Vale, VLI e motivas, além das operadoras de ferrovias. “Nossas peças
fabricantes de locomotivas (GE e Progress Rail). para o mercado ferroviário são eixos e componentes para
A Porta Cabos, fornecedora de esteiras e carrinhos por- trens de carga e de passageiros, produzidas de acordo com
ta cabos feitos de plástico e metal, também espera crescer as necessidades de cada cliente, seguindo todas as normas
25% este ano. “Nossos produtos adaptam-se acessoriamen- específicas, nacionais e internacionais”, afirmou em nota.

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nota técnica

Compras sustentáveis: o papel do


estado como impulsionador
de mudanças no mercado
Trabalho vencedor na categoria 02 do 5º Prêmio Tecnologia e
Desenvolvimento Metroferroviários ANPTrilhos-CBTU

Autores:
Leandro Kojima – Chefe do Departamento de Suprimentos de Materiais do Metrô de São Paulo
Sheila Aldecoa Piai – Engenheira da Gerência de Recursos e Infraestrutura do Metrô de São Paulo

1. INTRODUÇÃO 2. DIAGNÓSTICO
A administração pública, seja esta direta ou indireta, 2.1. Compras públicas sustentáveis - Contextualização
possui responsabilidade socioambiental perante a socie- São chamadas de compras públicas sustentáveis
dade em relação às aquisições de produtos e serviços aquelas realizadas pelo Estado em que, além da viabi-
que realiza, uma vez que faz parte do seu rol de deveres lidade econômica, são consideradas variáveis ambien-
a defesa e preservação do meio ambiente e o fomento ao tais e sociais na licitação de bens, serviços ou obras,
desenvolvimento econômico e social. buscando a redução de impactos negativos ao meio
Devido ao grande poder de compra do Estado e ao ambiente, a maximização dos benefícios à sociedade,
volume de recursos movimentado anualmente, que no bem como um melhor gerenciamento de riscos na exe-
caso brasileiro representa de 10% a 15% do PIB - Pro- cução dos contratos.
duto Interno Bruto (MINISTÉRIO DO PLANEJA- Para que seja feita uma comparação justa entre um
MENTO, 2017), as compras públicas se configuram produto ou serviço mais sustentável e seu similar con-
como um importante instrumento impulsionador de vencional, deve-se considerar o conceito de ciclo de
mudanças nos padrões de produção e consumo. Um vida, de forma a englobar a forma de produção, mate-
bom exemplo é o da Coreia do Sul que, tendo aumen- riais constituintes e recursos consumidos, mão de obra
tado os seus gastos públicos com os chamados produ- empregada e condições de trabalho, embalagem, distri-
tos verdes em quase US$ 1 bilhão no período de 7 anos buição, uso ou operação, manutenção, possibilidade de
(de 2005 a 2012), observou, neste mesmo período, um reutilização ou reciclagem, bem como seu descarte.
incremento de 235% no número de produtos certifica- As compras públicas sustentáveis apresentam
dos verdes e um aumento de quase 10 vezes nas vendas vantagens, como a proteção do meio ambiente, cus-
desses produtos, passando de US$ 3,3 bilhões para US$ tos evitados com danos ambientais e sociais, deso-
30,3 bilhões (GIES, 2014). neração de despesas orçamentárias com a compra de
Mediante a adoção de práticas de compras públicas produtos mais eficientes e duráveis, ganhos de reputa-
sustentáveis o Estado pode, por meio do exemplo, in- ção, dentre outros.
fluenciar o mercado, gerar novas demandas, incentivar Importante salientar que as compras públicas sus-
empresas que possuam boas práticas socioambientais e tentáveis não visam priorizar questões sociais e/ou am-
estimular a sociedade a um consumo mais consciente, bientais em detrimento da funcionalidade do produto ou
com reflexos na implementação de políticas públicas, serviço, sem a devida análise de seu custo versus bene-
no fomento às inovações tecnológicas e na oferta de fício. Trata-se de considerar essas variáveis no proces-
produtos e serviços considerados mais sustentáveis. so, procurando obter maior eficácia na contratação a ser
72 REVISTA FERROVIÁRIA | Janeiro/Fevereiro DE 2019
realizada, atendendo não somente às necessidades de
curto prazo, mas avaliando também as consequências
dessas aquisições a longo prazo, de forma a empregar o
dinheiro público de maneira mais responsável.

