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Filosofias Contemporâneas INSCREVER-SE

Pensamentos Filosóficos

A Dopamina e o Descontrole Cerebral


- segunda-feira, maio 27, 2019

Muitos entendem o cérebro humano com mera superficialidade em um nível raso


daquilo que ocultamento ocorre, no que é descoberto por estudos acadêmicos
sérios que desnudam os olhos para que as percepções sobre a sua funcionalidade
venha a ser conhecida por todos - leigos e eruditos. Além dos diversos hormônios
atuantes, existem os neurotransmissores, que são agentes químicos gerados por
uma célula pré-sináptica que atravessa a sinapse (ponto de contato entre duas
células nervosas) que estabelece o fluxo ou passagem dessas células. Nesse meio,
entra o neurotransmissor chamado Dopamina, precursora, por exemplo, da
adrenalina (responsável pelo aumento da energia, da excitação causada por uma
ação estimulante, aumentando a atividade do organismo), noradrenalina
(precursora da adrenalina, que influencia o humor, ansiedade, sono e alimentação
e serotonina (atua regulando o humor, sono, apetite, ritmo cardíaco, temperatura
corporal, sensibilidade e funções intelectuais). Existem os neuroreceptores que
recebem os estímulos de tais neurotransmissores, ocasionando sensações
diversas. E são essas células nervosas que estão na sinapse, ou seja, no ponto de
contato entre as células que geram os neurotransmissores.

   No que estamos tratando neste tema em específico, qualquer tipo de vício altera
o funcionamento do cérebro humano e, consequentemente, causa dependência,
como as drogas em geral, o sexo irresponsável e também a pornografia e a
masturbação. Tiramos de exemplo a pornografia e a masturbação, o sexo em
torno da questão.

   O cérebro humano atual - sendo o mesmo de seus antepassados - possui uma


funcionalidade própria de sobrevivência em diversas ocasiões, seja no calor, frio
ou no improdutivo deserto. Nestas ocasiões diversas, tinha que em busca de
alimentos através da caça, geralmente por um tempo longo de busca. Quando
encontrava, era, então, recompensado através da saciedade da fome e da vontade
de comer. Em seu cérebro, a dopamina entra em ação, causando a sensação de
prazer e satisfação, sendo essa sensação chamada também de “circuito da
recompensa”. Ele continua atuante quando alguém vai à um restaurante e
consome uma refeição super calórica que sendo consumido a todo momento
consome uma refeição super calórica que, sendo consumido a todo momento,
pode ocasionar numa futura obesidade. Porque o prazer diz que é possível repetir
novamente quantas vezes quiser, entrando novamente na fila. Então, isso se trata
de um prazer associado a uma função essencial do ser humano gerada pela
dopamina no cérebro. No entanto, em uma relação sexual, a liberação de
dopamina no cérebro é de fato muito maior do que uma refeição. Se uma pessoa
consegue se viciar no ato de comer, do que dirá em relação ao sexo, a pornografia
e a masturbação?

   Na realidade virtual, a cada clique, a cada visualização de um vídeo pornográfico,


é despejada uma carga enorme de dopamina no cérebro através da visão, onde
nenhum ancestral jamais viu com tanta frequência como se vê em nossos dias
atuais em apenas um vídeo ou filme - sem esforço algum para buscar uma
recompensa: basta somente um clique. Na base, passando pelo núcleo accumbens
até o lobo frontal, quanto mais se consome, mais se deseja. Mas, no que acontece
no consumo de drogas como a cocaína ou heroína, as descargas de dopamina não
são iguais como no primeiro uso. Por quê? Porque o cérebro, em autodefesa,
bloqueia os receptores ao identificar o perigo por conta do excesso de dopamina,
impedindo a passagem do neurotransmissor, deixando somente alguns
neuroreceptores abertos. Por conta dos bloqueios e de poucos neuroreceptores
operando no recebimento de dopamina, a transmissão dessa substância se torna
menor e, portanto, menos prazer é gerado. Por esta razão que o indivíduo, ao
consumir cocaína, por exemplo, não consegue atingir o mesmo ponto de prazer da
primeira vez, e esse ponto de prazer diminui com usos constantes. O mesmo
ocorre com relação ao sexo, a pornografia e a masturbação. Os cérebros humanos
não foram feitos para receberer altas cargas de dopamina em um ritmo louco e
obsessivo. Por isso que a vida de um dependente torna-se tediosa, infeliz, sem
graça e até mesmo depressiva. Com o cérebro impedindo a passagem de
dopamina, uma atividade que era antes apreciada, torna-se desagradável. Tudo
isso poderia ter sido evitado se a frase “evite o primeiro gole” estivesse anotada

