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RESUMO – LEI DE EXECUÇÕES FISCAIS

- Constitui Dívida Ativa da Fazenda Pública aquela definida como tributária ou não tributária.

 Não há como compreender que o mesmo fato jurídico “dissolução irregular” seja
considerado ilícito suficiente ao redirecionamento da execução fiscal de débito
tributário e não o seja para a execução fiscal de débito não-tributário. Ubi eadem ratio
ibi eadem legis dispositio. O suporte dado pelo art. 135, III, do CTN, no âmbito
tributário é dado pelo art. 10, do Decreto n. 3.078/19 e art. 158, da Lei n. 6.404/78 -
LSA no âmbito não-tributário, não havendo, em nenhum dos casos, a exigência de dolo
(REPETITIVOS).

- Qualquer valor, cuja cobrança seja atribuída por lei à União, dos Estados, do Distrito Federal,
dos Municípios e respectivas autarquias, será considerado Dívida Ativa da Fazenda Pública.

- A inscrição da Dívida Ativa, realizada para garantir liquidez e certeza do crédito, suspenderá
a prescrição, para todos os efeitos de direito, por 180 dias, ou até a distribuição da execução
fiscal, se esta ocorrer antes de findo aquele prazo.

- Até a decisão de primeira instância, a Certidão de Dívida Ativa poderá ser emendada ou
substituída, assegurada ao executado a devolução do prazo para embargos.

 A Fazenda Pública pode substituir a certidão de dívida ativa (CDA) até a prolação da
sentença de embargos, quando se tratar de correção de erro material ou formal,
vedada a modificação do sujeito passivo da execução (Súmula 392/STJ).

- A Dívida Ativa regularmente inscrita goza da presunção de certeza e liquidez.

- Aplica-se à Dívida Ativa da Fazenda Pública de natureza não tributária as preferências no


processo de falência do devedor, ou seja: a) prefere a qualquer outro, seja qual for sua
natureza ou o tempo de sua constituição, ressalvados os créditos decorrentes da legislação do
trabalho ou do acidente de trabalho, bem como os extraconcursais; b) são extraconcursais os
créditos tributários decorrentes de fatos geradores ocorridos no curso do processo de falência.

- A competência para processar e julgar a execução da Dívida Ativa da Fazenda Pública exclui a
de qualquer outro Juízo, inclusive o da falência, da concordata, da liquidação, da insolvência ou
do inventário.

- A petição inicial indicará APENAS: juiz, pedido, citação.

 Em ações de execução fiscal, é desnecessária a instrução da petição inicial com o


demonstrativo de cálculo do débito, por tratar-se de requisito não previsto no art. 6º
da Lei n. 6.830/1980 (Súmula 559/STJ).
 Em ações de execução fiscal, a petição inicial não pode ser indeferida sob o argumento
da falta de indicação do CPF e/ou RG o CNPJ da parte executada (Súmula 558/STJ).

- A produção de provas pela Fazenda Pública independe de requerimento na petição inicial.

- O valor da causa será o da dívida constante da certidão, com os encargos legais.


- Despacho inicial importa em: a) citação; b) penhora se não houve pagamento ou garantia; c)
arresto; d) registro da penhora ou arresto; e) avaliação dos bens penhorados ou arrestados.
LEILÃO NÃO.

- Na citação por edital o prazo é de 30 dias, mas se o executado estiver fora do país, o prazo do
edital será de 60 dias.

 A citação por edital na execução fiscal é cabível quando frustradas as demais


modalidades (Súmula 414/STJ).

- Executado citado para PAGAR em 5 dias ou EMBARGAR em 30 dias.


 30 dias contados (i) depósito; (ii) juntada da prova da fiança ou garantia; (iii)
intimação da penhora.
 Fazenda Pública tem 30 dias para IMPUGNAR os embargos.
 Não se realizará audiência, se os embargos versarem sobre matéria de direito, ou,
sendo de direito e de fato, a prova for exclusivamente documental, caso em que o Juiz
proferirá a SENTENÇA no prazo de 30 dias.