2.2. Inclusão de requisitos sustentáveis nas contra-


tações públicas
A seleção de requisitos sustentáveis exige plane-
jamento, conhecimento e bom senso, uma vez que a
escolha demanda a ponderação de aspectos econô-
micos, ambientais e sociais, não devendo ser atribuí-
do peso excessivo a um aspecto em detrimento dos
demais, sob o risco de inviabilização ou fracasso da
compra. Nesse processo, além de considerar todo o
ciclo de vida do objeto, pesquisas de mercado são
essenciais como referencial para o que pode ser ofe-
recido a curto, médio ou longo prazo em termos de
produtos mais sustentáveis.

2.2.1. Embasamento Legal


Na legislação vigente podemos encontrar funda-
mentação para a inclusão de requisitos sustentáveis, na
medida em que muitas leis, decretos e instruções nor-
mativas possuem comandos objetivos a respeito da con- Na Lei Federal nº 8.666/93 (Lei das Licitações), alte-
sideração de critérios de sustentabilidade nas atividades rada pela Lei Federal nº 12.349/10, o desenvolvimento
da Administração Pública, abrangendo seus processos nacional sustentável é apontado como um dos princí-
de compras. pios da licitação.
nota técnica
A Lei Federal nº 12.462/11 (Regime Diferenciado tas para auxílio na escolha de requisitos sustentáveis e
de Contratação) estabelece que os custos e benefícios alguns exemplos por categoria.
de natureza econômica, social ou ambiental devem ser
ponderados na busca da maior vantagem para a admi- 2.2.3. Dificuldades encontradas no processo de inclusão
nistração pública. de requisitos sustentáveis nas compras públicas
Na Lei Federal nº 13.303/16 (Lei das Estatais), o ciclo de Ainda que se tenha superado em partes o conceito
vida do objeto foi incluído como fator a ser considerado para “maior vantajosidade = menor preço”, os gestores de
assegurar a seleção da proposta mais vantajosa. compras possuem dificuldades em justificar a contrata-
Além das leis citadas, que regulamentam as aquisi- ção de determinado item, mais sustentável, quando este
ções da administração pública, outras leis, decretos e apresenta maior custo inicial e/ou quando seus benefí-
instruções normativas trazem fundamentação para a cios não são claramente mensuráveis.
incorporação de requisitos de sustentabilidade nas com- Outra questão bastante relevante é a capacitação dos
pras públicas. envolvidos com compras em relação à sustentabilida-
O quadro 1 exemplifica os critérios e práticas de sus- de. Sem entendimento dos conceitos, o que dificulta até
tentabilidade, elencadas na legislação federal e estadual mesmo a inclusão do assunto na pauta das contratações,
(SP) vigente, que podem embasar a tomada de decisão a tarefa de escolher os critérios de sustentabilidade para
quanto aos requisitos a serem exigidos na contratação análise e definição dos requisitos a serem solicitados
de dado objeto. torna-se extremamente complicada.
A falta de planejamento da compra é outro obstáculo à
2.2.2. Ferramentas para a escolha de requisitos inclusão de requisitos sustentáveis, uma vez que inviabi-
sustentáveis lizam a análise adequada do objeto da contratação. Além
Além da legislação vigente citada, há uma série de disso, sem a devida pesquisa prévia do mercado, a fim de
ferramentas disponíveis que podem facilitar a definição averiguar a capacidade de atendimento do mesmo com re-
do rol de critérios a serem utilizados para a escolha dos lação a itens mais sustentáveis, existe grande possibilidade
requisitos sustentáveis em uma contratação. de restrição de competividade e fracasso da licitação.
Na figura 1 estão compiladas as principais ferramen- Lembrando que a cultura organizacional é forte im-
pulsionadora (ou não) das
compras sustentáveis, uma
vez que estas devem estar ali-
nhadas às políticas, valores e
planejamento estratégico da
Administração Pública.

