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UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA – UEPB

CENTRO DE CIÊNCIAS, TECNOLOGIA E SAÚDE – CCTS


DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL
DOCENTE: DIEGO GAYOSO MEIRA SUASSUNA DE MEDEIROS
COMPONENTE CURRICULAR: DIREITO PARA ENGENHARIA CIVIL
DISCENTE: JOSÉ ANDERSON DOS SANTOS

FERREIRA, Rafael Fonseca. Diário de classe: Brasil quase 30 anos depois... O que é
uma Constituição?, Revista Consultor Jurídico, 2018.

“A arte do diálogo está desaparecendo? [...] Ou será ainda que o que se tem chamado
de incapacidade para o diálogo não é propriamente a decisão de recusar a vontade de
entendimento e uma mordaz rebelião contra o pseudoentendimento dominante na vida
pública?”

“[...] dois elementos são derradeiros para o diálogo: a capacidade de ouvir e a existência
de uma linguagem comum entre os participantes; outros fatores podem determinar a
impossibilidade de participar no diálogo como a alienação social e política, o
dogmatismo e o ceticismo, a indiferença acerca do que se dialoga, o bloqueio da
produtividade interpretativa e o fatalismo da conformidade.”

“Nesse curto período de interpelação e aproximação com a Constituição, buscamos


compreender seu sentido (ou não?!), o sucesso dessa empreitada dependerá do modo
como nos é/foi apresentada. Este é o ponto: aprendemos ou não a defendê-la?!”

“[...] como é possível olhar o novo (texto constitucional de 1988) se os nossos pré-juízos
(pré-compreensão) estão dominados por uma compreensão inautêntica do Direito,
onde, no campo do Direito Constitucional, pouca importância tem sido dada ao estudo
da jurisdição constitucional? [...]30 anos da Constituição de 1988, se temos algo
diferente para dizer sobre Constituição? E no Direito, progredimos ou regredimos?”

“Passados quase 30 anos e ainda imersos em mazelas políticas e jurídicas típicas de pré-
CF/88: autoritarismos, protagonismo das relações de poder, estamentos, clientelismo, do
direito como instrumento etc., todos dilemas (predadores exógenos e endógenos do
Direito) que servem para denunciar que não compreendemos materialmente a
Constituição.
E é por aí que trilharam temas de duvidosa constitucionalidade, sem maior
estranhamento (e com torcida), alguns deles recentíssimos: o impeachment; a emenda
dos gastos públicos; a presunção de inocência transformada em presunção de
culpabilidade; a intervenção federal militar no RJ. A Constituição não foi feita para
resistir às maiorias eventuais? E o que aconteceu com a jurisdição constitucional?”

“[...] a força normativa da Constituição está identificada com a sua resistência e


preservação de sua identidade, não obstante as transformações históricas. Dito de outro
modo, as transformações históricas de uma forma ou de outra, sempre encontram
ressonância na Constituição, não o contrário, sob pena de vulnerabilizar sua identidade e
sua resistência.”

“[...] a (de)predação da Constituição é muito mais um problema de autonomia do


Direito (e das condições dessa compreensão) do que meramente um problema político
ou econômico, pois a opção pelo Estado Democrático de Direito enquanto tradução da
intencionalidade sociocultural em razão da institucionalidade do Direito na história tem,
no Brasil, tarefas e compromissos de justiça social e constitucional que não podem ser
secundarizados.”

“Hoje, a resistência às tensões e violações constitucionais a partir da política, da


economia e, por vezes, de movimentos da própria sociedade, ao alvedrio da mediação
jurídica, nunca será suficiente para garantir respostas constitucionalmente adequadas.”

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