- O termo inicial para a oposição dos Embargos à Execução Fiscal é a data da efetiva intimação
da penhora, e não a da juntada aos autos do mandado cumprido (REPETITIVOS).

 O termo inicial para apresentação dos embargos à execução é a data da intimação da


primeira penhora, mesmo que seja insuficiente, excessiva ou ilegítima, exceto
naqueles casos em que a discussão se refere aos aspectos formais do novo ato
constritivo (REPETITIVOS).
 O prazo para oposição de embargos inicia-se a partir da intimação do depósito, para
que se dê conhecimento ao juiz e ao exequente do ato praticado.
 Em atenção ao princípio da especialidade da Lei de Execuções Fiscais, mantido com a
reforma do CPC/73, a nova redação do art. 736 do CPC dada pela Lei n. 11.382/2006 -
artigo que dispensa a garantia como condicionante dos embargos - não se aplica às
execuções fiscais diante da presença de dispositivo específico, qual seja, o art. 16, §1º
da Lei n. 6.830/80, que exige expressamente a garantia para a apresentação dos
embargos à execução fiscal (REPETITIVOS).

- O executado só poderá indicar e o terceiro oferecer bem imóvel à penhora com o


consentimento expresso do respectivo cônjuge.

- Somente o depósito em dinheiro faz cessar a responsabilidade pela atualização monetária e


juros de mora.

 Em princípio, nos termos do art. 9°, III, da Lei 6.830/1980, cumpre ao executado
nomear bens à penhora, observada a ordem legal. É dele o ônus de comprovar a
imperiosa necessidade de afastá-la, e, para que essa providência seja adotada, mostra-
se insuficiente a mera invocação genérica da menor onerosidade.

- ***Excepcionalmente, a penhora poderá recair sobre estabelecimento comercial, industrial


ou agrícola, bem como em plantações ou edifícios em construção.

 Revela-se legítima a penhora, em sede de execução fiscal, do bem de propriedade do


executado onde funciona a sede da empresa individual, o qual não se encontra
albergado pela regra de impenhorabilidade absoluta, ante o princípio da especialidade
(lex specialis derrogat lex generalis) – REPETITIVOS.
- O Juiz ordenará a remoção do bem penhorado para depósito judicial, particular ou da
Fazenda Pública exequente, sempre que esta o requerer, em qualquer fase do processo.

 Remoção = qualquer fase do processo, SEMPRE que o exequente requerer.

- No prazo dos embargos, o executado deverá alegar toda matéria útil à defesa, requerer
provas e juntar aos autos os documentos e rol de testemunhas, até 3, ou, a critério do juiz, até
o dobro desse limite.

 Máximo 3 testemunhas ou até o dobro, a critério do juiz.

- Na execução por carta, os embargos do executado serão oferecidos no Juízo deprecado, que
os remeterá ao Juízo deprecante, para instrução e julgamento.

- A arrematação será precedida de edital, afixado no local de costume, na sede do Juízo, e


publicado em resumo, uma só vez, gratuitamente, como expediente judiciário, no órgão
oficial.

 Prazo entre o edital e o leilão -> máximo de 30 e mínimo de 10 dias.

- A Fazenda Pública poderá adjudicar os bens penhorados: I - antes do leilão, pelo preço da
avaliação, se a execução não for embargada ou se rejeitados os embargos; II - findo o leilão: a)
se não houver licitante, pelo preço da avaliação; b) havendo licitantes, com preferência, em
igualdade de condições com a melhor oferta, no prazo de 30 dias.

 Se o preço da avaliação ou o valor da melhor oferta for superior ao dos créditos da


Fazenda Pública, a adjudicação somente será deferida pelo Juiz se a diferença for
depositada, pela exequente, à ordem do Juízo, no prazo de 30 dias.

