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ÍNDICE
Ficha de Procedimentos....................................................................................................................155
- Jogos de Fortuna ou Azar/Diversão Auto de Noticia
A disciplina actual do jogo consagra algumas soluções que carecem ser adaptadas às alterações
de natureza sócio-económica verificadas nos últimos anos, fundamentalmente, á função que o jogo é
chamado a desempenhar, designadamente como factor favorável à criação e ao desenvolvimento de
áreas turísticas.
Daí que a presente legislação, de interesse e ordem públicas, dadas as respectivas incidências
sociais, administrativas, penais e tributárias, haja sido reformulada com vista a instaurar um sistema
mais adequado de regulamentação e de controlo de actividade, sem deixar de acautelar e defesa dos
direitos constituídos e das legítimas expectativas das actuais concessionárias da exploração de jogos
de fortuna ou azar.
Como principais inovações, acentua-se a responsabilidade das concessionárias pela legalidade e
regularidade de exploração e prática do jogo concessionado e melhoram-se condições para uma
exploração rentável, factor que beneficia designadamente, a animação e equipamento turístico das
regiões, bem como a respectiva promoção nos mercados interno e externo.
Opera-se uma liberação, de acordo com os princípios constitucionais, nos condicionamentos a
que se sujeitam os acessos às salas de jogos de fortuna ou azar, mas, por outro lado, ao acentuar-se o
principio da reserva de admissão, visa-se melhorar o nível de frequência das salas de jogos e das
restantes dependências dos casinos.
Continua a proibir-se a efectivação de empréstimos nas salas de jogos e em qualquer outras
dependências ou anexos dos casinos e, quanto às operações sobre cheques nacionais, alarga-se o
período em que se permite a sua inutilização, quando aceites nas salas de jogos.
A execução das obrigações das concessionária permanece sujeita á fiscalização da Inspecção-
Geral de jogos, mantendo-se na mesma Inspecção-Geral, quanto ao imposto especial de jogo e ás
receitas proporcionadas pelos cartões e bilhetes de acesso às salas de jogos de fortuna ou azar, a
competência que assiste à Direcção-Geral das Contribuições e Impostos no que respeita aos impostos.
Não obstante o presente diploma legal conter um reduzido número de normas de natureza
laboral, foi a totalidade do seu projecto submetida a apreciação pública, nos termos da Lei n.º 14/89,
de 30 de junho, mediante publicação no Boletim do Trabalho e Emprego, de 14 de Agosto de 1989.
Receberam-se contributos das associações sindicais e patronais interessadas, para além de
outras entidades.
A ponderação das sugestões apresentadas conduziu à reformulação de diversos preceitos do
projecto posto á discussão pública.
Foram ouvidos os órgãos de governo próprio das Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira
e a Associação Nacional dos Municípios Portugueses.
Assim:
No uso da autorização legislativa concedida pelos artigos 1º e 2º da Lei nº 14/89, de 30 de
junho, e nos termos das alíneas a) e b) do nº1 do artigo 201º da Constituição, o governo decreta o
seguinte:
CAPÍTULO I
Disposições gerais
Artigo. 1º
Jogos de fortuna ou azar
Jogos de fortuna ou azar são aqueles cujo resultado é contigente por assentar exclusiva ou
fundamentalmente na sorte.
Artigo. 2º
Tutela
A tutela dos jogos de fortuna ou azar compete ao membro do Governo responsável pelo sector
do turismo.
Artigo. 3º 1
Zonas de jogo
1- A exploração e a prática dos jogos de fortuna ou azar só são permitidas nos casinos
existentes em zonas de jogo permanente ou temporário criadas por Decreto-Lei ou, fora daqueles, nos
casos excepcionais nos artigos 6º a 8º.
2- Para efeitos de exploração e prática de jogos de fortuna ou azar, haverá zonas de jogo nos
Açores, no Algarve, em Espinho, no Estoril, na Figueira da Foz, no Funchal, em Porto Santo, na
Póvoa de Varzim, em Tróia e em Vidago-Pedras Salgadas.
3- A distância mínima de protecção concorrencial entre casinos de zonas de jogo será
estabelecida, caso a caso, no decreto regulamentar que determinar as condições de adjudicação de
cada concessão.
4- Mediante autorização do membro do Governo da tutela, ouvida a Inspecção-Geral de jogos,
poderão as concessionárias das zonas de jogo optar pela exploração do jogo do bingo em salas com os
requisitos regulamentares, em regime igual ao dos casinos, mas, desde que, sejam situadas na área do
município em que estes se achem localizados.
Artigo. 4º
Tipos de jogos de fortuna e azar
As regras de execução para a prática dos jogos de fortuna ou azar serão aprovadas por portaria
do membro do Governo da tutela; mediante proposta da Inspecção-Geral de Jogos, ouvidas as
concessionárias.
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Legislação Policial DL 422/89 Jogos
Artigo. 6º.( 1)
Exploração de jogos em percurso turísticos e aeroportos
1- ( 2)O membro do Governo responsável pela área do turismo poderá autorizar, por tempo
determinado, ouvidas a Inspecção-Geral de Jogos e a Direcção-Geral do Turismo, a exploração e
prática de quaisquer jogos de fortuna ou azar a bordo de aeronaves ou navios registados em Portugal,
quando fora do território nacional.
2- ( 3)A exploração a que se refere o número anterior só pode ser concedida às empresas
proprietárias ou afretadoras dos navios ou aeronaves nacionais ou a empresas concessionárias das
zonas de jogo, com autorização daquelas.
3- A exploração e a prática dos jogos de fortuna ou azar que sejam autorizadas nos termos do
presente artigo obedecem às regras estabelecidas para a sua realização em casinos, fixando o membro
do Governo da tutela por portaria as condições específicas a que devem obedecer.
Artigo. 7º
Exploração fora dos casinos de jogos não bancados e de máquinas de jogo
Artigo. 8º
Jogo do bingo
Fora das áreas dos municípios em que se localizem os casinos e dos que estes confinem, a
exploração e a prática do jogo do bingo podem também efectuar-se em salas próprias, nos termos da
legislação especial aplicável.
CAPÍTULO II
Das concessões
Artigo. 9º
Regime de concessão
O direito de explorar jogos de fortuna ou azar é reservado ao Estado e só pode ser exercido por
empresas constituídas sob a forma de sociedades anónimas a quem o Governo adjudicar a respectiva
concessão mediante contrato administrativo, salvo os casos previstos no nº2 do artigo 6º.
Artigo 10.º
Concurso público
1 - A concessão da exploração de jogos de fortuna ou azar nos casinos das zonas de jogo é
feita por concurso público, nos termos dos artigos seguintes.
2 - Poderá o Governo, em casos especiais devidamente justificados, adjudicar a concessão
independentemente de concurso público, estabelecendo em decreto-lei as obrigações da
concessionária.
Artigo 11.º
Abertura de concurso
A abertura de concurso é feita por decreto regulamentar, do qual devem, constar, designadamente:
a) Requisitos específicos que os eventuais concorrentes devam satisfazer;
b) Indicação da localização do casino onde se exercerá a actividade do jogo e
acervo dos bens afectos à concessão;
c) Conteúdo mínimo do contrato de concessão a celebrar;
d) Duração da concessão;
e) Montante da caução de seriedade a prestar pelos concorrentes;
f) Tramitação processual do concurso;
g) Critérios da escolha das propostas.
Artigo 12.º
Adjudicação das concessões
Artigo 13.º
Prorrogação do prazo
Tendo em conta o interesse público, o prazo de concessão pode ser prorrogado por iniciativa do
Governo ou a pedido fundamentado das concessionárias que tenham cumprido as suas obrigações,
estabelecendo-se as condições da prorrogação em decreto-lei.
Artigo 14.º
Alteração de circunstâncias
1 - Quando alguma das obrigações contratuais das concessionárias não possa ser cumprida ou
seja aconselhável para o desenvolvimento turístico a execução de realizações não previstas, pode o
membro do Governo da tutela impor ou admitir a respectiva substituição ou alteração, em termos de
equivalência de valor.
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Legislação Policial DL 422/89 Jogos
2 - As alterações dos contratos de concessão, nos termos do número anterior, quando impostas
pelo membro do Governo da tutela, não podem agravar nem reduzir os valores das obrigações
inicialmente assumidas pelas concessionárias e, quando pedidas por estas, não podem reduzi-los.
Artigo 15.º 1
Cessão da posição contratual
1 – Os capitais próprios das sociedades concessionárias não poderão ser inferiores a 30% do
activo total líquido, devendo elevar-se a 40% deste a partir do sexto ano posterior à celebração do
contrato de concessão, sem prejuízo de o respectivo capital social mínimo ser fixado, para cada uma
delas, no decreto regulamentar a que se refere o artigo 11.º
2 – Pelo menos, 60% do capital social serão sempre representados por acções nominativas ou
ao portador, em regime de registo, sendo obrigatória a comunicação à Inspecção-Geral de Jogos pelas
empresas concessionárias de todas as transferências da propriedade ou usufruto destas no prazo de 30
dias após o registo no livro próprio da sociedade ou de formalidade equivalente.
CAPÍTULO III
Dos bens afectos às concessões
Artigo 19.º
Bens de Estado
Artigo 20.º
Auto de entrega
Artigo 21.º
Inventário dos bens afectos às concessões
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Legislação Policial DL 422/89 Jogos
2 - O inventário deve ser actualizado de dois em dois anos, promovendo-se, a partir do final
do ano em que haja de proceder-se à actualização e até ao fim do primeiro semestre do ano seguinte, a
elaboração dos mapas correspondentes às alterações verificadas.
Artigo 22.º
Substituição de bens móveis
1 - Os bens móveis propriedade do Estado ou para ele reversíveis afectos a uma concessão
que, mediante acordo da Inspecção-Geral de Jogos, sejam substituídos por outros para os mesmos
fins pela concessionária ficam a pertencer a esta.
2 - Os bens móveis propriedade do Estado ou para ele reversíveis que a Inspecção-Geral de
Jogos e a concessionária reconheçam não serem necessários são entregues à Direcção-Geral do
Património do Estado.
Artigo 24.º
Benfeitorias
As benfeitorias que, a qualquer título, sejam feitas em bens do Estado ou para ele reversíveis não
conferem à concessionária direito a qualquer indemnização.
Artigo 25.º
Contrapartidas pelo uso de bens do Estado
1 - As concessionárias devem remunerar o Estado pela utilização de bens deste, nos termos do
respectivo contrato.
2 - Os valores pecuniários das remunerações referidas no número anterior serão actualizados
anualmente, de acordo com o índice médio de preços no consumidor para o continente, excluída a
habitação, publicado pelo Instituto Nacional de Estatística.
3 - As remunerações relativas a bens do Estado, que passam a ter utilização diversa da
contratada, devem ser revistas por acordo entre o membro do Governo da tutela e a concessionária,
ouvida a Inspecção-Geral de Jogos.
Artigo 26.º
Pagamento das contrapartidas
1 - O pagamento das contrapartidas pecuniárias referidas no artigo anterior será efectuado pela
concessionária em prestações semestrais, até ao dia 15 dos meses de Janeiro e de Julho de cada ano,
na tesouraria da Fazenda Pública territorialmente competente, mediante guia emitida pela Inspecção-
Geral de Finanças e por esta enviada à respectiva repartição de finanças.
2 - No ano em que se iniciar a exploração apenas são exigíveis à concessionária os
duodécimos das contrapartidas pecuniárias contratualmente estabelecidas correspondentes aos meses
posteriores ao do início da exploração.
3 - Terminados os prazos para pagamento à boca do cofre, a repartição de finanças devolverá
à Inspecção-Geral de Finanças dois exemplares da guia por esta emitida, com a nota de pagamento
averbada, ou, no caso de incumprimento, com informação nesse sentido.
4 - Para execução são competentes os tribunais tributários, sendo título executivo certidão
extraída pela Inspecção-Geral de Finanças das guias não pagas nos prazos referidos no n.º 1.
CAPÍTULO IV
Dos casinos
SECÇÃO I
Disposições gerais
Artigo 27º
Casinos
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Legislação Policial DL 422/89 Jogos
2 – A concessionária poderá instalar meios de animação nos casinos, nos termos legais.
3 – Sem prejuízo do disposto no n.º 1, o decreto regulamentar a que se refere o artigo 11.º, ao
determinar a abertura de concurso, poderá:
a) Autorizar a instalação de casinos em empreendimentos turísticos;
b) Determinar que os casinos que não sejam do domínio privado do Estado não venham a
reverter para este no termo da concessão.
4 – Os casinos devem satisfazer os requisitos de funcionalidade, conforto e comodidade
próprios de um estabelecimento turístico de categoria superior e serão dotados de mobiliário,
equipamento e utensilagem cuja qualidade e estado de funcionamento devem manter-se
continuamente adequados às exigências das explorações e serviços respectivos.
5 – A execução, nos casinos, de quaisquer obras que não sejam de simples conservação carece
de autorização, a conceder pela Inspecção-Geral de Jogos, ouvida a Comissão de Apreciação de
Projectos de Obras (CAPO).
6 – É vedada a utilização da palavra «casino», só ou em associação com outros vocábulos, na
denominação de quaisquer pessoas colectivas ou com nome de quaisquer outros estabelecimentos ou
edifícios que não sejam os referidos neste artigo.
Artigo 28.º
Períodos de funcionamento e de abertura
1 - Os casinos devem funcionar, normalmente, em todos os dias do ano ou em seis meses
consecutivos, consoante se trate de zona de jogo permanente ou temporário, podendo estes períodos
ser reduzidos até metade, mediante autorização do Governo.
2 - Sem prejuízo do disposto no presente diploma e demais legislação aplicável, podem as
concessionárias estabelecer o período de abertura ao público dos casinos e das actividades neles
integradas.
3 - A direcção do casino deverá comunicar ao serviço de inspecção, com três dias de
antecedência, qualquer alteração ao período de abertura que esteja a ser praticado.
Artigo 29.º
Reserva do direito de acesso aos casinos
1 – 1As concessionárias podem cobrar bilhetes de entrada nos casinos, cujo preço não deverá
exceder um montante máximo a fixar anualmente pela Inspecção-Geral de Jogos.
2- O acesso aos casinos é reservado, devendo as concessionárias não permitir a frequência de
indivíduos que, designadamente:
a)A partir das 22 horas, sejam menores de 14 anos, excepto quando maiores de 10 anos, desde que
acompanhados pelo respectivo encarregado de educação;
b)Não manifestem a intenção de utilizar ou consumir os serviços neles prestados;
c)Se recusem, sem causa legítima, a pagar os serviços utilizados ou consumidos;
d)Possam causar cenas de violência, distúrbios do ambiente ou causar estragos;
e)Possam incomodar os demais utentes do casino com o seu comportamento e apresentação;
Sejam acompanhados por animais, exerçam a venda ambulante ou prestem serviço.
3- Sempre que a Direcção do casino exerça o dever que lhe é imposto no número anterior,
deverá comunicar a sua decisão ao serviço de inspecção no casino, no prazo de vinte e quatro horas,
indicando os motivos que a justificam e as testemunhas que possam ser ouvidas sobre os factos,
pedindo a confirmação da medida adoptada.
Artigo 30.º 1
Utilização das instalações dos casinos
Artigo 31.º
Suspensão do funcionamento
SECÇÃO II
Das salas de jogos
Artigo 32º.
Salas de jogos
1-Os jogos de fortuna e azar são explorados em salas especialmente concebidas para a
respectiva prática e actividade inerentes, devendo as salas de jogos tradicionais ser construídas por
forma que o que nelas se passe não possa ser visto do seu exterior.
10 EPG-Publicações
Legislação Policial DL 422/89 Jogos
3- Noutros locais dos casinos que tenham acesso reservados a maiores 18 anos poderão ser
exploradas máquinas de jogos de fortuna ou de azar e o Keno.
4- Os compartimentos da zona de serviço das salas de jogos e respectivos acessos são interditos
aos frequentadores.
5- Nas salas, quando possível, devem ser delimitadas zonas reservadas a não fumadores.
6 – Da recusa da autorização a que se referem as alíneas b) e c) do n.º 2 cabe recurso para o
membro do Governo responsável pela área do turismo.
Artigo 33º.
Avisos
1 – À entrada das salas de jogos serão afixados os avisos a seguir indicados, em caracteres
legíveis:
a) Indicando o período de abertura ao público das referidas salas;
b) Inserindo a tabela de preços dos cartões de acesso às mesmas salas, no caso das salas de
jogos tradicionais e das salas mistas;
c) Transcrevendo as disposições dos artigos 36.º, 37.º, 39.º e 41.º do presente diploma.
2 – Junto ou sobre cada mesa de jogo será igualmente afixado aviso onde se indique o número
da mesa, o capital em giro inicial, o mínimo de aposta e o seu máximo, em cada uma das diferentes
marcações possíveis.
Artigo 34º
Livre acesso
Artigo 35.º
Acesso às salas de jogos tradicionais
1 – O acesso às salas de jogos tradicionais e às salas a que se refere a alínea b) do n.º 2 do
artigo 32.º é sujeito à obtenção de cartão ou documento equivalente, devendo as concessionárias
cobrar um preço pela emissão daquele cartão, cujo valor, único para cada tipo de cartão, deve ser
comunicado à Inspecção-Geral de Jogos com oito dias de antecedência.
2 - As operações de emissão, autenticação, controlo e obliteração dos cartões referidos no n.º
1 e o seu processamento deverão ser feitos por processos automáticos.
3 - Quando a instalação, manutenção e programação do equipamento necessário às operações
referidas no número anterior não sejam contratualmente exigíveis às concessionárias, poderão as
despesas ser suportadas pelo orçamento da Inspecção-Geral de Jogos.
4 – Os frequentadores das salas a que se refere o n.º 1 conservarão em seu poder, enquanto
nelas se encontrarem, o cartão ou documento que exibiram para o acesso.
5 - No acto de emissão do cartão, e integrando o preço deste, as empresas concessionárias
cobrarão o imposto do selo devido e elaborarão o respectivo registo, que será conferido no dia
seguinte pelo serviço de inspecção.
6 - O imposto do selo cobrado em cada mês será entregue pelas concessionárias na tesouraria
da Fazenda Pública competente até ao dia 15 do mês seguinte ao da cobrança, mediante guia, em
triplicado, processada pela Inspecção-Geral de Jogos, à qual será remetido o triplicado, depois de
averbado o pagamento, nos três dias posteriores a esse pagamento.
Artigo 36º. 1
Restrições de acesso
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Legislação Policial DL 422/89 Jogos
Artigo 37.º 1
Expulsão das salas de jogos
1 - Todo aquele que for encontrado numa sala de jogos em infracção às disposições legais, ou
quando seja inconveniente a sua presença, será mandado retirar pelos inspectores da Inspecção-Geral
de Jogos ou pelo director do serviço de jogos, sendo a recusa de saída considerada crime de
desobediência qualificada, no caso de a ordem ser dada ou confirmada pelos referidos inspectores.
2 - Sempre que o director do serviço de jogos tenha de exercer o poder que lhe confere o n.º 1,
deve comunicar a sua decisão ao serviço de inspecção no prazo de 24 horas, indicando os motivos
que a justificam e as testemunhas que possam ser ouvidas sobre os factos, pedindo a confirmação da
medida adoptada.
3 – A expulsão das salas de jogos por força do disposto nos números anteriores implica a
proibição preventiva de acesso a essas salas, a decretar nos termos do artigo seguinte, e dá lugar:
a) A processo contra-ordenacional, nos termos dos artigos 144.º e seguintes, quando a
expulsão se funde na prática de contra-ordenação;
b) A processo criminal, quando a expulsão se funde na prática de um crime.
Artigo 38.º 2
Proibição de acesso
1 - Por sua iniciativa, ou a pedido justificado das concessionárias, ou ainda dos próprios
interessados, o inspector-geral de Jogos pode proibir o acesso às salas de jogos a quaisquer
indivíduos, nos termos do presente diploma, por períodos não superiores a cinco anos.
2 - Quando a proibição for meramente preventiva ou cautelar, não excederá dois anos e
fundamentar-se-à em indícios reputados suficientes de ser inconveniente a presença dos
frequentadores nas salas de jogos.
3 – Das decisões tomadas pelo inspector-geral de Jogos ao abrigo do disposto nos números
anteriores e nos artigos 36.º e 37.º cabe recurso para o membro do Governo responsável pela área do
turismo, nos termos da lei geral.
Artigo 39.º 3
Documentos de identificação
A prova dos elementos de identificação necessários à emissão de cartões de acesso às salas de jogos
tradicionais e às salas a que se refere a alínea b) do n.º 2 do artigo 32.º poderá ser feita por qualquer
dos documentos seguintes:
a) Em relação a residentes no território português, por:
i) Bilhete de identidade;
ii) Passaporte;
iii) Bilhete de identidade militar;
iv) Autorização de residência;
v) Carta de condução;
vi) Cartão diplomático;
Artigo 40.º 1
Cartões de acesso às salas de jogos tradicionais e às salas mistas
Artigo 41.º 2
Controlo do acesso às salas de jogos
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Legislação Policial DL 422/89 Jogos
Artigo 42.º
Cartões de acesso às salas de máquinas
Artigo 43.º
Segundas vias
Poderão ser emitidas segundas vias dos cartões modelos A, B e E, quando solicitadas com
fundamento na sua inutilização ou perda.
Artigo 44.º
Cartões de acesso às salas de jogo do bingo
O acesso às salas de jogo do bingo faz-se mediante a aquisição de cartões modelos G e H, nos termos
de legislação própria.
Artigo 45.º
Cartões modelos A, B, C e D
Os cartões modelos A, B, C e D conferem aos seus titulares o direito de entrada nas salas privativas
de máquinas automáticas e de jogo do bingo do casino.
Artigo 46.º
Aprovação de modelos e ficheiros de frequentadores
1 - Os cartões referidos nos artigos anteriores são do modelo e da cor que forem determinados
pela Inspecção-Geral de Jogos para cada casino, devendo ser autenticados pelo serviço de inspecção,
quando necessário.
2 - A Inspecção-Geral de Jogos definirá as regras a que deve obedecer a constituição dos
ficheiros dos frequentadores das salas de jogos.
Artigo 47.º
Documentos de identificação
A prova dos elementos de identificação necessários à emissão de cartões de acesso às salas de jogos
de fortuna ou de azar poderá ser feita por qualquer dos documentos seguintes:
1) Em relação a cidadãos nacionais residentes em Portugal, por:
a) Bilhete de identidade;
b) Passaporte;
c) Bilhete de identidade militar;
2) Em relação aos estrangeiros ou apátridas residentes em Portugal, por:
a) Autorização de residência;
b) Certidão de nacionalidade;
c) Cartão diplomático;
d) Passaporte, quando dele conste a residência em Portugal;
e) Bilhete de identidade para estrangeiros;
3) Em relação a residentes no estrangeiro, bilhete de identidade de cidadão nacional ou
qualquer documento que seja suficiente para entrar em Portugal, passado pelas autoridades
portuguesas ou do país onde residem, do qual conste tal residência.
Artigo 48.º
Serviço de identificação
As empresas concessionárias manterão durante todo o tempo de abertura ao público dos casinos,
junto à entrada das salas onde se pratiquem jogos de fortuna ou de azar, serviço, devidamente
apetrechado e dotado com pessoal competente, destinado à identificação dos indivíduos que as
pretendam frequentar e à fiscalização das respectivas entradas.
Artigo 49.º
Apresentação de cartões de acesso
Os porteiros das salas de jogos devem sempre exigir aos frequentadores a apresentação do cartão de
acesso, por forma bem visível, solicitando-lhes também, quando os não conheçam, a exibição do
documento que haja servido de base à respectiva emissão.
Artigo 50.º 1
Período de abertura das salas de jogos
1 – As salas de jogos estão abertas ao público até doze horas por dia, num período
compreendido entre as 15 horas de cada dia e as 6 horas do dia seguinte, a definir pela
concessionária, a qual, para o efeito, deverá comunicar à Inspecção-Geral de Jogos o horário
escolhido com 60 dias de antecedência.
2 - A direcção do casino pode solicitar à Inspecção-Geral de Jogos, com antecedência mínima
de 15 dias, autorização para alargar o período de abertura máximo referido no n.º 1 quando no
decurso do período de alargamento se pretendam praticar apenas jogos não bancados.
3 – A Inspecção-Geral de Jogos, quando conceda a autorização prevista no número anterior,
determinará os serviços inerentes às salas de jogos que devem permanecer em funcionamento.
