You are on page 1of 57

UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA

INSTITUTO SOCIO AMBIENTAL E RECURSOS HIDRICOS


CURSO DE ENGENHARIA AMBIENTAL E ENERGIAS RENOVÁVES

DISCIPLINA: Tratamento de EFLUENTES

Profª: Silvana Veloso


AVISOS IMPORTANTES
SETEMBRO
01- Tratamento EFLUENTES;
08 - Tratamento EFLUENTES;
15- CAMAER (12 – 16)_n haverá aula**
22- SEMINÁRIOS (1ª parte)(10 pts)
29- SEMINÁRIOS (2ª parte)
OUTUBRO
Temas
SEMINÁRIOS 06- Visita Técnica*
13- Visita Técnica*
LODOS ATIVADOS 20- 2ª NAP (10pts)
PROCESSOS ANAEROBIOS 27- Prova Substitutiva
REUSO DA ÁGUA
REMOÇÃO DE POLUENTES
TRATAMENTO DE EFLUENTES GASOSOS

TCC, Monografia, Dissertação, Tese, Artigo, etc...)


(Atual, Interessante, Aplicado, Agronomia)
AVISOS IMPORTANTES SETEMBRO
Dia 22- SEMINÁRIOS (1ª parte)
Dia 29- SEMINÁRIOS (2ª parte)
REGRAS:

 TODOS APRESENTAM***
 Tempo MÁXIMO= 20 minutos
 (desconto de 1 pt.);
 Falta de assiduidade (desconto 1 pt.);
 Falta de pontualidade (desconto 1 pt.);
 Tema repetido (desconto 1 pt.);
 Muita leitura (desconto 1 pt.);
 Slides ruins (desconto 1 pt.);
CONFIRMAR O TEMA E EQUIPE ATÉ  Seminário sem aplicação prática (muito teórico)
NO MÁXIMO, NA PROXIMA AULA. (desconto 1 pt.);
***QUEM NÃO APRESENTAR
SEMINÁRIO VAI FICAR Só COM A ENTENDER E EXPLICAR O TRABALHO !!!
NOTA DA PROVA !!! Participação das outras equipes !
Parâmetros de Qualidade dos Esgotos
Parâmetros de Qualidade dos Esgotos
Parâmetros de Qualidade dos Esgotos
Parâmetros de Qualidade dos Esgotos
CARACTERÍSTICAS DOS ESGOTOS SANITÁRIOS
Os esgotos sanitários variam em função de diversas variáveis desde o clima até hábitos culturais e ao longo
do tempo, o que torna complexa sua caracterização.
Classificação por características físico químicas;

Contribuição Unitária da DBO: 54


g DBO / habitante x dia

Metcalf & Eddy (1991)

Metcalf & Eddy (1991)


CARACTERÍSTICAS DOS ESGOTOS SANITÁRIOS

Classificação pela presença de sólidos nos esgotos;

Contribuição Unitária de SST: 60 g SST / habitante x dia

Metcalf & Eddy (1991)


CARACTERÍSTICAS DOS ESGOTOS SANITÁRIOS
Características biológicas dos esgotos, importantes para referenciar as necessidades de desinfecção
Embora a legislação seja restrita aos índices de coliformes, aplicações dos esgotos como, por exemplo, na
agricultura, podem exigir o controle de outros indicadores.

Classificação por características biológicas;

Metcalf & Eddy (1991)


Características químicas
Nitrogênio

O nitrogênio total inclui o nitrogênio orgânico, amônia, nitrito e nitrato.

É um nutriente indispensável para o desenvolvimento dos


microrganismos no tratamento biológico.