3. ESTUDO DE CASO
Para um melhor entendi-
mento de como a questão da

Figura 1 - Ferramentas
para escolha de requisitos
sustentáveis

74 REVISTA FERROVIÁRIA | Janeiro/Fevereiro DE 2019


sustentabilidade está incorporada aos processos de com- ção, bem como percepção do assunto frente aos objeti-
pras do setor público, foi realizado um estudo de caso na vos e diretrizes do Metrô/SP.
Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô/SP), Na etapa de avaliação dos contratos firmados, foram
em três etapas: analisados 664 instrumentos contratuais celebrados pela
empresa entre janeiro e setembro de 2017, com a fina-
lidade de averiguar a existência de cláusulas com crité-
rios, práticas e/ou requisitos sustentáveis.
Figura 2 - Etapas do Estudo de Caso

3.1. Discussão sobre as pesquisas efetuadas


O objetivo do estudo foi aferir a aderência entre as O Metrô/SP demonstra preocupação com as ques-
diretrizes da empresa e a execução de uma contratação, tões de sustentabilidade, comprovada pela forma de
em termos de sustentabilidade. conduzir seus processos e pelos inúmeros documentos
Na análise de documentos institucionais, foram ava- emitidos pela mesma que evocam a sustentabilidade e
liados alguns instrumentos normativos do Metrô/SP, fornecem diretrizes a empregados e terceirizados para
com o intuito de verificar como a empresa se posiciona o tratamento do assunto. No entanto, a sustentabilida-
com relação à sustentabilidade. Os documentos anali- de não aparece ligada diretamente a ações concretas em
sados foram: código de ética e conduta, estatuto social, seu planejamento estratégico.
planejamento estratégico 2014-2020, relatório da admi- Com relação aos empregados que trabalham em ativi-
nistração 2016 e relatório de sustentabilidade 2016. dades relacionadas às contratações do Metrô/SP, parece
A pesquisa com empregados da empresa visou ana- haver um entendimento geral do conceito de sustentabi-
lisar como as questões de sustentabilidade permeiam lidade, com maior ênfase para o aspecto ambiental. Ob-
suas atividades, tentando identificar o papel da empre- serva-se que os critérios ou práticas de sustentabilidade
sa nessa relação. No total foram 88 pesquisados, o que mais adotados pelos pesquisados estão relacionados a
representa aproximadamente 7% do número total de temas muito comentados na atualidade, como a redução
empregados administrativos da empresa. As perguntas do consumo de água e energia, mas também possuem
envolveram conceituação de sustentabilidade, aplicação ligação com ações da empresa, como o descarte correto
nas atividades desenvolvidas relacionadas à contrata- de lixo, incentivado pelo gerenciamento de resíduos só-