- Na execução fiscal, qualquer intimação ao representante judicial da Fazenda Pública será


feita pessoalmente.

- Se, antes da decisão de primeira instância, a inscrição de Divida Ativa for, a qualquer título,
cancelada, a execução fiscal será extinta, sem qualquer ônus para as partes.

 Cancelamento da inscrição da DA antes da sentença = sem ônus para as partes.


 Em casos de extinção de execução fiscal, em face de cancelamento de débito pela
exequente, é necessário verificar quem deu causa à demanda a fim de imputar-lhe o
ônus pelo pagamento dos honorários advocatícios (REPETITIVOS).

- O Juiz, a requerimento das partes, poderá, por conveniência da unidade da garantia da


execução, ordenar a reunião de processos contra o mesmo devedor. Na hipótese deste artigo,
os processos serão redistribuídos ao Juízo da primeira distribuição.

 A reunião de execuções fiscais contra o mesmo devedor constitui faculdade do Juiz


(Súmula 515/STJ).

- A cobrança judicial da Dívida Ativa da Fazenda Pública não é sujeita a concurso de credores
ou habilitação em falência, concordata, liquidação, inventário ou arrolamento.
- Sem prejuízo dos privilégios especiais sobre determinados bens, que sejam previstos em lei,
responde pelo pagamento da Divida Ativa da Fazenda Pública a totalidade dos bens e das
rendas, de qualquer origem ou natureza, do sujeito passivo, seu espólio ou sua massa,
inclusive os gravados por ônus real ou cláusula de inalienabilidade ou impenhorabilidade,
seja qual for a data da constituição do ônus ou da cláusula, excetuados unicamente os bens e
rendas que a lei declara absolutamente impenhoráveis.

- O Juízo comunicará à repartição competente da Fazenda Pública, para fins de averbação no


Registro da Dívida Ativa, a decisão final, transitada em julgado, que der por improcedente a
execução, total ou parcialmente.

- LIMITAÇÃO AO DIREITO DE APELAÇÃO: Das sentenças de primeira instância proferidas em


execuções de valor igual ou inferior a 50 (cinqüenta) Obrigações Reajustáveis do Tesouro
Nacional - ORTN, só se admitirão embargos infringentes e de declaração.

 O recurso de apelação é cabível nas execuções fiscais nas hipóteses em que o seu valor
excede, na data da propositura da ação, 50 ORTN, à luz do disposto no artigo 34, da
LEF. Segundo o STJ, "adota-se como valor de alçada para o cabimento de apelação em
sede de execução fiscal o valor de R$ 328,27, corrigido pelo IPCA-E a partir de janeiro
de 2001, valor esse que deve ser observado à data da propositura da execução" (TEMA
395/STJ).

- Nos processos regulados por esta Lei, poderá ser dispensada a audiência de revisor, no
julgamento das apelações.

- O Oficial de Justiça deverá efetuar, em 10 dias, as diligências que lhe forem ordenadas, salvo
motivo de força maior devidamente justificado perante o Juízo.

- A discussão judicial da Dívida Ativa da Fazenda Pública só é admissível em execução, na forma


desta Lei, salvo as hipóteses de mandado de segurança, ação de repetição do indébito ou ação
anulatória do ato declarativo da dívida, esta precedida do depósito preparatório do valor do
débito, monetariamente corrigido e acrescido dos juros e multa de mora e demais encargos.

 A propositura, pelo contribuinte, da ação prevista neste artigo importa em renúncia


ao poder de recorrer na esfera administrativa e desistência do recurso acaso
interposto.

- A Fazenda Pública não está sujeita ao pagamento de custas e emolumentos. A prática dos
atos judiciais de seu interesse independerá de preparo ou de prévio depósito.

 Se vencida, a Fazenda Pública ressarcirá o valor das despesas feitas pela parte
contrária.