no coração da pessoa. Para tentar alcançar algum prazer, o indivíduo chega a


experimentar outras substâncias químicas presentes nas drogas mais pesadas.
Porém, isso não resolverá pelos mesmos motivos descritos acima. Quando se faz
isso, geralmente não é mais por prazer, mas sim para fugir da dor de sua tristeza,
tédio, estresse, raiva e de tantos outros sentimentos propriamente negativos que
corroem seu ser pouco a pouco.

    Essas informações foram reunidas mediante a estudos e análises sobre os


efeitos colaterais que a dopamina em excesso causa no cérebro humano,
sobretudo estudos científicos dentro da neurociência a mais de 10 anos. Mais
uma dessas descobertas é a chamada “plasticidade neuronal”, onde estímulos
direcionados tendem a criar uma espécie de caminho para o cérebro O cérebro
direcionados tendem a criar uma espécie de caminho para o cérebro. O cérebro
aprende caminhos que irão se repetindo ao longo do tempo e, de forma sutil,
alteram a forma que o indivíduo enxerga seus semelhantes. Isso explica o fato
com que muitos não conseguem olhar para outras pessoas senão sob a ótica
sexual. Explica também um problema muito comum nestes casos, que é a
disfunção erétil, onde o dependente não consegue chegar em uma ereção
fidedigna, somente apenas com estímulos visuais através de vídeos pornográficos,
que modelaram seus cérebros sempre pelo mesmo caminho. Bem cedo, às
crianças vêm sendo expostas a esses conteúdos com idades cada vez menores e
não fazem ideia do quanto isso pode destruir seus cérebros. Nessas idades, o
cérebro humano é extremamente moldável e a sua “plasticidade” tornam os jovens
cada vez mais reféns das mentiras exibidas das fantasias pornografiacas diante da
tela de um smartphone ou computador. Nisso, as crianças crescem pensando que
aquilo é uma relação sexual como, na verdade, trata-se de uma fantasia de uma
indústria que fatura bilhões destruindo os cérebros dos dependentes. Os
problemas gerados são sempre os mesmos: impotência sexual, depressão,
pensamentos suicidas, déficit de atenção, problemas sociais etc. O biólogo Gary
Wilson, em seu livro Your Brain on Porn (no Brasil, chamado Sexo na Cabeça)
demonstra com estudos neurológicos essa realidade, como também o
neurocientista William M. Struthers no livro Wired for Intimacy.

    O indivíduo tentou parar e não conseguiu; o indivíduo enfrenta dificuldades por


conta de tais vícios em seu emprego, faculdade e demais outras coisas; gasta-se
bastante tempo e dinheiro com isso, acarretando prejuízo ao adicto, ou seja,
dependente. Porém, eis uma boa notícia: a neuroplasticidade pode ser revertida,
mesmo com as dificuldades existentes, assim como a síndrome de abstinência e o
estrago causado pelo excesso de dopamina. Não sabemos mais o que é um ser
humano normal, com uma vida normal por conta dessas coisas. Entenda que o
sexo em si é algo bom e benéfico para o ser humano. Mas, de uma forma
desordenada e louca, causa problemas graves, tanto para o cérebro quanto para o

corpo. Para alcançar um escape para o caos gerado pelo cérebro, é necessário
seguir uma espécie de protocolo, de modo a buscar a restauração da alma e viver
saudavelmente como um ser humano normal. Eis algumas sugestões:

1- Reconhecer a própria dependência, a escravidão pela qual o vício o conduziu.


