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IMPOSTOS DA UNIÃO,
DOS ESTADOS, DO DISTRITO FEDERAL E DOS MUNICÍPIOS. REPARTIÇÃO
DAS RECEITAS TRIBUTÁRIAS
4.1. Introdução
O ente estatal competente para instituir (ou criar) cada imposto deve observar
quatro ordens de limitações ou condicionamentos:
O itens "b" e “c” dizem respeito aos limites de ação do legislador do tributo.
Nesses termos, quando a Constituição prevê a tributação sobre a propriedade de
Atualmente, a Lei n. 5.172, de 1966, funciona como lei de normas gerais de direito
tributário, nos termos do art. 146, inciso III, da Constituição Federal, e do art. 34,
§5o, do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias.
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Texto: Os fundamentos jurídicos da tributação da renda universal no direito brasileiro. Autor: Aldemario
Araujo Castro. Disponível em: http://www.aldemario.adv.br/universal.pdf.
Boa parte dos processos judiciais que versam sobre IR envolvem discussões
acerca da natureza indenizatória, ou não, de certas verbas percebidas no curso da
Nessa linha, o STJ já decidiu que, por não estar presente indenização, incide
imposto de renda sobre: a) o adicional de 1/3 sobre férias gozadas; b) o adicional
noturno; c) a complementação temporária de proventos; d) o décimo-terceiro
salário; e) a gratificação de produtividade; f) a gratificação por liberalidade da
empresa, paga por ocasião da extinção do contrato de trabalho; g) horas-extras; h)
“indenização” especial quando da rescisão do contrato de trabalho (férias
antigüidade, prêmio aposentadoria e prêmio jubileu) (REsp n. 731.840); i)
compensação pecuniária decorrente de acordo coletivo que estabeleceu a
renúncia quanto à duração da jornada de trabalho (EREsp n. 695.499); j) as
verbas recebidas a título de bolsa de estudo para a participação em curso de
formação de delegado quando o participante pode optar pela percepção do
vencimento e das vantagens de seu cargo efetivo em substituição ao auxílio
financeiro (REsp n. 640.281) e l) a verba “indenizatória” referente a dano moral
(REsp n. 748.868).
Por outro lado, ainda segundo o STJ, têm natureza indenizatória, afastando a
incidência do imposto de renda: a) o abono de parcela de férias não-gozadas (art.
143 da CLT); b) férias não gozadas por necessidade do serviço; c) licença-prêmio
não gozada, por necessidade do serviço; d) férias não-gozadas, indenizadas na
vigência do contrato de trabalho, bem como as licenças-prêmio convertidas em
pecúnia, sendo prescindível se ocorreram ou não por necessidade do serviço e e)
férias não-gozadas, licenças-prêmio convertidas em pecúnia, irrelevante se
decorreram ou não por necessidade do serviço, férias proporcionais, respectivos
adicionais de 1/3 sobre as férias, gratificação de Plano de Demissão Voluntária
(PDV), todos percebidos por ocasião da extinção do contrato de trabalho (REsp n.
748.195).
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MACHADO, Hugo de Brito. Curso de direito tributário. 21. ed. São Paulo: Malheiros, 2002, p. 297.
O IPI terá reduzido seu impacto sobre a aquisição de bens de capital pelo
contribuinte do imposto, na forma da lei, conforme dispositivo introduzido na Carta
Magna pela Emenda Constitucional n. 42, de 2003.
Por força do disposto no art. 155, §3o da Constituição, não incide IPI nas
operações relativas a energia elétrica, serviços de telecomunicações, derivados de
petróleo, combustíveis e minerais do País (RE n. 227.832).
O ouro, quando definido em lei como ativo financeiro ou instrumento cambial (Lei
n. 7.766, de 1989), sujeita-se exclusivamente à incidência do IOF, devido na
O imposto sobre grandes fortunas deverá ser instituído por lei complementar,
ainda não editada.
Ainda segundo a Lei Maior, 20% (vinte por cento) do produto da arrecadação dos
impostos residuais pertencem aos Estados e ao Distrito Federal (art. 157, inciso
II).
Também já decidiu o STJ que não incide ICMS (e sim, ISS) sobre o serviço de
provimento de acesso à internet (Súmula STJ n. 334 e REsp n. 736.607). Já na
prestação de serviços de comunicação visual (publicidade e propaganda) incide,
segundo o STJ, o ICMS (AgRg no REsp n. 737.263).
