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Breve analise do Livro Didático

O livro analisado aqui se chama: Sociologia Para Jovens do Século XXI,


elaborado pelos autores Luis Fernandes de Oliveira e Ricardo Cesar Rocha da
Costa. Se encontra em sua 4° edição pela Imperial Novo Milênio editora LTDA,
Rio de Janeiro, 2016. Os livros é volume único feito para ser trabalho do Primeiro
ao Terceiro ano do ensino médio sendo cada unidade correspondente a uma das
séries. Fica dividido dessa maneira:
Unidades Capítulos
1. Sociedade e conhecimento 01. Sociologia: dialogando com você
sociológico. Para alunos do 1°ano 02.“Quem sabe faz a hora e não
do ensino médio espera acontecer?” A socialização
dos indivíduos
03.“O que se vê mais, o jogo ou o
jogador?” Indivíduos e Instituições
Sociais
04.“Torre de babel”: culturas e
sociedades
05.“Sejam realistas: exijam o
impossível!” Identidades sociais e
culturais
06.“Ser diferente é normal”: as
diferenças sociais e culturais
07.“A matrix está em toda parte...”:
ideologia e visões de mundo
08.“Ganhava a vida com muito suor e
mesmo assim não podia ser pior”. O
trabalho e as desigualdades sociais
na História das sociedades

2. Trabalho, Política e Sociedade. 09.“Tudo que é sólido se desmancha


Para alunos do 2°ano do ensino no ar”: capitalismo e barbárie
médio 10.“Todo mundo come no Mc
Donald‘s e compartilha no facebook?”
Globalização e neoliberalismo
11.“Um novo fast food para você”: o
mundo do trabalho e a educação
12.“O mercado exclui como o gás
carbônico polui‖”: capital,
desenvolvimento econômico e a
questão ambiental
13.“É de papel ou é pra valer?”
Cidadania e direitos no mundo e no
Brasil contemporâneo
14.“O Estado sou eu?”. Estado e
Democracia
15“Não é só pelos R$0,20 centavos”
Movimentos Sociais Ontem e Hoje
16.“Na telinha da sua casa, você é
cidadão?” O papel da mídia no
capitalismo globalizado

3. Relações Sociais 17. “Espaços de dor e de esperança”.


Contemporâneas. Para alunos do A questão urbana
3°ano do ensino médio 18. “Ocupar, resistir,produzir” A
quetão de terra no Brasil.
19. “Chegou o caveirão! E agora?”
Violência e desigualdades sociais
20. “A gente não quer só comida...”
Religiosidade e juventude no século
XXI
21.“Onde você esconde seu
racismo?” Desnaturalizando as
desigualdades raciais
22.“Lugar de mulher é onde ela
quiser?” Relações de gênero e
dominação masculina no mundo
23.“Cada um sabe a dor e a delícia de
ser o que é”. Debate a diversidade
sexual e de gênero.
24“tudo se chama nuvem, Tudo se
chama rio” nossos ancestrais,
primeiros habitantes do Brasil.