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lidos efetuado pelo Metrô/SP e por campanhas internas tões trabalhistas e condições de trabalho regulamenta-
de coleta seletiva. das em legislação. Observou-se que a inclusão de outros
Quase 80% dos empregados pesquisados afirmam requisitos sustentáveis, que seriam fruto da ação direta
utilizar requisitos sustentáveis no desempenho de suas dos empregados, é pouco frequente, especialmente no
atividades voltadas às contratações, sendo que a legisla- tocante a requisitos que trazem algum tipo de inovação
ção vigente e os instrumentos normativos da Companhia em sua essência.
figuram como principais fontes para a seleção desses
requisitos. Embora grande parte dos contratos firmados 4. CONCLUSÕES
pelo Metrô/SP esteja relacionado à aquisição de mate- Diante das obrigações inerentes à Administração Pú-
riais, nota-se a pouca utilização do cadastro socioambien- blica com relação à preservação do meio ambiente, do
tal da BEC para a escolha de requisitos sustentáveis. bem-estar social e de uma economia equilibrada, fica
Muito embora a maior parte das pessoas pesquisadas evidenciada a necessidade de que esta considere as
veja a sustentabilidade como um objetivo estratégico do questões de sustentabilidade em suas atividades. Com
Metrô/SP, a incorporação de requisitos sustentáveis em esse enfoque, as compras públicas sustentáveis entram
suas compras ainda encontra obstáculos. A questão do em cena, não só como mecanismo auxiliar no cumpri-
maior preço permanece latente, sendo apontada como a mento dos deveres do Estado, mas também como ins-
maior dificuldade identificada pelos pesquisados, seguida trumento capaz de fomentar novos mercados e influen-
da falta de embasamento nos documentos utilizados para ciar comportamentos, alterando modos insustentáveis
a realização das atividades. Além disso, investimentos em de produção e consumo tão presentes na atualidade.
capacitação por parte do Metrô/SP poderiam ser de gran- Diferentemente do que ocorre no setor privado, as
de valia, uma vez que 66% dos pesquisados nunca parti- compras no âmbito público são regulamentadas por
cipou de treinamentos a respeito de compras sustentáveis. meio de leis e decretos, devendo seguir regras que não
A análise dos contratos firmados pelo Metrô/SP, en- só assegurem a competição justa entre os possíveis for-
tre janeiro e setembro de 2017, revelou que muitos dos necedores, como também garantam a escolha da propos-
critérios e práticas sustentáveis incluídos nos contratos ta mais vantajosa para a Administração Pública. Nesse
são provenientes dos modelos internos elaborados para tocante, apesar do menor preço ser parte significativa
editais e contratos, estando muito relacionados às ques- na análise da vantajosidade, esta não deve ser a única
premissa a ser considerada. Cada vez mais produtos e fornecem orientações e subsídios para a escolha acerta-
serviços com valor agregado, que tragam maiores be- da dos requisitos sustentáveis a serem solicitados, dan-
nefícios à coletividade e que causem menores impactos do maior segurança ao gestor nas tomadas de decisão.
ao meio ambiente, devem ser percebidos como compra É importante salientar que as compras utilizando re-
mais vantajosa para a Administração Pública, sendo quisitos sustentáveis devem ser planejadas e aderentes
uma opção mais eficiente e inteligente para o emprego às políticas e objetivos estratégicos da organização. O
do dinheiro público. apoio da alta direção é primordial, para que ocorra o
Uma dúvida que parece rondar constantemente os engajamento e devido suporte aos empregados envol-
envolvidos em processos de contratação consiste no vidos nas atividades de contratação. Nesse sentido, a
embasamento legal para a inclusão de requisitos susten- elaboração de instrumentos internos próprios, que de-
táveis em compras públicas, sem que haja prejuízo das finam diretrizes, pode não só facilitar a implementação
regras estabelecidas pela legislação que pauta o assunto. de compras sustentáveis como torná-las mais eficazes.
No entanto, o que se observa é que há todo um arca- Além disso, investimentos em capacitação são necessá-
bouço legal que pode ser utilizado para fundamentar a rios não só para nivelar conhecimentos, como também
adoção de critérios e práticas de sustentabilidade para a para disseminar boas práticas.
efetivação de contratações. A implementação de compras públicas sustentáveis en-
A seleção de critérios de sustentabilidade, que devem volve, muitas vezes, mudanças culturais e superação de
nortear a escolha dos requisitos sustentáveis a serem conceitos ultrapassados, mas há que se compreender que a
exigidos em uma contratação, muitas vezes é colocada consideração das questões de sustentabilidade nas contra-
como um obstáculo. Contudo, existem diversas ferra- tações públicas é um caminho necessário e sem volta, para
mentas disponíveis que podem facilitar essa tarefa e que o qual a Administração Pública deve estar preparada.

8. BIBLIOGRAFIA
GIES, Erica. Government spending could save the world - so what's MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO. Contratações públicas
holding it back? The Guardian, International Edition, 25 jun. sustentáveis, 2017. Disponível em: <http://cpsustentaveis.
2014. Disponível em: <https://www.theguardian.com/sustai- planejamento.gov.br/contratacoes-publicassustentaveis>.
nable-business/2014/jun/25/sustainable-public-procurement- Acesso em: 06 jun. 2017.
-markets-south-korea-europe-us>. Acesso em: 16 jun. 2018.
estatísticas

Cresce transporte de carga


Ferrovias movimentaram 569,6 milhões de TU em 2018, aumento de 5,7% em relação a 2017