- O Juiz suspenderá o curso da execução, enquanto não for localizado o devedor ou


encontrados bens sobre os quais possa recair a penhora pelo prazo máximo de 1 ano, período
no qual não correrá a prescrição.

 Prescrição intercorrente -> o juiz, depois de ouvida a Fazenda Pública, poderá, de


ofício, reconhecer a prescrição intercorrente e decretá-la de imediato.
 Em execução fiscal, não localizados bens penhoráveis, suspende-se o processo por um
ano, findo o qual se inicia o prazo da prescrição quinquenal intercorrente (Súmula
314/STJ).
 NCPC, art. 921: Suspende-se a execução: III - quando o executado não possuir bens
penhoráveis. § 1º Na hipótese do inciso III, o juiz suspenderá a execução pelo prazo de
1 (um) ano, durante o qual se suspenderá a prescrição. § 4º Decorrido o prazo de que
trata o § 1º sem manifestação do exequente, começa a correr o prazo de prescrição
intercorrente.

- Temas relevantes – jurisprudência do STJ:

1) PRESCRIÇÃO:

- Em execução fiscal, a prescrição ocorrida antes da propositura da ação pode ser decretada de
ofício (art. 219, § 5º, do CPC/73) (REPETITIVOS).

- Nas execuções fiscais, a interrupção do prazo prescricional retroage à data da propositura da


ação a teor do art. 219, § 1º, do CPC/73, desde que ocorrida em condições regulares, ou que,
havendo mora, seja esta imputável aos mecanismos do Poder Judiciário.

- O prazo prescricional para o ajuizamento da execução fiscal que visa à cobrança de multa de
natureza administrativa é de cinco anos, contado do momento em que se torna exigível o
crédito (REPETITIVOS).

- A notificação do contribuinte para o recolhimento do IPVA perfectibiliza a constituição


definitiva do crédito tributário, iniciando-se o prazo prescricional para a execução fiscal no dia
seguinte à data estipulada para o vencimento da exação (REPETITIVOS).

2) EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE:

- A exceção de pré-executividade é admissível na execução fiscal relativamente às matérias


conhecíveis de ofício que não demandem dilação probatória (Súmula 393/STJ).
- É cabível a fixação de honorários de sucumbência quando a exceção de pré-executividade for
acolhida para extinguir total ou parcialmente a execução fiscal.

3) REDIRECIONAMENTO AOS SÓCIOS:

- A pessoa jurídica não tem legitimidade para interpor recurso no interesse do sócio
(REPETITIVOS).

- Presume-se dissolvida irregularmente a empresa que deixar de funcionar no seu domicílio


fiscal, sem comunicação aos órgãos competentes, legitimando o redirecionamento da
execução fiscal para o sócio-gerente (Súmula 435/STJ).

- Não cabe exceção de pré-executividade em execução fiscal promovida contra sócio que
figura como responsável na Certidão de Dívida Ativa - CDA. É que a presunção de
legitimidade assegurada à CDA impõe ao executado que figura no título executivo o ônus de
demonstrar a inexistência de sua responsabilidade tributária, demonstração essa que, por
demandar prova, deve ser promovida no âmbito dos embargos à execução (REPETITIVOS).

4) OUTROS:

- A Fazenda Pública pode recusar a substituição do bem penhorado por precatório (Súmula
406/STJ).

- A legitimidade para a execução fiscal de multa pendente de pagamento imposta em sentença


condenatória [penal] é exclusiva da Procuradoria da Fazenda Pública (Súmula 521/STJ).

- A desistência da execução fiscal, após o oferecimento dos embargos, não exime o exequente
dos encargos da sucumbência (Súmula 153/STJ).
- A meação só responde pelo ato ilícito quando o credor, na execução fiscal, provar que o
enriquecimento dele resultante aproveitou ao casal (Súmula 251/STJ).

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