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B"H

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‫בגן התורה‬

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Parashá Behar

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Orgulho Mais Profundo que o Ego

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A Mensagem Interior do Debate de Nossos Sábios

Nós encontramos a seguinte diferença de opinião registrada no Talmud [1].

Rav Chiyya bar Ashi diz em nome de Rav: “Um estudioso da Torá deve ter 1/64 [de vaidade], [para que
o tonto não aja arrogantemente em relação a ele e de forma que suas palavras sejam aceitas por eles
(Rashi)]”.

Rav Huna, o filho de Rav Yehoshua diz: “[Esta pequena medida de vaidade] o adorna como o pelo
adorna o grão da semente”.

Rava declara: “Quem quer que possua [vaidade] merece ser colocado sob o decreto do ostracismo. [Por
outro lado], aquele em que falte totalmente [esta qualidade] merece ser colocado sob um decreto de
banimento. [Se ele não possuir um pequeno grau de vaidade, seus conterrâneos não o respeitarão e ele
não terá o poder de repreendê-los (Rashi)]”.

Rav Nachman bar Yitzchak declara: “Nem ela [a vaidade], nem qualquer parte dela. Isto é um assunto
sem importância o que está escrito [2]: ‘Todos aqueles que são orgulhosos são uma abominação perante
D'us’?”.
Qual é a lógica do texto citado por Rav Nachman bar Yitzchak? A vaidade vem de uma apreciação às
vezes realista e às vezes não de nossas ações e potenciais. Quando uma pessoa sente orgulho por suas
conquistas, mesmo quando o orgulho é justificado, ele nega a Providência de D ’us de alguma forma.
Pois, ao sentir orgulho, a pessoa está atribuindo este sucesso aos seus próprios esforços. Se ela
percebesse a verdade de que todo o seu sucesso é um presente de D ’us e é Ele quem lhe concede o
potencial para ter sucesso, ela não seria vaidosa [3]. Em vez disso, ela reconheceria com gratidão o
trabalho da mão de D’us.

Isto não é para minimizar a importância dos esforços da pessoa. Está escrito [4]: “E D ’us te abençoará
em tudo que fizeres”, o que significa que os esforços da pessoa são necessários. Sem eles, a ela faltarão
os meios através dos quais as bênçãos de D’us seriam canalizadas. Mas, seus esforços não são mais do
que um meio; a fonte do sucesso continuam sendo as bênçãos de D ’us. E, quando o sucesso vem das
bênçãos de D’us, não há motivo para que alguém se sinta vaidoso.

Tocando um Potencial mais Profundo

No entanto, como indicado pelos outros Sábios mencionados acima, existe uma vantagem em se ter uma
pequena quantidade de vaidade, pois, a menos que a pessoa se expresse com confiança, suas palavras
não serão ouvidas. E, sem uma pequena quantidade de autoconfiança, a própria pessoa não será capaz
de perseverar frente ao desafio. Além disso, sentimentos de satisfação e vaidade encorajam a alegria,
que é um componente fundamental do serviço Divino [5].

Nós podemos, entretanto, colher as vantagens do orgulho sem as suas desvantagens, pois existe uma
fonte mais profunda de vaidade que o nosso próprio egoísmo, nossas habilidades, ou nossas conquistas.
D’us “nos fez sagrados através de [Seus] mandamentos e... aproximou-nos de [Seu] serviço ” [6],
favorecendo-nos com um elo de proximidade com Ele e a missão de elevarmos e refinarmos o mundo
como um todo. A consciência deste elo e a identificação com esta missão geram vaidade, satisfação e
plenitude interiores.

Síntese, Não Conflito

Esta abordagem permite que a humildade e a vaidade sejam vistas como qualidades complementares.
Desenvolver a humildade desinteressada nos encoraja a aumentarmos esta conexão com D ’us e Seu
serviço. Isto, por sua vez, nos provê com recursos mais profundos de vaidade e estima.
De fato, este tipo de vaidade é mais poderoso do que aquela gerada pela apreciação das nossas próprias
virtudes. A vaidade egocêntrica é limitada e pode ser enfraquecida por um formidável oponente ou
desafio. A força pessoal derivada de um compromisso de cumprir a vontade de D'us, por outro lado,
reflete a natureza infinita de seus objetivos. Nenhum obstáculo é capaz de ficar em seu caminho.

Nossos Sábios aludem a este conceito em sua afirmação [7]: “O servo de um rei é como o próprio rei ”.
Um servo não é considerado uma entidade separada de seu senhor; é como se ele fosse uma extensão
da pessoa de seu senhor [8]. Portanto, a autoconfiança manifestada pelo servo não é exatamente sua,
mas de seu senhor, e carrega todo o poder da posição de seu senhor.