Artigo 51.º 2
Encerramento das salas de jogos
1 - As salas de jogos só poderão ser encerradas antes do horário que esteja em vigor, mediante
prévia comunicação ao serviço de inspecção, nos seguintes casos:
a) Quando não haja jogadores na sala;
b) Quando num período de 10 minutos nenhum dos jogadores presentes haja feito qualquer
aposta.
2 - Ao atingir-se a hora determinada para encerramento das salas de jogos, far-se-á ouvir um
sinal sonoro, após o qual só poderá ser anunciada mais uma única jogada.
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Legislação Policial DL 422/89 Jogos
3 – Nas salas de máquinas, o sinal sonoro será feito ouvir cinco minutos antes da hora
determinada para o encerramento.
Artigo 52.º 1
Equipamento de vigilância e controlo
Artigo 54.º
Abertura suplementar de jogos
Sempre que os jogadores presentes nas salas de jogos não tenham condições de comodidade
indispensáveis à prática do jogo, o director do serviço de jogos deve providenciar para que sejam
abertas à exploração as necessárias salas, bancas e máquinas ou grupos de máquinas, dando imediato
conhecimento dessa abertura ao serviço de inspecção no casino.
Artigo 55.º
Imposição de abertura de jogos
1 - Verificando-se o condicionalismo referido no artigo anterior e no caso de o director do
serviço de jogos não promover a abertura conveniente, compete ao serviço de inspecção determiná-la
por escrito, o que deve fazer sempre que isso lhe pareça necessário.
2 - A determinação para a abertura à exploração de salas, bancas, máquinas ou grupos de
máquinas referirá o número considerado indispensável no momento para garantir a comodidade dos
jogadores.
3 – 1Consideram-se abrangidas pelo disposto no n.º 2 do artigo 53.º as bancas e máquinas que
os jogadores não utilizem até ao termo da partida.
Artigo 56.º
Reforços
1 - O capital em giro inicial estabelecido para a abertura das bancas poderá ser acrescido com
os reforços necessários ao seu funcionamento.
2 - Os reforços a que este artigo se refere, de valor igual ao do capital em giro inicial das
bancas a que se destinam, devem, antes de entrar em circulação, ser estendidos sobre a mesa e
contados pelo pagador, que anunciará, em voz alta, o valor respectivo.
3 - Cada banca terá uma caderneta de reforços, com o número que lhe corresponde, com
original e duplicado, onde serão lançados os reforços que nela se efectuem, devendo o duplicado ser
destacado do livro e ficar sobre a banca.
4 - A efectivação de reforços só é obrigatória se o valor das fichas existentes na banca for
insuficiente para pagamento integral das importâncias que os jogadores hajam ganho.
5 - As bancas cujo encerramento haja sido motivado por insuficiência de capital não poderão
voltar a funcionar no decurso da sessão, ainda que o director do serviço de jogos se proponha reforçá-
las.
Artigo 57.º
Composição das mesas de jogo
O capital em giro inicial de cada banca deve ser constituído por uma colecção de fichas de vários
valores, em quantidade tal que torne dispensável, tanto quanto possível, a realização de trocos com a
caixa vendedora durante o seu funcionamento.
Artigo 58.º 2
Máximos e mínimos de aposta
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Legislação Policial DL 422/89 Jogos
2 – Sem prejuízo do disposto no número anterior, os valores máximos das apostas nos jogos
bancados são fixados em função do capital em giro inicial, não podendo, porém, aqueles exceder,
relativamente a cada uma das marcações que seja possível efectuar, por cada jogador, importância da
qual resulte que o valor do prémio, acrescido do valor da aposta, exceda 5,5% do capital em giro,
inicial da respectiva banca.
3 – Nas salas a que se refere a alínea b) do n.º 2 do artigo 32.º, os valores mínimos e máximos
da aposta, relativamente a cada jogo praticado nessas salas, não poderão exceder metade dos
correspondentes valores mais baixos estabelecidos para o mesmo tipo de jogo, quando praticado nas
salas de jogos tradicionais.
4 – No jogo do black-jack/21 a duplicação da importância apostada, permitida quando os
valores das duas primeiras cartas totalizem 9, 10 ou 11, não é limitada pelo disposto na parte final do
n.º 1.
5 – A Inspecção-Geral de Jogos pode autorizar a exploração de jogos bancados cujas regras
prevejam, em substituição dos máximos de aposta individuais e por chance previstos no n.º 1, a
fixação do montante máximo de prémios a suportar pelo capital da banca em cada golpe.
6 – As concessionárias deverão comunicar à Inspecção-Geral de Jogos, com oito dias de
antecedência, os valores que vierem a estabelecer ao abrigo do disposto no n.º 1.
Artigo 59.º 1
Obrigatoriedade de utilização de dinheiro em espécie
1 – Os jogos só podem praticar-se com a utilização efectiva de moeda com curso legal no território
português.
2 - O dinheiro pode ser substituído por símbolos convencionais que o representem, de acordo
com as regras dos jogos, nomeadamente por fichas ou cartões.
3 - Às concessionárias compete, sob a autorização da Inspecção-Geral de Jogos, emitir e
lançar em circulação as fichas que se tornem necessárias para o funcionamento dos jogos, cabendo-
lhes garantir o respectivo reembolso.
Artigo 60.º
Empréstimos
1 - Nas salas de jogos ou em outras dependências ou anexos dos casinos é proibido fazer
empréstimos em dinheiro ou por qualquer outro meio.
2 - Não são consideradas empréstimos as importâncias reunidas por jogadores que, de acordo
com os usos, constituam um fundo comum destinado a ser posto em jogo por um deles.
Artigo 61.º 2
Caixa vendedora
1 – A troca do dinheiro por fichas deve efectuar-se em caixa a esse fim destinada – caixa
vendedora –, por intermédio de ficheiros volantes, dotados de um valor em fichas previamente fixado
pelo director do serviço de jogos e comunicado ao serviço de inspecção, ou nas mesas de jogo, com
observância, neste último caso, de regulamento a aprovar, para o efeito, pela Inspecção-Geral de
Jogos.
2 – Sempre que se torne necessário, os ficheiros volantes poderão efectuar na caixa vendedora
onde a sua dotação foi constituída a troca do dinheiro que tenham realizado.
Artigo 63.º 2
Operações cambiais
20 EPG-Publicações
Legislação Policial DL 422/89 Jogos
Artigo 64.º
Caixa compradora
1 - Nas salas de jogos haverá uma caixa compradora de fichas, destinada à troca por dinheiro
das fichas na posse dos jogadores, das que hajam sido por estes dadas, a título de gratificação, aos
empregados das mesmas salas e daquelas que se destinarem à assistência.
2 - As concessionárias podem trocar por cheques seus as fichas na posse dos jogadores ou
com elas inutilizar cheques destes.
3 - A caixa compradora deve ter sempre em cofre, no início de cada sessão, a importância que
for determinada pela Inspecção-Geral de Jogos, ouvidas as concessionárias e tendo em conta o
movimento dos casinos.
4 - A Inspecção-Geral de Jogos pode autorizar que parte da importância referida no número
anterior se encontre em depósito bancário imediatamente mobilizável.
5 - Na caixa compradora poderá ainda funcionar o serviço destinado à realização de operações
cambiais a que alude o artigo anterior.
Artigo 65.º
Caixa única
CAPÍTULO V
Da prática dos jogos nos casinos
Artigo 67º
Utilização de material de jogo
1- Só é permitida a utilização de material e utensílios para a prática dos jogos de fortuna ou azar
nas salas de jogos e nas salas de treino autorizadas pela Inspecção-Geral de Jogos.
2- O material e utensílios referidos no número anterior devem estar sempre acondicionados por
for-ma a não poderem ser utilizados indevidamente.
Artigo 68.º 1
Material de jogo
SECÇÃO I
Dos órgãos das concessionárias e das direcções dos casinos
Artigo 69.º
Constituição dos órgãos sociais
Artigo 70.º
Incapacidades
Não pode fazer parte dos corpos sociais das concessionárias, das direcções dos casinos ou exercer a
função de director do serviço de jogos quem tenha sido condenado por crime doloso com pena de
prisão superior a seis meses ou tenha violado o disposto nos artigos 60.º e 108.º a 115.º
Artigo 71.º
Representação da concessionária
22 EPG-Publicações
Legislação Policial DL 422/89 Jogos
Artigo 72.º
Direcção do casino
1 - Os casinos são geridos por uma direcção constituída por, pelo menos, dois dos
administradores da concessionária, um dos quais presidirá.
2 - Quando a mesma concessão compreenda a exploração de vários casinos, os
administradores da concessionária podem integrar as direcções de mais de um deles.
3 - As funções de membro da direcção do casino não podem ser delegadas ou mandatadas,
devendo ser desempenhadas pessoalmente, tendo-se como praticados por este órgão directivo os actos
praticados por qualquer dos seus membros.
Artigo 73.º 1
Competências da direcção do casino
Artigo 74.º 2
Adjuntos da direcção do casino
1 – As direcções dos casinos poderão designar como seus adjuntos, com competências
sectoriais determinadas, os empregados superiores das concessionárias que julguem necessários,
devendo comunicar à Inspecção-Geral de Jogos as designações que efectuarem com oito dias de
antecedência em relação à data do início das funções.
2 – Os adjuntos das direcções dos casinos não têm legitimidade para representar as
concessionárias nas relações destas com a Inspecção-Geral de Jogos, salvo o director do serviço de
jogos, ou um substituto deste, e na ausência dos membros da direcção.
Artigo 75.º 3
Director do serviço de jogos
1 - As salas de jogos são dirigidas por um membro da direcção do casino ou, precedendo
autorização do membro do Governo da tutela, por um adjunto da direcção, nomeado nos termos do
artigo anterior, para dirigir o serviço de jogos.
Artigo 77.º
Pessoal dos quadros das salas de jogos
1 - As profissões e categorias do pessoal dos quadros das salas de jogos, bem como os
respectivos conteúdos funcionais, são os constantes da regulamentação em vigor, sem prejuízo da
possibilidade da sua modificação ou adaptação, com respeito das disposições legais relativas à
aprovação da legislação laboral.
24 EPG-Publicações
Legislação Policial DL 422/89 Jogos
3 – 1 As concessionárias devem dotar os quadros de pessoal das salas de jogos por forma a
assegurar o regular funcionamento de todos os serviços, nos termos legal e contratualmente definidos.
4 – 2Sempre que a Inspecção-Geral de Jogos considere que o disposto no número anterior não
está a ser cumprido, deverá notificar a respectiva concessionária para, no prazo de 15 dias, alterar o
quadro de pessoal, nos termos determinados por aquela inspecção, ou fazer prova de que o
funcionamento dos serviços está a ser efectuado nos termos legal e contratualmente definidos.
5 – A Inspecção-Geral de Jogos quando, após a diligência a que se refere o número anterior,
considere violado o disposto no n.º 3, fixará um prazo de 15 dias para que o quadro de pessoal seja
alterado, nos termos previstos no primeiro daqueles números.
6 – A nenhum empregado das empresas concessionárias, ainda que prestando serviço fora das
salas de jogos, poderá ser atribuída a designação de inspector ou subinspector, acompanhada ou não
de qualquer qualificativo.
Artigo 78.º
Condições de recrutamento e de acesso na carreira de empregado de banca
As condições de recrutamento e de acesso nos quadros de pessoal das salas de jogos são aprovadas
mediante decreto regulamentar.
Artigo 79.º
Gratificações
1 - Aos empregados dos quadros das salas de jogos é permitido aceitar as gratificações que,
espontaneamente, lhes sejam dadas pelos frequentadores.
2 - Logo após o recebimento, as gratificações são obrigatoriamente introduzidas em caixas de
modelo próprio, existentes nas salas de jogos, sendo proibida a sua percepção individual por qualquer
dos trabalhadores a que se refere o número anterior.
3 - As regras de distribuição da parte das gratificações destinadas aos empregados com direito
à sua percepção são fixadas por portaria do membro do Governo responsável pelo sector do turismo,
ouvidos os representantes dos trabalhadores.
4 - Nas regras de distribuição pode determinar-se que uma percentagem das gratificações, a
definir pelo Ministro do Emprego e da Segurança Social, não superior a 15%, reverta para o Fundo
Especial de Segurança Social dos Profissionais da Banca dos Casinos, ou para outros fundos a
constituir, ouvidos os representantes dos trabalhadores.
Artigo 80.º 3
Outros empregados que prestam serviço nas salas de jogos
1 – Sem que façam parte dos quadros das salas de jogos, a solicitação das concessionárias,
poderá a Inspecção-Geral de Jogos autorizar a admissão nas mesmas salas de outros empregados,
sejam ou não da concessionária, que ali assegurem a execução de tarefas necessárias.
Artigo 81.º
Segredo profissional
Todos os empregados que prestam serviço nas salas de jogos devem guardar segredo de informações
que detenham por via do exercício das suas funções, excepto quanto a autoridades judiciais ou a
inspectores da Inspecção-Geral de Jogos, no exercício das respectivas competências, com a
observância dos limites impostos pela Constituição da República Portuguesa e pelo regime aplicável
ao contrato individual de trabalho.
Artigo 82.º
Deveres dos empregados que prestam serviço nas salas de jogos
Todos os empregados que prestam serviço nas salas de jogos são especialmente obrigados a:
a) 1 Cumprir e fazer cumprir, na parte que lhes respeita, as disposições legais e os
regulamentos emitidos pela Inspecção-Geral de Jogos relativos à exploração e à prática do
jogo e ao exercício da sua profissão que lhes forem notificados nos termos previstos na alínea
b) do artigo 73.º;
b) Exercer as suas funções com zelo, diligência e correcção, usando de urbanidade para com
os frequentadores, superiores hierárquicos, funcionários do serviço de inspecção e colegas;
c) 2Cuidar da sua boa apresentação pessoal e usar, quando em serviço, o trajo aprovado pela
concessionária, o qual, com excepção de um pequeno bolso exterior de peito, não poderá ter
quaisquer bolsos.
Artigo 83.º 3
Actividades proibidas aos empregados que prestam serviço nas salas de jogos
26 EPG-Publicações
Legislação Policial DL 422/89 Jogos
CAPÍTULO VII
Do regime fiscal
Artigo 84.º
Imposto especial de jogo
Artigo 85.º
Jogos bancados
O imposto sobre os jogos bancados será liquidado em função de duas parcelas, respectivamente:
1) A primeira constará de uma percentagem sobre o capital em giro inicial, fixada da seguinte
forma:
a) Bancas simples:
Estoril - 0,75%; Funchal, Algarve, Tróia, Vidago-Pedras Salgadas e Porto Santo - 0,1% no
1.º quinquénio, 0,15% no 2.º quinquénio, 0,2% no 3.º quinquénio, 0,25% nos 4.º e 5.º
quinquénios e 0,55% nos demais quinquénios; Restantes zonas - 0,55%;
b) Bancas duplas:
Estoril - 1,2%; Funchal, Algarve, Tróia, Vidago-Pedras Salgadas e Porto Santo - 0,15% no
1.º quinquénio, 0,25% no 2.º quinquénio, 0,3% no 3.º quinquénio, 0,35% nos 4.º e 5.º
quinquénios e 0,9% nos demais quinquénios; Restantes zonas - 0,9%;
2) A segunda parcela constará de uma percentagem sobre os lucros brutos das bancas, fixada
da seguinte forma, qualquer que seja o modelo das bancas:
Funchal, Algarve, Tróia, Vidago-Pedras Salgadas e Porto Santo - 10% no 1.º quinquénio,
12,5% no 2.º quinquénio, 15% no 3.º quinquénio e 20% nos demais quinquénios; Restantes zonas -
20%;
3) Ao jogo do Keno é aplicável o regime tributário fixado para o jogo do bingo;
4) Independentemente do capital em giro inicial necessário à normal exploração dos jogos a
que alude o n.º 4 do artigo 58.º, a Inspecção-Geral de Jogos fixa anualmente, de harmonia com as
respectivas características e as circunstâncias que se verifiquem nas explorações, o montante do
referido capital a considerar para efeitos tributários, sendo aplicáveis as bases estabelecidas para os
jogos bancados praticados em bancas simples.
Artigo 86.º
Jogos não bancados
1 - Sobre os jogos não bancados o imposto é constituído por uma percentagem incidente sobre
a receita cobrada dos pontos, fixada da seguinte forma:
Funchal, Algarve, Tróia, Vidago-Pedras Salgadas e Porto Santo - 5%, 6% e 7,5% sobre a
receita cobrada dos pontos, respectivamente, para o 1.º, 2.º e 3.º quinquénios, 10% nos 4.º e 5.º
quinquénios e 20% nos demais quinquénios; Restantes zonas - 20%.
2 - Sobre as receitas do jogo do bingo incidem as seguintes percentagens:
Importâncias até 150 000 contos anuais - as percentagens indicadas no n.º 1; Importâncias
entre 150 000 contos e 250 000 contos anuais - o dobro das percentagens indicadas no n.º 1;
Importâncias superiores a 250 000 contos anuais - o triplo das percentagens indicadas no n.º 1.
3 - As importâncias referidas no número anterior encontram-se expressas em escudos com
poder aquisitivo referido ao ano de 1988 e serão actualizadas, com efeitos a partir de 1 de Março de
cada ano, tendo em conta o índice médio de preços no consumidor no continente, excluindo a
habitação, publicado pelo Instituto Nacional de Estatística, arredondando-se para a dezena de contos
imediatamente inferior.
Artigo 87.º
Bases do imposto
1 - As percentagens previstas nos artigos anteriores para cálculo do imposto a pagar pelas
concessionárias incidem sobre as importâncias obtidas pela seguinte forma:
A) Jogos bancados:
a) Quanto ao capital em giro inicial, o utilizado no mês anterior, constante dos respectivos
registos;
b) Quanto ao lucro bruto das bancas, pela aplicação das seguintes percentagens sobre o
capital em giro inicial a que se refere a alínea a):
Bancas simples:
Algarve - 10%;
Espinho - 21%;
Estoril - 21%;
Figueira da Foz - 21%;
Funchal - 3%;
Tróia - 1%;
Vidago-Pedras Salgadas - 1%;
Porto Santo - 1%;
Póvoa de Varzim - 21%;
Bancas duplas:
Algarve - 15%;
Espinho - 35%;
Estoril - 35%;
Figueira da Foz - 35%;
Funchal - 4,5%;
Tróia - 2,5%;
Vidago-Pedras Salgadas - 2,5%;
Porto Santo - 2,5%;
Póvoa de Varzim - 35%;
B) Jogos não bancados - quanto ao apuramento da receita cobrada dos pontos, proceder-se-
á pela forma seguinte:
28 EPG-Publicações
Legislação Policial DL 422/89 Jogos
Artigo 88.º
Prazo de cobrança
O imposto especial de jogo é pago, em relação a cada mês, até ao dia 15 do mês seguinte na
tesouraria da Fazenda Pública do município respectivo, mediante guia emitida pela Inspecção-Geral
de Jogos, a enviar à repartição de finanças competente.
Artigo 89.º
Avença
Artigo 90.º
Fiscalização
Artigo 91.º 1
Contencioso
Ficam isentas de sisa as aquisições dos prédios indispensáveis ao cumprimento das obrigações
contratuais assumidas pelas concessionárias, não sendo devida a contribuição autárquica pelos que
estejam afectos às concessões.
Artigo 93.º
Alvarás e licenças municipais
Não são devidas pelas concessionárias quaisquer taxas por alvarás e licenças municipais relativas às
obrigações contratuais.
Artigo 94.º
Informações
Deve a Inspecção-Geral de Jogos informar a Direcção-Geral das Contribuições e Impostos ou as
câmaras municipais, consoante os casos:
a) De quais os prédios que, nos termos referidos no artigo 92.º, foram adquiridos ou
construídos e afectados ao cumprimento das obrigações contratuais;
b) De quais as actividades obrigatoriamente exercidas nos termos do contrato de concessão.
CAPÍTULO VIII
Da inspecção e das garantias
SECÇÃO I
Da inspecção
Artigo 95.º 2
Princípio geral
30 EPG-Publicações
Legislação Policial DL 422/89 Jogos
3 – A emissão dos regulamentos a que se refere o número anterior será precedida de consulta
às concessionárias, devendo a Inspecção-Geral de Jogos, para o efeito, enviar àquelas o texto integral
do projecto, fixando-se-lhes um prazo, não inferior a 10 dias, para se pronunciarem por escrito.
4 – Sem prejuízo das competências específicas atribuídas por lei a outras entidades e com
observância da legislação substantiva e processual aplicável, a competência inspectiva e fiscalizadora
da Inspecção-Geral de Jogos abrange a apreciação e o sancionamento das infracções administrativas
das concessionárias, das contra-ordenações praticadas pelos trabalhadores que prestam serviço nas
salas de jogos e pelos frequentadores destas, bem como a aplicação de medidas preventivas e
cautelares de inibição de acesso às salas de jogo, nos termos da lei geral, nomeadamente do presente
diploma.
5 – Compete ao membro do Governo responsável pela área do turismo, sob proposta da
Inspecção-Geral de Jogos, fixar o prazo de cumprimento das obrigações legais e contratuais das
concessionárias, quando aquele prazo não se encontre estabelecido na lei ou no contrato.
Artigo 96.º 1
Funções de inspecção
Artigo 98.º 1
Consulta de documentos
Artigo 99.º 2
Livros e impressos
1 - Sem prejuízo do disposto na lei geral, as concessionárias são obrigadas a possuir e manter
escriturados em dia os livros e impressos da contabilidade especial do jogo, de modelos a aprovar
pela Inspecção-Geral de Jogos.
2 - Os livros, com folhas numeradas, terão termos de abertura e de encerramento, assinados
por inspectores da Inspecção-Geral de Jogos, e cada operação será neles registada no momento da
respectiva realização.
3 - Os impressos, depois de numerados, serão autenticados pelo serviço de inspecção.
4 – Os livros, impressos e demais suportes documentais previstos no presente diploma
poderão ser substituídos por registos informáticos, em termos a fixar pela Inspecção-Geral de Jogos,
ouvidas as concessionárias.
Artigo 100.º
Autos de notícia
Artigo 101.º
Fiscalização de obras e melhoramentos em bens incluídos nas concessões
Artigo 102.º
Caução
1 - Quando seja devida caução, deve a mesma ser prestada através de depósito, constituído na
Caixa Geral de Depósitos, de montante equivalente à obrigação a garantir, à ordem do inspector-geral
de Jogos.
2 - O depósito referido no número anterior pode ser substituído por garantias bancárias ou
seguros-caução, mobilizáveis em termos equivalentes.
32 EPG-Publicações
Legislação Policial DL 422/89 Jogos
Artigo 103.º 1
Utilização da caução
Artigo 104.º
Renovação, reforço e actualização de cauções
1 - As cauções que, por quaisquer causas, se tornem insuficientes devem ser reforçadas pela
entidade obrigada no prazo de 60 dias contados da data da notificação da Inspecção-Geral de Jogos
para o efeito.
2 - As cauções que respeitem a obrigações de execução parcelar ou por fases serão alteradas,
mediante iniciativa da Inspecção-Geral de Jogos, à medida que se verificar o cumprimento das
respectivas parcelas ou fases.
3 - Os valores das cauções serão actualizados anualmente, tomando em conta a evolução do
índice médio de preços no consumidor para o continente, excluindo a habitação, publicado pelo
Instituto Nacional de Estatística.
Artigo 105.º 2
Cauções a prestar
Artigo 106.º
Seguro dos bens
1 - As concessionárias devem segurar contra o risco de incêndio os edifícios e outros bens que
pertençam ao Estado ou que para este sejam reversíveis.
2 - O valor seguro não deve ser inferior ao mencionado no inventário próprio, destinado à
Direcção-Geral do Património do Estado, e será actualizado com as alterações decorrentes de
iniciativas das concessionárias, com o acordo da Inspecção-Geral de Jogos ou por esta determinadas.
3 - As indemnizações serão pagas pelas seguradoras à Inspecção-Geral de Jogos, que as
entregará às concessionárias à medida que os bens forem sendo substituídos.
Artigo 107.º
Títulos executivos
CAPÍTULO IX
Ilícito e sanções
SECÇÃO I
Dos crimes
Artigo 108. º
Exploração ilícita de jogo
1- Quem, por qualquer forma, fizer a exploração de jogos de fortuna ou azar fora dos locais
legalmente autorizados será punido com prisão até 2 anos e multa até 200 dias.
