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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO TOCANTINS

PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO
CAMPUS DIANÓPOLIS

RENATO DOS REIS JUNIOR


RICARDO SOUZA DE BRITO

DIREITO TRIBUTÁRIO I

DIANÓPOLIS/TO
MAIO/2019
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO TOCANTINS
PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO
CAMPUS DIANÓPOLIS

RENATO DOS REIS JUNIOR


RICARDO SOUZA DE BRITO

ICMS – CIRCULAÇÃO DE MERCADORIAS

Trabalho apresentado à Disciplina Direito


Tributário I como registro parcial para a
avaliação do Curso de Direito da
Universidade Estadual do Tocantins -
UNITINS, Campus Dianópolis sob orientação
do Professora Karita Scotta.

DIANÓPOLIS/TO
MAIO/2019
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ICMS – CIRCULAÇÃO DE MERCADORIAS

1. INTRODUCAÇÃO

Inicialmente o ICMS, não era chamado assim como conhecemos. Sua


nomenclatura era IVC, foi criado em 1934 era o imposto sobre vendas e
consignações e era incidindo em todas as fases de circulação, do produtor até o
consumidor, (efeito cascata). Em 1965 cria-se o ICM – Imposto sobre a Circulação
de Mercadorias, diferenciava-se do IVC, pois não trabalhava como efeito cascata, e
seu pagamento era efetuado sobre a diferença maior entre o valor da operação
tributada e o da operação anterior.

O ICMS que conhecemos hoje em dia só foi criado através da Constituição


Federal de 1988, entrando em vigor em 1º de Março do mesmo ano, foi extinto os
impostos especiais, de incidência única e de competência federal, que temos como
exemplo, os combustíveis, energias elétricas e minerais do país. Agregou-se
também no campo de incidência do ICMS, nele incluiu as prestações de serviços de
transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação. Isso ocorre em razão da
retirada da esfera de competência tributária da União, dos impostos sobre serviços
de transportes e de comunicação, pela Assembleia Nacional Constituinte.

2. OBJETIVO

O ICMS tem finalidade indiscutivelmente fiscal, apesar de a Constituição


Federal permitir que seja seletivo, em função da essencialidade das mercadorias e
dos serviços (CF, art. 155, § 2.º, III), faculdade que, se utilizada, proporcionaria
visíveis notas de extrafiscalidade ao tributo, pois sua incidência seria mais elevada
sobre as mercadorias e serviços consumidos pelas pessoas de maior capacidade
contributiva, de modo a redistribuir renda.
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3. COMPETÊNCIA

O art. 155 da CF estabelece ser de competência dos Estados e do Distrito


Federal a instituição do ICMS.

Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal


instituir impostos sobre: (...) I – operações relativas à
circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços
de transporte interestadual e intermunicipal e de
comunicação, ainda que as operações e as prestações se
iniciem no exterior.

Foi instituído pela reforma tributária da Emenda Constitucional n. 18/65 e


representa cerca de 80% da arrecadação dos Estados. É gravame plurifásico (incide
sobre o valor agregado, obedecendo-se ao princípio da não cumulatividade), real (as
condições da pessoa são irrelevantes) e proporcional, tendo, predominantemente,
um caráter fiscal.

4. SUJEITOS ATIVO E PASSIVO

O art. 119 do CTN preconiza que Sujeito Ativo da obrigação é a pessoa


jurídica de direito público titular da competência para exigir o seu cumprimento. É o
titular do direito subjetivo de exigir a prestação pecuniária. Pode ser uma pessoa
jurídica pública ou privada e, também pode ser uma pessoa física.

O Sujeito Passivo do ICMS poderá ser consoante a dicção do art. 4º da Lei


Complementar n. 87/96:

a) pessoas que pratiquem operações relativas à


circulação de mercadorias;

b) importadores de bens de qualquer natureza;

c) prestadores de serviços de transporte interestadual e


intermunicipal;

d) prestadores de serviços de comunicação.