Uma pessoa que seja totalmente comprometida com o serviço Divino expõe, assim, recursos muito mais
poderosos de força interior do que ela possui pelas suas próprias virtudes. Ela irradia iniciativa e energia
e mostra o controle maduro necessário para canalizar estas energias em esforços produtivos.

Princípios Personificados

Este tipo de autoconfiança foi exemplificado por Moisés, nosso professor. Ele próprio disse ao Povo Judeu
[9]: “Sou eu quem está entre D’us e vós”, e foi ele que escreveu o versículo [10]: “E nunca apareceu em
Israel um profeta como Moisés”. No entanto, ele era “mais humilde que todos os homens da face da
terra” [11].

Moisés não via vaidade e humildade como tendências conflitantes. Apesar de que ele conhecia a
grandeza da missão que lhe tinha sido dada e percebeu que lhe tinham sido concedidas qualidades
pessoais únicas que o permitissem cumprir sua missão, o conhecimento não levou à vaidade egocêntrica.
Ao contrário, ele percebeu que tinha sido provido com estes potenciais por D’us; eles não eram fruto de
seus próprios esforços. Além disso, ele acreditava que se estas dádivas tivessem sido dadas a outro, esta
pessoa poderia ter realizado muito mais do que ele [12].

Justamente por causa desta humildade, Moisés foi capaz de fazer uso completo dos potenciais que lhe
tinham sido concedidos.

O Simbolismo do Sinai
Os conceitos acima são refletidos no nome da leitura da Torá desta semana: Behar. Behar significa
“sobre a montanha”. Mais particularmente, como o versículo continua [13], ele se refere ao Monte Sinai,
sobre o qual a Torá foi entregue.

O Monte Sinai representa a síntese dos dois potenciais mencionados acima. Pois, por um lado, é “a
menor de todas as montanhas”, um símbolo de humildade [14] sendo, ao mesmo tempo, uma
montanha, exemplificando vaidade e poder. É a fusão destes dois opostos que fizeram o Sinai “a
montanha de D’us” [15], o lugar que D’us escolheu para manifestar Sua presença e transmitir Seus
ensinamentos [16].

Há, entretanto, uma pequena dificuldade. A leitura da Torá não se chama Behar Sinai, “sobre o Monte
Sinai”. Ela é chamada Behar, “sobre a montanha”. As qualidades de vaidade e coragem são enfatizadas,
mas não a influência moduladora da humildade do Sinai, “a menor das montanhas ”.

No final, pode-se explicar que a frase Behar Sinai, “sobre o Monte Sinai”, se refere a uma pessoa que
lembra a si mesma da necessidade de dominar sua presunção. O simples fato de que estes esforços são
necessários indica que esta humildade não abrange inteiramente o seu ser.

Quando, por outro lado, uma pessoa tenha sublimado totalmente sua identidade com a missão com a
qual D'us lhe confiou, ela não precisa lembrar a si mesma da necessidade de ser humilde; o egoísmo não
tem importância para ela. Esta é intenção do nome Behar, “sobre a montanha”, a de que um servo de
D'us fique vaidoso, firmemente enraizado no poder empossado pela força de seu objetivo.

Esta determinação permitirá ao nosso povo superar todos os desafios que nos confrontam durante este
últimos momentos do exílio e seguir para saudar o Mashiach. Que isto possa ocorrer bem brevemente.

Referências:

Sotah 5a.

Provérbios 16:5.

Ver Devarim 8:17-18.

Devarim 16:18.

Ver a conclusão de Hilchos Shofar, Sukkah, ViLulav no Mishneh Torah do Rambam.


Liturgia da festa, Siddur Tehillat HaShem, p. 252.

Shavuos 47b; Sifri e o comentário de Rashi sobre Devarim 1:7.

Ver Rashba, Kiddushin 23a.

Devarim 5:5.

Devarim 34:10.

Bamidbar 12:3. De forma significativa, Moisés também escreveu este versículo na Torá. Assim como sua
apreciação de suas outras virtudes não levou à vaidade, ele também foi capaz de continuar humilde
apesar de sua consciência de sua própria humildade. Ver também a conclusão do tratado de Sotah, que
relata que Rav Yosef descreveu a si mesmo como o máximo da humildade.

Sefer HaMaamarim 5689, p. 217ff.

Vayikra 25:1.

Midrash Tehillim sobre Salmos 68:17. De fato, o nome Sinai é derivado da palavra hebraica sneh
(“sarça”, comentário de Rambam sobre Devarim 1:6), que é “mais humilde que todas as árvores do
mundo” (Shmos Rabbah 2:5).

Shemot 3:1, 18:5, et al.

Ver o ensaio intitulado “The Revelation at Mt. Sinai”, que desenvolve estes conceitos [ Timeless Patterns
in Time, Vol. II, p. 109ff (Kehot, N.Y., 1994)].

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Por Rabbi E"T (Adaptado de Likkutei Sichos, Vol. I, p. 276ff; Vol. XXII, p. 159ff)

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