2- Será punido com a pena prevista no número anterior quem for encarregado da direcção do
jogo, mesmo que não a exerça habitualmente, bem como os administradores, directores, gerentes,
empregados e agentes da entidade exploradora.
Artigo 109.º
Agravação de penas
As penas por exploração ilícita de jogo são agravadas de um terço quando no local sejam
encontradas pessoas menores de 18 anos.
Artigo 110.º
Prática ilícito de jogo
Quem for encontrado a praticar jogo de fortuna ou azar fora dos locais legalmente autorizados
será punido com prisão até 6 meses e multa até 50 dias.
Artigo 111º.
Presença em local de jogo ilícito
Quem for encontrado em local de jogo ilícito e por causa deste será punido com a pena prevista
no artigo anterior, reduzida a metade.
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Legislação Policial DL 422/89 Jogos
Artigo 112.º
Coacção à prática de jogo
Aquele que usar de sugestão, ameaça ou violência para constranger outrem a jogar ou para dele
obter meios para a prática do jogo, ou o ponha na impossibilidade de resistir, será punido com pena
correspondente ao crime de extorsão.
Artigo 113.º
Jogo fraudulento
1- Quem explorar ou praticar o jogo ou assegurar a sorte através de erro, engano ou utilização
de qualquer equipamento será punido com pena correspondente à do crime de burla agravada.
2- A viciação ou falsificação de fichas e a sua utilização serão punidas com pena
correspondente a do crime de moeda falsa.
Artigo 114.º
Usura para jogo
Quem, com intenção de alcançar um benefício patrimonial para si ou para outrem, faculte a
uma pessoa dinheiro ou qualquer outro meio para jogar será punido com pena correspondente à do
crime de usura.
Artigo 115.º
Material de jogo
Artigo 116.º
Apreensão de material de jogo
O material e utensílios de jogo serão apreendidos quando sejam cometidos crimes previstos
nesta secção e destruídos, a mandado do tribunal, pela autoridade apreensora, que lavrará o
competente auto de destruição.
Artigo 117.º
Apreensão de dinheiro ou valores
Todo o dinheiro e valores destinados ao jogo bem como os móveis do local em que sejam
cometidos os crimes previstos nesta secção, serão apreendidos e declarados pelo tribunal perdidos a
favor do Fundo de Turismo.
Artigo 118.º 1
Responsabilidade administrativa e contra-ordenacional
1 – O incumprimento pelas concessionárias, ainda que sem culpa, das obrigações legal e
contratualmente estabelecidas constitui infracção administrativa, punida com multa e rescisão do
contrato, nos termos dos artigos seguintes.
2 – O disposto no número anterior é aplicável às concessionárias quando as infracções sejam
cometidas por empregados ou agentes destas.
3 – As responsabilidades das concessionárias não prejudicam a responsabilidade penal ou
contra-ordenacional dos respectivos empregados ou agentes pelas infracções cometidas.
Artigo 119.º 1
Casos de rescisão ou de suspensão do funcionamento do casino
36 EPG-Publicações
Legislação Policial DL 422/89 Jogos
Artigo 121.º 1
Violação das regras relativas aos capitais próprios
Artigo 123.º 3
Entraves à fiscalização do Estado
Artigo 124.º 4
Violação das regras referentes à exploração dos jogos
Artigo 125.º 1
Responsabilidade por acessos irregulares
As entradas irregulares nas salas de jogos fazem incorrer a concessionária em multa até 250
000$, por cada entrada.
Artigo 126.º 2
Emissão irregular de cartões de acesso às salas de jogos tradicionais e às salas mistas
A emissão de cartões de acesso às salas de jogos tradicionais e às salas mistas a favor de quem
não satisfaça os requisitos legais faz incorrer a concessionária em multa até 250 000$, por cada
cartão.
Artigo 127.º 3
Empréstimos
A realização de empréstimos nos casinos ou seus anexos, quando praticados por membro dos
corpos sociais, empregados e agentes das concessionárias, faz incorrer estas em multa de valor
correspondente ao dobro da importância mutuada, com um mínimo de 500 000$.
Artigo 128.º 4
Aceitação de cheques e operações cambiais
As concessionárias que violem o disposto nos artigos 62.º e 63.º incorrem em multa até 2 500
000$, por cada infracção.
Artigo 129.º 5
Ausência do director do serviço de jogos
Durante o período de funcionamento das salas de jogos e aquando das operações de contagem
das receitas dos jogos, a ausência do casino do director do serviço de jogos, ou de um substituto,
quando em funções, sem motivo previamente comunicado ao serviço de inspecção faz incorrer a
concessionária em multa até 400 000$, por cada dia.
Artigo 130.º 6
Outras infracções
38 EPG-Publicações
Legislação Policial DL 422/89 Jogos
Sobre as multas estabelecidas nesta secção não incidem quaisquer adicionais e o respectivo
produto reverte para o Fundo de Turismo.
Artigo 132.º 1
Fixação de novo prazo
As multas são aplicadas pelo inspector-geral de Jogos, ouvido o ConselhoConsultivo de Jogos, com
recurso para o membro do Governo da tutela.
Artigo 134.º
Pagamento voluntário
As multas podem ser pagas voluntariamente no prazo de 30 dias a contar da data da respectiva
notificação ou, tendo havido recurso hierárquico, dentro dos 30 dias posteriores à notificação da
correspondente decisão, se esta não der provimento ao recurso.
Artigo 135.º
Cobrança coerciva das multas
Na falta de pagamento voluntário das multas, a cobrança coerciva compete aos tribunais tributários,
com base em certidão expedida pela Inspecção-Geral de Jogos.
Artigo 136.º
Utilização da caução
2 - Não estando assegurada por caução a realização total das obrigações abrangidas pelo
número anterior, as concessionárias ficam obrigadas à constituição de uma nova caução ou ao reforço
da anterior, até ao montante considerado necessário para efectivação dos empreendimentos.
Artigo 137.º
Prescrição
É de cinco anos o prazo de prescrição das infracções abrangidas por esta secção.
SECÇÃO III
Violação dos deveres dos empregados
Artigo 138.º 1
Incumprimento de normas relativas à exploração e prática do jogo
1 – Quem violar o disposto na alínea a) do artigo 82.º será punido com coima mínima de 30
000$ e máxima de 300 000$ e interdição do exercício da profissão até 120 dias.
2 – A negligência e a tentativa são puníveis.
Artigo 139.º 2
Violação de outros deveres
Quem violar o disposto nas alíneas b) e c) do artigo 82.º será punido com coima mínima de 10 000$ e
máxima de 100 000$ e interdição do exercício da profissão até 90 dias, no caso da alínea b), ou até 60
dias, no caso da alínea c).
Artigo 140.º 3
Participação no jogo ou nas receitas do jogo
1 – Quem violar o disposto nas alíneas a) e d) do artigo 83.º será punido com coima mínima de 50
000$ e máxima de 500 000$ e interdição do exercício da profissão até um ano.
2 – A tentativa é punível.
Artigo 141.º 4
Empréstimos
1 – Quem violar o disposto na alínea b) do artigo 83.º será punido com coima mínima de 50
000$ e máxima de 500 000$ e interdição do exercício da profissão até dois anos.
2 – A negligência e a tentativa são puníveis.
Artigo 142.º 5
Posse ilegal de valores e solicitação de gratificações
1 – Quem violar o disposto nas alíneas c) e e) do artigo 83.º será punido com coima mínima
de 10 000$ e máxima de 100 000$ e interdição do exercício da profissão até 180 dias.
2 – A negligência e a tentativa são puníveis.
40 EPG-Publicações
Legislação Policial DL 422/89 Jogos
Artigo 143.º 1
Sanções
1 – Além da coima aplicável, a prática das contra-ordenações previstas nos artigos anteriores
pode implicar a interdição temporária do exercício da profissão, como sanção acessória.
2 – A aplicação da coima e a interdição temporária do exercício da profissão serão feitas pelo
inspector-geral de Jogos, ouvido o Conselho Consultivo de Jogos, competindo, aos inspectores da
Inspecção-Geral de Jogos instruir os respectivos processos.
3 – A decisão do inspector-geral de Jogos que aplica a coima é susceptível de impugnação
judicial.
Artigo 144.º 2
Violação das regras dos jogos
1 – Quem, na prática de uma modalidade de jogo, não observar as respectivas regras será
punido com coima mínima de 50 000$ e máxima de 500 000$ e proibição de entrada nas salas de
jogos até dois anos.
2 – A tentativa é punível.
Artigo 145.º 3
Violação da privacidade
1 – Quem, por qualquer forma, violar o disposto no n.º 3 do artigo 52.º será punido com coima
mínima de 20 000$ e máxima de 100 000$ e proibição de entrada nas salas de jogos até dois anos.
2 – A tentativa é punível.
Artigo 146.º 4
Irregularidades no acesso às salas de jogos
1 – Quem entrar nas salas de jogos tradicionais e nas salas mistas sem cartão, com cartão cuja
validade haja terminado, ou depois de determinada a proibição da sua entrada nas mesmas salas e
ainda quem, dentro daquelas salas, não o exibir, quando instado pelo inspector da Inspecção-Geral de
Jogos, será punido com coima mínima de 20 000$ e máxima de 200 000$ e proibição de entrada nas
salas de jogos até dois anos.
2 – Em igual coima incorrerá aquele que apresentar cartão que não lhe pertença, com vista a
obter acesso, bem como o titular do documento exibido, salvo, quanto a este, se provar não ter havido
da sua parte culpa ou dolo.
3 – Quem entrar nas salas de máquinas ou de jogo do bingo sem estar munido de um dos
documentos de identificação previstos no artigo 39.º será punido com coima mínima de 10 000$ e
máxima de 100 000$ e proibição de entrada nas salas de jogos até um ano.
Artigo 147.º 1
Empréstimos
1 – Quem conceder empréstimos nos casinos e seus anexos será punido com coima mínima de
50 000$ e máxima de 500 000$, perda da quantia mutuada e interdição de acesso às salas de jogos até
dois anos.
2 – A tentativa e a negligência são puníveis.
Artigo 148.º 2
Actos perturbadores da partida
Quem praticar actos que perturbem o desenrolar normal da partida será punido com coima mínima de
50 000$ e máxima de 500 000$ e proibição de entrada nas salas de jogos até um ano.
Artigo 149.º 3
Sanções
2 – A aplicação da coima e a interdição de entrada nas salas de jogos serão feitas pelo
inspector-geral de Jogos, ouvido o Conselho Consultivo de Jogos, competindo aos inspectores da
Inspecção-Geral de Jogos instruir os respectivos processos.
3 – A decisão do inspector-geral de Jogos que aplica a coima é susceptível de impugnação
judicial.
Artigo 150.º 4
Destino das coimas
O produto das coimas previstas no presente diploma reverte para o Fundo de Turismo.
CAPÍTULO X
Planos de obras das zonas de jogo
Artigo 151.º
Comissão
1 - O estudo e elaboração dos planos de obras a que se refere o n.º 3 do artigo 84.º compete,
em cada uma das zonas de jogo, a uma comissão nomeada mediante portaria do membro do Governo
da tutela.
2 - Aos membros da comissão a que alude a número anterior poderá ser abonada, por cada
reunião realizada fora das horas normais de serviço, a importância que for determinada por despacho
conjunto do membro do Governo da tutela e do Ministro das Finanças, a satisfazer pelo orçamento da
Inspecção-Geral de Jogos.
42 EPG-Publicações
Legislação Policial DL 422/89 Jogos
Artigo 152.º
Competência
1 - À comissão compete:
a) Elaborar os planos de obras e melhoramentos;
b) Emitir parecer sobre os estudos e projectos das obras e melhoramentos integrados nos
planos;
c) Pronunciar-se sobre os contratos relativos a prestação de serviço para a elaboração de
quaisquer estudos ou projectos;
d) Acompanhar a execução dos planos;
e) Propor as entidades a quem caberá a responsabilidade de execução das obras a realizar,
quando não seja assegurada pelo Fundo de Turismo.
2 - O Fundo de Turismo, através das verbas consignadas aos planos de obras de cada zona,
fará os pagamentos às entidades que superintendam na realização das obras, ou directamente aos
respectivos credores, nas condições que forem estabelecidas no despacho que os aprovar.
Artigo 153.º
Elementos dos planos
Os planos devem conter, pelo menos, os seguintes elementos:
a) Justificação, sob o ponto de vista do interesse para o turismo, das obras e melhoramentos
programados;
b) Prioridades a ter em conta na sua execução;
c) Prazos prováveis de realização de cada uma das obras;
d) Mapa discriminativo das receitas previstas e sua utilização provável em cada um dos
anos;
e) Outras formas de financiamento previstas.
Artigo 154.º
Aprovação
Artigo 155.º
Não utilização de verbas
Consideram-se perdidas a favor do Fundo de Turismo as verbas que não forem utilizadas nos prazos e
condições estabelecidos nos termos do artigo anterior, excepto quando o incumprimento for aceite
como justificado pelo membro do Governo da tutela.
Artigo 156.º
Colaboração e assistência
Artigo 157.º
Expediente
O expediente das comissões corre pelos organismos a que pertençam os respectivos presidentes.
Artigo 158.º
Fiscalização
CAPÍTULO XI
Das modalidades afins dos jogos de fortuna ou azar e outras formas de jogo
Artigo 159.º 1
Modalidades afins do jogo de fortuna ou azar e outras formas de jogo
1 – Modalidades afins dos jogos de fortuna ou azar são as operações oferecidas ao público em
que a esperança de ganho reside conjuntamente na sorte e perícia do jogador, ou somente na sorte, e
que atribuem como prémios coisas com valor económico.
2 – São abrangidos pelo disposto no número anterior, nomeadamente, rifas, tômbolas,
sorteios, concursos publicitários, concursos de conhecimentos e passatempos.
3 – Sempre que qualquer modalidade afim do jogo de fortuna ou azar ou outras formas de
jogo atinjam tal incremento público que ponham em perigo os bons costumes, ou esteja em causa a
honestidade dos respectivos resultados, o membro
do Governo responsável pela administração interna tomará as medidas convenientes à
protecção dos interesses ofendidos, reprimindo ou restringindo a exploração e prática de tais
modalidades.
Artigo 160.º 2
Condicionantes
44 EPG-Publicações
Legislação Policial DL 422/89 Jogos
Artigo 161.º 1
Proibições
1 – Não é permitida a exploração de qualquer modalidade afim do jogo de fortuna ou azar e
outras formas de jogo referidas no artigo 159.º por entidades com fins lucrativos, salvo os concursos
de conhecimentos, passatempos ou outros, organizados por jornais, revistas, emissoras de rádio ou de
televisão, e os concursos publicitários de promoção de bens ou serviços.
2 – Os concursos excepcionados no número anterior não poderão ocasionar qualquer
dispêndio para o jogador que não seja o do custo normal de serviços públicos de correios e de
telecomunicações, sem qualquer valor acrescentado, ou do custo do jornal ou revista, com
comprovada publicação periódica há mais de um ano, cuja expansão se pretende promover, ou ainda
do custo de aquisição dos produtos ou serviços que se pretende reclamar.
3 – As modalidades afins do jogo de fortuna ou azar e outras formas de jogo referidas no
artigo 159.º não podem desenvolver temas característicos dos jogos de fortuna ou azar,
nomeadamente o póquer, frutos, campainhas, roleta, dados, bingo, lotaria de números ou instantânea,
totobola e totoloto, nem substituir por dinheiro ou fichas os prémios atribuídos.
Artigo 162.º 2
Jogos de perícia e aparelhos de venda de produtos
Artigo 163.º( 3)
Contra-ordenações
Artigo 164.º
Competência
CAPÍTULO XII
Disposições transitórias e finais
(2)
Artigo 165.º
Norma transitória
Artigo 166.º
Aplicação nas regiões autónomas
O presente diploma aplica-se nas regiões autónomas sem prejuízo das competências
transferidas em matéria de jogo para os respectivos órgãos de governo próprio.
Artigo 167º.
Entrada em vigor
1 As alterações introduzidas pelo DL 10/95, de 19JAN, entram em vigor na data da entrada em vigor da Lei do Orçamento de Estado para 1995,
excepto os artigos 16º., 17º., 23º. e 27º. que entram em vigor no dia 11JAN95.
46 EPG-Publicações
Legislação Policial DL 314/95 Jogos
Artigo 1.°
Aprovação
Artigo 2.°
Aplicação no tempo
1- Com excepção do artigo 4.° do REJB, que se aplica apenas aos novos contratos, o presente
diploma aplica-se aos contratos de concessão de exploração de jogo do bingo que se encontrem
actualmente em vigor.
A parte da receita bruta da venda dos cartões que não se destine a prémios nem à remuneração
do concessionário reverte para entidades do sector público, nos termos a definir por resolução do
Conselho de Ministros.
Artigo 4.°
Director da concessão
Até a entrada em vigor do decreto regulamentar a que se refere o n.° 1 do artigo 18.° do REJB,
as competências previstas no n.° 4 do artigo 24.° do REJB podem ser delegadas no «chefe de sala», a
que alude a alínea a) do n.° 1 do artigo 16.° do Decreto Regulamentar n.° 76/86, de 31 de Dezembro.
Artigo 6.°
Norma revogatória
Artigo 7.°
Aplicação nas Regiões Autónomas
O presente diploma aplica-se nas Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira, sem prejuízo
das competências transferidas, em matéria do jogo, para os respectivos órgãos de governo próprio.
Artigo 8.°
Entrada em vigor
O presente diploma entra em vigor no primeiro dia do mês seguinte ao da sua publicação.
48 EPG-Publicações
Legislação Policial DL 314/95 Jogos
CAPÍTULO I
Locais e regime de exploração
Artigo 1°.
Caracterização do jogo do bingo
Artigo 2.°
Tutela
A tutela da exploração do jogo do bingo compete ao membro do Governo responsável pela área
do turismo.
Artigo 3.°
Locais de exploração
1- A prática do jogo do bingo é permitida nos casinos e, fora deles, nos locais previstos nos
números seguintes.
2- Por despacho do membro do Governo responsável pela área do turismo, pode ser autorizada
a concessão da exploração de salas de jogo do bingo fora da área dos municípios onde se localizam
casinos e dos municípios adjacentes, em municípios com mais de 20.000 eleitores, nos termos do
número seguinte.
3- Só poderá ser autorizada a exploração de mais de uma sala de jogo do bingo na área de
municípios com mais de 60.000 eleitores e na proporção de uma sala por cada 60.000 eleitores
residentes em tal área.
Artigo 4.°
Concessionários das salas de jogo do bingo
As salas de jogo do bingo só podem ser concessionadas a pessoas colectivas públicas, pessoas
colectivas de utilidade pública e empresas do sector turístico que revistam forma societária.
Artigo 5.°
Abertura de concurso
Artigo 6.°
Propostas
Artigo 7.°
Adjudicação provisória
1- A adjudicação provisória da exploração das salas de jogo do bingo é feita por despacho do
membro do Governo responsável pela área do turismo.
Artigo 8.°
Adjudicação definitiva
A adjudicação definitiva é feita por contrato em que outorga o membro do Governo responsável
pela área do turismo e o representante ou representantes do concessionário, a celebrar no prazo de 90
dias a contar da data da publicação do despacho de adjudicação provisória.
50 EPG-Publicações
Legislação Policial DL 314/95 Jogos
Artigo 9.°
Restituição e perda da caução
Artigo 10.°
Cauções
CAPÍTULO II
Das salas e do pessoal
SECÇÃO I
Das salas e seu funcionamento
Artigo 11.°
Das salas
Artigo 12.°
Proibição de exploração
Nas salas de jogo do bingo não pode ser explorado qualquer outro tipo de jogos.
Artigo 13.°
Publicidade
Artigo 14.°
Período de funcionamento
1- As salas de jogo do bingo funcionam todos os dias do ano ou da época estabelecida nos
contratos de concessão, podendo o membro do Governo responsável pela área do turismo, a pedido
fundamentado dos concessionários, autorizar o encerramento por determinado período de tempo ou
em alguns dias da semana, sempre com o limite máximo de metade do ano ou da época de
funcionamento.
2- As salas de jogo do bingo estão abertas ao público até doze horas por dia, num período
compreendido entre as 13 horas de cada dia e as 4 horas do dia seguinte, a definir pelo
concessionário, o qual deverá, para o efeito, comunicar à IGJ o horário escolhido, com 12 dias de
antecedência.
3- Ao atingir-se a hora de encerramento das salas de jogo do bingo, far-se-á ouvir um sinal
sonoro, após o qual só poderá ser anunciada uma única jogada.
SECÇÃO II
Do acesso às salas
Artigo 15.°
Restrições de acesso
1- Os concessionários podem cobrar bilhetes de entrada nas salas de jogo do bingo, não
devendo o preço de tais bilhetes exceder um montante máximo a fixar anualmente pela IGJ, ouvidas
as entidades representativas dos concessionários.
52 EPG-Publicações
Legislação Policial DL 314/95 Jogos
4- Todo aquele que for encontrado numa sala de jogo do bingo em infracção às disposições
legais será mandado retirar pelos inspectores da IGJ ou pelo responsável pela sala, ficando
preventivamente interdita a sua entrada e seguindo-se processo administrativo, quando a ocorrência a
isso dê lugar, por infracção tipificada e sancionada.
5- Sempre que o responsável pela sala use a faculdade que lhe é atribuída pelo número anterior,
deverá comunicar a sua decisão, no prazo de vinte e quatro horas, ao serviço de inspecção, indicando
os motivos que a justificaram bem como as testemunhas que podem ser ouvidas sobre os factos,
pedindo a confirmação da medida adoptada.
6- A expulsão das salas de jogo do bingo por força do disposto nos números anteriores implica
a proibição preventiva de acesso a essas salas, a decretar nos termos do artigo seguinte, e dá lugar:
a) A processo contra-ordenacional, nos termos dos artigos 43.° e 44.°, quando a expulsão se
funde na prática de contra-ordenação;
b) A processo criminal, quando a expulsão se funde na prática de um crime.
Artigo 16.°
Proibição de acesso
1- Por sua iniciativa, ou a pedido justificado dos concessionários ou dos próprios interessados, o
inspector-geral de Jogos pode proibir o acesso às salas de jogos a quaisquer indivíduos por períodos
não superiores a dois anos.
2- Quando a proibição for meramente preventiva ou cautelar não poderá exceder um ano e
deverá fundar-se em indícios suficientes de inconveniência da presença dos frequentadores nas salas
de jogo do bingo.
3- Das decisões tomadas pelo inspector-geral de Jogos por força do disposto nos números
anteriores e no artigo anterior cabe recurso para o membro do Governo responsável pela área do
turismo.
Artigo 17º.
Acesso às salas
SECÇÃO III
Artigo 18.°
Pessoal
1- As profissões e categorias profissionais do pessoal das salas de jogo do bingo, bem como os
respectivos conteúdos funcionais, são aprovados por decreto regulamentar.
2- Os concessionários devem dotar os quadros de pessoal das salas de jogo do bingo por forma
a assegurar o regular funcionamento de todos os serviços, nos termos legal e contratualmente
estabelecidos.
3- Sempre que a IGJ considere que o disposto no número anterior não está a ser cumprido, deve
notificar o respectivo concessionário para, no prazo de 15 dias, alterar o quadro de pessoal, nos
termos determinados por aquela Inspecção, ou fazer prova de que o funcionamento dos serviços está
a ser efectuado nos termos legal e contratualmente estabelecidos.
4- A IGJ quando, após a diligência a que se refere o número anterior, considere violado o
disposto no n.° 2, fixa novo prazo de 15 dias para que o quadro de pessoal seja alterado nos termos
previstos no primeiro daqueles números.
5- A nenhum empregado dos concessionários, ainda que prestando serviço fora das salas de
jogo do bingo, pode ser atribuída a designação de inspector ou subinspector, acompanhada ou não de
qualquer qualificativo.
6- Os concessionários devem notificar, por escrito, os empregados das salas de jogo do bingo
dos regulamentos a emitir pela IGJ ao abrigo do artigo 31.°, quando tais regulamentos directa ou
indirectamente digam respeito a esses empregados.
Artigo 19.°
Deveres dos empregados
Os empregados dos concessionários de jogo do bingo que prestem serviço nas respectivas salas,
bem como outros indivíduos que sejam autorizados a exercer funções em tais salas são obrigados a:
a) Cumprir e fazer cumprir, na parte que lhes diga respeito, as disposições legais e
regulamentares, incluindo os regulamentos da IGJ, respeitantes à exploração e à prática do jogo e ao
exercício da sua profissão que lhes forem notificados nos termos previstos no n.° 6 do artigo anterior:
b) Exercer as suas funções com zelo, diligência e correcção;
c) Cuidar da apresentação pessoal e usar, quando em serviço, o trajo aprovado pelo
concessionário.
