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Introdução a Antropologia

Diogo de Alcântara Bezerra Pacheco / 201910181811

Resenha do texto As "raças" indígenas no pensamento brasileiro do império,


de John Manuel Monteiro.

A ideia central do texto pode ser encontrada na seguinte frase: “(...)a ciência servia
para confirmar noções preconcebidas sobre a inferioridade dos não europeus (1996,
pag.19)”. O autor discute a ideia central a partir das produções da antropologia do período
do Brasil Império e início da República. John Monteiro pautou seu trabalho nos estudos
antropológicos realizados no Museu Nacional, Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro
e, Museu Paulista, nos quais apresenta duas correntes de pensamento sobre o futuro
população indígena do Brasil, uma pessimista, outra nem tanto. A primeira delas, que se
tornou hegemônica na época, afirmava o inevitável desaparecimento da população
indígena, por uma suposta incapacidade de evolução civilizatória. A segunda, um pouco
menos pessimista, também pregava a extinção dos indígenas, porém, idealizava a
miscigenação como compartilhamento de resistência biológica ao clima tropical.

O autor critica de forma irônica a associação da produção cientifica ao discurso


político de europeização do Brasil. “Tais questões alimentavam uma parcela significativa
do pensamento social brasileiro no ocaso do Império e no início da República e
ocupavam, neste mesmo período, a agenda cientistas então abrigados nos museus de
história natural e nas academias de medicina.(1996, pag.17)”. Esse discurso colonialista
encontra eco na realidade contemporânea brasileira, onde o governo federal vem
desqualificando os modos de vida indígena. Com o discurso da apropriação e da restrição
de demarcação de terras indígenas em favor do agronegócio, vemos um ressurgimento ou
manutenção do discurso indigenista do Brasil império. Essa discussão apresentada por
John Monteiro segue atual em função das disputas sobre a civilidade, produção
econômica, territórios e o respeito ao modo de vida indígena, que ameaçam a
sobrevivência das nossas populações nativas.

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