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Entretanto, há a possibilidade de figurar no polo passivo da relação


jurídica o responsável tributário, quando escolhido por lei para pagar o tributo,
sem que tenha realizado o fato gerador (art. 121, parágrafo único, II, do CTN).

Exemplo: produtor rural de leite cru que distribui seu produto para
empresa de laticínios. O escolhido por lei para recolher o tributo é a empresa
de laticínios. Assim, o fato gerador ocorreu lá “atrás”, na saída da propriedade
rural, e o recolhimento é feito aqui na “frente” (laticínio). Portanto, adia-se ou
difere-se o pagamento, dando azo à figura do diferimento.

5. CONTRIBUINTE

Afinal, quem são os contribuintes do ICMS, e o que são? Regulamentado pelo


artigo 4 da Lei Kandir, um contribuinte é uma Pessoa Física ou Jurídica que realiza
operações de comércio ou operações de circulação de mercadoria ou prestações de
serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que
as operações e as prestações se iniciem no exterior, com volume ou habitualidade.

Importante ressaltar que o contribuinte pode ser um produtor rural ou Pessoa


Física e não é obrigado a ter um CNPJ. Basta ele efetuar operações de venda. Além
disso, toda vez que você marcar o cliente como contribuinte precisará informar a
inscrição estadual. Caso contrário, não será possível autorizar a NF-e.

6. FATO GERADOR

A base nuclear do fato gerador é a circulação de mercadoria ou prestação de


serviços interestadual ou intermunicipal de transporte e de comunicação, ainda que
iniciados no exterior (art. 155, II, da CF).

Diz-se que existem, na verdade, quatro impostos definidos na outorga de


competência do inciso II do art. 155 do texto constitucional vigente, quais sejam:

a) imposto sobre a circulação de mercadorias;


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b) imposto sobre serviços de transportes interurbanos e


interestaduais e de comunicação;

c) imposto sobre a produção, importação, circulação,


distribuição e consumo de combustíveis líquidos e
gasosos e energia elétrica;

d) imposto sobre extração, importação, circulação,


distribuição e consumo de minerais.

Porém, resumindo, entendemos que o ICMS é um imposto estadual, cujo fato


gerador pode consistir:

a) na circulação de mercadorias;

b) na prestação de serviço de transporte (interestadual e


intermunicipal);

c) na prestação de serviço de comunicação.

O fato gerador do ICMS descrito na Constituição Federal é atinente a


operações relativas à circulação de mercadorias.

Portanto, o fato gerador indica quaisquer atos ou negócios,


independentemente da natureza jurídica específica de cada um deles, que implicam
a circulação de mercadorias, assim entendida a circulação capaz de realizar o trajeto
da mercadoria da produção até o consumo.

7. INCIDÊNCIAS E NÃO INCIDÊNCIAS DO ICMS

Circulação de Mercadorias

A circulação que abrange o ICMS não se trata somente da mera


movimentação física de mercadorias, mas sim da movimentação jurídica, ou seja,
quando o produto muda de titular. Além disso, a mercadoria, para fins de incidência
do imposto, consiste na coisa móvel que tem destinação comercial. Portanto, deve
haver intenção de lucro para sua tributação. Entretanto, a Constituição coloca um
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adendo em relação à entrada de mercadoria do exterior, sendo que o ICMS será


cobrado em qualquer finalidade, mesmo quando a importação for para uso próprio.

O fato gerador, conforme descrito na Carta Magna, é referente a operações


de “circulação de mercadorias”, ou seja, quaisquer atos ou negócios,
independentemente de sua natureza jurídica, que impliquem o trajeto da mercadoria
desde sua produção até o consumo.

Define-se circulação como a mudança de titularidade jurídica do bem. A


movimentação física do bem não se traduz em circulação, propriamente dita. Cite-
se, como exemplo, a saída de bens para mostruário. Nessa hipótese, não incide o
ICMS, pois não houve mudança de titularidade.