O
transporte de carga por ferrovia termi- em TU e 10,8% em TKU. Já a Estrada de Ferro Vitó-
nou 2018 com alta de 5,7% em toneladas ria a Minas apresentou queda de 4,3% em TU e 5,1%
úteis (TU) na comparação com 2017; em em TKU. A Ferrovia Transnordestina Logística tam-
tonelada por quilômetro útil (TKU), o au- bém registrou decréscimo de 12,2% em TU e 5,9% em
mento foi de 8,9%. Juntas, as ferrovias transportaram TKU no comparativo entre 2017 e 2018.
569,6 milhões de TU no ano passado. Rumo Malha O setor de passageiros sobre trilhos cresceu 4,4%
Paulista está entre as operadoras que mais se desta- no período. Metrofor foi destaque, com aumento de
caram: o crescimento entre 2018 e o ano anterior foi 25,9% na quantidade de usuários. Na CBTU Maceió, a
de 27,8% em TU (em TKU, a evolução foi de 41,3%). evolução foi de 117,9%. No Metrô de Salvador, opera-
A Rumo Malha Norte também registrou aumento de do pela CCR Metrô Bahia, a alta foi de 136,5%.
volume no período: 14,1% em TU e 11,4% em TKU. A partir dessa edição, a tabela de transporte de pas-
A Estrada de Ferro Carajás teve acréscimo de 17,2% sageiros passa a computar separadamente o número de
em TU — lembrando que a Vale concluiu, em agosto usuários da ViaMobilidade, concessionária da Linha
de 2018, o projeto S11D, que incluiu a duplicação de 5-Lilás do Metrô de São Paulo. A operadora também
575 km de ferrovia e a construção de um ramal ferro- ficará a cargo da operação da Linha 17-Ouro, assim
viário de 101 km. A Ferrovia Norte-Sul cresceu 8,7% que as obras no trecho estiverem prontas.

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Nas tabelas de transporte urbano sobre trilhos estão contabilizadas as transferências entre as linhas
TRANSPORTE DE CARGA POR FERROVIA - NOVEMBRO 2018
Δ% Acumulado no ano até Novembro
11/17 11/18
Operadoras Nov 18/Nov 17 2017 2018 Δ%
  TU (10³) TKU (106) TU (10³) TKU (106) TU TKU TU (10³) TKU (106) TU (10³) TKU (106) TU TKU
Rumo - Malha Sul 1.759,7 1.119,6 1.849,9 1.184,5 5,1 5,8 19.740,5 12.525,4 20.822,4 13.320,0 5,5 6,3
Transnordestina Log. 121,1 55,9 90,9 45,7 (25,0) (18,2) 1.224,3 594,3 1.073,8 559,0 (12,3) (5,9)
E.F. Carajás 15.983,7 14.203,6 18.346,6 16.518,7 14,8 16,3 157.417,6 139.574,3 186.443,4 167.369,8 18,4 19,9
E.F.V.M. 10.826,8 6.119,8 10.339,4 5.841,5 (4,5) (4,5) 119.588,0 67.724,3 112.746,0 63.255,1 (5,7) (6,6)
Rumo - Malha Paulista 285,1 244,5 424,3 448,7 48,8 83,5 3.706,6 3.157,7 4.735,4 4.340,8 27,8 37,5
Rumo - Malha Norte 1.909,5 2.945,7 2.033,4 3.097,4 6,5 5,2 18.595,8 28.922,0 21.354,6 32.400,4 14,8 12,0
Ferroeste* 54,3 22,0 41,9 28,0 (22,9) 27,6 420,6 137,6 437,9 183,7 4,1 33,5
FCA 2.676,0 1.879,7 2.560,7 1.805,7 (4,3) (3,9) 31.773,2 22.769,3 32.332,0 22.599,5 1,8 (0,7)
FTC 233,3 17,9 249,0 19,2 6,7 7,3 2.487,2 191,1 2.637,1 203,7 6,0 6,6
MRS Logística 10.878,4 5.049,9 11.723,8 5.662,5 7,8 12,1 126.640,7 59.088,8 124.460,2 59.235,4 (1,7) 0,2
Rumo - Malha Oeste 352,2 76,9 355,0 71,6 0,8 (6,9) 3.704,7 781,4 3.961,4 803,4 6,9 2,8
Ferrovia Norte-Sul 430,1 386,7 655,1 631,8 52,3 63,4 7.646,4 7.083,2 8.114,5 7.635,1 6,1 7,8
Total 45.510,3 32.122,1 48.670,0 35.355,3 6,9 10,1 492.945,6 342.549,3 519.118,6 371.905,7 5,3 8,6
Fonte: ANTT. *Os dados da Ferroeste não consideram direito de passagem e tráfego mútuo, apenas as cargas geradas na ferrovia.

