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Intervir nas Competências Parentais

Margarida Ferraz, 2018

Psicóloga Clinica e da Saúde


margaridaferraz92@gmail.com
Conteúdos Programáticos

1. Introdução

2. Conceito de Família - A sua importância para o desenvolvimento da Criança;

3. Estilos Parentais - Conhecê-los e Compreendê-los;

4. Benefícios e Consequências de cada estilo parental;

5. Estratégias para a promoção de uma parentalidade positiva;

6. A importância da expressão emocional na família;

7. Disciplina, regras e Limites vs Afeto e mimo;

8. Reforços Positivos e Reforços Negativos;

9. O adulto como modelo e promotor de competências na criança;

10. Atuar no comportamento de desafio e oposição;

11. Técnicas de Relaxamento para Crianças.

12. Modelos de Intervenção


Introdução

A família constitui o primeiro lugar de toda e qualquer educação e assegura a ligação


entre o afetivo e o cognitivo, assim como a transmissão dos valores e das normas
(Delors, J. & Alii, 1996, p. 111).

O contexto familiar tem sido identificado como a rede de apoio mais próxima, durante
a infância, e um importante fator de proteção, uma vez que o afeto, a intimidade e a
comunicação, podem ajudar as crianças a manterem a estabilidade e rotina perante a
mudanças e situações de stress a que estão expostas.

São muitos os autores que têm evidenciado claramente que as oportunidades para um
bom desenvolvimento estão, fundamentalmente, dependentes do contexto familiar no
qual a criança cresce.

A parentalidade é fundamental para a adaptação da criança, de modo a que esta tenha


sempre satisfeitas as suas necessidades básicas e desenvolva as suas características
individuais. Por outro lado, a parentalidade pode ser vista como um tipo de processo
familiar onde se tem em conta as seguintes características: responsabilidade de ser pai
assumida, comportamentos adequados à posição familiar de cada um e respeito pelas
expectativas quer dos familiares quer da sociedade (CIPE,2000).

Conceito de Família - A sua importância para o desenvolvimento da Criança

As famílias, como primeiro contexto de socialização, desempenham um papel


fundamental no comportamento e desenvolvimento das crianças (Baumrind, 1991;
Parke & Buriel, 2006). As relações precoces têm sido identificadas como fundamentais
para o desenvolvimento da criança (Baumrind, 1978; Bornstein, 2002, 2006; Maccoby,
2000; Sroufe, 2000), sendo a qualidade dos cuidados parentais a variável mais
importante para o desenvolvimento infantil (Sroufe, 2002).

A figura de vinculação funciona como uma base segura – a criança afasta-se e regressa
para junto dela, periodicamente, para brincar ou estabelecer um breve contacto,
afastando-se novamente para explorar objetos ou interagir com outras pessoas
(Ainsworth, 1967; Ainsworth, Blehar, Waters, & Wall, 1978; Bowlby, 1971, 1989). De
facto, a segurança das relações de vinculação está frequentemente associada a uma
parentalidade responsiva e sensível.

Bornstein (2002) refere-se à responsividade como um componente fundamental na


parentalidade, na medida em que, ao responderem pronta e adequadamente e de modo
confiável aos sinais dos seus filhos, os pais transmitem-lhes a mensagem de que os
mesmos podem confiar neles e na sua disponibilidade. Responsividade refere-se,
também, à medida que os pais intencionalmente promovem a individualidade,
autorregulação e autoafirmação da criança através do apoio, afeto, suporte emocional,
complacência e sintonia com as necessidades e exigências da criança. Para Maccoby e
Martin (1983), a responsividade pode ser referente ao reforço contingente, controlo ou
à sensibilidade e adaptação aos sinais, estados e necessidades da criança.

Estilos Parentais

 Conhecê-los e Compreendê-los
 Benefícios e Consequências de cada estilo parental

A partir de 1970, os estudos relacionados às práticas educativas ganharam impulso. As


práticas parentais e o estilo parental são influenciados pelas crenças dos pais (valores e
metas que os mesmos têm em relação ao filho).

Segundo Darling e Steinberg (1993), não é possível afirmar que determinadas práticas e
estilos são melhores que outros sem considerar o contexto cultural no qual a família
está inserida, bem como as características ecológicas desse contexto (condições físicas
e sociais).

Baumrind (1966) destacou quatro modelos de estilos parentais:

 Autoritário – com maior controle, regras impostas e pouco apoio à criança. Os


pais apresentam valores reduzidos de afetividade e elevados níveis de controlo
e restritividade.
 Permissivo – com pouco controlo, poucas exigências e apoio forte; têm uma
atitude tolerante e de aceitação face aos impulsos, desejos e ações da criança e
evitam tomar posições de autoridade ou impor controlo ou restrições aos filhos.
 Democrático – em que há controlo e apoio, com regras fixas e incentivo à
autonomia. Os pais exercem um controlo firme e são afetuosos, calorosos e
responsivos às necessidades das crianças. Encorajam a comunicação aberta e as
trocas verbais entre si e os seus filhos, e promovem a sua autonomia e
individualidade.
 Não envolvido - mostra indiferença ou negligência para com o filho.