De maneira simplificada, o “conjunto das coisas" compreende tudo o que


existe no universo, exceto as pessoas. O "conjunto dos bens" é composto por todas
as coisas com valor econômico (é subconjunto das .coisas). Já o "conjunto das
mercadorias" compreende os bens móveis que estão no mundo dos negócios com
finalidade comercial.

Nessa toada, o conceito de “mercadoria” deve ser assimilado, a fim de que se


tenha o correto entendimento do fato gerador do ICMS: “mercadoria” vem do latim
merx, i.e., “coisa que se constitui objeto de uma venda”.

A Constituição Federal define, de forma implícita, o vocábulo “mercadoria”,


em seu sentido estrito, englobando no termo as ideias de “produto” e “intenção de
mercancia”, assim devendo ser ele entendido para a constituição do fato gerador do
ICMS.

O intuito de mercancia decorre da habitualidade ou volume típico de comércio


na aquisição do bem.

Nessa medida, as coisas que um empresário adquire para uso ou consumo


próprio não são “mercadorias”, pois não há intenção de venda ou revenda com essa
aquisição.

Conforme a doutrina e a jurisprudência do STF, o ICMS não deveria incidir


sobre a importação de bens para uso do importador, à luz do conceito de mercadoria
já discutido anteriormente. Entretanto, após a introdução da EC n.º 23/1983, passou
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a haver incidência do ICMS sobre os bens citados, não obstante a Emenda citada
não ter alterado o conceito de mercadoria. A LC n.º 87/1996 e a Constituição Federal
de 1988 seguiram a mesma trilha. Por fim, a EC n.º 33/2001 ampliou a incidência
para quaisquer pessoas físicas ou jurídicas, mesmo que estas não sejam
contribuintes habituais do tributo.

Por derradeiro, relevante citar as situações em que o ICMS não deve incidir:

a) Sobre coisas corpóreas que não configurem mercadoria, ou seja, bens de


particulares;
b) na alienação de bens do ativo fixo ou imobilizado. Note a jurisprudência
no STF: “A venda de bens do ativo fixo da empresa não se enquadra na
hipótese de incidência determinada pelo art. 155, I, b, (sic) da Carta
Federal, tendo em vista que, em tal situação, inexiste circulação no sentido
jurídico-tributário: os bens não se ajustam ao conceito de mercadorias e as
operações não são efetuadas com habitualidade” (STF, RE 194.300-9/SP,
1.ª T., j. 29.04.1997, v.u., rel. Min. Ilmar Galvão, DJU 12.09.1997, p.
43.737);
c) na simples transferência de mercadoria de um estabelecimento para outro
da mesma empresa (Súmula 166 do STJ);
d) nos casos de remessas de mercadorias para demonstração e/ou
consignação;
e) nos casos de integralização de bens (máquinas, equipamentos, veículos
etc.) pela pessoa jurídica para a constituição ou ampliação de uma outra
empresa (mero negócio societário);
f) nos casos de mudança integral do estabelecimento da pessoa jurídica,
com a mudança do seu patrimônio para outro local.

8. BASE DE CÁLCULO

A base de cálculo pode ser:

a) o valor da operação, em se tratando de operação de


circulação de mercadoria;
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b) o preço do serviço, em se tratando de transporte


(interurbano e interestadual) e de comunicação;

c) o valor da mercadoria ou bem importado, constante em


documento de importação, convertido em moeda nacional pela
mesma taxa de câmbio utilizada para cálculo do imposto de
importação, e acrescido do IPI, do IOF, do próprio II (Imposto de
Importação) e das despesas aduaneiras.

A base de cálculo do ICMS é o montante da operação, incluindo o frete e


despesas acessórias cobradas do adquirente/consumidor. Sobre a respectiva
base de cálculo se aplicará a alíquota do ICMS respectiva.

A Constituição Federal, em seu artigo 155, XI, dispõe que não


compreenderá, na base de cálculo do ICMS, o montante do imposto sobre
produtos industrializados, quando a operação, realizada entre contribuintes e
relativa a produto destinado à industrialização ou à comercialização, configure
fato gerador dos dois impostos (ICMS e IPI).