Artigo 20º.
Actividades proibidas aos empregados
1- A todos os empregados que prestam serviço nas salas de jogo do bingo é proibido:
a) Tomar parte no jogo, directamente ou por interposta pessoa;
b) Fazer empréstimos nas salas de jogo do bingo ou nas dependências ou anexos dos imóveis
onde estejam instaladas aquelas salas;
c) Ter em seu poder cartões do jogo do bingo e dinheiro ou símbolos convencionais que o
representem cuja proveniência ou utilização não possam ser justificadas pelo normal funcionamento
do jogo;
d) Ter participação, directa ou indirecta, nas receitas do jogo;
e) Solicitar gratificações ou manifestar, por qualquer modo, o propósito de as obter.
2- Para efeitos do disposto na alínea d)- do número anterior, não se considera participação nas
recitas do jogo a atribuição de retribuição variável em função das receitas brutas do jogo apuradas na
respectiva sala.
54 EPG-Publicações
Legislação Policial DL 314/95 Jogos
Artigo 21.°
Segredo profissional
Os empregados das salas de jogo do bingo devem guardar sigilo de todas as informações que
obtenham no exercício das suas funções, excepto quando inquiridos por autoridade policial ou pelos
inspectores da IGJ.
Artigo 22.°
Gratificações
1- Aos empregados das entidades concessionárias da exploração de salas de jogo do bingo que
prestem serviço em tais salas é permitido aceitar as gratificações que, espontaneamente, lhes sejam
dadas pelos jogadores.
2- As regras de distribuição das gratificações atribuídas ao pessoal são aprovadas por portaria
do membro do Governo responsável pela área do turismo, ouvidos os representantes dos
trabalhadores.
CAPÍTULO III
Dos órgãos dos concessionários
Artigo 23º.
Representação dos concessionários
1- Os titulares dos órgãos executivos são, para todos os efeitos, representantes legais do
concessionário nas relações deste com a IGJ, considerando-se as notificações ou comunicações feitas
a um deles como feitas ao próprio concessionário.
2- A identificação dos titulares dos órgãos sociais do concessionário deve ser comunicada à IGJ
no prazo de 15 dias a contar da eleição ou designação daquela.
Artigo 24º.
Director de concessão
i) Anualmente até 15 de Janeiro, enviar à IGJ relação nominal, por categorias, do pessoal dos
quadros, bem como dos restantes indivíduos que prestam serviço na sala de jogo do bingo, a qual será
actualizada logo que se verifiquem alterações;
j) Assegurar a exacta escrituração da contabilidade especial do jogo do bingo;
l) Manter a disciplina na sala de jogo do bingo, zelando pelo bom nível social da mesma.
5- O director da concessão pode:
a) Delegar as competências previstas no número anterior em empregado do concessionário com
a categoria profissional mais elevada a estabelecer no decreto regulamentar a que se refere o n.° 1 do
artigo 18.°
b) Nomear um ou mais substitutos do delegado a que se refere a alínea anterior, que exercerá as
competências delegadas naquele nas ausências e impedimentos do mesmo.
6- A nomeação do director da concessão bem como a delegação e a nomeação previstas no
número anterior devem ser comunicadas à IGJ antes da data do início das funções, sob pena de
ineficácia.
CAPÍTULO IV
Cartões de jogo do bingo
Artigo 25º.
Cartões de bingo
Os cartões do jogo do bingo são editados sob a responsabilidade da IGJ, a qual deverá
promover a entrega de tais cartões aos concessionários, mediante requisição destes, depois de pago o
respectivo custo.
CAPÍTULO V
Distribuição de receitas
Artigo 26.°
Receita destinada a prémios
Da verba correspondente à receita bruta da venda dos cartões, são reservados a prémios:
a) 55%, no caso das salas de jogo do bingo instaladas fora dos casinos;
b) 60%, no caso das salas de jogo do bingo instaladas nos casinos.
Artigo 27.°
Receita dos concessionários
2- No caso das salas de bingo instaladas nos casinos, a parte da receita bruta da venda dos
cartões não destinada a prémios constitui receita das respectivas empresas concessionárias, nos
termos da legislação própria.
Artigo 28.°
Aplicação dos lucros das salas concessionadas a clubes desportivos
1- Sem prejuízo do disposto no número seguinte, os lucros das explorações das salas de jogo do
bingo concessionadas a clubes desportivos confirmados pela IGJ, nos termos previstos na legislação
aplicável e nos contratos de concessão, serão aplicados, mediante planos a aprovar para cada caso
pelo Instituto dos Desportos (INDESP), no desporto recreação e no desporto rendimento promovidos
pelo clube concessionário, por forma a contemplar os diversos factores de desenvolvimento
desportivo, designadamente as infra-estruturas.
56 EPG-Publicações
Legislação Policial DL 314/95 Jogos
2- Enquanto não estiver encerrado o respectivo exercício, poderão os clubes ser autorizados a
despender as disponibilidades resultantes da exploração do jogo do bingo que se forem gerando no
decurso de cada ano económico, nos termos previstos em plano previsional previamente aprovado
pelo INDESP e estruturado ao abrigo do disposto no número anterior.
3- Os planos de aplicação de resultados e os planos previsionais serão submetidos ao INDESP,
nos seguintes prazos:
a) Plano de aplicação de resultados: no prazo de 60 dias a contar da confirmação dos resultados
pela IGJ;
b) Plano previsional: até 31 de Dezembro do ano anterior ao da realização da receita.
4- Os planos referidos no número anterior serão organizados de acordo com ficha-modelo de
planeamento aprovada por despacho do presidente do INDESP, a publicar na 2ª. série do Diário da
República, e apreciados nos 30 dias subsequentes à sua apresentação podendo aquele determinar as
alterações que julgar convenientes.
5- Conjuntamente com os planos de aplicação de resultados relativos a cada ano, os clubes
deverão apresentar relatórios circunstanciados da execução dos planos relativos ao ano antecedente,
os quais serão apreciados nos termos do número anterior.
6- Os lucros das explorações das salas de jogo do bingo concessionadas a outras pessoas
colectivas de utilidade pública ou a pessoas colectivas de direito público confirmados pela IGJ, nos
termos da legislação aplicável e nos contratos de concessão, serão aplicados, mediante planos a
aprovar e a fiscalizar pela IGJ, nas finalidades estatutárias daquelas entidades ou contratualmente
estabelecidas.
7- A não apresentação dos planos e relatórios referidos nos nº.s 1 e 5 dentro dos prazos legal e
contratualmente estabelecidos ou suas eventuais prorrogações, bem como a aplicação de verbas de
forma diversa da autorizada, darão lugar ao levantamento de autos de notícia pelo INDESP, os quais
terão o valor jurídico atribuído aos levantados por autoridade policial.
8- Nos 10 dias seguintes à data do seu levantamento, os autos a que alude o número anterior são
enviados à IGJ para efeitos de procedimento administrativo a que as infracções cometidas dêem lugar
e para aplicação da respectiva sanção, nos termos previstos no presente Regulamento.
9- Dos actos a praticar pelo INDESP ao abrigo do disposto nos números anteriores será dado
conhecimento a IGJ no prazo de oito tias.
Artigo 29º.
Prémio de bingo superacumulado
1- A repartição das receitas geradas pela venda de cartões de jogo do bingo para atribuição do
«Prémio de bingo superacumulado», a que se refere o n.° 4 do artigo 1.°, rege-se pelo disposto nos
números seguintes.
2- O «Prémio de bingo superacumulado» é constituído por 60% da receita bruta dos cartões
vendidos em todas as salas que participam na jogada e é atribuído ao jogador que preencha a
totalidade do cartão com o menor número de bolas anunciadas.
3- Ao jogador que, em cada sala, preencha a totalidade do cartão com o menor número de bolas
anunciadas é atribuído um prémio te bingo te sala, constituído por 10% da receita bruta da venda dos
cartões gerada na respectiva na sala.
4- Os concessionários das salas de jogo do bingo beneficiam de 20% da receita bruta da venda
dos cartões gerada na respectiva sala.
5- O remanescente da receita da venda dos cartões, quando gerada nas salas de jogo do bingo
dos casinos e depois de deduzidas as percentagens para prémios previstas nos n.°s 2 e 3, constitui
receita das respectivas empresas concessionárias, nos termos da legislação própria.
Artigo 30.°
Entrega de receitas
1- Os concessionários das salas te jogo do bingo são fiéis depositários das importâncias a que
alude o artigo 3.° do diploma preambular, procedendo ao seu depósito na Caixa Geral de Depósitos,
em conta a indicar pela IGJ, até ao dia 10 de cada mês em relação ao mês anterior e remetendo àquela
Inspecção um exemplar da guia, averbada do pagamento, nos três dias posteriores ao depósito.
Escola Prática/GNR \Policial\Pol4 57
Jogos DL 314/95 Legislação Policial
2- A IGJ promoverá a entrega das importâncias a que se refere o número anterior até ao dia 15
de cada mês relativamente às importâncias depositadas no mês anterior.
CAPÍTULO VI
Fiscalização
Artigo 31º.
Princípio geral
Artigo 32.°
Âmbito
Artigo 33.°
Dever de informação
Artigo 34.°
Consulta de documentos
58 EPG-Publicações
Legislação Policial DL 314/95 Jogos
Artigo 35.°
Contabilidade de especial do jogo do bingo
Artigo 36.°
Autos de notícia
Os autos de notícia levantados pelos inspectores da IGJ por infracções previstas no presente
Regulamento têm o valor juridicamente atribuído aos autos levantados por autoridade policial.
CAPÍTULO VII
Das infracções e sua sanção
SECÇÃO I
Da responsabilidade
Artigo 37.°
Responsabilidade administrativa
1- O incumprimento, pelos concessionários, ainda que sem culpa, das obrigações legal e
contratualmente estabelecidas constitui infracção administrativa punida com multa e rescisão do
contrato, nos termos dos artigos 38º. a 40.°
2- O disposto no número anterior é aplicável aos concessionários quando as infracções sejam
cometidas por empregados ou agentes desta.
3- A responsabilidade dos concessionários não prejudica a responsabilidade penal ou contra-
ordenacional dos respectivos empregados ou agentes pelas infracções cometidas.
4- Pelo pagamento das multas são responsáveis os concessionários e, subsidiariamente, quando
aquelas multas respeitem a factos ocorridos no período da respectiva gerência, os titulares dos órgãos
executivos de tais concessionários, ainda que estes hajam sido extintos ou perdido essa qualidade.
5- Sem prejuízo do disposto no número anterior, não haverá lugar a responsabilidade dos
titulares dos órgãos executivos quando aqueles provem que não lhes é imputável nem a infracção
cometida nem a insuficiência do património do concessionário para o pagamento da multa.
6- Os concessionários são subsidiariamente responsáveis pelas coimas aplicadas aos respectivos
empregados, nos termos do artigo 41.°
7- Quando a responsabilidade dos concessionários for imputada a título de mera negligência os
valora mínimos e máximos das multas a aplicar são reduzidos a dois terços dos valores estabelecidos
no n.° 1 do artigo 39.°, não podendo, em caso algum, exceder o montante previsto na alínea b)- do n °
3 do artigo 17.° do Decreto-Lei n.° 433/82, de 27 de Outubro, com a redacção que lhe foi dada pelo
Decreto-Lei n.° 356/89, de 17 de Outubro.
8- Quando a responsabilidade dos concessionários não se funde na culpa destes, os valora
mínimos e máximos das multas a aplicar serão reduzidos a metade dos valores estabelecidos no n.° 1
do artigo 39.°
9- As multas e as coimas previstas, respectivamente, nos artigos 39.°, 41.° e 43.° encontram-se
expressas em escudos com poder aquisitivo referido ao ano te 1995 e serão actualizadas com efeitos a
partir do dia 1 de Março de cada ano, tendo em conta o índice médio de preços no consumidor, no
continente, excluindo a habitação, publicado pelo Instituto Nacional de Estatística, arredondando-se
para a dezena de contos imediatamente inferior.
SECÇÃO II
Das infracções administrativas
Artigo 38º.
Infracções cometidas pelos concessionários
60 EPG-Publicações
Legislação Policial DL 314/95 Jogos
g) A não apresentação dos planos e relatórios referidos no artigo 28.° nos prazos legal e
contratualmente estabelecidos ou nas suas eventuais prorrogações, bem como a disposição ou
aplicação de verbas de forma diversa da autorizada ou sem autorização;
h) As infracções previstas no n.° 1 do artigo 40.°, quando a gravidade das mesmas não justifique
a rescisão do contrato.
Artigo 39.°
Sanções
Artigo 40.°
Rescisão dos contratos
SECÇÃO III
Das contra-ordenações
Artigo 41.°
Contra-ordenações cometidas pelos empregados
c) Retenção em seu poder de cartões de jogo do bingo, cheques ou dinheiro cuja proveniência
não possa ser justificada pelo desenrolar normal do jogo;
d) Permissão de acesso às salas em violação do disposto nas alíneas a)- e c)- do n.° 3 do artigo
15.°;
e) Incumprir os regulamentos emanados da IGJ ao abrigo do artigo 31.°, quando notificados nos
termos do n.° 6 do artigo 18.°
3- A negligência e a tentativa são puníveis.
Artigo 42.°
Sanções
1- Além da coima aplicável, a prática das contra-ordenações previstas no artigo anterior pode
implicar, como sanção acessória, a interdição temporária do exercício da profissão até 180 dias, no
caso das infracções previstas no n.° 1, ou até 60 dias, no caso das infracções previstas no n.° 2.
2- A aplicação da coima e da sanção acessória de interdição temporária do exercício da
profissão compete ao inspector-geral de Jogos, ouvido o Conselho Consultivo de Jogos, cabendo aos
inspectores da IGJ instruir os respectivos processos.
3- A decisão do inspector-geral de Jogos que aplica a coima e a sanção acessórias é susceptível
de impugnação judicial.
Artigo 43.°
Contra-ordenações cometidas pelos frequentadores
Artigo 44.°
Sanções
1- Além da coima aplicável, a prática das contra-ordenações previstas no artigo anterior pode
implicar, como sanção acessória, a proibição de entrada nas salas de jogo do bingo até dois anos, no
caso das infracções previstas no n.° 1, ou até um ano, no caso das infracções previstas no n.° 2.
2- A aplicação da coima e da sanção acessória de interdição temporária de entrada nas salas de
jogo do bingo compete ao inspector-geral de Jogos, ouvido o Conselho Consultivo de Jogos, cabendo
aos inspectores da IGJ instruir os respectivos processos.
3- A decisão do inspector-geral de Jogos que aplica a coima e a sanção acessória é susceptível
de impugnação judicial.
Artigo 45.°
Destino das coimas
62 EPG-Publicações
Legislação Policial DL 314/95 Jogos
CAPÍTULO VIII
Disposições finais
Artigo 46º.
Direito subsidiário
Em tudo o que não estiver previsto no presente Regulamento, observar-se-á, com as necessárias
adaptações, o disposto na legislação que disciplina a exploração dos jogos de fortuna ou azar nos
casinos.
Artigo 47.°
Salas de jogo de bingo instaladas em casinos
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Legislação Policial Dec.-Lei nº 317/02 Jogos
(...)
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Legislação Policial Decreto-Lei nº 84/85 Jogos
Artigo 2º
Artigo 3º
1 - A participação nos concursos de apostas mútuas processa-se pela inscrição das apostas
em bilhetes de modelo adoptado e pelo pagamento do preço correspondente.
2 - A entrega dos bilhetes e o pagamento do preço das apostas podem ser feitos directamente
à Santa Casa da Misericórdia de Lisboa ou a agentes por ela autorizados, que são considerados
mandatários dos concorrentes.
3 - Os bilhetes, em regra nominativos, serão constituídos pelo menos por duas partes,
identificáveis como pertencentes ao mesmo bilhete, representando a que fica em poder da Santa
Casa da Misericórdia de Lisboa a matriz da aposta e a outra, que fica em poder do concorrente, o
recibo comprovativo da entrega da matriz e do pagamento do preço.
4 - Do bilhete deverá constar a modalidade de aposta e, tratando-se de Totobola, as
competições e eventos sobre que hão-de formar-se os prognósticos ou, tratando-se de Totoloto, o
concurso ou número de concursos por que é válido.
5 - Poderá a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa emitir bilhetes sem indicação das
competições ou eventos referidos no número anterior.
6 - Os prognósticos formar-se-ão pela aposição no bilhete de sinal convencional obrigatório,
e apenas dele, de acordo com o respectivo regulamento geral dos concursos, podendo a sua não
utilização implicar para o apostador a perda do direito a prémio.
Artigo 6º
O regime jurídico da actividade dos agentes constará de regulamento próprio, aprovado por
portaria do Ministro da Segurança Social e do Trabalho.
Artigo 7º
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Legislação Policial Decreto-Lei nº 84/85 Jogos
Artigo 10º
Artigo 11º
Artigo 12º
Artigo 13º
Artigo 14º
1 - A receita de cada concurso é constituída pelo montante total das apostas admitidas e das
anuladas, sem direito a restituição, nos termos regulamentares.
2 - Da receita apurada nos termos do número anterior será destinada obrigatoriamente à
integração de prémios uma importância nunca inferior a 45% nem superior a 55%, a fixar em cada
regulamento geral dos concursos.
Artigo 15º
3 - Os fundos referidos no número anterior poderão ser utilizados para suportar quaisquer
despesas resultantes do processo de implantação do processo do sistema de registo de apostas em
tempo real (sistema online), nomeadamente os relativos à imagem, agentes, pessoal, renovação das
instalações, renovação de material e equipamento e outros.
4 - Os rendimentos dos fundos previstos nos números antecedentes acrescem aos respectivos
montantes, até à concorrência dos seus valores máximos, após o que constituem receita de
exploração.
Artigo 16º
Artigo 17º
70 EPG-Publicações
Legislação Policial Decreto-Lei nº 84/85 Jogos
Artigo 17º-A
5 - A verba afecta aos clubes de futebol da III divisão suportará os encargos adicionais
inerentes à deslocação, nas Regiões Autónomas ou no continente, das equipas abrangidas pela série
que compreende as equipas das Regiões Autónomas (actual série E), nos termos que forem
regulamentados pela Federação Portuguesa de Futebol, sendo o remanescente repartido pelos clubes
de futebol da III divisão com observância do disposto nos números anteriores.
6 - Para efeitos do disposto neste artigo, a Inspecção-Geral de Jogos fornecerá à Federação
Portuguesa de Futebol informação anual sobre os montantes de receitas líquidas apuradas por cada
clube de futebol concessionário do bingo.
Artigo 17º-B
Da verba que lhe for atribuída nos termos da alínea a) do Nº 3 do artigo 17º, o Instituto
Nacional do Desporto reservará até 10% para suportar os encargos com a deslocação, por via aérea,
entre o continente e as Regiões Autónomas, de equipas de futebol que disputem os campeonatos das
quatro divisões nacionais, a Taça de Portugal, as provas de apuramento e a fase final do
Campeonato Nacional de Juniores e com a deslocação das respectivas equipas de arbitragem, sem
prejuízo do disposto no artigo 17º-D; o remanescente desta verba cativada constituirá receita geral
do Instituto Nacional do Desporto.
Artigo 18º
1 - A execução das tarefas respeitantes à exploração dos concursos de apostas mútuas cabe,
na Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, ao Departamento de Apostas Mútuas, que sucede ao
Departamento de Apostas Mútuas Desportivas, criado pelo artigo 17º do Decreto-Lei Nº 43
777/1961, de 3 de Julho.
2 - O Departamento de Apostas Mútuas é dotado de autonomia financeira, orçamento e
contas próprias, caracterizados pela existência de administração e contabilidade privativas.
3 - O Departamento de Apostas Mútuas ficará sujeito a fiscalização por parte da Inspecção-
Geral de Finanças, de harmonia com as atribuições e competências que lhe estão cometidas por lei.
4 - O estatuto do Departamento de Apostas Mútuas, sem prejuízo do que venha a ser
definido estatutariamente para a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, será objecto de decreto
regulamentar.
Artigo 20º
1 - Para a execução dos trabalhos relativos às diferentes operações dos concursos, poderá o
Departamento de Apostas Mútuas, da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, recorrer a pessoal
externo, mediante a celebração de contratos, em regime de tarefa, os quais definirão o trabalho a
realizar e as remunerações a praticar.
72 EPG-Publicações
Legislação Policial Decreto-Lei nº 84/85 Jogos
Artigo 27º
O presente diploma produz efeitos a partir do dia 15 de Março, com excepção do regime de
repartição de receitas previsto no Nº 2 do artigo 16º, o qual produzirá efeitos a partir do início da
exploração do Totoloto.
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Legislação Policial Portaria nº 39/04 Jogos
Em 16 de Dezembro de 2003.
O Ministro da Saúde, Luís Filipe Pereira. - O Ministro da Segurança Social e do Trabalho, António
José de Castro Bagão Félix.
ANEXO
REGULAMENTO DO TOTOBOLA
Artigo 1º
Objecto
Artigo 2º
Concursos
1 - Os concursos referidos no artigo anterior podem ser normais, caso em que têm periodicidade
semanal, e extraordinários.
2 - Para efeitos dos concursos normais, a 1ª semana do ano é aquela que contiver o 1º domingo
desse ano.
3 - A data fixada para os concursos normais será a de domingo.
4 - A data e os prazos de recepção de apostas para concursos extraordinários são fixados pelo
Departamento de Jogos.
Artigo 3º
Condições de participação nos concursos
1 - A participação nos concursos do Totobola inicia-se com o registo das apostas e pagamento do
respectivo preço, nos termos da lei e do presente Regulamento.
2 - Tal participação pressupõe o integral conhecimento, adesão e plena aceitação das referidas
normas.
3 - A participação só se torna efectiva quando estiverem reunidas todas as condições regulamentares
de validade das apostas.
4 - Para participar nos concursos do Totobola apenas poderão ser utilizados os bilhetes emitidos
pelo Departamento de Jogos da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, nos termos do presente
Regulamento, sem prejuízo do disposto no artigo 6º, Nº 4.
Artigo 4º
Preço da aposta
Artigo 5º
Distribuição das receitas para prémios
1 - Da receita de cada concurso, constituída pelo valor do montante total das apostas admitidas, é
destinada a prémios a importância correspondente a 55%.
76 EPG-Publicações
Legislação Policial Portaria nº 39/04 Jogos
2 - A importância destinada a prémios, depois de deduzidos os encargos legais que sobre ela
recaírem, é dividida pelas quatro categorias de prémios do seguinte modo:
a) 1º prémio - 30%;
b) 2º prémio - 25%;
c) 3º prémio - 25%;
d) Super 14 - 20%.
4 - Por cada recibo de apostas haverá direito a um único prémio da categoria Super 14.
5 - Os prémios a que têm direito as apostas múltiplas, nas condições da alínea a), alínea b) e alínea
c) do Nº 3, constam da tabela II em anexo ao presente Regulamento.
6 - Quando não forem escrutinadas apostas com direito ao 1º prémio, o montante a ele destinado irá
acrescer:
7 - Quando não forem escrutinadas apostas com direito ao 2º prémio, o respectivo montante acresce
ao do 3º prémio; quando não forem escrutinadas apostas com direito ao 3º prémio, o respectivo
montante acresce ao do 2º prémio.
8 - Quando não forem escrutinadas apostas com direito ao 2º nem ao 3º prémios, os respectivos
montantes acrescem ao montante do 1º prémio.
9 - Quando não forem escrutinadas apostas com direito a qualquer das três primeiras categorias de
prémios, e por consequência ao Super 14, os montantes correspondentes acrescem ao montante
que vier a ser apurado para o prémio Super 14 do concurso normal imediatamente seguinte.
10 - Nos concursos extraordinários, os montantes acrescem ao que vier a ser apurado para o prémio
Super 14 do segundo concurso subsequente.
11 - Quando não forem escrutinadas apostas com direito ao prémio Super 14, o montante a ele
destinado, salvo o disposto no número seguinte, irá acrescer:
12 - Se o prémio Super 14 não vier a ser atribuído durante oito concursos consecutivos, o montante
acumulado acrescerá ao montante do prémio Super 14 do concurso imediatamente seguinte, ou,
caso não haja qualquer recibo com direito ao prémio Super 14, ao montante do 1º prémio desse
concurso.