Em suma, os pais «autoritários» são exigentes e não são compreensivos; os pais


«democráticos» são exigentes e compreensivos; os pais «permissivos» são
compreensivos e não são exigentes; os pais «negligentes» não são exigentes nem
compreensivos. Tanto os pais com um estilo permissivo como os pais com um estilo
autoritário fazem, segundo Baumrind, poucas exigências de maturidade e comunicam
de modo ineficaz (Baumrind, 1967).

A ligação entre uma vinculação segura e os estilos parentais de Baumrind foi indicada
pela primeira vez por Bowlby (1973), que referiu o estilo democrático como o mais
vantajoso na promoção de uma vinculação segura (Page & Bretherton, 2001). Bowlby
(1973) apontou para a ligação entre as características do estilo democrático e os
comportamentos parentais sensíveis, cooperativos e de aceitação, tidos como
fundamentais nas relações de vinculação seguras (Breterthon, Golby, & Cho, 1997).

Segundo Maccoby (1980, cit. por Lacerda, 2005), aos filhos mais velhos é despendido
menos tempo em contacto direto e aumentam, em frequência, práticas parentais mais
controladoras, de sobre-proteção e/ou rejeição.

Os atributos parentais podem reduzir-se a duas dimensões centrais, também presentes


nos estilos parentais (Spera, 2005; Pereira, 2007):

 Controlo/exigência (demandingness)
 Compreensão/apoio (responsiveness)
A exposição da criança a práticas parentais inadequadas (conflitos, violência, coerção)
ou a baixo envolvimento com o pai ou com a mãe constitui fatores de risco para o
desenvolvimento infantil, aumentando a vulnerabilidade a eventos ameaçadores (como
práticas delinquentes, envolvimento com drogas) externos ao ambiente familiar
(Ferreira & Marturano, 2002; Gomide, 2003; McDowell & Parke, 2002; Marturano,
2004).

Competências Parentais

As competências parentais são um conjunto de estratégias e ações que permitem aos


pais ou cuidadores lidar com os desafios inerentes ao ser mãe e ser pai.

Estas estratégias potenciam a comunicação efetiva, a resolução de problemas e a


regulação emocional na dinâmica entre pais e filhos. As competências parentais
exigem aprendizagem, não se afigurando inatas ou intuitivas aquando da constatação
da gravidez ou do nascimento de um filho.

Estas funções exigem:

 Autorregulação por parte dos pais em momentos mais desafiantes e o seu


autoconhecimento, de uma forma geral enquanto pessoas (inclusive
conhecendo as suas experiências enquanto filhos);
 A capacidade de fornecer e promover condições que respondam às
necessidades físicas básicas, bem como às necessidades emocionais, isto é, de
suporte emocional, estruturação e consistência do meio através de regras e
limites.

Segundo Conte (2001), há indicação de condutas parentais consideradas positivas e


protetoras do desenvolvimento:
a) Uma condução calorosa, demonstrando a aceitação da criança, a sua valorização
pessoal, além do apoio às suas iniciativas;
b) Encorajamento ao desenvolvimento de competência social;
c) Frequência de interações mais positivas do que mais aversivas;
d) Expressão contínua de afeto positiva;
e) Modelos apropriados de pais que favoreçam a identificação das crianças com
eles;
f) Incentivo ao desenvolvimento da autonomia, como a capacidade de fazer
escolhas e da promoção da autodireção;
g) Aplicação de métodos racionais e verbais de disciplina;
h) Minimização de brigas e agressões entre os familiares.

Segundo Ingberman (2001), existem alguns aspetos da dinâmica familiar que


contribuem para o ajustamento de seus membros:
 A comunicação
 As regras familiares
 Os papéis familiares
 A liderança que os pais devem exercer
 Os conflitos
 A manifestação da agressividade pode ocorrer no ambiente familiar
 A interação conjugal para a integração e a coordenação de esforços para os
objetivos comuns.

Silva (2000) identificou como cruciais as habilidades de:

(a) Diálogo;
(b) Expressão de sentimentos de agrado e desagrado;
(c) Expressão de opiniões e a solicitação adequada de mudança de comportamento;
(d) Cumprir promessas;
(e) Entendimento do casal quanto à educação do filho e à participação de ambos os
progenitores na divisão de tarefas educativas;
(f) “Dizer não”, “negociar” e “estabelecer regras”;
(g) “Desculpar-se”.

Sabe-se que o exercício das funções da parentalidade depende de um conjunto de


variáveis, nomeadamente, a história de desenvolvimento dos progenitores; a sua
personalidade e recursos psicológicos; as próprias características da criança; a relação
entre pai e mãe; o contexto e o suporte social existente; os recursos sociocognitivos
(atitudes, expectativas, crenças) e os estilos e práticas parentais.