Como regra geral, o imposto sobre produtos industrializados, nos termos


do § 2º do art. 13, d a LC 87/96, e do inciso XI do § 2º do art. 155 da Carta
Magna:

Não integra a base de cálculo do ICMS somente quando


concorrerem as seguintes condições:

1 - a operação for realizada entre contribuintes;

2 - o objeto da operação for produto destinado à


industrialização ou à comercialização; e

3 - a operação configurar fato gerador de ambos os


impostos. Integra a base de cálculo do ICMS se
ocorrer qualquer das seguintes condições:

1 – a operação não for realizada entre contribuintes;


2 – o objeto da operação for produto não destinado à
industrialização ou à comercialização; e
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3 – a operação não configurar fato gerador de


ambos os impostos.

9. ALÍQUOTAS

Para compreender o estudo das alíquotas do ICMS, vale destacar o art. 155, da CF:

Art. 155. (...) § 2º. O imposto previsto no inciso II atenderá


ao seguinte: (...) IV – resolução do Senado Federal, de
iniciativa do Presidente da República ou de um terço dos
senadores, aprovada pela maioria absoluta dos seus
membros, estabelecerá as alíquotas aplicáveis às
operações e prestações, interestaduais e de exportação.
V – é facultado ao Senado Federal: a) estabelecer
alíquotas mínimas nas operações internas, mediante
resolução de iniciativa de um terço e aprovada pela
maioria absoluta de seus membros; b) fixar alíquotas
máximas nas mesmas operações para resolver conflito
específico que envolva interesse de Estados, mediante
resolução de iniciativa da maioria absoluta e aprovada
por dois terços de seus membros.

Antes da Constituição Federal, o então “ICM” (hoje, ICMS) tinha as


mesmas alíquotas distintas para os produtos, admitindo-se, facultativamente ao
ICMS, a própria seletividade, em razão da essencialidade das mercadorias e dos
serviços (art. 15 5, § 2º, III, da CF).

Quanto às alíquotas, consoante a Resolução do Senado Federal n.


22/89, há as internas – livremente estipuladas pelos Estados (usualmente 17%
ou 18%) – e as interestaduais, para as quais há o seguinte critério: alíquota
para todas as mercadorias. Atualmente, no entanto, temos:

a) Alíquota de 7%: para operações interestaduais que


destinarem mercadorias ou serviços a contribuintes dos Estados
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das regiões Norte, Nordeste e Centro-oeste e para o Espírito


Santo;

b) Alíquota de 12%: para operações interestaduais que


destinarem mercadorias ou serviços a contribuintes dos Estados
das regiões Sul e Sudeste;

c) Alíquota de 17% ou 18%: para operações de


importação.

Todas as etapas logísticas de circulação das mercadorias e prestação de


serviços estão sujeitas ao ICMS, portanto é sempre necessária a emissão da nota
fiscal. Aliás, este imposto é tão vital na economia que a maioria dos Estados o
mantém como sua principal fonte de recursos financeiros para giro de capital.

As alíquotas aplicáveis no DF variam conforme a natureza da operação ou do


serviço (interna ou interestadual) e da mercadoria ou serviços operacionalizados, e
estão relacionadas no artigo 46 do Decreto nº 18955/1997 – Regulamento do ICMS
e no artigo 18 da Lei nº 1.254/96.

10. NÃO CUMULATIVIDADE

Esse princípio vem regulado no art. 19 da Lei Complementar n. 87/96. O


ICMS será não cumulativo, compensando-se o que for devido em cada operação
relativa à circulação de mercadorias ou prestação de serviços de transporte
interestadual ou intermunicipal e o de comunicação com o montante cobrado nas
operações anteriores pelo mesmo ou por outro Estado.

Podemos, ainda, entender a regra constitucional da não cumulatividade como


o postulado em que o imposto só recai sobre o valor acrescentado em cada fase da
circulação do produto, evitando assim a ocorrência do chamado efeito “cascata”,
decorrente da incidência do imposto sobre imposto, ou sobreposição de incidências.