Saiba qual é seu problema e se aproxima realmente de uma purificação genuína;

2- Em fase de recuperação, não se pode ceder a falsas consolações, dizendo que


“todos fazem, por que não deveria fazer? Isso é bobagem e loucura da sua mente
(você sabe que não é loucura);
(você sabe que não é loucura);

3- Destrua tudo que lhe conduz ao vício;

4- Para certos casos, é necessário buscar um especialista para lhe auxiliar, porém,
tenha cuidado, pois nem todos os psiquiatras e psicólogos não estão informados
sobre as recentes descobertas científicas e ele não saberá identificar a causa da
sua ansiedade, angústia, tédio, estresse ou depressão. Mas, de qualquer modo,
largue de mão o preconceito de achar que psiquiatra ou psicólogo é
exclusivamente para loucos e os procure;

5- É normal sentir desejo sexual, do contrário, há algum outro problema que


precisa de acompanhamento médico. Mas, se a questão chegou a um nível
incontrolável, você se intoxicou ou está se enganando, pensando que uma pessoa
não pode viver sem sexo - e isso trata-se de uma questão cultural. É necessário
buscar veementemente uma desintoxicação e também busque soluções para essa
enganação através da verdade;

6- Tente entender a possível causa do vício, seja a solidão ou qualquer sofrimento


inerente em si e busque soluções eficazes, não através do uso novamente do que
lhe aprisiona;

7- Cuidado com as ocasiões. Fuja de qualquer ocasião que possa provocar alguma
alteração cerebral que serve como uma espécie de “gatilho” que dispara a vontade,
como problemas, brigas, estresses, etc;

8- Livre-se de qualquer sentimento de fatalidade, que é inútil lutar e que não vale
a pena lutar por escassez de esperança e grande desespero. Acredite em si
mesmo que é possível vencer esse problema. Nunca é tarde;

9- Faça coisas que lhe agrade, como esportes, boas leituras, passeios, etc. Como
a tendência é de aumentar o tédio, é preciso fazer algo diferente e produtivo ao
longo dos dias. Tenha hábitos saudáveis;

10- Tolerância zero com tudo, até mesmo com aquilo que parece ser Inofensivo;

11- Tenha relacionamentos profundos e verdadeiros, ou seja, amizades virtuosas.


Tente sair da “bolha” da solidão. Se socialize;

12- Faça uma espécie de “jejum” de seus sentidos. Tenha hobbies saudáveis;

13- Você está sem praticar tais hábitos já por volta de um mês Não pense ainda
13 Você está sem praticar tais hábitos já por volta de um mês. Não pense ainda
que você se livrou totalmente da dependência. Preveja uma recaída. Não confie
em si mesmo;

14- Tenha paciente consigo mesmo. Se cair 1000 vezes, levante 1001. Não
desista;

15- Construa uma nova identidade. “A vida humana não é apenas um ser, mas um
tornar-se;

16- Cuidado com a síndrome de abstinência, que são sintomas ruins que lhe
podem fazer perder a linha;

17- Cuidado com as realidades  negativas sentimentais que podem lhe conduzir a
queda;

18- Você se tornou uma pessoa “zumbi” com o excesso de dopamina, e isso irá
desaparecer com o tempo. Aguente firme e resista por mais algum tempo;

19- Existem os sonhos e as recordações. Não alimente esses pensamentos.


Pense em coisas positivas;

20- Não encontre substitutos inadequados. Desse jeito você está novamente
buscando novamente uma alteração cerebral com a dopamina, como outras
drogas pesadas existentes;

21- Acredite: você ainda pode ser feliz de verdade. A vida é bem mais do que os
seus olhos podem ver. Veja seu futuro promissor. Seus olhos podem mostrar
alguém que não sabe mais para onde ir e seus pés o levam a lugar algum: um
destino incerto, confuso e obscuro. Não viva somente por viver. Prove daquilo que

realmente traz o verdadeiro sentido ao ser humano: o amor de Deus - é preciso fé


e não somente ouvir falar.

                                   
                                                             
É preciso que entenda que se deve tomar uma decisão de vida: viver como escravo
de si mesmo ou ser livre para si mesmo. Tudo se torna possível mediante esforço
e dedicação. Tome domínio sobre si e sobre as questões da vida: sofrimentos,
dificuldades e obstáculos. Todos os sentimentos ruins por conta do excesso de
dopamina irão sumir. Tenha fé em si mesmo e saiba que jamais é tarde. Se o
indivíduo entende a sua situação, possui honestidade para entender o que foi dito
e que precisa mudar ou sabe que viver dessa forma é algo extremamente ruim e
e que precisa mudar ou sabe que viver dessa forma é algo extremamente ruim, e
isso já basta para um grande passo. Por mais dolorosa que seja, essa dor revela o
que um prazer não pode jamais lhe ensinar.

Sociedade

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