Segundo Gomide (2006) existem práticas parentais que contribuem para criação dos
estilos parentais e consequentemente para o desenvolvimento social ou antissocial dos
filhos, divididas em dois grupos:

 Práticas educativas positivas que contribuem para o desenvolvimento


“saudável” em requisito social, afetivo e cognitivo dos filhos, denominadas de:
o Monitoria positiva
o Comportamento moral
 Práticas educativas negativas que se referem as práticas que podem colaboram
para o desenvolvimento do comportamento antissocial das crianças, neste grupo
estão as práticas:
o Monitoria negativa
o Negligência
o Disciplina relaxada
o Punição inconsistente
o Abuso físico

A perceção de autoeficácia e satisfação com o papel parental constituem duas


dimensões da autoestima parental e, analogamente, do conceito competência parental
percebida. A eficácia consiste numa dimensão instrumental que traduz a competência,
aptidão para resolver problemas e capacidades no desempenho do papel parental. A
satisfação é uma dimensão afetiva que espelha a frustração parental, motivação e
ansiedade. Referimo-nos, portanto, ao grau em que os pais se sentem competentes e
confiantes na resolução dos problemas dos filhos, constituindo-se um moderador das
relações pais-filhos (Johnston & Mash, 1989).

Fatores como a regulação emocional, a capacidade de planeamento, a resolução de


problemas, a dinâmica co-parental e perdas não resolvidas influenciam
significativamente o desenvolvimento de sentido de competência. Os pais com
experiências negativas na infância, por resolver, tais como abuso, negligência, perda das
figuras parentais, tendem a perceber-se a si próprios como pessoas frágeis e incapazes
de amar e confiar (Landy & Menna, 2009).

Estratégias para a promoção de uma parentalidade positiva

Segundo Cruz (2005) parentalidade é um “conjunto de ações encetadas pelas figuras


parentais (pais ou substitutos) junto dos seus filhos no sentido de promover o seu
desenvolvimento da forma mais plena possível, utilizando para tal os recursos de que
dispõe dentro da família e, fora dela, na comunidade.”.

Council of Europe (2008) define parentalidade positiva como um comportamento


parental baseado no melhor interesse da criança que assegure o seu desenvolvimento,
educação, capacitação, sem violência e proporcionando reconhecimento e orientação
com a fixação de limites para permitir um pleno desenvolvimento da criança.

As práticas educativas relativas ao estabelecimento de limites, à comunicação, ao ensino


de responsabilidades e à expressão de afeto são apontadas como essenciais à promoção
de autoestima, autonomia e habilidades sociais nos filhos (Silva & Marturano, 2002).

É importante que os/as pais/mães satisfaçam as necessidades mais básicas de


sobrevivência e saúde e proporcionem às crianças um mundo físico organizado, seguro
e previsível, que permita o estabelecimento e a existência de rotinas essenciais ao seu
desenvolvimento. É essencial que permitam que a criança contacte, reconheça e
interaja com o mundo físico e social que a rodeia. Em simultâneo, devem ser satisfeitas
as necessidades de afeto, confiança e segurança essenciais no estabelecimento de
vinculações seguras com os seus filhos.

São também importantes duas dimensões ao nível da parentalidade:

 A responsividade
 A exigência/controlo
A forma como os pais explicam o certo/errado à criança, expondo o que ela/eles fizeram
bem/mal, promove o desenvolvimento do estilo explicativo (Seligman, 1995). Quando
uma criança faz algo errado e o adulto se zanga e lhe diz “não és capaz de fazer nada
correto”, “és desastrada”, “estás sempre a fazer asneiras”, ensina-lhe a pensar dessa
forma. Deste modo, está a atingir a sua autoestima e autoconfiança, reforçando uma
ideia de desvalorização acerca de si. É importante que, ao chamar a criança a atenção,
esta crítica não culpe a sua personalidade. Não deve usar-se “sempre” ou “nunca”.

As crianças absorvem a maneira como os pais falam sobre si e dos seus problemas
(Seligman, 1995). Uma criança pode ouvir o pai comentar sobre qualquer dificuldade
(“Eu sou mesmo um fraco, sempre fui assim, nunca conseguirei…”) ou pode ouvir o pai
comentar sobre o seu emprego (“Fui promovido, porque sempre trabalhei muito para
isso, sempre consegui o que quis com meu esforço”). Com base nestes discursos, a
criança absorve um modelo explicativo mais otimista ou pessimista e tende a imitá-lo.

Estratégias promotoras de uma parentalidade positiva são a educação parental, os


cursos de preparação para o nascimento, a educação para a saúde e o fornecimento de
informação acerca do desenvolvimento infantil (Council of Europe, 2007). Brazelton &
Cramer (2004) referem que ajudar os pais a reconhecer e diferenciar as
comunicações/necessidades do seu bebé, a atribuir-lhes significados e a fornecer
respostas percecionadas como adequadas, potencia a perceção de uma parentalidade
positiva.

Como recomendações para uma parentalidade positiva referem-se (Council of Europe,


2008):

 Compromisso
 Disciplina assertiva
 Ambiente emocional
 Ambiente físico
 Inclusão na família
 Confiança mútua
 Exemplos positivos
 Orientação e instrução
Com base nestes conceitos, o exercício da Parentalidade Positiva envolve mudança,
ajustamento e aprendizagem de competências necessárias à tomada de decisão
parental, perante a compreensão e gestão do comportamento das crianças, permitindo
aos pais uma progressiva confiança na sua própria parentalidade (Fielden & Gallagher,
2008).

