Setembro de 2018 Documentário: O universo- A Terra vista do espaço
Se utilizando da tecnologia espacial e dos melhores cientistas, a National
Geographic se uniu à NASA numa jornada pelo nosso extraordinário planeta e como ela é vista do espaço. Existem mais de 100 satélites que revolucionaram a nossa compreensão a respeito da terra; um dos satélites chamado de aqua consegue rastrear vapores d’água invisíveis e revelam a escala especifica de parte deste sistema. Quando a água atinge a temperatura de 26ºC, ela é considerada crítica e essa água evapora mais rapidamente, desta forma grandes áreas de vapor absorvem calor do oceano e transferem para o ar, a capacidade de água de transportar energia irá desencadear uma destruição, as nuvens carregadas se fundem em um enorme círculo, e um furacão é formado; esse furacão em particular, resfriou faixas extensas do atlântico em mais de 4ºC, devolvendo o equilíbrio do Oceano. A tecnologia nos possibilita entender melhor o porquê de alguns lugares serem tão férteis e outros não. A região ao redor do equador recebe a maior energia solar e também a maior parte do vapor d’água e eles sempre viajam na mesma direção aos polos, impulsionado pelos ventos dominantes e pela rotação da terra. O ar quente e úmido é forçado para cima por uma cadeia de montanhas e gigantescas nuvens se elevam, o resultado desse fenômeno é a monção. A altitude elimina a umidade do ar originando uma das regiões mais secas do planeta: o deserto do Atacama; vista do espaço a terra é um lugar de extremos, as temperaturas escaldantes do equador e gélidas nos polos, variam em mais de 70ºC, essas variações de temperatura conduzem o ar e a água ao redor do mundo, ocasionando mecanismos invisíveis e inesperados da manutenção da vida. A importância global da Antártida se dá pela manutenção de todas as formas de vida, até mesmo das abundantes florestas, que se encontram a milhares de quilômetros de distância; o jato polar é tão poderoso que isola a Antártida do resto do mundo, evitando que o calor e a umidade cheguem a sua origem, a tornando o lugar mais seco e ventoso do mundo. Longe dos olhos de todos, algo extraordinário acontece e afeta o mundo inteiro; a cada inverno são formadas em toda a Antártida vinte e cinco mil gigas toneladas de banquisas que atingem uma área maior que a Austrália, essa é a mudança sazonal mais importante da terra, ela produz efeitos profundos na vida ao redor de todo o planeta. Na superfície, o mar começa a congelar, a água que permanece liquida começa a se tornar mais salgada, com isso forma-se uma salmoura que vai pingando por entre os tubos de estreitos, a cada segundo um milhão e meio de metros cúbicos de água densa e salgada desce ao fundo do mar, em uma incontrolável corrente vertical, quando atinge o fundo do mar, ela se espalha por centenas de quilômetros, formando uma cascata, em seguida o escoamento da Antártida conduz de volta em direção ao equador. A viagem dessas correntes lentas e silenciosas, torna todos os oceanos do mundo mais agitados e resfriados, esse sistema antigo regula a temperatura da água em meio grau; a temperatura das correntes superficiais varia de acordo com a energia que elas recebem do sol e elas determinam a quantidade de vapor que será liberada no ar, no ponto de encontro entre o fogo e a água, algo mágico acontece, um processo que sustenta quase toda a vida na terra. Correntes erodem as massas continentais do planeta e extraem minerais diretamente das conchas, o plâncton é a base da cadeia alimentar capaz de transportar os minerais da terra diretamente aos bilhões de toneladas de criaturas vivas dentro dos oceanos. O deserto do Saara um dia já foi verde e exuberante, mesmo nos dias de hoje ela desempenha um papel fundamental para o ciclo da vida na terra, o que começou como um processo microscópico, tornou-se uma tempestade de poeira, a nuvem de antigos plânctons agora sopra para sobre a África, viajando sobre o oceano atlântico, chegando até à Amazônia, e é sobre a floresta tropical úmida que os plânctons renascem de maneira extraordinária, os minerais do pó são dissolvidos em gotículas de água, e o que antes era plânctons agora se instalam nas plantas, revitalizando a floresta; esse tipo de informação só foi possível graças a um satélite denominado de “terra”. Os desertos, as montanhas, os sedimentos antigos, cada elemento tem a sua própria composição e penetra na cadeia vital das mais diversas formas; minerais são transportados para todo o planeta pelo ar, pela água, e pelo gelo, como consequência desse processo as plantas se tornam capazes de configurar radicalmente o nosso planeta. A Amazônia processa diariamente 1/5 de todo o oxigênio do mundo, durante décadas ela foi considerada o pulmão do mundo, porém o satélite “terra’ observou que a maior parte do oxigênio produzido durante o dia era reabsorvido pela própria floresta durante à noite, e é necessário mais um passo para que o oxigênio seja liberado. Metade de todo o oxigênio presente na terra é proveniente dos plânctons, são essas pequeninas criaturas os verdadeiros pulmões da terra e são elas que mantem o planeta em equilíbrio. Uma atmosfera rica em oxigênio volátil possibilita a existência de criaturas mais dinâmicas e complexas, entretanto o oxigênio também possui um lado negativo, sua extrema volatilidade é capaz de provocar reações violentas e incontroláveis e mais implacável delas é o fogo; ele existe desde a evolução das plantas, ao mesmo tempo em que passaram a produzir oxigênio elas possibilitaram a produção da substancia necessária para a combustão, além de tornarem possível a existência do fogo, muitas plantas dependem dele, os albedos, por exemplo, evoluíram de modo a desprender suas sementes que se acumulam no solo após o incêndio. Os incêndios promovem a saúde e preservam muitos ecossistemas do mundo, evitando a sua estagnação. Tudo está interligado em um sistema muito antigo e completo, mas isso só é o início das descobertas realizadas pelos satélites, eles são capazes de explorar a terra e analisar as reações e influências externas e nenhum elemento é capaz de exercer maior influência sobre a terra do que o Sol; a ironia, entretanto é que a maior ameaça a este harmônico sistema vem do mesmo lugar que permitiu a sua existência: a energia emitida pelo sol. O nosso planeta é rodeado por um campo de força invisível chamado magnetosfera, ele é constantemente bombardeado pelo sol, o formato do campo é formado apenas pela força dos ataques de radiação, a maior parte dos impactos são desviados, mas quando o campo é atingido por uma ejeção de massa coronal as partículas de massa conseguem romper a sua camada mais externa, agora as partículas se encontram livres para avançar em direção ao planeta, o campo magnético guia a radiação em direção aos polos, dando origem as incríveis luzes do norte e luzes do sul. A atmosfera da terra, busca equilíbrio, a cada dia a força combinada de luz solar e vapor, origina quarenta mil nuvens, carregadas de uma gigantesca quantidade de energia elétrica; para se equilibrar, a nuvem descarrega as cargas negativas ao chão na forma de relâmpago, ao mesmo tempo em que libera uma energia positiva em direção ao céu. A ionosfera atua como um condutor elétrico, ela distribui a carga ao redor de todo o planeta, a vida seria impossível sem esse circuito elétrico global. Todos os dias cerca de catorze mil toneladas de nitrato são transportadas pelo mundo, com a chuva o nitrato se espalha pelo chão, ele é um elemento vital para quase todas as formas de vida na terra.