Anuncia o art. 155 da CF:

Art. 155. (...) § 2º. (...) O imposto previsto no inciso II


atenderá ao seguinte: I – será não cumulativo,
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compensando-se o que for devido em cada operação


relativa à circulação de mercadorias ou prestação de
serviços com o montante cobrado nas anteriores pelo
mesmo ou por outro Estado ou pelo Distrito Federal.

Do ponto de vista econômico, pode-se afirmar que o Princípio se refere à


incidência do valor agregado em cada operação. Do ponto de vista jurídico, por seu
turno, o ICMS atua pelo mecanismo da “compensação”. Não se trata, todavia, de
“compensação tributária”, pois os créditos não são líquidos e certos; cuida-se de
compensação financeira, em que apenas descritivamente se compensam créditos e
débitos.

11. SELETIVIDADE

Trata-se de um princípio orientador, e não impositivo, quanto ao ICMS. Pauta-


se pela estipulação de alíquotas diferenciadas para certos produtos e/ou serviços,
para mais ou para menos, com base na seletividade, em função da essencialidade.

Art. 155. (...) § 2º. O imposto previsto no inciso II atenderá


ao seguinte: (...) III – poderá ser seletivo, em função da
essencialidade das mercadorias e serviços.

A seletividade decorre da conceituação do que é mais essencial ou do


que é menos essencial ou supérfluo, visando -se à minimização da carga
tributária daquilo que é mais essencial e maior onerosidade do que é
dispensável.

Exemplo: a Lei n . 6.374/89 (ICMS do Estado de SP) fixa a alíquota


de 25% nas operações com bebidas alcoólicas, fumo, perfumes, motocicletas,
asas-deltas, embarcações de esporte e de recreio, armas e munições,
binóculos, jogos eletrônicos, bolas e tacos d e bilhar, cartas para jogar, tacos
para golfe, entre outros; e estabelece a alíquota de 12% nas operações com
arroz, feijão, pão, sal, entre outros.
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12. IMUNIDADES

Nos termos do art. 155, § 2º, inciso X, alíneas “a” a “d”, da CF, temos uma
série de imunidades de ICMS. Não haverá incidência do tributo estadual sobre
operações que destinem mercadorias e serviços ao exterior (imunidade de ICMS
sobre a exportação), sobre operações que destinem aos outros estados o petróleo,
inclusive lubrificante, os líquidos, os gasosos e a energia elétrica, sobre o ouro
(definido na hipótese de ativo financeiro) e sobre as prestações de serviços de
comunicação, na modalidade de radio difusão sonoras e de sons e imagens de
recepção livre e gratuita.

Imunidade ao software: as operações de licenciamento ou cessão do direito


de uso de programas de computador (software) referem-se a bem incorpóreo, não
tendo por objeto a “mercadoria”, propriamente dita. Portanto, em tais operações não
haverá incidência de ICMS. Todavia, outro será o tratamento, caso tenhamos a
circulação de cópias ou exemplares dos programas de computador produzidos em
série ou escala e comercializados no varejo (software de prateleira ou exemplar
standard – off the shelf). Neste caso, teremos o fato gerador do ICMS.

Súmula 323 do STF

É inadmissível a apreensão de mercadorias como meio coercitivo para


pagamento de tributos. Nada obsta a que o Fisco proceda à apreensão de
mercadoria transportada, quando desacompanhada de nota fiscal, lavrando-se o
auto de infração, numa providência imediata, a fim de levar a efeito as providências
identificatórias do bem, no entorno da materialidade do fato. Caso contrário, se tal
embaraço ganhar foro de eternização, traduzir-se-á em meio coativo de percepção
de tributos, não podendo ser tolerado.Com efeito, a apreensão indevida se traduz
em maneira vexatória e gravosa de cobrança de tributo por via oblíqua, constituindo
sanção política, o que mobilizou o Poder Judiciário a repelir tal expediente arbitrário
e abusivo, com inúmeros posicionamentos calcados na Súmula n. 323 do STF