A importância da Comunicação

Comunicar é uma tarefa quase tão difícil como ser pai e mãe. É preciso estar atento/a
ao que nos rodeia, prestar atenção ao diálogo que se está a estabelecer, porque o modo
como nos relacionamos com as outras pessoas depende do nosso poder de
comunicação. O importante não é apenas o que nós dizemos, mas o que a outra pessoa
está a entender do que está a ser dito: isto chama-se feedback. Para podermos dar o
feedback de forma adequada devemos escutar ativamente.

O modo como transmitimos as mensagens e como as interpretamos, tem


fundamentalmente que ver com as nossas perceções, isto é, com o modo como
percebemos as coisas. E, perceções diferentes sobre uma mesma mensagem levam,
muitas vezes, a mal entendidos. Ao comunicarmos estamos a partilhar algo e, para que
esta partilha aconteça é preciso evitar “obstáculos”. Estes “obstáculos” podem ser de
natureza vária: o barulho à nossa volta; a nossa desatenção; a quantidade de
informação. Assim, durante uma conversa, evite interrupções; evite algo que possa
demonstrar falta de interesse da sua parte.

Nem tudo aquilo que se diz é facilmente percebido pelas crianças. Muitas vezes, os
nossos gestos e as posturas dizem mais do que as palavras. Em outros casos, a maneira
como dizemos as coisas deixa as crianças confusas, pois os nossos gestos, posturas, tom
de voz entram em contradição com as palavras que dizemos e, sem nos apercebermos,
não estamos a transmitir de forma eficaz aquilo que pretendemos.

A mudança que se deseja produzir nas crianças irá requerer mudanças na comunicação
dos pais com seus filhos. A habilidade de expressar sentimentos positivos e negativos,
ouvir com empatia, fazer e responder a perguntas, admitir erro e pedir desculpas, dar e
pedir feedback e demonstrar aceitação ou reprovação do comportamento dos filhos de
maneira assertiva são muito importantes e promovem o desenvolvimento e a
aprendizagem (Del Prette & Del Prette, 2001). A criança, cujos pais apresentam um
repertório mais desenvolvido de habilidades sociais educativas, desenvolve mais
facilmente a autonomia, competência social, autoeficácia e melhor desempenho
académico (Marturano & Loureiro, 2003; Silva & Marturano, 2002).

O que fazer?

 Ouvir sem julgar ou criticar;


 Mais do que ouvir, tente escutar com toda a atenção;
 Atente à comunicação não-verbal (gestos, expressões) para questionar e
clarificar/ esclarecer aquilo que está a ser dito;
 Dirija o olhar à criança, evitando olhar para outras pessoas ou objetos;
 Faça um movimento com a cabeça que demonstre que está a seguir aquilo que
ela lhe está a dizer;
 Mude ligeiramente a posição do seu corpo, em direção à criança, enquanto
escuta;
 Valorize os aspetos principais da mensagem;
 Quando estiver no papel de emissor, antes de comunicar, clarifique as suas
próprias ideias: “O que quero dizer? Como vou dizer/transmitir?”. Seja
objetivo/a, claro/a e conciso/a (seja direto no que pretende dizer; não misture
assuntos; não diga em 50 palavras o que se diz em 10).

Dicas para estimular a linguagem e a capacidade de comunicar com a criança:

 Tom de voz médio-alto;


 Pronunciar/Dizer as palavras devagar e de forma clara;
 Repetir corretamente as palavras que as crianças ainda dizem de forma errada
(assim os pais conseguem que as crianças aprendam por imitação);
 Quando uma criança diz uma palavra ou frase incorreta, sem lhe mostrar que o
corrigimos, devemos dizê-la corretamente;
 Não abusar das palavras acabadas em “inhos/as”, nem da “fala à bebé”, porque
além de estarmos a tornar as palavras mais compridas (exemplo: água vs
aguinha; arroz vs arrozinho; leite vs leitinho) e mais difíceis de dizer, quando
falamos à bebé estamos a deformar a fala e estamos a perder oportunidades de
ensinar como se devem pronunciar corretamente as palavras.

A assertividade

Os pais que criam filhos mais competentes e seguros (os pais participativos) são aqueles
que incentivam o diálogo, compartilham com a criança o raciocínio por detrás da forma
como eles agem e solicitam suas objeções quando ela se recusa a concordar (Baumrind,
1966).

Na medida em que os pais ouvem e dão importância ao que a criança fala,


provavelmente as crianças aprenderão a ouvi-los quando necessário. Além disso, a
comunicação positiva aparece como fator protetivo em diversas pesquisas sobre relação
pais e filhos (Kaplow, Curran & Dodge, 2002; Kelly, Comello & Hunn, 2002; Kafka &
London, 1991).

O estilo parental “democrático” promove mais assertividade, mais maturidade, conduta


independente e empreendedora, responsabilidade social. Assim, os pais tentam
direcionar as atividades da criança de maneira racional e orientada; incentivam o
diálogo, solicitam os seus argumentos quando ela se recusa a concordar; exercem um
firme controlo nos pontos de divergência, colocando sua perspetiva de adulto, sem
restringir a criança, reconhecendo que esta possui interesses próprios e maneiras
particulares; não baseiam suas decisões em consensos ou no desejo da criança.

A importância da expressão emocional na família

Os indivíduos aprendem a ser otimistas primeiramente pela influência dos


comportamentos dos pais.