O nitrogênio orgânico e a amônia compreendem


o denominado Nitrogênio Total Kjeldahl (NTK).
Proteína vegetal Proteína Animal Proteína Animal
Nitrogênio

Nitrogênio é parte integrante da excretada


molécula de proteína

Uréia
bactérias morte

NH3
Aminoácidos

NO2- Nitrito
NH3
NO3- Nitrato
NO2- Nitrito

NO3- Nitrato
Nitrogênio orgânico
Nitrogênio na forma de proteínas, Nitrificação
aminoácidos e uréia
Amônia
Produzida como primeiro estágio na
decomposição do nitrogênio orgânico

Nitrito
Estágio intermediário da oxidação da
amônia. Praticamente ausente no esgoto
bruto

Nitrato
Produto final da oxidação da amônia.
Desnitrificação Praticamente ausente no esgoto bruto
Características químicas
Nitrogênio

NITRIFICAÇÃO

2NH4+ + 3O2 2NO2- + 4H+ + 2H2O + energia

Bactérias quimiossintetizantes autótrofas


Bactérias nitrificantes
Gênero Nitrossomonas

2NO2- + O2 2NO3- + energia

Bactérias quimiossintetizantes autótrofas


Bactérias nitrificantes
Gênero Nitrobacter
Características químicas
Nitrogênio

• Nitrogênio orgânico – Método Kjeldahl


Orgânico dissolvido (peptídeos, purinas, aminas, aminoácidos, etc.);
Orgânico particulado (bactérias, fitoplâncton, zooplâncton e detritos), etc..

• Nitrogênio amoniacal – ocorrência devida ao íon amônio (NH4+) e amônia (NH3)


• Nitrito (NO2-)
• Nitrato (NO3-)

O valor típico da ocorrência de nitrato no esgoto tratado pode variar de 20mg/L,


no efluente do tratamento secundário, a zero, no efluente do tratamento terciário.
Características químicas
Nitrogênio
Importância em termos de poluição das águas:

Amônia e
Oxidam rapidamente/poluição recente
Nitrito

Nitrato Poluição antiga


Características químicas
Nitrogênio
Importância em termos de tratamento de esgoto

• O nitrogênio é essencial para o crescimento dos microrganismos responsáveis pelo


tratamento de esgotos;

• Em uma ETE pode ocorrer o processo de nitrificação, conversão da amônia a nitrito e


este a nitrato, o que ocasiona o consumo de oxigênio;

• No esgoto bruto a forma predominante são o nitrogênio orgânico e a amônia;

• Para remoção total do nitrogênio é necessário atingir a desnitrificação (conversão do


nitrato em nitrogênio gasoso é realizada por varias bactérias, dentre elas destaca-se o
gênero Pseudomonas).
A forma predominante do nitrogênio em um curso d’água, pode fornecer
indicações sobre o estágio da poluição eventualmente ocasionada por algum
lançamento de esgoto a montante.

Poluição recente
O nitrogênio estará basicamente na forma de nitrogênio orgânico e
amônia.

Poluição antiga
O nitrogênio estará basicamente na forma de nitrato (as concentrações de
nitritos são normalmente mais reduzidas).
PADRÕES DE QUALIDADE – Resolução CONAMA No 357/2005

Águas classe 2 - amônia total:


• 3,7 mg-N/L para pH ≤ 7,5
• 2,0 mg-N/L para 7,5 < pH ≤ 8,0
• 1,0 mg-N/L para 8,0 < pH ≤ 8,5
• 0,5 para pH > 8,5
Características químicas
FÓSFORO

O fósforo total existe na forma orgânica e inorgânica, é de grande


importantancia no tratamento biológico

Usualmente os esgotos domésticos possuem um teor suficiente de fósforo, mas


este pode estar deficiente em certos despejos industriais.

O fósforo é um nutriente essencial para o crescimento de algas, podendo por isso


em certas condições, conduzir o fenômeno de eutrofização de lagos e represas.

Uma dificuldade frequente no atendimento à legislação federal, refere-se ao padrão para


FÓSFORO, bastante restritivo independentemente da velocidade da água do corpo receptor.
PADRÕES DE QUALIDADE – Resolução CONAMA No 357/2005

Águas doce classe 2 – Fósforo Total


• 0,02 mg P/L para ambientes lênticos;
• 0,025 mg P/L para ambientes intermediários, com tempo de residência entre 2
e 40 dias e tributários diretos de ambiente lêntico e
• 0,1 mg P/L para ambiente lótico e tributários de ambientes intermediários.
Características químicas
FÓSFORO
O fósforo nos esgotos se apresenta em que forma?
FOSFATOS

inorgânica orgânica

Origem: detergentes Origem: fisiológica


e outros produtos
químicos domésticos
Características químicas
FÓSFORO

Importância em termos de tratamento de esgoto

O fósforo é um nutriente essencial para o crescimento dos microrganismos responsáveis


pela estabilização da matéria orgânica.