13 - Se a situação de ausência dos prémios descrita no número anterior se mantiver, o montante
acumulado transitará, nos mesmos termos, para o 1º concurso subsequente e assim
sucessivamente até ser atribuído.
14 - A importância de cada classe de prémios é repartida em quinhões iguais pelas apostas
premiadas de cada uma das categorias de prémios referidas no Nº 3, arredondada para a quantia
em cêntimos imediatamente inferior.
15 - Se o quinhão de cada uma das apostas com direito a prémio for menor do que o quinhão que
cabe a cada uma das apostas com direito a prémio da categoria imediatamente inferior, os
montantes correspondentes às duas categorias são adicionados, sendo o total dividido entre
ambas, em quinhões iguais.
Artigo 6º
Prognósticos
1 - Os prognósticos nos jogos base entendem-se como vitória, empate ou derrota da equipa visitada,
consoante estejam marcados nos rectângulos da esquerda, «1», do meio, «X», ou da direita, «2»,
respectivamente, considerando-se equipa visitada a mencionada em primeiro lugar, mesmo que
venha a ocorrer troca de campo de jogo.
2 - O prognóstico do 14º jogo da grelha consiste em predizer o número de golos de ambas as
equipas de um jogo, só se formando pela indicação do conjunto de duas marcações, indicando a
primeira o número de golos obtidos pela equipa visitada e a segunda o número de golos obtidos
pela equipa visitante. Para cada equipa será assinalado, em alternativa, «0», «1» ou «M»
correspondendo o «M» a 2 ou mais golos.
3 - Os prognósticos fazem-se pela marcação de uma cruz «X», cujo ponto de intersecção deverá
estar dentro dos rectângulos, sem prejuízo do disposto no número seguinte.
4 - Os prognósticos podem ser digitados directamente no terminal pelo mediador dos jogos da Santa
Casa da Misericórdia de Lisboa, pelo apostador em periférico directamente ligado ao terminal, ou
através da utilização de outros meios e suportes de registo de apostas, nomeadamente a Internet,
telefone móvel ou fixo, televisão ou outro, nos termos de diploma legal próprio.
5 - Os prognósticos para cada concurso recaem sobre o resultado final dos 13 jogos base, sendo o
prognóstico do jogo Super 14, um único, e servirá para todas as apostas do bilhete.
6 - Os resultados a prognosticar podem ser os verificados na primeira parte de todos ou alguns dos
jogos do concurso, devendo tal modalidade constar claramente nos bilhetes e ser divulgada
publicamente pela direcção do Departamento de Jogos.
7 - Além dos 13 jogos base, devidamente ordenados na grelha, e do jogo Super 14, o Departamento
de Jogos indicará e publicitará três jogos de reserva, que em caso de necessidade substituirão os
jogos referidos, pela ordem em que estão indicados, sendo o primeiro jogo de reserva utilizado
para substituir o jogo que tiver na grelha do bilhete a numeração mais baixa e assim
sucessivamente.
Artigo 7º
Apostas
1 - Os prognósticos inscritos numa coluna do bilhete, aos quais corresponde um preço, constituem
uma aposta.
78 EPG-Publicações
Legislação Policial Portaria nº 39/04 Jogos
Artigo 8º
Apostas simples
1 - O preenchimento das apostas simples faz-se pela marcação, em cada coluna, de um prognóstico
por cada jogo.
2 - As apostas simples, sempre em número par, inscrevem-se em sequência contínua de colunas,
começando obrigatoriamente pela primeira coluna.
Artigo 9º
Apostas múltiplas
1 - O preenchimento das apostas múltiplas faz-se pela marcação de um até três prognósticos por
jogo base, formando-se sistemas de apostas múltiplas, de acordo com a tabela I anexa ao presente
Regulamento, a inscrever obrigatoriamente na primeira coluna e assinalados no local do bilhete a
isso destinado.
2 - Mediante publicação prévia junto do público em geral, o Departamento de Jogos pode criar
outras apostas múltiplas.
Artigo 10º
Registo e validação de apostas
Artigo 11º
Mediadores dos jogos
1 - Os mediadores dos jogos da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa são representantes dos
concorrentes junto do Departamento de Jogos e agem exclusivamente nessa qualidade.
2 - Os erros ou omissões cometidos pelos mediadores dos jogos da Santa Casa da Misericórdia de
Lisboa no exercício das suas funções não são imputáveis ao Departamento de Jogos.
3 - Os mediadores dos jogos da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa representam os jogadores
junto do Departamento de Jogos, não representando, em caso algum, o Departamento de Jogos
junto dos jogadores.
4 - O mediador é responsável perante o Departamento de Jogos pelo pagamento do preço de todas
as apostas registadas através dos terminais de jogo que lhe estão atribuídos e que não tenham
sido anuladas nos termos do presente Regulamento.
Artigo 12º
Sistema de registo e validação de apostas
a) Mediante a apresentação dos bilhetes emitidos pelo Departamento de Jogos nos quais se
tenham inscrito os prognósticos de acordo com as normas do presente Regulamento;
b) Por digitação no terminal, nos termos do Nº 4 do artigo 6º dos prognósticos do jogador.
2 - A inscrição dos prognósticos nos bilhetes não pode ser feita a tinta vermelha.
3 - Para efeitos do presente artigo, o bilhete referido na alínea a) do Nº 1, depois de preenchido com
os prognósticos, serve unicamente como suporte da leitura, pelo que carece de qualquer outro
valor.
4 - Os dados referentes às apostas apresentadas nos terminais dos mediadores dos jogos da Santa
Casa da Misericórdia de Lisboa são transmitidos ao sistema central para registo e validação.
5 - Sem a validação e registo no sistema central dos dados apresentados nos terminais as apostas não
participam no concurso.
6 - Após a validação, o terminal emite o recibo respectivo, no qual constam os seguintes dados:
a) Tipo de jogo;
b) Concurso(s) e semana(s) em que participa;
c) Prognósticos efectuados;
d) Número do JOKER, se o houver ou «NÃO» ao JOKER;
e) Número de apostas;
f) Valor das apostas;
g) Números de identificação comercial (NIC) e de controlo;
h) Dia e hora em que é efectuado o registo e validação no sistema central.
7 - Para todos os efeitos, o recibo será identificado pelos números de controlo que nele figuram.
8 - O mediador de jogos da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa não pode entregar o recibo ao
jogador antes de receber o pagamento correspondente.
9 - Quando o jogador não pague imediatamente as apostas efectuadas, as mesmas serão anuladas
pelo mediador: tal facto constará de um novo recibo emitido pelo terminal, que, juntamente com
o recibo anulado, será enviado ao Departamento de Jogos pelo mediador dos jogos da Santa Casa
da Misericórdia de Lisboa, não podendo em caso algum ser entregue ao jogador.
10 - As apostas podem ser anuladas no terminal onde foram registadas nos vinte minutos posteriores
ao registo, ou até à hora de encerramento da aceitação de apostas para o concurso a que
respeitem, conforme o que ocorrer primeiro, sendo sempre emitido recibo de cancelamento.
11 - O recibo anulado nunca é entregue ao jogador.
12 - O recibo emitido através do terminal de jogo é o único título válido para solicitar o pagamento
dos prémios e constitui a única prova de participação nos concursos.
80 EPG-Publicações
Legislação Policial Portaria nº 39/04 Jogos
14 - Para todos os efeitos, entender-se-á como cópia de segurança dos registos existentes no sistema
central os suportes informáticos obtidos a partir daquele, materializados em disco óptico, cassete,
banda magnética, ou outro, em que se encontrem gravadas as apostas correspondentes a cada
concurso.
15 - O Departamento de Jogos pode criar o cartão de jogador, no qual constam os prognósticos do
jogador e ou a identificação do mesmo pelo número e código de segurança, o número da conta
bancária a debitar/creditar e o saldo para jogo.
16 - O Departamento de Jogos poderá autorizar a utilização de outros meios e suportes para o
registo de apostas, nomeadamente telefone fixo ou móvel, Internet, televisão ou qualquer outro
que venha a ser considerado pela direcção do Departamento de Jogos, nos termos de diploma
legal próprio.
17 - Relativamente às apostas efectuadas com utilização dos meios previstos no número anterior, as
únicas provas de participação nos concursos são os registos informáticos do sistema central do
Departamento de Jogos da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa e as respectivas cópias de
segurança.
Artigo 13º
Bilhetes
a) Normais - destinados aos concursos semanais, com a indicação dos jogos neles incluídos,
da data e do número da semana;
b) Especiais - destinados também aos concursos normais, mas sem indicação dos jogos, da
data e do número da semana;
c) Extraordinários-destinados aos concursos extraordinários, com ou sem a indicação dos
jogos neles incluídos, da data e do número do concurso.
5 - Os bilhetes normais e os especiais servem para suporte de leitura para participação no concurso
em que forem lidos pelo terminal de jogo, qualquer que seja o número da semana a que respeitem
e os jogos deles constantes; os bilhetes extraordinários apenas podem ser utilizados em concursos
extraordinários.
6 - Podem ser incluídos nos bilhetes do Totobola os jogos de futebol que se realizem às segundas-
feiras.
7 - Os bilhetes estão divididos em colunas numeradas, subdivididas em rectângulos para a marcação
dos prognósticos.
8 - Nos bilhetes figuram dois rectângulos para participação no concurso semanal do JOKER, um
com a palavra «SIM» e outro com a palavra «NÃO».
9 - Em situações especiais, a decidir pela direcção do Departamento de Jogos, os bilhetes dos
concursos extraordinárias poderão não incluir a possibilidade de participação no JOKER.
10 - Sem prejuízo do disposto no número anterior, cada bilhete tem pré-impresso o número do
JOKER, que consiste num número de impressão de sete algarismos.
Artigo 14º
Júri dos concursos
a) A recepção e a guarda em segurança da cópia dos registos das apostas efectuadas através do
sistema de registo e validação de apostas, prevista no artigo 12º, Nº 13, alínea b), e Nº 14;
b) A comprovação do direito a prémio, a qual tem lugar através da leitura das cópias de
segurança, mencionada no artigo 12º, Nº 13, alínea b), as quais se encontram em poder do
júri dos concursos.
Artigo 15º
Resultados dos jogos
a) Por recurso aos jogos de reserva, quando o Departamento de Jogos tenha tomado
conhecimento oficial da situação desse ou desses jogos e a respectiva divulgação pública se
verifique até ao dia anterior ao início do registo das apostas para esse concurso;
b) Por sorteio público, a realizar nos termos do artigo seguinte, quando esse conhecimento e
divulgação se verifique já com o registo das apostas a decorrer.
82 EPG-Publicações
Legislação Policial Portaria nº 39/04 Jogos
Artigo 16º
Sorteio de resultados
Artigo 17º
Escrutínio
3 - O sistema informático central fornecerá ao júri dos concursos e aos serviços de escrutínio
informação detalhada da receita obtida e do número de prémios por categoria de cada concurso.
4 - O controlo dos prémios será efectuado pelo júri dos concursos, por comparação com a cópia de
segurança prevista no artigo 12º, Nº 13, alínea b), prevalecendo esta em caso de dúvida.
5 - O controlo das apostas premiadas será feito:
6 - Concluído o controlo de prémios, o júri dos concursos confirmará ou rectificará, aos serviços de
escrutínio, a informação detalhada sobre as quantidades de prémios por categorias, para que se
proceda à identificação do valor que corresponder a cada aposta premiada.
Artigo 18º
Divulgação das apostas premiadas
1 - O número provisório das apostas premiadas em cada concurso e o valor dos respectivos quinhões
são divulgados pelos terminais de apostas nos mediadores, pelos órgãos de comunicação social,
pela Internet e constam de um cartaz informativo afixado nos estabelecimentos autorizados pelo
Departamento de Jogos.
2 - Quando haja alteração dos resultados provisórios, o número definitivo das apostas premiadas
bem como o valor dos respectivos quinhões são tornados públicos através do cartaz referido no
número anterior, após o julgamento das reclamações, nos termos do artigo 20º.
Artigo 19º
Pagamento de prémios
1 - Os prémios são pagos pelos mediadores dos jogos da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa ou
pelas entidades bancárias expressamente autorizadas pelo Departamento de Jogos, nas condições
que este determine.
2 - O pagamento dos prémios obedece aos seguintes trâmites:
a) O mediador dos jogos da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa procede à leitura, através do
terminal, do recibo emitido informaticamente, o qual compara os códigos de registo e
segurança com os constantes no sistema central, apresenta mensagem, indicando o valor do
prémio e, após confirmação do mediador, emite recibo do pagamento do prémio pelo
mediador ou dá informação de que o prémio é pago num estabelecimento bancário
autorizado;
b) Quando esse valor for igual ou inferior a € 50, é pago em qualquer mediador dos jogos da
Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, independentemente daquele onde foi registada
aposta;
c) Caso o mediador de jogos da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa não tenha
disponibilidade de caixa para fazer o pagamento, o jogador pode dirigir-se a qualquer outro
estabelecimento autorizado, dirigir-se directamente ao Departamento de Jogos, ou aguardar
que exista disponibilidade por parte do mediador primeiramente solicitado;
d) A efectivação do pagamento ficará sempre registada no sistema central e dará origem à
emissão de um recibo comprovativo, que ficará na posse do mediador dos jogos da Santa
Casa da Misericórdia de Lisboa;
84 EPG-Publicações
Legislação Policial Portaria nº 39/04 Jogos
e) Quando o valor do prémio for superior € 50, será pago num estabelecimento bancário,
através da apresentação cumulativa do recibo da aposta e do cheque ou ordem de
pagamento emitida pelo Departamento de Jogos, previamente enviado ao mediador através
do qual foi efectuada a aposta;
f) Os prémios superiores a € 50 poderão vir a ser pagos por crédito na conta bancária do
jogador, mediante solicitação deste, nos termos que vierem a ser definidos pela direcção do
Departamento de Jogos;
g) Quando o recibo emitido pelo terminal do sistema de registo e validação informático não
for lido num terminal, pode o jogador enviar o mesmo para o Departamento de Jogos, que
comprovará a sua autenticidade e, caso se verifique que o recibo incorpora o direito a
prémio, emitirá outro documento que permita o respectivo pagamento.
Artigo 20º
Reclamações
1 - Todo o possuidor de um recibo emitido pelo terminal de jogos, e que tendo apresentado o
mesmo para pagamento num mediador dos jogos da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa seja
informado que não tem direito a prémio, que o prémio já foi pago, ou que existe algum outro
motivo que impeça o seu pagamento, tem o direito de reclamar.
2 - As reclamações são apresentadas por escrito, em formulário próprio, a fornecer pelos mediadores
oficiais dos jogos da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa e a entregar no Departamento de
Jogos.
3 - As reclamações também podem ser apresentadas por telegrama, correio electrónico, telecópia ou
telex, desde que sejam indicados, pelo menos, os seguintes elementos:
a) Nome completo e morada do reclamante;
4 - O prazo para apresentação de reclamação conta-se a partir do último jogo do concurso a que
respeita e é de 12 dias para os prémios de valor igual ou superior a € 1000, e de 60 dias para os
outros, salvo no caso de acumulação com prémios de valor superior a € 1000, em que o prazo é
de 12 dias.
5 - O prazo é de caducidade, não sendo considerada qualquer reclamação que dê entrada no
Departamento de Jogos fora do prazo.
Artigo 21º
Júri de reclamações
1 - As reclamações são julgadas por um júri, constituído nos termos do artigo 16º do Regulamento
do Departamento de Jogos, anexo ao Decreto-Lei Nº 322/1991, de 26 de Agosto.
2 - Deste júri não pode fazer parte quem tenha tido intervenção na decisão reclamada.
3 - Das deliberações do júri de reclamações apenas haverá recurso contencioso de anulação para o
Tribunal Administrativo do Círculo de Lisboa, nos termos da legislação aplicável.
Artigo 22º
Fraudes
Artigo 23º
Casos omissos
Artigo 24º
Tabelas
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Legislação Policial Portaria nº 39/04 Jogos
88 EPG-Publicações
Legislação Policial Portaria nº 39/04 Jogos
90 EPG-Publicações
Legislação Policial Decreto-Lei nº 282/03 Jogos
Artigo 1º
Objecto
Artigo 2º
Âmbito
Artigo 3º
Contrato de jogo
Artigo 4º
Comercialização
1 - A comercialização dos jogos sociais por meios electrónicos referidos no artigo 1º,
nomeadamente através do sistema de mensagens curtas (SMS), pode implicar, para o jogador,
além do preço da aposta, o custo da utilização da rede de comunicações como o telefone ou a
Internet e o custo do serviço de um operador de telecomunicações.
2 - O apostador pode recorrer para efectuar apostas nos jogos sociais do Estado por meios
electrónicos a um cartão de jogador, identificado pelo respectivo número e código de segurança,
a ser emitido pelo Departamento de Jogos da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa.
3 - O cartão de jogador tem capacidade para armazenar até determinado montante para utilização
nos jogos sociais do Estado, é recarregável e permite ao jogador creditar no próprio cartão, até
determinado montante, o valor dos prémios, dos jogos referidos, a que tenha direito.
4 - Os montantes referidos no número anterior são definidos anualmente pela direcção do
Departamento de Jogos da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, são divulgados publicamente e
constam da documentação necessariamente entregue ao jogador no momento da aquisição do
cartão.
5 - As regras de utilização do cartão de jogador são aprovadas pela direcção do Departamento de
Jogos da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa e constam da documentação necessariamente
entregue ao jogador no momento da aquisição do cartão.
Artigo 5º
Funcionalidades da plataforma e legislação aplicável
Artigo 6º
Pagamento das operações de compra
1 - Cada operação de compra origina uma única transferência automática de fundos entre a conta do
jogador-comprador e a conta do Departamento de Jogos da Santa Casa da Misericórdia de
Lisboa.
2 - Em caso de insuficiência de saldo disponível na conta do jogador-comprador, a plataforma de
acesso multicanal não aceita a aposta/ordem de compra, que se considera como não efectuada.
Artigo 7º
Pagamento dos prémios
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Legislação Policial Decreto-Lei nº 282/03 Jogos
Artigo 8º
Suporte material das operações de compra
1 - Em cada operação de compra será gerado pela plataforma de acesso multicanal e emitido pelo
terminal automático de pagamento um recibo, com valor meramente informativo, no qual
constarão a data, hora e terminal da transacção, todas as fracções adquiridas ou prognósticos
efectuados, conforme se trate, respectivamente, de lotarias ou apostas mútuas, bem como o
código de segurança de cada uma das fracções ou apostas e o preço pago.
2 - No caso de o terminal automático de pagamento não emitir recibo, este ser ilegível ou no caso de
o apostador não poder imprimir o recibo gerado pela plataforma de acesso multicanal, o
comprador-jogador pode solicitar a respectiva emissão ao Departamento de Jogos da Santa Casa
da Misericórdia de Lisboa, por via postal ou mediante telefone, fax ou Internet, conforme o caso.
Artigo 9º
Prova das operações de compra
Artigo 10º
Conservação dos registos informáticos
1 - Os registos informáticos relativos à compra dos jogos sociais do Estado através da plataforma de
acesso multicanal e ao pagamento dos prémios de valor inferior a € 4987,98 serão mantidos em
arquivo no Departamento de Jogos da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa pelo período de três
anos.
2 - Os registos informáticos relativos ao pagamento dos prémios de valor igual ou superior a €
4987,98 serão mantidos em arquivo no Departamento de Jogos da Santa Casa da Misericórdia de
Lisboa pelo período de 10 anos.
Artigo 11º
Contra-ordenações
1 - Constituem contra-ordenações:
a) A promoção, organização ou exploração, por via electrónica, dos jogos sociais do Estado
previstos no artigo 1º, com violação do regime de exclusivo estabelecido no artigo 2º, bem
como a emissão, distribuição ou venda de bilhetes virtuais e a publicitação da realização
dos sorteios respectivos, quer estes ocorram ou não em território nacional;
b) A promoção, organização ou exploração, por via electrónica, de lotarias ou outros sorteios
similares à Lotaria Nacional ou à Lotaria Instantânea, com violação do regime de exclusivo
estabelecido no artigo 2º, bem como a emissão, distribuição ou venda de bilhetes virtuais e
a publicitação da realização dos sorteios respectivos, quer estes ocorram ou não em
território nacional;
c) A angariação, por via electrónica, de apostas sobre os números dos sorteios da Lotaria
Nacional não emitidos pelo Departamento de Jogos da Santa Casa da Misericórdia de
Lisboa, bem como a subdivisão electrónica de fracções da Lotaria Nacional;
2 - A tentativa é punível.
3 - A negligência é punível.
Artigo 12º
Coimas
94 EPG-Publicações
Legislação Policial Decreto-Lei nº 282/03 Jogos
Artigo 13º
Sanções acessórias
1 - Como sanções acessórias das contra-ordenações estabelecidas na alínea a), na alínea b), na
alínea c), na alínea d), na alínea e), na alínea f), na alínea g) do Nº 1 do artigo 11º poderão ser
determinados, no todo ou em parte, a perda de bens, incluindo equipamentos técnicos, meios de
transporte ou valores utilizados para a perpetração da infracção ou resultantes desta, incluindo os
destinados a prémios ou que como tal hajam sido distribuídos, bem como o encerramento do
estabelecimento onde tal actividade se realize e cujo funcionamento esteja sujeito a autorização
ou licenciamento de autoridade administrativa e a interdição de exercício de qualquer actividade
relativa aos jogos sociais do Estado durante um período máximo de dois anos, nos termos do
Decreto-Lei Nº 433/1982, de 27 de Outubro, na redacção do Decreto-Lei Nº 244/1995, de 14 de
Setembro.
2 - Quando entre o material apreendido se verifique existir direito a prémio, o mesmo deverá ser
recebido, integrando o valor dos bens apreendidos.
Artigo 14º
Processo e competência contra-ordenacional
1 - Em tudo o mais que não estiver expressamente previsto no presente diploma regem as
disposições em vigor para os jogos sociais do Estado, nomeadamente lotarias e apostas mútuas,
ou quaisquer outros jogos cuja exploração venha a ser atribuída à Santa Casa da Misericórdia de
Lisboa, nos termos do disposto no artigo 1º do anexo II do Decreto-Lei Nº 322/1991, de 26 de
Agosto.
2 - O regulamento de mediadores relativo a todos os jogos sociais do Estado cuja exploração foi ou
venha a ser atribuída à Santa Casa da Misericórdia de Lisboa será aprovado por portaria dos
ministros da tutela.
Artigo 16º
Norma revogatória
São revogados o artigo 4º, o artigo 5º, o artigo 6º e o artigo 7º do Decreto-Lei Nº 182/2000,
de 10 de Agosto.
Visto e aprovado em Conselho de Ministros de 4 de Setembro de 2003. - José Manuel Durão
Barroso - Maria Celeste Ferreira Lopes Cardona - Luís Filipe Pereira - António José de Castro
Bagão Félix.
Promulgado em 24 de Outubro de 2003.
Publique-se.
O Presidente da República, JORGE SAMPAIO.
Referendado em 30 de Outubro de 2003.
O Primeiro-Ministro, José Manuel Durão Barroso.
96 EPG-Publicações
Legislação Policial Circular nº 1460, de 26FEV86, da 3ª REP Jogos
98 EPG-Publicações
Legislação Policial DL 310/02 Jogos
Capítulo I
Âmbito e licenciamento
Artigo 1º
Âmbito
Artigo 2º
Licenciamento do exercício das actividades
Artigo 3º
Delegação e subdelegação de competências
1 - As competências neste diploma conferidas à câmara municipal podem ser delegadas no presidente
da câmara, com faculdade de subdelegação nos vereadores e nos dirigentes dos serviços
municipais.
2 - As competências cometidas ao presidente da câmara podem ser delegadas nos vereadores, com
faculdade de subdelegação, ou nos dirigentes dos serviços municipais.
(...)
Capítulo VI
Licenciamento do exercício da actividade de exploração de máquinas de diversão
Artigo 19º
Âmbito
1 - Para efeitos do presente capítulo, consideram-se máquinas de diversão:
a) Aquelas que, não pagando prémios em dinheiro, fichas ou coisas com valor económico,
desenvolvem jogos cujos resultados dependem exclusiva ou fundamentalmente da perícia do
utilizador, sendo permitido que ao utilizador seja concedido o prolongamento da utilização
gratuita da máquina face à pontuação obtida;
b) Aquelas que, tendo as características definidas na alínea anterior, permitem apreensão de
objectos cujo valor económico não exceda três vezes a importância despendida pelo
utilizador.