Vamos apontar um pouco da forma de tratar os conteúdos no livro nesse


momento optei por fazer um apanhado geral na forma de tratar os temas dentro
de das unidades. O livro abre seu primeiro capitulo com uma questão a ser
respondida. “Por que estudar Sociologia? De que forma o conhecimento
sociológico pode contribuir para a nossa vida?”, “De que forma o conhecimento
sociológico pode contribuir para a nossa vida?”. Essa sacada é muito perspicaz
já que os autores entendem que a sociologia acaba por ser diferente das
matérias que estamos acostumados a ver no ensino fundamental. Eles optam
por demonstrar que a noção de utilidade vinda do senso comum, esvaziasse
nesse contexto.
Mais à frente é discutido o processo de socialização, o surgimento da Sociologia
e as relações entre indivíduo e sociedade, aqui temos contato com Marx,
Durkheim e Weber. Trata-se de responder a seguinte questão: é o pensamento
e a ação dos indivíduos que influenciam a sociedade como um todo ou é o
contrário? Os autores explicam o processo de socialização dos indivíduos.
Processo esse onde eles aprendem, na convivência com os outros seres
humanos, valores, ideias, atitudes e afazeres comuns.
O livro opta por uma ferramenta pedagógica não só aqui, mas por toda trajetória
que é digna de nota. A maneira como ele sempre tentar trazer situações
cotidianas como espaço educacional. Vemos um exemplo no momento em que
o livro discute sobre as instituições sociais com uma notícia sobre futebol: onde
um, jogador francês que colocou a mão na bola e favoreceu a França contra a
Irlanda, num jogo válido pelas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2010. Com
isso os autores buscam chamar atenção dos alunos para a importância da
relação individuo sociedade contextual. Onde regras são institucionalizadas.
No capítulo 4 os autores usam DaMatta, para romper com a visão de senso
comum, que entende a cultura como sinônimo de sofisticação sabedoria, títulos
universitários. Essa perspectiva é utilizada, em muitos casos, como arma
discriminatória contra certos grupos sociais, e deve ser descartada. Porém,
antes de se aprofundar no conceito antropológico, os autores trabalham a cultura
como a maneira ao qual o mundo é percebido por nos.
A obra ainda traz autores como Georg Herbert Mead (para pensar o conceito de
self), Erving Goffman (para refletir sobre a identidade como representação
teatral), e Juarez Dayrell, em trabalho com Juliana Batista Reis (para
compreender a condição juvenil). Explica, por exemplo, que a identidade é o
conjunto de papéis distintos assumidos pelo indivíduo enquanto sujeito histórico,
pertencente a uma determinada sociedade.
O livro aborda bem temas que tangem a realidade trazendo discussões a
respeito do impacto tecnológico nas novas formas de fazer politica como vemos
nos capítulos 15 e 16. Abordando fenômenos que tocam diretamente a
conjuntura atual global e em nosso pais dando ferramentas apara pensar o
fenômeno democrático e como a tecnologia se relaciona com esse momento.
É importante citar também o tema central da unidade 2 Trabalho, Política e
Sociedade – tem como objetivo discutir as grandes questões do mundo
contemporâneo, fundamentais para que os estudantes iniciem uma reflexão
mais aprofundada sobre os processos e dinâmicas econômicas, sociais e
políticas que envolvem as sociedades em geral.
Após uma tradicional análise histórica da transição do feudalismo para o
capitalismo, em que se destaca o surgimento dos camponeses livres, dos
artesãos e da burguesia, o livro apresenta o conceito de acumulação primitiva e
seu impacto na Inglaterra.
Os autores, seguindo Marx, observam que o sistema capitalista é irracional, visto
que não se baseia na produção de valores de uso, e sim de valores de troca,
desperdiçando recursos, causando desemprego, miséria e insegurança
Aqui ainda aponta o embate geopolítico entre URSS e Estados unidos, além de
mostrar uma alternativa ao modo de produção capitalista que vai nos levar a
guerra fria. Depois dessa discussão chegamos a globalização com a vitória do
modelo capitalista. Mergulhamos no “novo” capitalismo global, na diminuição das
fronteiras no mundo e nos novos modelos econômicos de produção. Após um
mergulho na crise econômica da década de 1970, período em que cresceu a
influência do pensamento neoliberal. O processo de avanço do toyotismo e de
crise do taylorismo-fordismo vem acompanhado do aumento da automação e da
robotização, gerando o chamado desemprego estrutural.
Penso que ainda poderiam melhorar nas possíveis contribuições da
Antropologia para os estudantes, considera que um dos problemas de Sociologia
para Jovens do Século XXI é o pouco aprofundamento da questão indígena em
diferentes regiões do Brasil contemporâneo, principalmente no que diz respeito
à construção da identidade indígena em permanente contato com distintas
realidades da sociedade urbana embora deva ser reconhecido o esforço para
mudar isso no ultimo capitulo 24 do livro. Uma pena ele parecer deslocado do
resto do livro enquanto unidade.
Em todo seu decorrer o livro traz diversos materiais visuais, como exemplo temos
tabelas para falar de economia com dados da distribuição de riqueza, imagens
ilustrando a multiplicidade cultural na torre de babel. Sem falar que ao final de
cada capitulo, temos alguns exercícios buscando relacionar todo conteúdo de
cada um dos mesmos, seguido de indicações de filmes e vídeos, livros auxiliares,
sites para pesquisa, jogos eletrônicos o que torna possível o aprofundamento da
experiencia de aprendizado dos alunos.
O livro aborda muitos temas e até cita vários autores porem não consegue se
aprofundar ao meu ver da maneira necessária. Aspecto que considero
totalmente normal devido a multiplicidade de assuntos abordados.

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