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Depreciação Legal ou Fiscal

1. Conceito

Depreciação é o fenômeno contábil que expressa a perda do valor que os valores imobilizados de
utilização para a atividade da empresa sofrem no tempo. Conceituamos a depreciação como sendo a
diminuição do valor dos bens que integram o Ativo Permanente, em decorrência do desgaste, perda de
utilidade, ação da natureza ou obsolescência. O valor da depreciação poderá ser computado como custo ou
despesa operacional conforme o caso. A depreciação dos bens utilizados na produção de serviços será custo
e os demais serão despesas operacionais.

O valor da depreciação será considerado na contabilidade a partir da época em que o bem for
instalado, posto em serviço ou em condições de produzir. Assim, um bem que se encontra no depósito
aguardando sua instalação não pode ser objeto de depreciação, e portanto, somente poderá ser depreciado
após instalado, posto em serviço ou em condições de produzir (RIR/1999 art.305 § 2º).

O valor da depreciação acumulada não poderá ultrapassar o custo de aquisição do bem a que se
refere. O valor da depreciação dos bens do ativo imobilizado que tenha ocorrido na fase de constituição da
empresa deverão ser escriturados no ativo diferido (gastos que resultaram no resultado de exercícios futuros).
Exemplo: Custo de estudo e projetos que determinada organização se dedicará.

2. Bens que não podem ser depreciados

De acordo com a Legislação em vigor, não podem ser depreciados:

a) terrenos, exceto os melhoramentos (benfeitorias, construções).

b) prédios e construções que não produzam rendimentos ou que sejam destinados a revenda.

c) bens que normalmente aumentam o valor com o tempo, como obras de arte e antiguidades.

d) bens que sejam registradas quotas de exaustão (Em termos contábeis, exaustão se relaciona com
a perda dos bens ou direitos do ativo, ao longo do tempo, decorrentes de exploração, extração ou
aproveitamento) como florestas destinadas ao corte e jazidas minerais.

3. Depreciação - Taxas

A taxa de depreciação será fixada em função do prazo durante o qual se possa esperar a utilização
econômica do bem, pelo contribuinte, na produção de seus rendimentos. Os prazos de vida útil e as taxas de
depreciação foram fixadas pela IN SRF nº 162 de 1998. Exemplos:

BENS TAXA DE DEPRECIAÇÃO PRAZO


Edifícios 4 % ao ano 25 anos
Instalações 10 % ao ano 10 anos
Móveis e Utensílios 10 % ao ano 10 anos
Veículos 20 % ao ano 5 anos

4. Depreciação - Lançamento

O lançamento da depreciação será:

D – Despesas (ou custo) de Depreciação.


C – Depreciação acumulada.
Onde:
O débito representa o encargo econômico absorvido pela empresa.
O crédito representa a retificação do bem do ativo, uma vez que houve o desgaste.

5. Depreciação - Bens Usados

O prazo de vida útil admissível para fins de depreciação de bem adquirido usado é o maior para os
seguintes casos:

a) Metade da vida útil, admissível para o bem adquirido novo. Exemplos: Se a empresa adquire um
veículo usado, a taxa de depreciação a ser utilizada é obtida da seguinte forma: Vida útil do bem novo = 05
anos, logo, metade da vida útil será 2,5 anos, equivalente a 40% ao ano.

b) Restante da vida útil do bem. Exemplos: Restante da vida útil do bem = 03 anos. Logo, o bem
foi usado durante dois anos, equivalente à taxa de 33,33 ao ano.

6. Aspectos Fiscais

Fisicamente, podem ser objeto de depreciação todos os bens físicos sujeitos a desgaste pelo uso,
natureza ou obsolescência normal, inclusive:

1. Edificações e construções, observando-se que:


a) o bem deve começar a ser depreciado a partir da data da conclusão das obras e início da
utilização.
b) as edificações devem estar separadas do custo de aquisição dos terrenos, uma vez que os
terrenos não podem ser depreciados.

2. Benfeitorias em imóveis de terceiros alugados, quando o custo não puder ser amortizado durante
o prazo de locação:
a) bens cedidos em comodato (empréstimo), desde que seja a atividade da comodante (a que
emprestou)
b) projetos florestais destinados à exploração dos respectivos frutos. (vide Parecer Normativo CST
nº 18, de 1979 – site Receita Federal).

7. Métodos de Depreciação

7.1. Método das quotas constantes ou linear

É o método mais utilizado por causa de sua simplicidade e aceitação por parte do Fisco. Exemplo:
aquisição de um veículo, valor do bem: 10.000,00, vida útil: 05 anos ou 20% ao ano. Logo, o método de
cálculo será: 10.000,00/05 anos = 2.000,00 ao ano ou 10.000,00 x 20% = 2.000,00. Ressaltando que o valor
de 2.000,00 será o encargo com depreciação de um ano e que esse registro deverá ser feito mensalmente, ou
seja 2.000,00 /12 = 166,67 ao mês.

As quotas de depreciação devem ser reconhecidas mensalmente (regime de competência), ou seja,


lançadas mês a mês.

7.2. Método das somas dos dígitos dos anos

Por esse método temos uma fração cujo denominador é formado pela soma do número de anos de
vida útil do bem e o numerador é composto dos anos sucessivos. Exemplo: um bem com prazo de vida útil
de 05 anos e custo no valor de R$ 10.000,00. Soma-se os algarismos que compõem o número de anos:
1+2+3+4+5 = 15. Assim, calculamos a depreciação da seguinte forma:
Ano 1: 5/15 x 10.000 = 3.333,33 onde 3.333,33/12 = 277,78 ao mês.
Ano 2: 4/15 x 10.000 = 2.666,67 onde 2.666,67/12 = 222,22 ao mês.
Ano 3: 3/15 x 10.000 = 2.000,00 onde 2.000,00/12 = 166,67 ao mês.
Ano 4: 2/15 x 10.000 = 1.333,33 onde 1.333,33/12 = 111,11 ao mês.
Ano 5: 1/15 x 10.000 = 666,67 onde 666,67/12 = 55,56 ao mês.
Dessa forma, totalizando a depreciação, o valor do bem =10.000,00.

8. Referências

1. www.slideshare.net/roberto_aleixo/depreciao-conceitos

2. www.receita.fazenda.gov.br

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