2 - As máquinas que, não pagando directamente prémios em fichas ou moedas, desenvolvam
temas próprios dos jogos de fortuna ou azar ou apresentem como resultado pontuações dependentes
exclusiva ou fundamentalmente da sorte são reguladas pelo Decreto-Lei Nº 422/1989, de 2 de
Dezembro, e diplomas regulamentares.
Artigo 20º
Registo
1 - Nenhuma máquina submetida ao regime deste capítulo pode ser posta em exploração sem que se
encontre registada e licenciada.
2 - O registo é requerido pelo proprietário da máquina ao presidente da câmara onde se encontra ou
em que se presume irá ser colocada em exploração.
3 - O requerimento do registo é formulado, em relação a cada máquina, através de impresso próprio.
4 - O registo é titulado por documento próprio, assinado e autenticado, que acompanhará
obrigatoriamente a máquina a que respeitar.
5 - As alterações de propriedade da máquina obrigam o adquirente a efectuar o averbamento
respectivo, a requerer com base no título de registo e em documentação de venda ou cedência, com
assinatura do transmitente reconhecida pelos meios consentidos por lei.
Artigo 21º
Instrução do pedido de registo
O requerimento para o registo de cada máquina é instruído com os seguintes documentos:
1) Máquinas importadas:
a) Documento comprovativo da apresentação da declaração de rendimentos do requerente,
respeitante ao ano anterior, ou de que não está sujeito ao cumprimento dessa obrigação, em
conformidade com o Código do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares ou com
o Código do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Colectivas, conforme o caso;
b) Documento comprovativo de que o adquirente é sujeito passivo do imposto sobre o valor
acrescentado;
100 EPG-Publicações
Legislação Policial DL 310/02 Jogos
Artigo 22º
Temas dos jogos
1 - A importação, fabrico, montagem e venda de máquinas de diversão obrigam à classificação dos
respectivos temas de jogo.
2 - A classificação dos temas de jogo é requerida pelo interessado à Inspecção-Geral de Jogos,
devendo o requerimento ser acompanhando da memória descritiva do respectivo jogo em
duplicado.
3 - A Inspecção-Geral de Jogos pode solicitar aos interessados a apresentação de outros elementos
que considere necessários para apreciação do requerimento ou fazer depender a sua classificação
de exame directo à máquina.
4 - O documento que classifica os temas de jogo e a cópia autenticada da memória descritiva do jogo
devem acompanhar a máquina respectiva.
5 - O proprietário de qualquer máquina pode substituir o tema ou temas de jogo autorizados por
qualquer outro, desde que previamente classificado pela Inspecção-Geral de Jogos.
6 - O documento que classifica o novo tema de jogo autorizado e a respectiva memória descritiva
devem acompanhar a máquina de diversão.
7 - A substituição referida no Nº 5 deve ser precedida de comunicação do presidente da câmara.
Artigo 23º
Licença de exploração
1 - A máquina só pode ser posta em exploração desde que disponha da correspondente licença de
exploração atribuída pela câmara municipal e seja acompanhada desse documento.
2 - A licença de exploração é requerida por períodos anuais ou semestrais pelo proprietário da
máquina, devendo o pedido ser instruído com os seguintes documentos:
a) Título de registo da máquina, que será devolvido;
b) Documento comprovativo do pagamento do imposto sobre o rendimento respeitante ao ano
anterior;
c) Documento comprovativo do pagamento dos encargos devidos a instituições de segurança
social;
d) Licença de recinto, emitida pela Direcção-Geral dos Espectáculos, quando devida.
3 - A câmara municipal pode recusar a concessão ou a renovação da licença de exploração, sempre
que tal medida se justifique.
Artigo 24º
Condições de exploração
1 - Salvo tratando-se de estabelecimentos licenciados para a exploração exclusiva de jogos, não
podem ser colocadas em exploração simultânea mais de três máquinas, quer as mesmas sejam
exploradas na sala principal do estabelecimento quer nas suas dependências ou anexos, com
intercomunicação interna, vertical ou horizontal.
2 - As máquinas só podem ser exploradas no interior de recinto ou estabelecimento previamente
licenciado para a prática de jogos lícitos com máquinas de diversão, o qual não pode situar-se nas
proximidades de estabelecimentos de ensino.
3 - Nos estabelecimentos licenciados para a exploração exclusiva de máquinas de diversão é
permitida a instalação de aparelhos destinados à venda de produtos ou bebidas não alcoólicas.
Artigo 25º
Condicionamentos
1 - A prática de jogos em máquinas reguladas pelo presente capítulo é interdita a menores de 16 anos,
salvo quando, tendo mais de 12 anos, sejam acompanhados por quem exerce o poder paternal.
2 - É obrigatória a afixação, na própria máquina, em lugar bem visível, de inscrição ou dístico
contendo os seguintes elementos:
a) Número de registo;
b) Nome do proprietário;
c) Prazo limite da validade da licença de exploração concedida;
d) Idade exigida para a sua utilização;
e) Nome do fabricante;
f) Tema de jogo;
g) Tipo de máquina;
h) Número de fábrica.
Artigo 26º
Responsabilidade contra-ordenacional
1 - Para efeitos do presente capítulo, consideram-se responsáveis, relativamente às contra-ordenações
verificadas:
a) O proprietário da máquina, nos casos de exploração de máquinas sem registo ou quando em
desconformidade com os elementos constantes do título de registo por falta de averbamento de
novo proprietário;
b) O proprietário ou explorador do estabelecimento, nas demais situações.
2 - Quando, por qualquer circunstância, se mostre impossível a identificação do proprietário de
máquinas em exploração, considera-se responsável pelas contra-ordenações o proprietário ou
explorador do estabelecimento onde as mesmas se encontrem.
Artigo 27º
Fiscalização
A fiscalização da observância do disposto no presente capítulo, bem como a instrução dos respectivos
processos contra-ordenacionais, compete às câmaras municipais, sendo a Inspecção-Geral de Jogos o
serviço técnico consultivo e pericial nesta matéria.
102 EPG-Publicações
Legislação Policial DL 310/02 Jogos
Artigo 28º
Modelos
Os impressos próprios referidos no presente capítulo são aprovados por portaria do Ministro das
Cidades, Ordenamento do Território e Ambiente.
(...)
Capítulo XII
Sanções
Artigo 48º
Máquinas de diversão
1 - As infracções do capítulo VI do presente diploma constituem contra-ordenação punida nos termos
seguintes:
a) Exploração de máquinas sem registo, com coima de € 1500 a € 2500 por cada máquina;
b) Falsificação do título de registo ou do título de licenciamento, com coima de € 1500 a €
2500;
c) Exploração de máquinas sem que sejam acompanhadas do original ou fotocópia autenticada
do título de registo, do título de licenciamento ou dos documentos previstos nos Nº 4 e Nº 6
do artigo 22º, com coima de € 120 a € 200 por cada máquina;
d) Desconformidade com os elementos constantes do título de registo por falta de
averbamento de novo proprietário, com coima de € 120 a € 500 por cada máquina;
e) Exploração de máquinas sem que o respectivo tema ou circuito de jogo tenha sido
classificado pela Inspecção-Geral de Jogos, com coima de € 500 a € 750 por cada máquina;
f) Exploração de máquinas sem licença ou com licença de exploração caducada, com coima de
€ 1000 a € 2500 por cada máquina;
g) Exploração de máquinas de diversão em recinto ou estabelecimento diferente daquele para
que foram licenciadas ou fora dos locais autorizados, com coima de € 270 a € 1000 por cada
máquina;
h) Exploração de máquinas em número superior ao permitido, com coima de € 270 a € 1100
por cada máquina, e, acessoriamente, atenta a gravidade e frequência da infracção, apreensão
e perda das mesmas a favor do Estado;
i) Falta da comunicação prevista no Nº 4 do artigo 23º, com coima de € 250 a € 1100 por cada
máquina;
j) Utilização de máquinas de diversão por pessoas com idade inferior à estabelecida, com
coima de € 500 a € 2500;
k) Falta ou afixação indevida da inscrição ou dístico referido no Nº 2 do artigo 25º, bem como
a omissão de qualquer dos seus elementos, com coima de € 270 a € 1100 por cada máquina.
2 - A negligência e a tentativa são punidas.
Artigo 49º
Sanções acessórias
Nos processos de contra-ordenação podem ser aplicadas as sanções acessórias previstas na lei
geral.
Artigo 50º
Processo contra-ordenacional
1 - A instrução dos processos de contra-ordenação previstos no presente diploma compete às
câmaras municipais.
2 - A decisão sobre a instauração dos processos de contra-ordenação e a aplicação das coimas
e das sanções acessórias é da competência do presidente da câmara.
3 - O produto das coimas, mesmo quando estas são fixadas em juízo, constitui receita dos
municípios.
Artigo 51º
Capítulo XIII
Fiscalização
Artigo 52º
104 EPG-Publicações
Legislação Policial Portaria nº 144/03 Jogos
1º
São aprovados os impressos necessários para o regular processamento administrativo do registo,
licenciamento de exploração, transferência de propriedade e de local de exploração de máquinas
automáticas, mecânicas e eléctricas ou electrónicas de diversão a cargo das câmaras municipais, e que
constituem os quatro modelos anexos à presente portaria.
Os impressos obedecerão às seguintes especificações:
2º
É revogada a Portaria Nº 44/1996, de 15 de Fevereiro.
Pelo Ministro das Cidades, Ordenamento do Território e Ambiente, José Mário Ferreira de
Almeida, Secretário de Estado Adjunto e do Ordenamento do Território, em 27 de
Dezembro de 2002.
106 EPG-Publicações
Legislação Policial Portaria nº 144/03 Jogos
108 EPG-Publicações
Legislação Policial Portaria nº 144/03 Jogos
110 EPG-Publicações
Legislação Policial Portaria nº 144/03 Jogos
112 EPG-Publicações
Legislação Policial Portaria nº 1364/01, de 6DEZ Jogos
ANEXO
Regras de execução do black-jack/21 e do prémio acumulado, e procedimentos a adoptar
quando se utilize baralhador automático de cartas.
I
Regras
a) Fazer a combinação black-jack (se as duas cartas inicialmente distribuídas forem uma delas
um ás e a outra uma figura ou um dez); ou
b) Obter, mediante cartas adicionais (quando as duas primeiras de cada aposta inicial não
hajam formado black-jack) a pontuação de 21 ou a que, sendo inferior, dela mais se
aproxime.
114 EPG-Publicações
Legislação Policial Portaria nº 1364/01, de 6DEZ Jogos
11 - Saída a «carta-aviso», o pagador anunciará, com voz audível, que a jogada em curso será
a última desse sabot, depois da qual nenhuma outra poderá efectuar-se sem que as cartas sejam
novamente baralhadas e se proceda de harmonia com o estabelecido nos anteriores números deste
artigo. Todavia, se a referida «carta-aviso» sair imediatamente antes de iniciada uma jogada, esta terá
ainda de ser feita e só depois de concluída serão as cartas de novo baralhadas.
12 - Sempre que o jogo for interrompido por ausência de jogadores ou quando, embora algum
permaneça na mesa, não faça aposta, o pagador poderá, mesmo que não se tenham esgotado as cartas
do sabot, estendê-las todas sobre a mesa com as faces para cima.
13 - Cada jogador deve marcar a sua aposta antes de chegar o momento de, na respectiva
ordem, lhe caber a distribuição da primeira carta.
14 - O valor de cada aposta tem de ser igual ao mínimo fixado para a respectiva banca, ou
múltiplo dele, até atingir o máximo.
15 - Todo o jogador pode apostar também em qualquer dos outros lugares da mesa desde que
o valor da aposta aí feita pelo jogador titular do lugar, ou o somatório da deste e das de outros, não
atinja ainda o máximo aprovado para essa banca, caso em que poderá perfazê-lo ou juntar-lhe aposta,
de valor igual ou múltiplo do mínimo, que naquele máximo possa ser comportada.
Os jogadores que fizerem estas apostas complementares ficam sujeitos à decisão que for
tomada pelo titular do lugar para a sua própria aposta. Se o titular do lugar fizer «seguro» da sua
aposta, os donos das apostas complementares são livres de o fazer, ou não, nos casos em que for
permitido o desdobramento de pares ou a duplicação ou elevação do valor da aposta, aquelas apostas
complementares terão um regime especial, que adiante será definido nos preceitos que contemplem
esses casos.
16 - Quando um dos lugares da mesa estiver vago, pode qualquer dos outros jogadores marcar
nele aposta de valor igual ou múltiplo do mínimo até que seja atingido o máximo. A decisão do golpe
para todas as apostas feitas nesse lugar cabe ao dono da de valor mais elevado; em caso de igualdade
de valores ali apostados por dois ou mais jogadores, esse direito pertence, se a outro não couber, ao
que ocupe lugar de numeração mais baixa.
17 - Respeitando sempre a ordem de numeração dos lugares, o pagador dará, face para cima,
uma carta a cada jogador que tenha oportunamente marcado aposta, após o que tirará uma para o jogo
da banca, expondo-a à sua frente. Em seguida, dará pela mesma forma uma segunda carta a cada
jogador e à banca, ficando esta de face para baixo.
18 - Terminada a distribuição de duas cartas para cada jogada, os jogadores que nelas não
hajam obtido black-jack podem ficar-se (não pedir cartas) se tiverem a pontuação superior a 11, ou
pedir cartas no número que desejarem com a finalidade de conseguirem, no total, a pontuação que
mais lhes convenha, até à de 21, inclusive, sendo-lhes vedado pedir mais cartas logo que atinjam esta.
Para isso, o pagador perguntará a cada um desses jogadores, pela ordem dos seus lugares, se querem
receber mais cartas e actuará em conformidade com as respostas obtidas, que devem ser o mais claras
possível. Se, no decurso da entrega das cartas pedidas pelos jogadores, o pagador extrair uma carta do
sabot em contrário do pedido do jogador por haver interpretado erradamente a vontade desse jogador,
a carta em causa, se ainda não estiver vista, isto é, com a face virada, será atribuída ao mais próximo
jogador que peça cartas; se nenhum vier a pedir cartas, a dita carta será para o jogo da banca. Caso a
carta já tenha sido virada, será obrigatoriamente anulada, seguindo para o «canto de descarte».
19 - No caso de a pontuação obtida nas duas cartas da banca ser de 17 ou superior, é-lhe
vedado tirar qualquer outra (se involuntariamente o fizer, essa carta não conta para o jogo, sendo logo
colocada no «canto de descarte»). Na hipótese de esse total ser de 16 ou inferior, é obrigado a tirar
tantas cartas quantas as necessárias para perfazer, no mínimo, a mencionada pontuação de 17.
20 - A combinação black-jack ganha sempre ao total 21. Não se considera black-jack, mas sim
o total de 21, se aquela combinação resultar do desdobramento de um par.
21 - Se o jogador fizer black-jack, ganha vez e meia (três para dois) o valor da sua aposta,
salvo se a banca o tiver feito também, caso em que essa jogada é nula (não perde nem ganha). Se o
jogador fizer black-jack e a carta aberta da banca não for uma das que possibilitem essa combinação
(ás, figura ou dez), deverá ser-lhe pago logo o respectivo prémio, recolhendo-se-lhe as cartas.
22 - Se o jogador pedir cartas e se, somado o valor das suas primeiras cartas com o das adicionais que
haja pedido, obtiver pontuação superior a 21, perde desde logo, devendo o pagador recolher de
imediato a respectiva postura e as correspondentes cartas, que arrumará no «canto de descarte».
Quando todos os jogadores presentes na mesa tenham perdido ou já desistido e não haja mais
ninguém em jogo, o pagador abstém-se de tirar a terceira carta, acabando naquele momento a jogada
e devendo o pagador recolher imediatamente as duas cartas iniciais da banca.
23 - O jogador ganha importância igual à da sua aposta sempre que a pontuação do seu jogo
estiver mais próximo de 21 que o da banca, perdendo a aposta na hipótese contrária.
24 - Se o jogador e a banca tiverem a mesma pontuação (empate), a jogada é nula (não perde
nem ganha), podendo o jogador retirar a postura, mantê-la ou alterá-la para a jogada seguinte.
25 - Sempre que o jogador ganhe, pertence-lhe o valor da postura e o do correspondente
prémio.
26 - Sempre que as duas primeiras cartas distribuídas a um jogador, embora de naipes
diferentes, tenham o mesmo valor, esse jogador poderá separá-las e fazer duas apostas independentes,
desde que jogue em cada uma delas importância igual à da parada inicial, devendo, depois, pedir para
qualquer das apostas uma ou mais cartas, no número que desejar, excepto se o par desdobrado for de
ases, caso em que apenas poderá pedir uma carta para cada aposta.
27 - O jogador, depois de efectuado o desdobramento do par inicial poderá voltar a fazê-lo, se
vier a obter uma ou mais cartas adicionais do mesmo valor, ainda que naipes diferentes.
28 - Se, na hipótese referida no Nº 26, o jogador fizer desdobramento de um par, fazendo duas
apostas independentes, poderão os outros jogadores, que hajam feito apostas complementares nesse
lugar, fazer também, por seu lado, aposta igual à primeira e anexá-la à segunda aposta do titular do
lugar. Se o não acompanharem no desdobramento, as suas apostas serão decididas pelo resultado
alcançado para a primeira das duas apostas do titular do lugar.
29 - Quando os valores das duas primeiras cartas totalizarem 9, 10 ou 11, poderá o respectivo
jogador duplicar a sua aposta, sendo-lhe então distribuída uma única carta.
30 - Da faculdade concedida no número anterior poderão usar também os apostadores
complementares daquela aposta, aos quais é permitido duplicar o valor da sua aposta inicial.
31 - Os jogadores que perfizerem os totais de 9, 10 ou 11 com as cartas recebidas na
sequência do desdobramento de cartas iguais poderão duplicar os valores das respectivas apostas.
32 - Sempre que for um ás uma das duas primeiras cartas distribuídas para uma aposta e o
respectivo jogador haja duplicado o valor da mesma aposta por considerar ter nas duas ditas cartas a
pontuação de 9 ou 10, em resultado de atribuir ao ás o valor de 1, nessa jogada é obrigado a manter-
lhe esse valor até final.
33 - Quando a carta aberta da banca for um ás, os jogadores poderão, a convite do pagador e
depois de distribuídas as segundas cartas, fazer o «seguro» da sua aposta, colocando, no lugar próprio
demarcado no pano da banca, fichas cuja importância total não poderá exceder metade do valor da
aposta já inicialmente feita.
Se a banca vier a fazer black-jack, a aposta feita no «seguro» ganhará o dobro do seu valor, sendo
perdida no caso contrário.
34 - Os jogadores que tenham feito black-jack poderão, quando a carta aberta da banca seja
um ás, optar por receber o valor igual à sua aposta, antes de se saber qual é a segunda carta da banca.
35 - O jogador a quem forem distribuídas cartas com os valores «6-7-8» do mesmo naipe ou
três «7» receberá, logo e sem prejuízo do prémio a que eventualmente venha a ter direito, um prémio
especial correspondente a três vezes a importância da sua aposta.
116 EPG-Publicações
Legislação Policial Portaria nº 1364/01, de 6DEZ Jogos
36 - O jogador pode desistir da jogada, perdendo metade da importância apostada, desde que a
carta aberta da banca não seja um ás.
Após a distribuição das duas primeiras cartas ao jogador e à banca, o jogador terá de decidir se deseja
ou não desistir da sua jogada. A decisão, uma vez tomada, não pode ser alterada.
37 - O valor máximo de aposta é igual a 30 vezes o valor mínimo.
II
Regras do prémio acumulado
a) Automática, em mesa já configurada para o efeito, com ranhura própria para a colocação da
ficha do acumulado e incrementação automática do display. Neste modo de marcação, a
recolha das apostas no acumulado processa-se automaticamente, sendo accionada pelo
pagador;
b) Manual, em mesa com local para colocação da ficha do acumulado, que será recolhida
antes da distribuição das cartas, sendo a incrementação manualmente efectuada pelo
pagador para um display. Neste modo de marcação, o pagador deverá, quando recolha as
apostas no acumulado, proceder à sua substituição por uma marca, a fim de assegurar a
posterior identificação dos apostadores.
42 - Apenas contarão para o jackpot as primeiras duas, três ou quatro cartas originariamente
distribuídas ao jogador, incluindo as correspondentes a pares divididos.
43 - As combinações e proporções do jackpot, que são pagas independentemente de o jogador
ter perdido, desistido ou empatado na jogada principal, são as seguintes:
a) Se as primeiras quatro cartas forem todas ases vermelhos ou todas ases pretos: 100 % do
acumulado ou do respectivo remanescente, após pagos os prémios menores;
b) Se as primeiras três cartas forem ases do mesmo naipe: 2500 vezes o valor da aposta;
c) Se as primeiras três cartas forem ases de naipes diferentes: 250 vezes o valor da aposta;
d) Se as primeiras duas cartas forem ases do mesmo naipe: 100 vezes o valor da aposta;
e) Se as primeiras duas cartas forem ases de naipes diferentes: 25 vezes o valor da aposta.
44 - O valor de arranque do jackpot será, no mínimo, de 10 mil vezes o valor da aposta no
acumulado.
45 - Os jogadores que pretendam jogar para o jackpot deverão colocar a ficha correspondente
no local respectivo. Apenas poderão jogar para o jackpot os jogadores que tenham feito a sua aposta
no jogo principal.
46 - A aposta no jackpot é sempre tratada como uma aposta adicional, cuja decisão depende
unicamente das primeiras duas, três ou quatro cartas do jogador.
47 - Em cada mão, a aposta no jackpot é constituída apenas por uma ficha por cada jogador,
no montante previamente definido.
48 - As apostas no jackpot deverão ser colocadas antes de o pagador iniciar a distribuição das
cartas. De seguida, o pagador pronuncia jogo feito, nada mais e retira, sendo caso disso, as fichas
correspondentes às apostas no jackpot, iniciando de seguida a distribuição das cartas.
49 - Quando um jogador tenha apostado no jackpot e tiver uma combinação ganhadora, as
suas cartas permanecerão descobertas na mesa até que o respectivo pagamento seja efectuado, só
depois sendo recolhidas.
50 - Caso exista, na mesma jogada, mais de uma combinação ganhadora, seguem-se as regras
seguintes:
a) Os prémios são pagos do menor para o maior, pagando-se o remanescente do jackpot ao
jogador que tenha a combinação máxima do acumulado;
b) Caso mais de um jogador obtenha a combinação máxima do acumulado, o valor do jackpot,
ou o respectivo remanescente, nos termos da alínea a), é dividido entre os ganhadores.
III
Procedimentos a adoptar quando se utilize baralhador automático de cartas
51 -No caso de alguma carta sair danificada do sabot baralhador automático, será a mesma de
imediato substituída por um fiscal-chefe, devendo o facto ser comunicado ao serviço de inspecção
pela chefia da sala de jogos.
Em caso de encravamento de alguma carta no sabot baralhador automático, e accionada pelo
mecanismo a correspondente luz de aviso, deverá ser imediatamente chamado um fiscal-chefe, a
quem competirá abrir a tampa do baralhador e solucionar o problema ou, não o conseguindo,
requisitar a presença de um técnico qualificado para prestar a necessária assistência.
52 - A utilização do sabot baralhador automático implica que não se proceda ao corte do
baralho, não tendo portanto aplicação, nesse caso, o disposto no Nº 8, nem havendo lugar à colocação
da «carta-aviso» a que se refere o Nº 9.
53 - Antes de se iniciar o jogo, o pagador exibe as cartas a utilizar, pela forma prescrita no Nº
7. As cartas serão depois misturadas, procedendo-se às habituais passagens de baralhamento manual,
após o que serão introduzidas no sabot baralhador automático.
54 -A introdução das cartas no sabot baralhador automático deverá ser feita com cuidado e
deverá ser executada no mínimo em dois pacotes. A esta operação de carregamento, que será
efectuada apenas uma vez em cada partida, deverá estar sempre presente um fiscal-chefe.
55 - No final da partida e após indicação de encerramento da mesa, a extracção das cartas do
baralhador deverá ser feita na presença de um fiscal-chefe. De seguida, o pagador ordena as cartas por
cada baralho, no sentido de confirmar a regularidade dos baralhos utilizados durante a partida.
56 - A utilização de um baralhador automático contínuo dispensa o anúncio de «última jogada
do sabot», previsto no Nº 11.