Nos primeiros anos de vida, as crianças rapidamente desenvolvem as capacidades


psicoafectivas que os preparam para ser autoconfiantes, empáticos, intelectualmente
curiosos e capazes de se relacionarem bem como outros (Cohen & Clothier, 2005). As
crianças tendem a responder mais frequentemente com emoções positivas às iniciativas
dos pares e apresentam menor número de problemas emocionais.

Algumas crianças não desenvolvem de forma adequada as suas competências


psicoafectivas, o que poderá conduzir a problemas ao nível do comportamento e ao
nível emocional, tais como, alterações no desenvolvimento, perturbações de saúde
mental e alterações na vinculação (Brown & Ward, 2013). As crianças com relações de
vinculação inseguras, com maior frequência de perturbações ansiosas e do
comportamento (Sroufe, 2000), mais sintomas depressivos (Graham & Easterbrooks,
2000) e mais problemas de isolamento e autoconceito (Bowlby, 1988).

Os adultos que convivem com uma criança nem sempre tomam consciência que a sua
forma de expressão, atuação e incentivo são determinantes para o desenvolvimento
global da criança e das suas escolhas futuras. Por conseguinte, o desenvolvimento da
inteligência e do temperamento de uma personalidade podem ser enriquecidos pela
vivência de um ambiente empreendedor. As crianças têm o direito de serem ouvidas e
levadas a sério, assim como têm o direito era o de mudar de opinião.

Ao filho que se sente amado pelos pais, torna-se muito mais fácil apresentar regras, pois
compreende melhor os valores morais (Grusec, Goodnow & Kuczynski, 2000; Severe,
2000; Weber, 2005). Quando o clima é caloroso e acolhedor as crianças aceitam mais
facilmente as orientações e correções dos pais por saberem que eles estão agindo com
amor e preocupação (Severe, 2000). Os contatos de pele, o abraço, o carinho, beijos,
entre outras manifestações de afeto, são fortes inibidores do desenvolvimento de
comportamentos agressivos. Sidman enfatiza a ideia de que as crianças não precisam
fazer algo especial para obter o amor e proteção de seus pais, ou seja, para que as
crianças se sintam seguras, elas precisam ter certeza de que o amor de seus pais ainda
estará disponível mesmo que não consigam enfrentar uma contingência com êxito.

A importância do Elogio

A única forma das crianças aprenderem um determinado comportamento é dando


importância e valorizando esse mesmo comportamento. Se for apreciado e notado
pelos pais, é provável que se repita, se for ignorado, tende a desaparecer. A falta de
elogio e de reconhecimento do comportamento correto gera um mau comportamento.

Há que distinguir dois tipos de atenção: a positiva e a negativa. Se as crianças não


recebem atenção positiva (elogios) quando estão a portar- se bem, vão fazer os possíveis
para atrair a atenção negativa (críticas ou reprimendas), portando-se mal. Se der a
devida atenção, por exemplo, ao brincar, eles sentirão menos necessidade de inventar
formas menos apropriadas de o/a chamar a atenção.

Para tornar o elogio eficaz deve tentar ser o mais específico possível, isto é, elogiar
descrevendo exatamente o comportamento realizado pela criança. Ao elogiar mostre
entusiasmo, expresse-o com energia, sensibilidade e sinceridade!

 “Gostei muito de te ouvir dizer obrigado.”

Os elogios vagos por não serem tão precisos, não são tão eficazes quanto os anteriores:

Alguns elogios são pouco eficazes porque são desinteressantes, ditos com pouco
entusiasmo, sem sorrisos, nem troca de olhares. Ao elogiar sorria, olhe a criança com
ternura.

O elogio deve ser imediato. Porquê? Porque só é eficaz se for dito nos 5 segundos
imediatamente após o comportamento ter aparecido. Por vezes, o elogio é dado horas
ou dias depois do comportamento positivo ter ocorrido. Quando isto acontece, o elogio
perde toda a sua força e já não tem o mesmo efeito positivo.

Como fazer?

 Dê-lhe o direito de ser criança. As crianças não têm de saber tudo, não têm que
ser as melhores em tudo.
 Dê atenção às tentativas que a criança vai fazendo (ao fazer um desenho, ao
fazer a cama ou a arrumar os brinquedos) e não só ao sucesso das mesmas.
 Em vez de acumular elogios, esforce-se por reparar, por exemplo, quando ele/a
partilha alguma coisa, é bem-educado/a, faz o que lhe pedem, vai para a cama
quando lhe dizem, etc.
 É também muito importante incentivar as crianças a elogiar o seu
comportamento e o dos outros. Ao conseguirem fazer isto estão por um lado a
contribuir para a construção de relações positivas com as outras crianças e por
outro estão a aprender a autoelogiar-se. Este tipo de discurso ajuda-as a
tentarem persistir nas tarefas mais difíceis.
 Duplique o impacto do elogio. Sempre que houver um comportamento positivo
que possa ser elogiado, se forem 2 pessoas a fazerem-no, duplicam o número de
elogios.
 Evite fazer comparações. A intenção até pode ser boa, tentar desafiar as crianças
a conseguirem bons resultados, mas elas entendem estas comparações como a
passagem de um “atestado de incompetência”.
 Separe o comportamento da criança. O que está mal é o comportamento, não a
pessoa. Encarar a criança e o mau comportamento como sendo a mesma coisa
é errado, porque a criança pode acreditar que é má e se acreditar nisto tenderá
a confirmar essa imagem com comportamentos maus.