TRANSPORTE DE CARGA POR FERROVIA - DEZEMBRO 2018


  12/17 12/18
Δ% Acumulado no ano até Dezembro
Operadoras Dez 18/Out 17 2017 2018 Δ%
  TU (10³) TKU (106) TU (10³) TKU (106) TU TKU TU (10³) TKU (106) TU (10³) TKU (106) TU TKU
Rumo - Malha Sul 1.613,9 1.030,4 1.685,7 1.059,8 4,4 2,9 21.354,5 13.555,7 22.508,1 14.379,8 5,4 6,1
Transnordestina Log. 105,8 51,1 94,6 48,6 (10,6) (4,9) 1.330,1 645,4 1.168,4 607,6 (12,2) (5,9)
E.F. Carajás 17.914,9 15.963,2 18.965,0 17.004,3 5,9 6,5 175.332,5 155.537,5 205.408,4 184.374,1 17,2 18,5
E.F.V.M. 10.319,3 5.793,6 11.521,3 6.492,8 11,6 12,1 129.907,3 73.517,9 124.267,3 69.747,9 (4,3) (5,1)
Rumo - Malha Paulista 344,9 286,3 443,2 524,0 28,5 83,0 4.051,5 3.444,0 5.178,6 4.864,8 27,8 41,3
Rumo - Malha Norte 1.791,5 2.740,7 1.909,6 2.877,2 6,6 5,0 20.387,3 31.662,7 23.264,2 35.277,6 14,1 11,4
Ferroeste* 44,3 21,5 29,0 16,8 (34,5) (21,8) 464,9 159,1 466,9 200,5 0,4 26,0
FCA 2.412,7 1.660,0 2.616,8 1.943,9 8,5 17,1 34.185,8 24.429,3 34.948,8 24.543,4 2,2 0,5
FTC 190,8 14,6 207,2 15,8 8,6 8,3 2.678,0 205,7 2.844,3 219,5 6,2 6,7
MRS Logística 10.485,5 4.820,2 12.144,1 6.264,0 15,8 30,0 137.126,2 63.909,0 136.604,3 65.499,4 (0,4) 2,5
Rumo - Malha Oeste 341,5 76,3 360,2 74,6 5,5 (2,3) 4.046,1 857,7 4.321,6 878,0 6,8 2,4
Ferrovia Norte-Sul 250,5 210,5 472,7 445,1 88,7 111,4 7.896,9 7.293,8 8.587,2 8.080,2 8,7 10,8
Total 45.815,5 32.668,5 50.449,4 36.766,9 10,1 12,5 538.761,1 375.217,8 569.568,0 408.672,6 5,7 8,9
Fonte: ANTT. *Os dados da Ferroeste não consideram direito de passagem e tráfego mútuo, apenas as cargas geradas na ferrovia.