57 - As cartas mantêm-se ao longo da partida dentro do sabot baralhador automático contínuo,
só sendo retiradas quando do encerramento da mesa, não havendo lugar, portanto, à aplicação do Nº
12.
58 - No decurso da jogada, o pagador deverá colocar imediatamente as cartas saídas de jogo
no canto de descarte.
59 - Terminada a jogada, o pagador recolhe as cartas, junta-as às que se encontram no canto
de descarte e, caso a tampa do sabot baralhador automático se encontre aberta, introdu-las
conjuntamente na janela do aparelho, com a face voltada no sentido da parte posterior do mesmo e
assegurando-se que ficam correctamente colocadas.
118 EPG-Publicações
Legislação Policial Portaria nº 1364/01, de 6DEZ Jogos
60 -Logo após a introdução das cartas na janela do baralhador, o pagador deverá fechar a
tampa, iniciando-se automaticamente o baralhamento das cartas introduzidas.
A tampa é de abertura automática, pelo que nunca poderá ser aberta manualmente pelo pagador.
61 -Sempre que, no final de uma jogada, a tampa do baralhador contínuo não se tenha aberto
automaticamente, as cartas dessa jogada serão deixadas no canto de descarte, procedendo o pagador à
sua introdução no baralhador juntamente com as da jogada seguinte em que a tampa do sabot
baralhador automático se tenha aberto.
62 - As reclamações de frequentadores, nomeadamente as referentes a erro de contagem, só
serão atendíveis desde que apresentadas antes de as cartas serem introduzidas no baralhador.
120 EPG-Publicações
Legislação Policial Parecer nº 74/03, da P.-Geral da República Jogos
Parecer Nº 74/2003.
Excelência:
I-
122 EPG-Publicações
Legislação Policial Parecer nº 74/03, da P.-Geral da República Jogos
"Artigo 4º
Licenciamento de actividades diversas
a) Guarda-nocturno;
b) Venda ambulante de lotarias;
c) Arrumador de automóveis;
d) Realização de acampamentos ocasionais;
e) Exploração de máquinas automáticas, mecânicas, eléctricas e electrónicas de diversão;
f) Realização de espectáculos desportivos e de divertimentos públicos nas vias, nos jardins e nos
demais lugares públicos ao ar livre;
g) Venda de bilhetes para espectáculos ou divertimentos públicos em agências ou postos de venda;
h) Realização de fogueiras e queimadas;
g) Realização de leilões.
2.1 - Importa conhecer a sistematização deste diploma legal, a fim de melhor se caracterizar o
eventual conflito internormativo que suscitou a presente consulta.
O Decreto-Lei Nº 310/2002 é constituído por 14 capítulos.
O capítulo I, "Âmbito e licenciamento", estabelece o princípio de que o exercício das
actividades a que respeita "carece de licenciamento municipal" e permite a delegação e a
subdelegação das competências atribuídas às câmaras municipais no seu presidente, nos vereadores e
nos dirigentes dos serviços municipais.
Os capítulos seguintes (II a XI) correspondem, sucessiva e exclusivamente, a cada uma das
actividades discriminadas no artigo 1º, "Âmbito", que coincidem com o elenco constante do artigo 4º
do Decreto-Lei Nº 264/2002, atrás transcrito. Destes, merece-nos destaque o capítulo VI, por
respeitar a "Licenciamento do exercício da actividade de exploração das máquinas de diversão".
Os restantes capítulos (XII a XIV) respeitam, respectivamente, a "Sanções", "Fiscalização" e
"Disposições finais e transitórias".
2.2 - No capítulo VI, que particularmente releva para o objecto da presente consulta, o legislador,
após definir o conceito de "máquinas de diversão" para os efeitos do aí disposto (6), condicionou a
sua exploração ao cumprimento de diversos trâmites (tais como o registo prévio de cada uma das
máquinas e a classificação dos temas dos jogos pela Inspecção-Geral de Jogos), bem como à
concessão de licença de exploração a emitir pela câmara municipal. O exercício dessa actividade
ficou sujeito às seguintes condições e condicionamentos: limitação do número de máquinas por
estabelecimento, prévio licenciamento do respectivo local de exploração, proibição de utilização
por menores de 16 anos de idade (excepto se, maiores de 12 anos, se encontrarem acompanhados
por quem exerça o poder paternal) e afixação no local de utilização de inscrição ou dístico
contendo elementos identificadores e informativos.
No artigo 26º, foi prevista a responsabilidade do proprietário das máquinas ou do explorador
do estabelecimento pelas infracções ao disposto neste capítulo, as quais se encontram tipificadas
como contra-ordenações no artigo 48º, capítulo XII, "Sanções".
No artigo 27º, preceito particularmente em foco no âmbito da presente consulta, o legislador
dispôs sobre fiscalização, nos seguintes termos:
"Artigo 27º
Fiscalizaçã
2.3 - Por seu turno, o capítulo XIII do diploma, exclusivamente dedicado a "Fiscalização", contém
um único artigo - artigo 52º -, igualmente visado na presente consulta, com o seguinte conteúdo:
"Artigo 52º
Entidades com competência de fiscalização
124 EPG-Publicações
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3 - Todas as entidades fiscalizadoras devem prestar às câmaras municipais a colaboração que lhes
seja solicitada."
2.4 - Coexistem, pois, no mesmo diploma, dois preceitos sobre fiscalização, respeitando o primeiro
apenas às infracções ao disposto no capítulo VI e o segundo às infracções ao disposto em todo o
diploma, evidenciando-se aspectos diferenciadores nos respectivos conteúdos normativos.
O artigo 27º, não obstante a sua epígrafe, estatui quer sobre competência para a fiscalização
quer sobre competência para a instrução dos processos contra-ordenacionais, cometendo-a, em ambos
os casos, às câmaras municipais, sem ressalvar a competência de qualquer outra entidade,
consignando apenas a função consultiva e pericial que a Inspecção-Geral de Jogos desempenhará,
nesta sede.
O artigo 52º, Nº 1, estatui apenas sobre fiscalização, cometendo a respectiva competência às
câmaras municipais "bem como" às autoridades administrativas e policiais. O Nº 2 e Nº 3 prevêem os
deveres de levantamento de auto de notícia e de colaboração com as câmaras municipais a que estão
sujeitas aquelas autoridades.
De referir que nenhum dos demais capítulos exclusivamente dedicados às restantes
actividades a cujo licenciamento de exercício e fiscalização respeita o diploma contém, à semelhança
do capítulo VI, uma norma própria sobre fiscalização.
2.5 - Merece-nos ainda referência o capítulo XI, "Sanções", que consagra o regime legal e tipifica as
contra-ordenações. O legislador autonomizou no artigo 48º as infracções ao disposto no capítulo
VI (máquinas de diversão), e num outro e único preceito - artigo 47º - incluiu todo as restantes
infracções aos demais capítulos e actividades a que respeita o diploma.
O artigo 50º, "Processo contra-ordenacional", inserido no mesmo capítulo, consagra uma
regra de competência material, atribuindo ao presidente da câmara a competência para a instauração
dos processos de contra-ordenações e para a aplicação das coimas e das sanções acessórias e
atribuindo às câmaras municipais a competência para a instrução dos processos. O Nº 3 dispõe que o
produto das coimas constitui receita dos municípios.
IV -
Para uma melhor compreensão do actual regime, mostra-se conveniente conhecer, ainda que
em traços gerais, a forma como, no passado recente, a utilização das máquinas de diversão foi
disciplinada pelo legislador e como, de um modo geral, essa problemática tem evoluído (7).
1 - Numa primeira fase, a disciplina jurídica desta actividade era reveladora da tradicional associação
do jogo a práticas ilícitas (8); proliferavam então determinados tipos de máquinas de jogo, a cuja
utilização desregulada se atribuíam consequências negativas e preocupantes, sobretudo nas
camadas mais jovens da população.
Após um período de tempo em que a regulamentação legal (9) tinha directamente em vista as
máquinas de jogo genericamente designadas por flippers, podendo ser aplicada a outros tipos de
máquinas, mediante despacho do Ministro da Administração Interna (10), com a entrada em vigor do
Decreto-Lei Nº 21/1985 e Decreto-Lei Nº 22/1985, ambos de 17 de Janeiro, assistiu-se a uma
autonomização fundamental de conceitos, critérios e regimes aplicáveis, de acordo com o tipo de
máquina em causa. Conforme se referiu no parecer Nº 134/1985, de 16 de Julho de 1987, deste
Conselho, teve-se em vista a "modificação dos critérios de uniformidade normativa para os diversos
tipos de máquinas de diversão", que haviam influenciado o sistema anterior (11).
As máquinas de diversão foram objecto de uma definição mais restritiva. O Decreto-Lei Nº
21/1985, que continha o novo regime jurídico do licenciamento e da exploração deste tipo de
máquinas, definia como tais "aquelas que, não pagando prémios em dinheiro, fichas ou coisas com
valor económico, desenvolvem jogos cujos resultados dependem exclusiva ou fundamentalmente da
perícia do utilizador".
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3.2 - Com a entrada em vigor do Decreto-Lei Nº 310/2002, as competências para os diversos actos de
registo e de licenciamento e, bem assim, para a fiscalização, instrução e decisão de processos
contra-ordenacionais convergiram nas câmaras municipais; o produto das coimas aplicadas passou
a constituir receita dos municípios; a Inspecção-Geral de Jogos manteve a função consultiva e
pericial.
3.3 - Outro aspecto diferenciador do novo diploma respeita aos motivos de recusa da concessão ou da
renovação de licença de exploração.
O artigo 23º do Decreto-Lei Nº 310/2002, mantendo o carácter temporário das licenças (por
períodos semestrais ou anuais), bem como os documentos necessários à instrução do pedido (16),
prevê, no Nº 3, a possibilidade de recusa "sempre que tal medida se justifique", conferindo ao órgão
competente uma margem de discricionariedade na determinação e na ponderação dos motivos
relevantes para a decisão. Nos diplomas anteriores, o órgão com poder de decisão estava vinculado à
apreciação e à indicação de fundamentos de interesse público expressamente enunciados pelo
legislador: "protecção da infância e da juventude", "prevenção da criminalidade", "segurança",
"ordem" e "tranquilidade públicas" (17).
4 - No que concerne à fiscalização, e tal como foi evidenciado pela AJ, o Decreto-Lei Nº 310/2002
inspirou-se manifestamente nas correspondentes normas do diploma legal anterior (18).
Importa, por isso, conhecer, ainda que em linhas gerais, a sistematização desse diploma e o
conteúdo das normas em referência.
"Artigo 25º
Fiscalização
"Artigo 50º
Fiscalização
4.2 - O diploma legal anterior cometia, pois, a competência fiscalizadora às entidades policiais, quer
no preceito sobre fiscalização inserido no capítulo final, de âmbito geral, quer no preceito sobre
fiscalização inserido no capítulo especificamente referente à exploração de máquinas de diversão.
Neste, porém, as autoridades policiais eram as únicas entidades fiscalizadoras previstas; já o
preceito de âmbito genérico previa, expressamente, para além da competência das autoridades
policiais - Polícia de Segurança Pública e Guarda Nacional Republicana -, a competência
fiscalizadora das autoridades administrativas.
O preceito legal inserido no capítulo referente a máquinas de diversão dispunha ainda sobre a
competência para a instrução dos respectivos processos contra-ordenacionais, atribuindo-a às
autoridades policiais, e previa a intervenção da Inspecção-Geral de Jogos como serviço técnico
consultivo e pericial.
4.3 - Conforme já se referiu, no âmbito do Decreto-Lei Nº 316/1995 competia aos governadores civis
o licenciamento do exercício das respectivas actividades, competindo-lhes também a aplicação de
coimas e sanções acessórias.
A competência para conceder as autorizações e licenças previstas na lei para o exercício de
certas actividades decorria do próprio Estatuto dos Governadores Civis (20), que permitia a delegação
dessa competência nos comandantes de diversas unidades da Polícia de Segurança Pública e da
Guarda Nacional Republicana.
As autoridades policiais detinham, assim, no domínio da actividade de exploração de
máquinas de diversão, poderes de fiscalização, de instrução processual e, eventualmente, nos termos
supra-referidos, de licenciamento.
Esta acumulação de competências pelas autoridades policiais mostra-se consonante com as
preocupações expressas pelo legislador, que considerava as actividades a regular, práticas que
interferiam com a ordem e a segurança. Elucidativa do sentimento que então prevalecia é a projecção
expressa no preâmbulo do diploma: "O desenvolvimento desregulado de actividades marginais à
economia legal tem gerado um ambiente de reprovação pública e, em alguns casos, um sentimento de
insegurança que fica a dever-se não só ao desvalor absoluto de algumas dessas actividades como à
circunstância de a sua prática estar associada à proliferação de comportamentos desviantes,
agravando situações já delicadas."
128 EPG-Publicações
Legislação Policial Parecer nº 74/03, da P.-Geral da República Jogos
V-
Segundo Marcello Caetano (24), a licença, tal como a autorização, a concessão e a admissão,
integra o conceito de actos permissivos de conteúdo positivo, definidos como os que "facultam ou
permitem a alguém a adopção de uma conduta que em princípio lhe está vedada". Nesta concepção, a
licença é definida como "acto administrativo que permite a alguém a prática de um acto ou o
exercício de uma actividade relativamente proibidos", e que se distingue da autorização, definida
como "acto administrativo que permite a alguém o exercício de um seu direito ou de poderes legais".
A licença tem natureza policial, segundo o mesmo professor, quando concedida por uma
autoridade com poderes de polícia e no exercício desses poderes e só deve ser concedida quando se
verifique "não provirem dela inconvenientes para a ordem pública" (25), pressupondo assim a
existência de uma norma que proíba o exercício da actividade "a quem não reúna certos requisitos ou
satisfaça certas condições que permitam evitar ou diminuir o perigo". A sua concessão tem como
principal efeito "colocar aquele que dela beneficie ou o local licenciado sob a vigilância especial da
polícia".
Cabe aqui registar a evolução doutrinária no sentido do alargamento da figura da autorização,
que passou a abranger categorias designadas pelo próprio legislador de outras formas, tais como as
licenças que "caracteristicamente" assumem tal feição (26). Rogério Soares inclui nos actos
autorizativos as dispensas, as autorizações constitutivas e as autorizações permissivas, distinguindo
entre estas últimas aquelas em que o legislador, outorgada a autorização, não conserva ligação
específica com a situação criada daquelas outras em que, outorgada a autorização, "o agente cria uma
situação que se manifesta num poder de controlo ou direcção" (27).
3 - Refira-se que a partir da entrada em vigor da Lei Nº 2/1987, de 8 de Janeiro, as câmaras
municipais participavam já no processo de licenciamento de jogos de perícia, de exploração de
máquinas de diversão e de outras diversões públicas, sendo obrigatória a sua consulta acerca dos
pedidos de licenciamento que não fossem liminarmente indeferidos, sob pena de nulidade da
decisão, e que esse parecer, se desfavorável, era vinculativo [parecer "relativamente vinculante"
(28)].
Na discussão parlamentar do respectivo projecto de lei (29), foi largamente evidenciada a
circunstância de as câmaras municipais, atento o factor proximidade, se encontrarem em posição
privilegiada para avaliarem as vantagens e "sobretudo as desvantagens" destes licenciamentos.
4 - Analisemos, porém, o complexo normativo donde emergem as novas atribuições das autarquias e
as competências dos seus órgãos.
"Artigo 2º
Princípios gerais
130 EPG-Publicações
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a) Consultiva;
b) De planeamento;
c) De gestão;
d) De investimento;
e) De fiscalização;
f) De licenciamento.
6 - ..."
4.2 - O artigo 13º da mesma lei contém o elenco das atribuições dos municípios, nos seguintes
domínios: equipamento rural e urbano, energia, transportes e comunicações, educação, património,
cultura e ciência, tempos livres e desporto, acção social, habitação, protecção civil, ambiente e
saneamento básico, defesa do consumidor, promoção do desenvolvimento, ordenamento do
território e urbanismo, polícia municipal e cooperação externa.
O artigo 4º, Nº 1, previa que as atribuições e competências deveriam ser progressivamente
transferidas para os municípios nos quatro anos subsequentes à sua entrada em vigor.
4.3 - Também a Lei Nº 169/1999, de 18 de Setembro (31), que estabelece o quadro de competências,
assim como o regime jurídico de funcionamento dos órgãos municipais e das freguesias, prevê, no
artigo 64º, Nº 5, entre as competências das câmaras municipais, a competência em matéria de
licenciamento e fiscalização, dispondo, nesta parte:
"Artigo 64º
Competências
...
a) Conceder licença nos casos e nos termos estabelecidos por lei, designadamente para construção,
reedificação, utilização, conservação ou demolição de edifícios, assim como para
estabelecimentos insalubres, incómodos, perigosos ou tóxicos;
b) Realizar vistorias e executar, de forma exclusiva ou participada, a actividade fiscalizadora
atribuída por lei, nos termos por esta definidos;
c) Ordenar, precedendo vistoria, a demolição total ou parcial ou a beneficiação de construções que
ameacem ruína ou constituam perigo para a saúde ou a segurança das pessoas;
d) Emitir licenças, matrículas, livretes e transferência de propriedade e respectivos averbamentos e
proceder a exames, registos e fixação de contingentes relativamente a veículos, nos casos
legalmente previstos."
"Conceder licenças policiais ou fiscais (32) de harmonia com o disposto nas leis, nos
regulamentos e nas posturas";
"Determinar a instrução de processos de contra-ordenação e aplicar as coimas, nos termos da
lei, com a faculdade de delegação em qualquer dos restantes membros da câmara".
VI -
1 - Refira-se que o artigo 163º, § 2º, do Código Administrativo permitia já que as câmaras municipais
instituíssem um serviço de polícia municipal, "a fim de fiscalizar o cumprimento das posturas e
dos regulamentos policiais e de coadjuvar a autoridade policial do concelho no exercício das suas
funções".
132 EPG-Publicações
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"Artigo 2º
Funções de polícia
1 - No exercício de funções de polícia administrativa, cabe aos municípios fiscalizar, na área da sua
jurisdição, o cumprimento das leis e dos regulamentos que disciplinem matérias relativas às
atribuições das autarquias e à competência dos seus órgãos.
2 - As polícias municipais cooperam com as forças de segurança na manutenção da tranquilidade
pública e na protecção das comunidades locais.
3 - Aos municípios é vedado o exercício das actividades previstas na legislação sobre segurança
interna e nas leis orgânicas das forças de segurança, sem prejuízo do disposto na presente lei."
E o artigo 3º, Nº 1 (36), prevê, nos seguintes termos, as atribuições no exercício de funções de
polícia administrativa (37):
"Artigo 3º
Atribuiçõe
"Execução coerciva, nos termos da lei, dos actos administrativos das autoridades municipais";
"Elaboração dos autos de notícia, autos de contra-ordenação ou transgressão por infracções às
normas referidas no artigo 3º";
"Instrução dos processos de contra-ordenação e de transgressão da respectiva competência";
VII -
134 EPG-Publicações
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VIII -
Os elementos expostos habilitam-nos, agora, a tomar posição sobre a questão que nos é
colocada.
2 - Retomando o critério dos valores ou dos interesses protegidos pelas normas sancionatórias,
constatamos, no que concerne às infracções no domínio da actividade de exploração de máquinas
de diversão, tipificadas no artigo 48º do Decreto-Lei Nº 310/2002, que os interesses em causa não
transcendem as atribuições dos municípios, em cuja prossecução se inserem os poderes conferidos
aos seus órgãos para permitirem ou recusarem o exercício dessa actividade.
De facto, cotejando as diversas alíneas daquele artigo 48º, temos o seguinte elenco de acções
ou omissões ilícitas e puníveis como contra-ordenações:
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De facto, convém ter presente que a criação das polícias municipais correspondeu a uma
filosofia de proximidade e a um objectivo de melhoria da acção policial e de racionalização de meios,
que passaria, além de mais, por uma mais consentânea repartição de funções entre as entidades
policiais. Pretendia-se que as tradicionais forças de segurança ficassem mais libertas para a missão
própria de segurança interna e que passassem a desempenhar um papel mais relevante na investigação
criminal, tendo-lhes sido cometidas, nessa área, competências acrescidas (46).
A consecução desse objectivo passava, de entre outras medidas, pela libertação das funções de
fiscalização administrativa, que seriam preferencialmente assumidas pelas polícias municipais.
4 - Vejamos porém se a atribuição de competência específica para a fiscalização destas actividades às
câmaras municipais obsta à pros secução da actividade fiscalizadora que, genericamente, está
cometida às autoridades policiais e administrativas.
De facto, o artigo 52º, Nº 1, do Decreto-Lei Nº 310/2002 comete tal competência genérica a
estas entidades, especificando, no Nº 2 e Nº 3, os deveres que, no exercício dessa competência, lhes
incumbem: elaborarem auto de notícia sempre que verifiquem infracções ao disposto no diploma,
remeterem o auto no mais curto prazo às câmaras municipais e prestarem a estas a colaboração
solicitada.
No que concerne às autoridades policiais, tais deveres constituem emanação de princípios
gerais, que se encontram plasmados no Código de Processo Penal (artigo 243º, artigo 248º e artigo
249º), subsidiariamente aplicável ao processo de contra-ordenações (47), na lei quadro do ilícito de
mera ordenação social, bem como nos respectivos diplomas orgânicos.
O dever de noticiar qualquer infracção de que tomem conhecimento tal como o dever de
preservar os meios de prova ou o dever de cooperar com outras entidades, designadamente com as
autoridades administrativas, constituem princípios que enformam a actividade policial.
5 - O Decreto-Lei Nº 433/1982, de 27 de Outubro (48), que instituiu o ilícito de mera ordenação social
e estabeleceu o seu procedimento, dispõe no artigo 48º:
"Artigo 48º
Da polícia e dos agentes de fiscalização
Em anotação ao artigo 48º do Decreto-Lei Nº 433/1982, Lopes Rocha, Gomes Dias e Ataíde
Ferreira (51) referem:
"O sistema não poderia, no entanto, dispensar a cooperação das autoridades policiais e
fiscalizadoras, que, por estarem colocadas no terreno, são as primeiras a tomar contacto com as
infracções.
Às autoridades policiais e fiscalizadoras, no âmbito das suas competências próprias, definidas
pelos respectivos diplomas estatutários, é atribuído o poder-dever de participar as contra-ordenações
de que tenham conhecimento e, ainda, de providenciar pela preservação e conservação de provas."
Os diplomas orgânicos das duas forças de segurança - Polícia de Segurança Pública e Guarda
Nacional Repubicana - consagram também, expressamente, o dever de colaboração com outras
autoridades, designadamente com as autoridades judiciárias e administrativas (52).
IX - Analisemos agora a relação lógico-jurídica que se estabelece entre as normas do Decreto-
Lei Nº 310/2002 que ocupam a nossa atenção.
Atendendo ao campo de aplicação de cada uma dessas normas, estabelece-se entre ambas, na
parte em que dispõem sobre fiscalização, uma relação de especialidade material, na simples asserção
de que normas especiais são "as que regulam matérias que são espécies de outras mais gerais" (53).
Seguindo a lição de Dias Marques:
"Não existem normas em si especiais ou gerais, mas antes relações de espécie e género, ou de
especialidade e generalidade, entre determinadas normas ou, ainda mais exactamente, entre
determinadas matérias normativamente reguladas.
O conceito de que se parte para a distinção das normas em gerais e especiais refere-se, pois,
ao domínio de aplicação, devendo assim considerar-se especiais aquelas cujo domínio de aplicação se
traduz por um conceito que é espécie em relação ao conceito mais extenso que define o campo de
aplicação da norma geral e que figura como seu género."
Tomando como ponto de partida a diversidade de funções das normas especiais
(complemento, integração e derrogação), conclui o autor que vimos citando que também serão
distintas as "relações lógico-jurídicas intercorrentes" entre as normas gerais e as especiais: "Tais
relações serão de cumulação quando se trata de normas especiais complementares ou integrativas,
mas já serão de conflito quando se trata de normas especiais derrogatórias."