A relação em peso de DBO/N/P é considerada muitas vezes como indicadora da


viabilidade do tratamento biológico;

Valor usual para a relação 100/5/1.


Características químicas
FÓSFORO

O nitrogênio e fósforo são importantes para o tratamento.

Porém, quando se encontram em excesso no sistema de tratamento podem


causar:
POLUIÇÃO DAS ÁGUAS

É preciso remover o excesso de nutrientes!


Características químicas
pH

potencial Hidrogeniônico.
Condições de acidez, neutralidade ou alcalinidade do esgoto.

É um parâmetro importante para controle operação das estações de


tratamento. Em termos de tratamento de esgoto:
Os processos de oxidação biológica normalmente tendem a reduzir o pH.

O pH do esgoto varia tipicamente entre 6,5 e 7,5;


Esgotos antigos têm o pH inferior a 6,0
Medição pH:
Papel pH ou de tornassol (forma mais simples); e
pHmêtro ou potenciômetro (forma mais precisa)
Características QUALITATIVAS

 Físicas
 Químicas
 Biológicas Ocorrência de MO indicadores de poluição
Características BIOLÓGICAS do Esgoto
Os principais organismos encontrados nos esgotos são:
Bactérias
Fungos
Vírus
Protozoários
Helmintos
Algas
Características do
Características BIOLÓGICAS biológicas
Esgoto

Microrganismos presentes nos esgotos

• Bactérias Decomposição e estabilização da matéria orgânica em unidades de


• Fungos tratamento biológico

• Protozoários
• Vírus
• Algas Tratamento em lagoas de estabilização
Características do
Características BIOLÓGICAS biológicas
Esgoto

Coliformes totais (CT)


• Foram as primeiras bactérias a serem adotadas como indicador de poluição humana.

• Não significa necessariamente contribuição humana, por também se desenvolverem na


vegetação e no solo.

• A medida de coliformes é dada por uma estimativa estatística de sua concentração,


conhecida como o Número Mais Provável (NPM/100mL).

• Teor típico no esgoto bruto: 106 a 109 NPM/100mL de coliformes totais.


Características BIOLÓGICAS
Característicasdo
biológicas
Esgoto

Coliformes fecais (CF) – Coliformes termotolerantes


• São resistentes a elevadas temperaturas e praticamente de origem estrita fecal.
• Teor típico no esgoto bruto: 105 a 108 NPM/100mL de coliformes fecais.

Escherichia coli (EC)


• Escherichia é único gênero de presente em densidades elevadas nas fezes de humanos e
animais, e é raramente encontrada na ausência de poluição fecal.
• O esgoto bruto contém cerca de 109 EC/ g. fezes.
Características BIOLÓGICAS
Características biológicas
do Esgoto

Estreptococos fecais (EsF)


• Bactérias entéricas associadas à flora intestinal humana.

Enterococos fecais (EnF)


• Típica da flora intestinal de humanos e de animais sangue quente.
• Algumas espécies associadas a excretas de animais de sangue quente não humano.
• O esgoto bruto contém cerca de 109 EC/ g. fezes.
Características BIOLÓGICAS do Esgoto
Outros microrganismos usualmente investigados
• Helmintos
• Riscos: Ascaridíase, Teníase, Cisticercose, Esquistossomose,
Ancilostomose etc

• Protozoários
• Riscos: Amebíase, Doença de Chagas, Giardíase, Leishmaniose, Malária,
Toxoplasmose etc.

• Cianobactérias
• Riscos: Liberam toxinas capazes de afetar o intestino e o fígado,
irritações na pele, além de atribui odor e gosto à água.
Lançamento de esgotos em corpos d’água
Autodepuração Capacidade de reaeração

 “[...] é a capacidade do curso d'água de receber uma certa carga poluidora, eliminando-a gradativamente ao
longo do seu curso mediante ações naturais“(BRITTO, 2006).

O oxigênio é solúvel em água e o teor


máximo (saturação) de oxigênio dissolvido
A reaeração ocorre pela (0D) na água depende de diversos fatores,
interação com a atmosfera entre os quais a temperatura (a 25° ).
e pela fotossíntese.