A disciplina, as regras e os limites

As crianças estão constantemente a testar os limites, as regras e a paciência dos pais,


desafiando-os frequentemente. E, fazem isto quando sentem menos firmeza nos pais.
Tentam pôr em causa as regras e as ordens que recebem. É uma das formas que as
crianças utilizam para perceber que as regras existem. O seu objetivo é conhecer os seus
limites.

Deve ter-se cuidado com a quantidade de ordens/indicações que são dadas às crianças
num curto espaço de tempo. É habitual que os pais, sem se aperceberem, deem várias
ordens em simultâneo (“Arruma o quarto…Anda cá ajudar-me…Não mexas aí…Leva isto
ao pai”). Dificilmente conseguem lembrar-se de tudo o que lhe diz, por isso, é impossível
conseguirem cumprir tudo o que lhe pede. Uma criança de 4 anos só consegue cumprir
1 ou 2 ordens de cada vez. Por isso, não é aconselhável dar-lhes muitas ordens. Em
contrapartida, nunca chegam a receber um número de elogios equivalente ao número
de ordens que lhe são dadas.
Também é comum os pais repetirem vezes sem conta a mesma indicação, até que a
criança obedeça. Quanto mais vezes repetir a mesma ordem maior a probabilidade da
criança aprender que só deve obedecer à 5.ª ou 6.ª vez.

Por outro lado, os pais, por vezes, fazem pedidos ou dão ordens que os seus filhos, já
estão a cumprir/fazer. Tenha atenção para não repetir uma ordem, quando as crianças
já estão a fazer o que lhes pediu.

Como fazer?

 É importante avisar com algum tempo de antecedência que vai chegar o


momento de cumprir uma ordem.
 Por vezes, não se chega a dar tempo nem oportunidade à criança para obedecer.
 As ordens não devem ser contraditórias. É importante que haja coordenação
entre pai, mãe, tios/as e avós;
 É importante assegurar-se que as crianças acabaram de cumprir uma ordem
dada por outra pessoa, antes de as mandar fazer outra;
 O cumprir ou não cumprir as ordens deve ter consequências;
 Depois de uma ordem, deve haver uma consequência ou responsabilização pelo
incumprimento da ordem.

Quando as regras são justas e racionais, a criança aprende facilmente em que condições
certos comportamentos devem ou não ser emitidos, além de saber porque razões
poderá ser reforçada ou punida (Sousa & Baptista, 2001).

Para Matos (2001), o seguimento de regras deve ser reforçado pelos pais, pois uma
criança que aprende a obedecer, sabe respeitar limites, e muitas condutas indesejáveis
podem ser evitadas. Além do reforço necessário para o cumprimento de regras, é
necessário que elas sejam transmitidas com uma linguagem plenamente compreensível
(Cavell, 2000; Matos, 2001; Sousa & Baptista, 2001).

Matos (2001) enfatiza que o cumprimento de regras também depende da habilidade ou


capacidade dos pais em monitorar a criança, da habilidade dos pais em cumprir com as
consequências previstas, como também da confiança que a criança deposita nos pais.
Reforços Positivos e Reforços Negativos

É fundamental reforçar/elogiar quando as crianças cumprem o que lhe fora pedido, pois
irão dar mais atenção aos seus pedidos e aumenta a probabilidade de serem obedientes.

O comportamento não tem de ser perfeito para merecer elogio, ou seja, devem elogiar-
se também as tentativas. Se para serem elogiadas pelo seu esforço, as crianças tiverem
de esperar até conseguirem dominar perfeitamente um comportamento novo, poderão
desistir de tentar fazê-lo. Reforçar o seu esforço e cada etapa faz a criança ter mais
vontade de continuar a perseguir o seu objetivo. Prepara a criança para o êxito!

Por exemplo, em crianças em idade escolar, mais importante do que o resultado que
aparece no teste, é o empenho que a criança teve a estudar.

Deve ser dada grande importância ao uso de reforços positivos. Segundo Sidman (2001),
o reforço positivo é a principal técnica não-coerciva de controlo de comportamento. O
reforço possui duas características: segue uma ação e torna mais provável que a ação se
repita. Sendo assim, os reforços positivos fortalecem as ações que o tenham produzido
(Sidman, 2001).

 Exemplo de reforços positivos: um doce; ir dar um passeio; ir ao cinema; um


beijinho/abraço; mais tempo a ver TV/PC; a mãe contar uma história
 Exemplo de reforços negativos: menos tempo de TV/PC; não comer doces; não
fazer uma atividade que gosta; retirar algo que a criança goste.

Efeitos negativos da punição

As punições que são utilizadas para constranger, humilhar ou depreciar as crianças,


podem gerar sentimentos doentios (Severe,2000). Quando os pais rotulam e depreciam
a criança, estão a contribuir para a formulação de autorregeras negativas.
Empreendedorismo Parental: O adulto como modelo e promotor de competências na
criança

As relações que os pais estabelecem com seus filhos são permeadas pela necessidade
de cuidar, educar e promover o desenvolvimento deles, resultando num conjunto
característico de comportamentos.

