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UNIVERSIDADE LUSÓFONA DE HUMANIDADES E

TECNOLOGIAS

ESCOLA DE COMUNICAÇÃO, ARQUITETURA, ARTES E TECNOLOGIAS DA


INFORMAÇÃO

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO

COMUNICAÇÃO APLICADA: MARKETING, PUBLICIDADE E RELAÇÕES PÚBLICAS

Trabalho de Teoria dos Media


“Meios de Comunicação Quentes e Frios- Marshall
McLuhan”

PROFESSOR: JOSÉ GOMES PINTO

MARIA EDUARDA BRAGANÇA PEREIRA 21805741

MAIO DE 2019
O seguinte trabalho irá focar-se num dos temas apresentados e criticamente analisado no livro
“Compreender os Meios de Comunicação- Extensões do Homem” cujo responsável é o canadense
Marshall McLuhan (1911-1980), um dos mais importantes teóricos da comunicação do século XX e
considerado um dos maiores pensadores da mesma época (por encarar os meios de comunicação
como atores importantes nas reconfigurações da sociedade), ao lado de personalidades como
Charles Darwin, Albert Einstein e Sigmund Freud. O tema a analisar será o conceito de meios
quentes e frios proposto por McLuhan, cujo desenvolvimento analítico centra-se na compreensão
das relações entre os meios de comunicação e os sentidos humanos. Através deste conceito de
distinção dos meios, o autor sugere uma forma de classificar os diferentes meios de comunicação de
acordo com as suas características físicas, relações psicológicas que estabelece com os utilizadores e
formas de organizar as experiências sensoriais.

Então McLuhan faz uma clara distinção entre os meios de comunicação classificando-os em meios
quentes ou meios frios. No que se refere aos meios quentes define-os como:

✓ Meio que “estende ou prolonga um único sentido em alta definição” (define aqui alta
definição como “o modo de ser plenamente saturado de informação”), ou seja, um meio
que apresenta uma elevada quantidade e clareza de informação, tal não deixa espaço para
que exista informação a ser completada (ex: em termos visuais, a fotografia).
✓ Meio que requer uma baixa participação por parte do público. Considerando que o suporte
e/ou mensagem dão muita informação ao recetor os seus sentidos são pouco requisitados, a
sua consciência não precisa de completar a informação fornecida.
✓ Alguns exemplos dados pelo autor de meios quentes são o rádio, o cinema, alfabeto
fonético e a fotografia. O rádio, por exemplo, fornece-nos informação em alta definição
(intensidade), estendendo, isto é, utilizando apenas o sentido da audição.

O autor apresenta-nos os meios frios como:

✓ Aqueles que prolongam, ou seja, requerem/exigem a utilização de mais do que um sentido


ao mesmo tempo, mas em baixa definição: isto significa que é necessária uma intervenção
do recetor, uma interação com os seus sentidos de forma mais ativa, implica uma alta
participação por parte do público de forma a que a informação recebida seja preenchida e
completada;
✓ um meio frio, explica o autor, proporciona envolvimento, em profundidade e expressão
integral, como o telefone e a fala.
✓ Segundo McLuhan “Um cartoon é meio de baixa definição pelo simples facto de nos
fornecer muito pouca informação visual”;
✓ Os exemplos dados são o telefone, a fala, a televisão e a caricatura. A fala, para McLuhan, “é
um meio frio de baixa definição, porque muito pouco é fornecido e muita coisa deve ser
preenchida pelo ouvinte”./ A escrita em hieroglífico é um meio frio, pois boa parte do seu
significado depende da interpretação, que deve ser preenchida pelo recetor.

Com a influência dos meios quentes e frios, pode-se programar culturas inteiras, na direção de
que seu clima emocional se mantenha estável e equilibrado. É necessário muita cautela ao
tentar inserir novos meios em uma sociedade, deve-se ter o cuidado de observar se tal cultura é
quente ou fria, para que a aplicação de meios diversos não cause impactos negativos e que não
permitam que o público os absorvam, além disso a utilização dos meios quentes ou frios deve
estar em consonância com a realidade da comunidade para que o equilíbrio geral não seja
perturbado.. Estando em situações e experiências que incluem todas as situações externas, a
pessoa inicia um furioso processo de preenchimento para completar-se, que redunda em pura
alucinação. (p. 38 – 50)

Assim podemos concluir que a forma quente exclui, e a forma fria inclui. Na minha opinião esta
diferenciação criada em torno dos meios de comunicação tendo em conta a sua relação com os
sentidos, é de extrema relevância na medida em que nos permite perceber quais são os meios
onde poderemos interagir e participar, e quais são aqueles em que estamos limitados ao papel
de ouvintes e recetores de uma mensagem. Ao perceber esta disparidade ser-nos-á possível
saber qual o melhor meio de interação dependendo do contexto, ocasião.

Considero que é sempre melhor e talvez até mais inteligente escolher sempre um meio de
comunicação frio, que nos permite uma maior participação interagindo com os nossos sentidos,
dando margem para que a informação a ser completada o seja através da nossa interpretação
que reflete os nossos princípios e opiniões.

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