Continua
78 REVISTA FERROVIÁRIA | Janeiro/Fevereiro DE 2019
estatísticas
Continuação
TRANSPORTE URBANO SOBRE TRILHOS - NOVEMBRO 2018
11/17 11/18 Δ% Acumulado no ano até Novembro Δ%
Operadora Passag./dia útil Passag.(10³) Passag./dia útil Passag.(10³) Passag./dia útil Passag.(10³) Passag.(10³)2017 Passag.(10³)2018 Passag.(10³)
Metrô-SP 3.928.193 91.386 3.822.360 87.792 (2,7) (3,9) 1.006.754 1.006.636 (0,0)
Via Quatro 742.061 16.307 760.752 16.989 2,5 4,2 183.562 201.235 9,6
Via Mobilidade 274.021 6.347 521.069 11.833 90,2 86,4 67.789 76.481 12,8
CPTM 2.821.253 68.958 2.993.637 71.293 6,1 3,4 756.587 791.521 4,6
Metrô Rio 880.936 19.364 878.349 19.288 (0,3) (0,4) 238.338 222.704 (6,6)
SuperVia 602.289 12.874 619.459 13.172 2,9 2,3 147.645 149.822 1,5
CBTU Recife 348.550 8.818 329.816 8.278 (5,4) (6,1) 95.172 93.339 (1,9)
Trensurb 199.304 4.814 174.811 4.338 (12,3) (9,9) 50.494 47.745 (5,4)
CBTU BH 203.669 4.945 199.322 4.769 (2,1) (3,6) 54.007 54.321 0,6
Metrofor 32.122 808 41.847 962 30,3 19,0 7.724 9.833 27,3
CTB Salvador 11.416 269 11.525 266 1,0 (1,0) 2.946 3.030 2,9
CBTU João Pessoa 7.816 172 7.082 154 (9,4) (10,4) 1.816 1.836 1,1
CBTU Natal 13.262 290 13.977 288 5,4 (0,8) 3.167 3.432 8,3
CBTU Maceió 7.332 164 10.772 217 46,9 32,4 1.062 2.487 134,1
Metrô DF 76.226 1.906 138.395 3.465 81,6 81,8 34.477 37.189 7,9
VLT do Cariri 1.519 32 1.789 38 17,8 17,0 172 375 118,5
Metrô de Salvador 253.149 6.188 342.086 8.306 35,1 34,2 35.124 90.136 156,6
VLT da Baixada Santista 21.021 534 23.292 603 10,8 12,9 5.348 6.356 18,9
VLT de Sobral 3.460 83 5.307 123 53,4 47,3 273 1.237 352,8
VLT Carioca 53.000 1.152 74.000 1.546 39,6 34,2 10.055 16.132 60,4
Bondes de Santa Teresa 800 23 1.421 29 77,6 28,4 202 280 39,0
Metrô de Teresina 6.000 132 7.900 158 31,7 19,7 1.484 1.488 0,2
Total 10.213.378 239.220 10.978.968 253.907 7,5 6,1 2.636.401 2.752.933 4,4
Fonte: Operadoras.
TRANSPORTE URBANO SOBRE TRILHOS - DEZEMBRO 2018
12/17 12/18 Δ% Acumulado no ano até Dezembro Δ%
Operadora Passag./dia útil Passag.(10³) Passag./dia útil Passag.(10³) Passag./dia útil Passag.(10³) Passag.(10³)2017 Passag.(10³)2018 Passag.(10³)
Metrô-SP 3.619.203 88.991 3.566.464 85.383 (1,5) (4,1) 1.095.745 1.092.019 (0,3)
Via Quatro 673.803 16.104 713.180 16.470 5,8 2,3 199.667 217.705 9,0
Via Mobilidade 264.362 6.541 508.587 12.053 92,4 84,3 74.330 88.534 19,1
CPTM 2.806.271 71.086 2.869.107 71.772 2,2 1,0 827.673 863.293 4,3
Metrô Rio 874.249 19.609 905.207 19.705 3,5 0,5 257.947 242.409 (6,0)
SuperVia 606.025 13.142 626.958 13.148 3,5 0,0 160.786 162.970 1,4
CBTU Recife 347.726 9.067 338.100 8.748 (2,8) (3,5) 104.240 102.087 (2,1)
Trensurb 184.387 4.563 159.576 4.019 (13,5) (11,9) 55.057 51.764 (6,0)
CBTU BH 203.088 4.788 197.872 4.072 (2,6) (14,9) 58.794 58.393 (0,7)
Metrofor 37.102 913 41.726 1.040 12,5 14,0 8.637 10.873 25,9
CTB Salvador 11.445 262 13.498 300 17,9 14,4 3.208 3.330 3,8
CBTU João Pessoa 8.128 175 7.899 165 (2,8) (6,0) 1.991 2.001 0,5
CBTU Natal 13.774 322 13.142 296 (4,6) (8,1) 3.489 3.728 6,8
CBTU Maceió 9.187 196 11.355 255 23,6 30,0 1.259 2.742 117,9
Metrô DF 84.736 2.203 113.717 2.956 34,2 34,2 36.680 40.145 9,4
VLT do Cariri 1.364 30 1.537 34 12,7 14,6 201 409 103,1
Metrô de Salvador 271.790 6.531 349.053 8.367 28,4 28,1 41.655 98.503 136,5
VLT da Baixada Santista 19.216 527 24.728 646 28,7 22,5 5.875 7.002 19,2
VLT de Sobral 3.661 87 4.843 119 32,3 36,3 360 1.356 276,1
VLT Carioca 57.000 1.285 80.000 1.610 40,4 25,3 11.340 17.742 56,5
Bondes de Santa Teresa 996 27 1.367 27 37,2 (0,8) 229 307 34,3
Metrô de Teresina 5.800 128 7.200 145 24,1 13,6 1.612 1.633 1,3
Total 9.838.951 240.036 10.555.116 251.330 7,3 4,7 2.876.437 3.004.263 4,4
Fonte: Operadoras.
artigo