Também Karl Larenz (54), referindo-se a um tipo de raciocínio segundo o qual, no caso da
relação de especialidade, a norma especial afasta sempre a norma geral - por se entender que o
legislador quis "regular em particular, isto é, com desvio à norma geral, as situações de facto que
estão sujeitas à norma especial" -, considera que tal ideia é, com essa generalidade, "um sofisma": "a
consequência jurídica ordenada para a previsão mais restrita tanto pode produzir-se junto com a
consequência jurídica da previsão mais geral como em lugar dela. Tudo depende de saber se o regime
especial, segundo o seu próprio sentido e finalidade, só deve completar o regime dado para a previsão
geral, ou deve substituí-lo por outro regime". Conclui, assim, que aquele raciocínio só estará certo se
as consequências jurídicas se excluírem mutuamente, tendo de preferir uma delas, sendo que se
preferisse a norma geral nunca a especial teria aplicação.
Trata-se, segundo o mesmo autor, de uma questão de interpretação (teleológica e sistemática)
55
( ).
2 - Vejamos então se as normas em análise se revelam conflituantes ou antagónicas ou se, pelo
contrário, se mostram compatíveis e complementares.
138 EPG-Publicações
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X-
a) Aquelas que, não pagando prémios em dinheiro, fichas ou coisas com valor económico,
desenvolvem jogos cujos resultados dependem exclusivamente ou fundamentalmente da perícia
do utilizador, sendo permitido que ao utilizador seja concedido o prolongamento da utilização
gratuita da máquina face à pontuação obtida;
b) Aquelas que, tendo as características definidas na alínea anterior, permitem apreensão de
objectos cujo valor económico não exceda três vezes a importância despendida pelo utilizador."
(7) Esta matéria foi objecto de diversos pareceres do Conselho Consultivo, v. g. o parecer Nº
31/1984, de 30 de Maio de 1985, e parecer Nº 134/1985, de 16 de Julho de 1987 (seguir-se-á
este último, na parte que releva para a presente consulta).
(8) Rui Pinto Duarte, "O jogo e o direito", in Themis, Revista de Direito, Faculdade de Direito da
Universidade Nova de Lisboa, t. II, p. 3, 2001, analisando o bem jurídico protegido através da
incriminação das actividades ligadas ao jogo (bons costumes, propriedade e interesse fiscal),
alude, numa perspectiva crítica, à ideia tradicional de que "o mundo do jogo é uma fábrica de
crimes e de perturbação da ordem pública".
(9) Decreto-Lei Nº 293/1981, de 16 de Outubro, revogado pelo Decreto-Lei Nº 21/1985, de 17 de
Janeiro.
(10) Pelo despacho Nº 104/1983, do Ministro da Administração Interna, foi determinada a
aplicação desse regime legal a todas as máquinas de diversão eléctricas, que desenvolvessem
temas próprios dos jogos de fortuna ou azar ou que apresentassem como resultado pontuações
exclusivamente dependentes da sorte.
140 EPG-Publicações
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(26) Sobre a inclusão da licença como categoria dos actos autorizativos, cf. o parecer Nº 33/1998,
de 28 de Maio, deste Conselho Consultivo, publicado no Diário da República, IIª Série, Nº 197,
de 27 de Agosto de 1998.
(27) Direito Administrativo - Lições ao Curso Complementar de Ciências Jurídico-Políticas da
Faculdade de Direito de Coimbra no Ano de 1977-1978, Coimbra, 1978, pp. 111 e segs.
(28) Cf. parecer, do Conselho Consultivo, Nº 28/1990, de 28 de Junho, publicado no Diário da
República, IIª Série, Nº 231, de 8 de Outubro de 1991. Aí se concluiu, além de mais, que o
parecer da câmara municipal, desfavorável à pretensão do interessado no licenciamento, devia
referir-se aos motivos da recusa enunciados no artigo 10º, Nº 3, do Decreto-Lei Nº 21/1985, de
17 de Janeiro - protecção à infância e à juventude e prevenção da criminalidade, da ordem e da
tranquilidade públicas.
(29) Conforme actas publicadas no Diário da Assembleia da República, Iª Série, de 3, 7 e 12 de
Novembro e de 3 de Dezembro de 1986.
(30) Segundo Gonçalo Ribeiro da Costa - Nova Legislação Autárquica, Coimbra, Pergaminho, p.
19 -, a descentralização administrativa consagrada por este diploma obedece aos seguintes
princípios: reforço da coesão nacional, solidariedade inter-regional, eficácia da gestão pública,
subsidariedade e coordenação da intervenção entre a administração central e a administração
local.
O mesmo autor caracteriza as competências previstas neste diploma como "competências-
poderes".
(31) Alterada pela Lei Nº 5-A/2002, de 11 de Janeiro.
(32) Marcello Caetano, Princípios Fundamentais de Direito Administrativo, Coimbra, Almedina,
1996, p. 279, estabelece a seguinte distinção:
(33) O Decreto Regulamentar Nº 20/1995, de 10 de Julho, previa que, no prazo de três anos, esse
regime abrangesse todos os municípios.
(34) Assente que as polícias municipais não são forças de segurança, participando contudo em missões
de segurança. Esta matéria foi amplamente discutida na Assembleia da República, conforme dão
conta as actas publicadas no Diário da Assembleia da República, Iª Série, de 30 de Julho de 1997.
(35) Dos 308 municípios existentes, apenas 33 criaram, até à presente data, serviços de polícia
municipal, e, destes, só 25 se encontram em actividade (segundo informação obtida junto do
Ministério da Administração Interna).
(36) O Nº 2 do mesmo preceito prevê que as polícias municipais exerçam ainda funções nos domínios
da vigilância de espaços públicos ou abertos ao público, da guarda de edifícios e de equipamentos
públicos municipais e da regulação e fiscalização do trânsito rodoviário e pedonal na área de
jurisdição municipal.
142 EPG-Publicações
Legislação Policial Parecer nº 74/03, da P.-Geral da República Jogos
(37) Marcello Caetano, Manual de Direito Administrativo, vol. II, p. 1150, define polícia
administrativa como "modo de actuar da autoridade administrativa que consiste em intervir no
exercício das actividades individuais susceptíveis de fazer perigar interesses gerais, tendo por
objecto evitar que se produzam, ampliem ou generalizem os danos sociais que as leis procuram
prevenir".
(38) Nos termos do artigo 2º do primeiro diploma, deve a deliberação da assembleia municipal que
cria o serviço de polícia municipal conter o regulamento de organização e funcionamento do
serviço, bem como o quadro de pessoal.
De entre as diversas formas de recrutamento de pessoal, prevê-se, para além do concurso de
admissão e da frequência de estágio, o destacamento de graduados e oficiais das forças de segurança
e a transição da carreira de fiscal municipal (a qual poderá ser extinta pelos municípios que criem os
serviços de polícia municipal). Sobre o conteúdo funcional das carreiras de técnico superior de polícia
municipal e de polícia municipal, dispõem, respectivamente, os anexos III e IV do primeiro diploma.
(39) Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea, Academia das Ciências de Lisboa, vol.I.
(40) Cf. o parecer, do Conselho Consultivo, Nº 186/2001, de 20 de Março de 2002, publicado no
Diário da República, IIª Série, Nº 53, de 4 de Março de 2003.
(41) Numa breve panorâmica do regime de fiscalização de outras actividades igualmente sujeitas a
licença municipal, constatamos que os diplomas legais que contêm o regime jurídico da
instalação e do funcionamento de estabelecimentos turísticos (aprovado pelo Decreto-Lei Nº
167/1997, de 4 de Julho, alterado pelo Decreto-Lei Nº 305/1999, de 6 de Agosto, e Decreto-Lei
Nº 55/2002, de 11 de Março) atribuem a competência para a fiscalização dos estabelecimentos
de restauração e bebidas não classificados às câmaras municipais, ressalvando as competências
das autoridades de saúde; idêntica solução é adoptada pelo diploma legal que contém o regime
jurídico dos estabelecimentos de venda e armazenagem de produtos alimentares e comércio de
substâncias que envolvam riscos para a saúde e a segurança (Decreto-Lei Nº 370/1998, de 18 de
Setembro), neste caso com ressalva das entidades competentes em matéria de higiene e
segurança. O diploma que consagra o regime legal da instalação e do funcionamento de recintos
de espectáculos e divertimentos públicos (Decreto-Lei Nº 309/2002, de 16 de Dezembro)
atribui competência para a fiscalização a todas as entidades intervenientes nos diversos
licenciamentos, bem como às autoridades administrativas e policiais no âmbito das suas
competências; da mesma forma, no regime jurídico da actividade de feiras e mercados
(Decreto-Lei Nº 259/1995, de 30 de Setembro, alterado pelo Decreto-Lei Nº 101/1998, de 21 de
Abril, e Decreto-Lei Nº 9/2002, de 24 de Janeiro), a competência para a fiscalização é atribuída
à Inspecção-Geral das Actividades Económicas e às câmaras municipais, "sem prejuízo das
competências das autoridades policiais".
(42) Afonso Queiró, "Competência", in Dicionário Jurídico da Administração Pública, Coimbra
Editora, vol. II, 1990, p. 534.
(43) Cf. a n. 40.
(44) Expressão introduzida na alteração ao preceito pelo Decreto-Lei Nº 399/1991, de 16 de
Outubro.
(45) Competências dos Serviços de Polícia Municipal - Sentido e Limites de Actuação, Centro de
Estudos e Formação Autárquica, Coimbra, 2002, p. 42.
(46) Pela Lei Nº 21/2000, de 10 de Agosto (lei da organização da investigação criminal).
(47) Artigo 41º, Nº 1, do Decreto-Lei Nº 433/1982, de 27 de Outubro.
(48) Alterado pelo Decreto-Lei Nº 244/1995, de 14 de Setembro, e Decreto-Lei Nº 356/1989, de 17
de Outubro, pela Lei Nº 109/2001, de 24 de Dezembro, e pelo Decreto-Lei Nº 323/2001, de 17
de Dezembro.
"1 - As autoridades judiciárias e administrativas que necessitem da actuação da PSP devem dirigir os
seus pedidos ou serviços à autoridade policial da área."
A cooperação com outras entidades que prossigam idênticos fins integra o elenco de
competências desta força de segurança, previsto no artigo 2º do mesmo diploma. O pedido ou
requisição de cooperação só pode ser recusado, por despacho fundamentado, se não couber nas
atribuições da PSP ou não emanar de entidade competente.
(53) Dias Marques, Introdução ao Estudo do Direito, 4ª ed., 1972, p. 186.
(54) Metodologia da Ciência do Direito, trad. da 2ª ed., Fundação de Calouste Gulbenkian, pp. 250 e
segs.
(55) Sobre a matéria, cf., de entre outros, o parecer, do Conselho Consultivo, Nº 357/2000, de 16 de
Maio de 2002, publicado no Diário da República, IIª Série, Nº 244, de 22 de Outubro de 2002, e o
parecer Nº 35/2003, de 15 de Maio.
(56) Oliveira Ascensão, O Direito, Introdução e Teoria Geral, 4ª ed., Editorial Verbo, 1987, p. 340.
(57) A lei de funcionamento e organização da Polícia de Segurança Pública (Lei Nº 5/1999, de 27 de
Janeiro, alterada pelo Decreto-Lei Nº 137/2002, de 16 de Maio) prevê, no elenco de competências,
a prossecução das atribuições cometidas por lei "em matéria de licenciamento administrativo",
para além de prever a prossecução do objectivo geral de "prevenir a criminalidade e a prática dos
demais actos contrários à lei e aos regulamentos". Também a Lei Orgânica da Guarda Nacional
Republicana (Decreto-Lei Nº 231/1993, de 26 de Junho, alterado pelo Decreto-Lei Nº 298/1994,
de 24 de Novembro, Decreto-Lei Nº 188/1999, de 2 de Junho, e Decreto-Lei Nº 15/2002, de 29 de
Janeiro) dispõe, no artigo 2º, alínea d), que faz parte da missão da Guarda "velar pelo cumprimento
das leis e das disposições em geral, nomeadamente as relativas à viação terrestre e aos transportes
rodoviários".
Este parecer foi votado na sessão do Conselho Consultivo da Procuradoria-Geral da República
de 23 de Outubro de 2003.
José Adriano Machado Souto de Moura - Maria de Fátima da Graça Carvalho (relatora) - Manuel Pereira Augusto de
Matos - José António Barreto Nunes - Alberto Esteves Remédio - João Manuel da Silva Miguel - Mário António Mendes
Serrano - Maria Fernanda dos Santos Maçãs - Manuel Joaquim de Oliveira Pinto Hespanhol - Mário Gomes Dias.
(Este parecer foi homologado por despacho do Ministro da Administração Interna de 31 de Maio de 2004.)
Está conforme.
Lisboa, 24 de Junho de 2004. - O Secretário-Geral, Carlos José de Sousa Mendes.
144 EPG-Publicações
Legislação Policial Decreto-Lei nº 210/04 Jogos
Artigo 1º
Objecto
Artigo 2º
Definição e regime de exploração
EPG-Publicações 145
Jogos Decreto-Lei nº 210/04 Legislação Policial
Artigo 3º
Lei reguladora da exploração do jogo
Artigo 4º
Sorteios adicionais
Artigo 5º
Condições de participação
a) Sistema de jogo;
b) Modo de realização das apostas;
c) Valor probatório dos bilhetes;
d) Categorias de prémios, em número superior a um;
146 EPG-Publicações
Legislação Policial Decreto-Lei nº 210/04 Jogos
e) Modo de divisão da importância destinada a prémios pelas respectivas categorias, bem como a
sua distribuição por outras categorias de prémios e a possibilidade de adição dos prémios não
atribuídos num concurso ao montante para prémios dos concursos posteriores;
f) Envio e recepção dos ficheiros informáticos do jogo;
g) Fiscalização da exploração do jogo;
h) Preço da aposta;
i) Normas a que obedece o escrutínio de prémios, sua atribuição e respectivos montantes;
j) Divulgação dos resultados;
l) Prazos de caducidade.
Artigo 6º
Órgãos de fiscalização
1 - A recepção e guarda em segurança de cópia dos registos das apostas efectuadas, a comprovação
do direito a prémio das apostas registadas através da leitura da cópia de segurança, bem como a
deliberação sobre a atribuição de prémios, competem ao júri dos concursos, nos termos do artigo
8º, do artigo 9º, do artigo 10º e do artigo 11º do anexo II do Decreto-Lei Nº 322/1991, de 26 de
Agosto, na redacção dada pelo Decreto-Lei Nº 469/1999, de 6 de Novembro, e do regulamento
previsto no Nº 2 do artigo 2º.
2 - Os actos dos sorteios previstos no Nº 4 do artigo 2º, bem como o escrutínio e a distribuição de
prémios, são fiscalizados no local da sua realização por um auditor independente.
3 - Os jogadores que se considerem prejudicados por qualquer deliberação do júri dos concursos
relativa à não atribuição de prémios a que considerem ter direito podem dela reclamar para o júri
de reclamações, nos termos do artigo 16º, do artigo 17º, do artigo 18º e do artigo 19º do anexo II
do Decreto-Lei Nº 322/1991, de 26 de Agosto, na redacção dada pelo Decreto-Lei Nº 469/1999, de
6 de Novembro, dentro dos prazos fixados no regulamento do jogo.
4 - Das decisões do júri de reclamações cabe recurso para o tribunal administrativo de círculo.
Artigo 7º
Pagamento de prémios
1 - Os prémios constantes de títulos apresentados a pagamento são pagos aos respectivos portadores.
2 - No caso de os portadores dos títulos a que se refere o número anterior serem menores ou
equiparados, os prémios a que tenham direito são pagos aos seus representantes legais.
Artigo 8º
Receita
1 - A receita do EUROMILHÕES é constituída pelo montante total das apostas registadas, nos termos
do Nº 1 do artigo 14º do Decreto-Lei Nº 84/1985, de 28 de Março.
2 - Da receita apurada nos termos do número anterior é destinada a prémios a importância
correspondente a 50%.
EPG-Publicações 147
Jogos Decreto-Lei nº 210/04 Legislação Policial
a) A importância correspondente a 0,5%, até perfazer um montante máximo de € 50 000 000, para
constituição de um fundo destinado ao pagamento de prémios por reclamações procedentes, em
conformidade com as normas regulamentares aplicáveis;
b) A importância correspondente a 1%, até perfazer um montante permanente de € 20 000 000,
para constituição de um fundo para renovação e manutenção de equipamento, material e
programas.
Artigo 9º
Resultados de exploração
Os resultados líquidos da exploração serão repartidos, em partes iguais, pela Santa Casa da
Misericórdia de Lisboa e pelo Instituto de Gestão Financeira da Segurança Social, para o
desenvolvimento de um projecto de apoio às pessoas idosas e às pessoas com deficiência, a criar por
despacho conjunto do Ministro da Saúde e do Ministro da Segurança Social e do Trabalho.
Artigo 10º
Prémios caducados
O montante dos prémios caducados, nos termos do regulamento do jogo, reverte a favor da Santa
Casa da Misericórdia de Lisboa.
Artigo 11º
Contra-ordenações
1 - Constituem contra-ordenações:
148 EPG-Publicações
Legislação Policial Decreto-Lei nº 210/04 Jogos
Artigo 12º
Coimas
Artigo 13º
Sanções acessória
1 - Como sanções acessórias das contra-ordenações estabelecidas na alínea a), na alínea b), na alínea
c), na alínea d), na alínea e) do Nº 1 do artigo 11º poderão ser determinadas, no todo ou em parte, a
apreensão e perda de bens, incluindo meios de transporte, ou valores utilizados para a perpetração
da infracção ou resultantes desta, incluindo os destinados a prémios ou que como tal hajam sido
distribuídos, bem como o encerramento do estabelecimento onde tal actividade se realize e cujo
funcionamento esteja sujeito a autorização ou licenciamento de autoridade administrativa e a
interdição de exploração de qualquer actividade relativa aos jogos sociais do Estado durante um
período máximo de dois anos, nos termos do Decreto-Lei Nº 433/1982, de 27 de Outubro, na
redacção dada pelo Decreto-Lei Nº 356/1989, de 17 de Outubro, e pelo Decreto-Lei Nº 244/1995,
de 14 de Setembro.
2 - Quando entre os títulos de jogo apreendidos se encontre algum com direito a prémio, o mesmo
deverá ser recebido, integrando o valor dos bens apreendidos.
EPG-Publicações 149
Jogos Decreto-Lei nº 210/04 Legislação Policial
Artigo 14º
Processo e competência contra-ordenacional
Artigo 15º
Isenção da tributação incidente sobre os prémios
Artigo 16º
Alteração ao Decreto-Lei Nº 64/1995, de 7 de Abril
É alterado o artigo 1º do Decreto-Lei Nº 64/1995, de 7 de Abril, que passa a ter a seguinte redacção:
«Artigo 1º
Artigo 17º
Entrada em vigor
Visto e aprovado em Conselho de Ministros de 1 de Julho de 2004. - Maria Manuela Dias Ferreira
Leite - Maria Manuela Dias Ferreira Leite - Maria Celeste Ferreira Lopes Cardona - Luís Filipe
Pereira - António José de Castro Bagão Félix.
Promulgado em 2 de Agosto de 2004.
Publique-se.
O Presidente da República, JORGE SAMPAIO.
Referendado em 5 de Agosto de 2004.
O Primeiro-Ministro, Pedro Miguel de Santana Lopes.
150 EPG-Publicações
Legislação Policial Lei Nº 30/2006 Jogos
Artigo 1º
Objecto
Capítulo II
Alteração a regimes jurídicos que tipificam contravenções e transgressões
Secção I
Concursos de apostas mútuas concedidos à Santa Casa da Misericórdia de Lisboa
Artigo 2º
Contra-ordenações
1 - Constitui contra-ordenação:
a) A promoção, organização ou exploração, independentemente dos meios utilizados,
nomeadamente o electrónico, de concursos de apostas mútuas, lotarias ou outros sorteios
idênticos aos concursos concedidos em regime de exclusivo à Santa Casa da Misericórdia de
Lisboa, com violação deste regime;
b) A emissão, distribuição ou venda dos bilhetes ou boletins relativos a concursos, lotarias ou
sorteios referidos na alínea anterior e a publicitação da realização dos sorteios respectivos,
quer estes ocorram ou não em território nacional;
c) A angariação de apostas sobre os números dos concursos de apostas mútuas concedidos em
regime de exclusivo à Santa Casa da Misericórdia de Lisboa;
d) A subdivisão de fracções da Lotaria Nacional;
e) A realização, independentemente dos meios utilizados, nomeadamente o electrónico, de
sorteios publicitários ou promocionais de entidades, bens ou serviços, de qualquer espécie,
que habilitem a um prémio em dinheiro ou coisa com valor económico superior a € 25,
explorados sob a forma de rifas numeradas ou outros sorteios de números sobre os resultados
dos concursos concedidos em regime de exclusivo à Santa Casa da Misericórdia de Lisboa,
ou sob a forma de bilhetes, que atribuam imediatamente o direito a um prémio ou a
possibilidade de ganhar um prémio com base nesse sorteio;
f) A introdução, venda ou distribuição, independentemente dos meios utilizados, nomeadamente
o electrónico, em território nacional, dos suportes de participação em jogos ou sorteios
estrangeiros similares aos concursos de apostas mútuas concedidos em regime de exclusivo à
Santa Casa da Misericórdia de Lisboa;
g) A angariação de apostas para os jogos referidos na alínea anterior, ainda que em bilhetes
diferentes dos permitidos nos Estados a que respeitem;
EPG-Publicações 151
Jogos Lei Nº 30/2006 de 11 de Julho Legislação Policial
Artigo 3º
Coimas
1 - As contra-ordenações previstas na alínea a) a alínea d) do Nº 1 do artigo anterior são punidas com
coima de € 500 a € 3740, no caso de pessoa singular, e de € 2000 a € 44 890, no caso de pessoa
colectiva.
2 - As contra-ordenações previstas na alínea e) a alínea h) do Nº 1 do artigo anterior são punidas com
coima de € 1000 a € 3740, no caso de pessoa singular, e de € 2500 a € 44890, no caso de pessoa
colectiva.
3 - As contra-ordenações previstas na alínea i) e alínea j) do Nº 1 do artigo anterior são punidas com
coima de € 75 a € 250.
4 - Em caso de negligência, os limites máximos das coimas previstas nos números anteriores são
reduzidos para metade.
5 - Em caso de reincidência, os limites mínimo e máximo das coimas previstas no Nº 1 a Nº 3 são
elevados em um terço do respectivo valor, não podendo estas ser inferiores ao valor da coima
aplicada pela infracção anterior desde que os limites mínimo e máximo desta não sejam
superiores aos daquela.
6 - Considera-se reincidente o agente que cometer uma infracção praticada com dolo depois de ter
sido condenado por outra infracção praticada com dolo se entre as duas infracções não tiver
decorrido um prazo superior ao da prescrição da primeira.
Artigo 4º
Sanções acessórias
1 - Simultaneamente com a coima, podem ser aplicadas, em função da gravidade da infracção e da
culpa do agente, as seguintes sanções acessórias:
a) Perda de bens, incluindo equipamentos técnicos, meios de transporte, títulos de jogo ou
valores utilizados na prática da infracção ou resultantes desta, incluindo os destinados a
prémios ou que como tal hajam sido distribuídos;
b) Encerramento do estabelecimento onde a actividade se realize e cujo funcionamento esteja
sujeito a autorização ou licença de autoridade administrativa;
c) Interdição do exercício de qualquer actividade relativa aos concursos de apostas mútuas
concedidos em regime de exclusivo à Santa Casa da Misericórdia de Lisboa.
2 - Caso algum título de jogo apreendido tenha direito a prémio, o mesmo é recebido e integra o valor
dos bens apreendidos.
152 EPG-Publicações
Legislação Policial Lei Nº 30/2006 Jogos
Artigo 5º
Autoridade competente
1 - É competente para o processamento das contra-ordenações a que se refere a presente secção o
Departamento de Jogos da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa.
2 - É competente para a aplicação das coimas e sanções acessórias pela prática das contra-ordenações
a que se refere a presente secção a direcção do Departamento de Jogos da Santa Casa da
Misericórdia de Lisboa.
Artigo 6º
Distribuição do produto das coimas
1 - O produto das coimas aplicadas nos termos dos artigos anteriores é distribuído da seguinte forma:
a) 50% para a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa;
b) 35% para o Instituto de Gestão Financeira da Segurança Social;
c) 15% para o Estado.
2 - A Santa Casa da Misericórdia de Lisboa transfere trimestralmente para as entidades referidas na
alínea b) e na alínea c) do número anterior as importâncias que tenha recebido e a que aquelas
tenham direito.
(...)
EPG-Publicações 153
Jogos Lei Nº 30/2006 de 11 de Julho Legislação Policial
154 EPG-Publicações