A apreensão ilícita viola inúmeros dispositivos constitucionais: desrespeita o


direito de propriedade (art. 5º, XXII, CF), da qual o cidadão somente será privado
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mediante justa indenização, com obediência ao devido processo legal. Ademais,


desponta a liberdade de trabalho, consagrada nos arts. 5º, XIII, XVIII e 170, ambos
da CF, na medida em que o comerciante tem a continuação de sua atividade
condicionada ao pagamento de tributos. Viola-se, igualmente, o devido processo
legal, do qual o contraditório e a ampla defesa são desdobramentos (art. 5º, LIV e
LV, CF). Poder-se falar até mesmo em crime de excesso de exação do agente
fazendário (art. 316, § 1º, CP), além de se garantir, ao contribuinte lesado, direito ao
integral ressarcimento dos prejuízos sofridos pela apreensão indevida, nos termos
do art. 37, § 6º, da CF.

13. ISENÇÃO

É a hipótese de não incidência legalmente qualificada. É a limitação do âmbito


de abrangência de critério do antecedente ou do consequente da norma tributária,
que impede que o tributo nasça.

A isenção aparece sob diversas formas no ICMS, seja sobre o item, sobre o
transporte, energia elétrica, exportações, aquisições de veículo por pessoas com
deficiência, etc. No caso da isenção, a concessão do benefício tem um prazo de
duração específico em lei, e esse prazo pode ser renovado ou não.

É um tratamento tributário específico concedido a determinados produtos ou


serviços tributados pelo imposto, visando desonerar o custo tributário do mesmo e
assim possibilitar a redução de seu preço para o consumidor.

14. LANÇAMENTO

O ICMS é imposto cujo lançamento se dá por homologação, disso não há


dúvidas, porquanto a legislação do imposto permite ao contribuinte adimplir a
obrigação tributária ao lhe fornecer todos os elementos componentes da obrigação
tributária e, ainda, mecanismos ao seu pagamento antecipado.
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Por essa razão, deveriam ser aplicáveis ao ICMS, sempre, as regras do artigo
150, §4º, do Código Tributário Nacional, inclusive em relação à apropriação de
créditos indevidos pelo contribuinte.

O ICMS é o sujeito passivo, mas quem constitui o crédito tributário é a


autoridade administrativa, pois o sujeito passivo estará agindo em nome dela, como
delegado dela. Melhor seria se o "lançamento por homologação" fosse chamado de
"lançamento por delegação".

Modalidades de lançamento

O CTN estabelece três e apenas três modalidades de lançamento:

a) Art. 149: lançamento de ofício, que é feito pelo Fisco. Exemplos:


lançamento de IPTU e de autos de infração.

b) Art. 147: lançamento por declaração, que é feito pelo Fisco. O sujeito
passivo, ou terceiro, declara a ocorrência de um fato gerador (matéria de fato) e o
Fisco, com base na declaração, lança o tributo devido.

c) Art. 150: lançamento por homologação, que é feito pelo sujeito passivo.
Essa é a modalidade de lançamento mais comum. É utilizada na arrecadação dos
principais tributos brasileiros: o IPI e o ICMS.

BIBLIOGRAFIA

Alexandre, Ricardo. Direito tributário I Ricardo Alexandre - 11. ed. rev~ atual. e
amp1. - Salvador - Ed. JusPodivm, 2017.

Sabbag, Eduardo. Direito tributário essencial / Eduardo Sabbag. – 6. ed. rev.,


atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2018.

Segundo, Hugo de Brito Machado. Código Tributário Nacional: anotações à


Constituição, ao Código Tributário Nacional e às Leis Complementares 87/1996
e 116/2003 / Hugo de Brito Machado Segundo. – 6. ed. rev., atual. e ampl. – São
Paulo: Atlas, 2017.
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Disponívelhttp://www.ambitojuridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leit
ura&artigo_id=13465. Acesso em: 17 de maio de 2019.

Disponível em - http://www.portaltributario.com.br/tributos/icms.html. Acesso em: 17


de maio de 2019.

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