A educação é a fonte do empreendedorismo, pois, permite conhecer e gerar


conhecimento, repercutindo-se em novas formas de atuar sobre o real. A oportunidade
de desenvolver mentes empreendedoras que possibilitem o aparecimento de cidadãos
positivos, conscientes, responsáveis, detentores de conhecimento e de valores
humanistas pode começar na família.

“Empreendedorismo parental” é um conceito que alerta para a consciencialização dos


pais sobre as implicações que a sua forma de pensar, ser, sentir, relacionar e agir têm
no desenvolvimento da criança e de como a adoção de princípios educativos
empreendedores podem fazer toda a diferença no desenvolvimento das competências
da criança para saber agarrar as oportunidades que a vida lhe proporciona, para alcançar
êxito e ser feliz.

Velar pelos interesses da criança e pelo seu bem-estar implica também respeitar e
apoiar a sua individualidade e as suas ideias, os seus ideais positivos de vida, os seus
sonhos, os seus espaços e tempos, e partilhar as suas alegrias e tristezas proporcionando
uma orientação emocional positiva assente na proatividade, criatividade e na resolução
de problemas, de modo a contribuir para o desenvolvimento de competências que
passam necessariamente pelo desenvolvimento da sua inteligência (cognitiva,
emocional, social e empreendedora) e da harmonia do seu temperamento.

Os comportamentos que têm sido foco de treino incluem a comunicação, a


expressividade e enfrentamento e o estabelecimento de limites (Webster-Stratton,
1994; Dishion & Andrews, 1995; Lundahl, Risser, & Lovejov, 2006; Serketich & Dumas,
1996; Sanders et al., 2000).
O que fazer?

 Tente ter uma rotina e conte uma história uma ou duas vezes por semana.
Contar histórias, falar e cantar ajuda o desenvolvimento das crianças. Ao fazer
algumas destas atividades está a ajudar a criança a familiarizar-se com os sons e
as palavras e a contribuir para estimular a imaginação e a curiosidade.
 Desligue a televisão ou o rádio e encontre um lugar sossegado para estar com o
seu filho/a: pode ser sentado no sofá, num tapete, na sombra de uma árvore…;
 Divirta-se com os/as seus/ suas filhos/as.
 Os pais que desenvolvem práticas como discussões calmas, pacíficas e outras
abordagens indutivas em confrontos disciplinares, incutem em suas crianças um
senso de respeito para perspetivas contrastantes e uma crença de que as
disputas podem ser resolvidas através de meios não aversivos.
 O uso do reforço positivo, o ensino da resolução de problemas, a supervisão, a
monitoria positiva dos filhos, o incentivo à aquisição de hábitos de estudar para
melhorar o desempenho escolar são habilidades parentais fundamentais para o
desenvolvimento de comportamentos pró-sociais nos indivíduos.
 Envolvimento absoluto e relativo do pai e da mãe, e dos dois em conjunto. Nem
sempre o envolvimento dos pais e das mães é semelhante, pelo que, são
apresentados à criança ambientes familiares distintos, muitas vez nada
abonatórios para o desenvolvimento da sua autonomia, enriquecimento pessoal
e felicidade. Pais que não se disponibilizam para estar e conhecer o(a) filho(a) de
forma continua e gratificante para a criança, são estranhos para elas. Nestas
circunstancias, o clima relacional estabelecido não é o apropriado para gerar
desenvolvimento, aprendizagem, confiança, autonomia e criatividade na
criança.

Del Prette e Del Prette (2001) enumeram as seguintes classes de habilidades sociais:

1. Automonitoria;

2. Habilidades sociais de comunicação: fazer e responder perguntas; gratificar e elogiar;


pedir e dar feedback; iniciar, manter e encerrar conversação;
3. Habilidades sociais de civilidade: dizer por favor; agradecer; apresentar-se;
cumprimentar; despedir-se;

4. Habilidades sociais assertivas e de enfrentamento (direito e cidadania): manifestar


opinião, concordar, discordar; fazer, aceitar e recusar pedidos; desculpar-se e admitir
falhas; interagir com autoridade; estabelecer relacionamento afetivo e/ou sexual;
encerrar relacionamento; expressar sentimento negativo/desagrado e pedir mudança
de comportamento; interagir com autoridades; lidar com críticas;

5. Habilidades sociais empáticas: parafrasear; refletir sentimentos; expressar apoio;

6. Habilidades sociais de trabalho: coordenar grupo; falar em público; resolver


problemas, tomar decisões e mediar conflitos; habilidades sociais educativas;

7. Habilidades sociais de expressão de sentimento positivo: fazer amizade; expressar


solidariedade; cultivar o amor.

As habilidades sociais relevantes para a criança compreendem:

1. Autocontrolo e expressividade emocional;


2. Cidadania;
3. Empatia;
4. Assertividade;
5. Fazer amizades;
6. Solução de problemas interpessoais;
7. Habilidades sociais académicas.