Trens de passageiros
pelo interior de São Paulo
- uma crítica construtiva
CYRO LAURENZA
Presidente do Conselho Diretor do Instituto para o Desenvolvimento dos Sistemas de Transportes (Idestra) e do
Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo (Conpresp)

E
stamos em início de governos federal e estadual, perspectivas de planejamento ferroviário para próximos
hora propícia para desengavetar inúmeros pro- 30 anos. Territórios dos estados Paraná, São Paulo, Rio de
jetos que objetivam recuperar e criar nova ma- Janeiro, Minas Gerais, Goiás e Brasília necessitam ser co-
lha ferroviária no país e no estado de São Paulo. nectados, esse amplo pedaço do Brasil tem a necessidade
Nossos gargalos no transporte de mercadorias e a falta de de solução urgente, sem este alcance de mercados futuros
conforto e agilidade na mobilidade dos passageiros com- estaremos perdendo tudo que construímos e passaremos a
provam que erramos muito quando abandonamos grande destruir cidades que se agigantam sem planejamento ur-
parte da nossa malha ferroviária. bano, tornando-se espaços impossíveis de se viver. São
Quando se projeta ferrovias não é possível pensar pe- Paulo já é assim.
queno, desconectado das grandes distâncias a ser percor- Vivemos em estados que estão perdendo domínio da
ridas e das massas a ser transportadas. Desde 1960, a in- comunicação entre municípios, apesar de concentrarem
dústria de material ferroviário de diversos países está em a maior parte do PIB brasileiro. O povo é transportado
constante desenvolvimento tecnológico em rodovias sujeitas a desastres, 50.000
com resultados excelentes de transporte mortos por ano, ônibus em médias de
sobre trilhos para passageiros. "A volta dos trens 80 Km/h, carros a 120 penalizados com
O governador João Doria, em suas sempre foi desejo multas em pequenos equívocos; metrôs
primeiras manifestações públicas, reco- de todo e qualquer e subúrbios médias de 60, aviões com
nhece a necessidade de São Paulo conec- custos cada vez mais estranhos, vivemos
tar via ferrovia a capital com Americana,
técnico que planeja o lazer de horas paralisados no trânsito,
Sorocaba, Santos e Vale do Paraíba. Pri- transportes de cargas e ampla perda de tempo comercial, finan-
meira resposta positiva à ansiedade dos de passageiros. O país ceiro, de lazer e da saúde.
técnicos ferroviários em mais de 60 anos Relembro aqui frase do meu dis-
necessita de ambos."
e para milhares de pessoas abandonadas curso de posse na presidência da Fe-
em meios de transporte inadequados. pasa,1983 – “Nesses 35 anos, única
Essa concepção abrange a Macrometrópole Paulista. pessoa que se manifestou contra, em artigo recente, foi
Vale a pena pensar somente nisso, ou pensar planejado em Delfim Neto. Pensar grande não é pensar dispendioso,
harmonia com outros municípios e regiões? Ou ainda, saber é não pensar medíocre e pequeno, como tem aconte-
da necessidade de ir além das nossas fronteiras, nascendo o cido demasiadamente em nosso país, nestes últimos
germe dos trens de passageiros para demais Estados? Creio 60 anos". Este ano de 2019 pode representar um novo
importante, “por que não pensarmos assim?”. tempo, as circunstâncias da eleição exigiram diferen-
A capital federal, ilha distante, deve ser alcançada por tes ações públicas. “Se você não está interessado nos
ampla malha de transportes. O trem de passageiros em assuntos do seu governo, então você está condenado a
malha nacional precisa ser uma meta de governos, em viver sob o domínio dos tolos”, Platão.

80 REVISTA FERROVIÁRIA | Janeiro/Fevereiro DE 2019


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deve começar a operar em dezembro deste ano. Foram
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2016, 18 composições de seis carros. Os trens têm 109 metros
de comprimento, capacidade para 1.259 pessoas, são equipados
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