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Texto: "Acordo dos Usineiros". Principais aspectos das "transações tributárias" realizadas entre o Estado de
Alagoas e várias empresas do setor sucroalcooleiro em relação à cobrança do ICM sobre a "cana própria”.
Autor: Aldemario Araujo Castro. Disponível: http://www.aldemario.adv.br/artigo1.htm.
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Texto: Mercadoria virtual: aspectos tributários relevantes. Autor: Aldemario Araujo Castro. Disponível em:
http://www.aldemario.adv.br/mv.pdf.
"A União entregará aos Estados e ao Distrito Federal o montante definido em lei
§1o Do montante de recursos que cabe a cada Estado, setenta e cinco por cento
pertencem ao próprio Estado, e vinte e cinco por cento, aos seus Municípios,
distribuídos segundo os critérios a que se refere o art. 158, parágrafo único, da
Constituição.
§3o Enquanto não for editada a lei complementar de que trata o caput, em
substituição ao sistema de entrega de recursos nele previsto, permanecerá
vigente o sistema de entrega de recursos previsto no art. 31 e Anexo da Lei
Complementar n. 87, de 13 de setembro de 1996, com a redação dada pela Lei
Complementar n. 115, de 26 de dezembro de 2002.
§4o Os Estados e o Distrito Federal deverão apresentar à União, nos termos das
instruções baixadas pelo Ministério da Fazenda, as informações relativas ao
imposto de que trata o art. 155, II, declaradas pelos contribuintes que realizarem
operações ou prestações com destino ao exterior".
Convém lembrar que a fixação da base de cálculo do IPVA não precisa observar a
"anterioridade qualificada", conforme dispõe o art. 150, parágrafo primeiro, da
Constituição, na redação oferecida pela Emenda Constitucional n. 42, de 2003.
Conforme já foi destacado, nos termos dos arts. 147 e 155, da Constituição,
cabem ao Distrito Federal os impostos atribuídos aos Estados e aos Municípios.
4.5.2. Imposto sobre a transmissão "inter vivos" de bens imóveis por ato
oneroso - ITBI
Segundo a Lei Maior não é todo e qualquer serviço que pode ser tributado pelo
ISS. Não sofrem a incidência desse tributo: a) os serviços compreendidos na
competência tributária do ICMS (comunicação, transporte intermunicipal e
transporte interestadual) e b) aqueles que não estiverem definidos em lei
complementar (RE n. 361.829).
O Tribunal de Contas da União efetua o cálculo das quotas referentes aos fundos
de participação previstos na Constituição.
a) 50% do ITR pertencem aos Municípios onde os imóveis rurais estejam situados;
b) do montante de recursos que cabe a cada Estado, 25% serão destinados aos
seus Municípios, na forma da lei.
Entre os anos de 1994 e 2011, por força de uma série de emendas à Constituição,
o sistema de repartição de receitas tributárias previstos no Texto Maior foi (e será)
aplicado com algumas alterações significativas. A última versão dessas
alterações, veiculada pela Emenda Constitucional n. 56, de 2007, estabelece: "é
desvinculado de órgão, fundo ou despesa, até 31 de dezembro de 2011, 20%
(vinte por cento) da arrecadação da União de impostos, contribuições sociais e de
intervenção no domínio econômico, já instituídos ou que vierem a ser criados até
a referida data, seus adicionais e respectivos acréscimos legais".
Segundo o STF, a lei estadual que fixa critérios para o repasse de 1/4 dos 25% do
produto da arrecadação do ICMS, pode gerar valores inexpressivos, conforme
parâmetros sociais, econômicos e regionais escolhidos para definir a partilha. É
vedado, no entanto, a pretexto de resolver desigualdades sociais e regionais,
alijar, completamente, um Município da participação desses recursos (RE n.
401.953). Por outro lado, a lei estadual não pode fixar metodologia e critérios
próprios para a repartição do ICMS com os Municípios desconsiderando a norma
constitucional que manda observar “a proporção do valor adicionado nas
operações relativas à circulação de mercadorias e nas prestações de serviços”
realizadas nos territórios dos Municípios (ADIn n. 1.423).