Atuar no comportamento de desafio e oposição

Problemas de comportamento:

 Externalizantes, caracterizados por hiperatividade, impulsividade, oposição,


agressividade.
 Internalizantes, tais como, disforia, retraimento, medo e ansiedade (Achenbach
& Edelbrock, 1979).
Os pais, ao desempenharem seu papel como agentes de socialização dos filhos, tentam
orientá-los para o desenvolvimento da autonomia e responsabilidade e, para tal,
utilizam estratégias denominadas de práticas educativas parentais (Alvarenga &
Piccinini, 2001). A investigação dos determinantes dos problemas de comportamento
incide sobre as inter-relações entre as características das crianças, dos cuidadores e do
contexto social mais amplo (Ferreira & Marturano, 2002).

Práticas educativas parentais positivas como, por exemplo, disciplina consistente e


supervisão favorecem a aquisição de comportamentos socialmente adequados
(Gomide, 2004), ao passo que as negativas, que envolvem abuso físico e psicológico,
negligência, ausência de atenção e de afeto estão associadas ao desenvolvimento de
problemas de comportamento (Bolsoni- Silva & Marturano, 2002).

Pais que dão atenção para os filhos apenas quando eles apresentam problemas de
comportamento estão a reforçar os comportamentos inadequados (Sidman, 2001). Se
existem comportamentos inadequados, como agressividade, no repertório
comportamental das crianças é porque estão sendo mantidos por algum reforçador.
Nestes casos, para diminuir a ocorrência de comportamentos inadequados, é necessário
diminuir o reforço e aumentar o custo desses comportamentos (Cavell, 2000). As regras
são também especialmente importantes para o desenvolvimento das crianças, pois
como sujeitos verbais, grande parte de seus comportamentos são adquiridos através de
descrições verbais, apresentadas como regras, e que especificam as contingências do
ambiente da criança. (Castanheira, 2001).

Técnicas de Relaxamento para Crianças

1. Soprar a vela - Objetivo: aprender a respirar de maneira profunda. A criança está


sentada numa cadeira, a cerca de 1,5m da vela acesa.
2. O jogo da semente – Colocar uma música relaxante de fundo e luz fraca, e
simbolizar o crescimento de uma árvore. Começa por colocar os joelhos no chão,
inclinar a cabeça e estender os braços para a frente. Ao som da música, a criança
vai crescendo e transforma-se numa árvore grande com ramos, que serão os
braços estendidos para cima quando estivermos de pé. Este exercício é ideal para
fazer à noite, antes de ir para a cama.
3. O conto da tartaruga, desenvolvido por Schneider.
4. O pote da calma - https://www.youtube.com/watch?v=2XN30vfIWRU
5. Amassar papéis, apertar bolas, rabiscar - ajuda as crianças a canalizar suas
emoções negativas. Além disso, ao mesmo tempo favorecemos o
desenvolvimento das habilidades motoras finas, já que lhes ajudamos a
fortalecer os músculos das mãos.
6. Pintar mandalas - favorece o relaxamento e a reflexão, mas também a
capacidade de concentração e a habilidade criativa.
7. Escutar música e cantar
8. “Meu lugar da paz” - Trata-se de levar a criança a imaginar um lugar seguro, no
qual ela se sinta à vontade.
9. Relaxamento muscular progressivo (Métodos de Jacobson e Schultz)
10. Massagem - As massagens proporcionam bem-estar e tranquilidade. Nas
crianças, as tensões se acumulam geralmente nos ombros.
11. Visualização de imagens agradáveis - deitar no chão e concentrarem-se na
respiração durante alguns minutos. Em seguida, pede-se que eles tenham foco
no que estamos relatando em voz alta. Pedimos que imaginem um campo
grande e verde; um prado tranquilo e em silêncio com a grama perfeitamente
cortada. Pedimos que sintam o aroma deste campo, como cantam os pássaros
ou como é a textura das flores.

Modelos de Intervenção

No que diz respeito às modalidades de intervenção contemporâneas para contribuir


com a melhoria da qualidade das práticas parentais e, consequentemente, favorecer o
desenvolvimento infantil, destacam-se alguns programas:

 Triple P – Positive Parenting Program (Sanders et al., 2000)


 Incredible Years (Webster-Stratton et al., 2008)
 Parent Management Training (Pearl, 2009)
 “Healthy Families Alaska”
 “Hawaii Healthy Start Program”
 “Apoyo Parental y Familiar”

Porquê intervir nas Competências Parentais?

Estudos têm mostrado que, ao se habilitar pais a ensinarem comportamentos


adequados e a modificarem comportamentos inadequados de seus filhos (portadores
de necessidades especiais ou não), a família adquire inúmeros benefícios (O’Dell, 1974;
Willians & Matos, 1984; Grossi et al., 1999; Marinho, 1999; Grossi, Souza & Batista,
1999).

Bibliografia

Alvarenga, P. (2001). Práticas educativas parentais como forma de prevenção de problemas de


comportamento. In H. J. Guilhardi, M. B. B. P., Madi, P. P. Queiroz, M. C. Scoz (Org.). Sobre
comportamento e cognição: Expondo a variabilidade. (pp. 54-60). Santo André: Esetec.

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comportamento: uma análise à luz das habilidades sociais. Estudos de Psicologia, 7(2), 227-235.

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