A morte de alguns peixes se inicia


com teores de OD de 4 mg/L
Características dos Despejos Industriais

A legislação

é a primeira condicionante para um projeto de uma estação de


tratamento de efluentes industriais

É importante ressaltar que as diferenças das legislações muitas vezes


inviabilizam a cópia de uma estação de tratamento que apresente
sucesso em um Estado para outro.
Lançamento de esgotos em corpos d’água
Resolução CONAMA n. 357/05 – Qualidade

 Classificação das águas:


 Doces: Classe especial e de 1 a 4;
 Salobras: Classe especial e de 1 a 3;
 Salinas: Classe especial e de 1 a 3.
 A cada classe é atribuído um padrão de qualidade.
 Padrões de lançamento de efluentes.
PADRÕES DE QUALIDADE - Resolução CONAMA No 357/2005

• pH entre 6,0 e 9,0

• Oxigênio dissolvido não inferior a 5,0 mg/L


• DBO5,20 inferior a 5,0 mg/L

• Coliformes totais não superior a 5.000 NMP/100 mL e coliformes fecais não


superior a 1.000 NMP/100 mL
Lançamento de esgotos em corpos d’água
ABNT - NBR 13.402/1995

Caracterização de cargas poluidoras em efluentes líquidos industriais e domésticos.


 Carga poluidora: “Qualidade de massa/energia em um corpo de água que exerce efeito
danoso sobre ele” (ABNT, 1995).

 NBR 9897/87: Planejamento de amostragem de efluentes líquidos e corpos receptores


(Procedimento)
 NBR 9898/87: Preservação e técnicas de amostragem de efluentes líquidos e corpos
receptores (Procedimento)
Lançamento de esgotos em corpos d’água
ABNT - NBR 13.402/1995

 Parâmetros:
Acidez, Alcalinidade, Alumínio, Carbono
orgânico total, Cloreto, Coliformes fecais,
Coliformes totais, Cor, DBO, DQO, Dureza,
Fenol, Fosfatos, Fosfato total, N-amoniacal,
N-nitrato, N-nitrito, N-orgânico, N-total,
Óleos e graxas, Organoclorados, pH, Sólidos
dissolvidos, Sólidos não-filtráveis, Sólidos
sedimentáveis, Sólidos totais, Sulfatos,
Sulfetos, Surfatantes, Temperatura e Turbidez
(ABNT, 1995).
Lançamento de esgotos em corpos d’água
Resolução CONAMA n. 430/2011

 Dispõe sobre as condições e padrões de lançamento de efluentes, complementa e altera


a Resolução no 357, de 17 de março de 2005, do Conselho Nacional do Meio Ambiente-
CONAMA.

 Esgotos doméstico e outros efluentes.


PADRÕES DE EMISSÃO - Resolução CONAMA No 430/2011

• pH entre 5,0 e 9,0


• Temperatura inferior a 40o C
• Sólidos sedimentáveis inferior a 1 mL/L
• Amônia  20 mg/L
LANÇAMENTOS DE ESGOTOS SANITÁRIOS

SEM TRATAMENTO COM TRATAMENTO


Níveis de OD x Tipos de organismos

Os diferentes níveis de OD existentes ao longo do curso d'água após


o lançamento de um despejo, favorecem o aparecimento de diferentes
tipos de organismos.

Essa variação resulta na formação de zonas características do


estado do curso d'água onde predominam determinados tipos de
organismos.
Níveis de OD x Tipos de organismos
CURVA DE OD DO CORPO LÍQUIDO
Níveis de OD x Tipos de organismos  Água turva e escura;
 Sólidos sedimentáveis do esgoto tendem a se depositar no fundo;
 OD cai rapidamente;
 Presença de gás carbônico e amônia;
 Peixes e outros, extintos ou expulsos;
 Subsistem alguns fungos e grande número de bactérias.
Níveis de OD x Tipos de organismos  Corresponde aos níveis mais baixos de OD;
 Decomposição anaeróbia;
Formação de bolhas de gás e maus odores;
Organismos anaeróbios;
 Desaparecimento dos fungos;
 As formas de vida mais complexas se limitarão a alguns vermes e larvas de insetos.
Níveis de OD x Tipos de organismos  Corresponde a um lento crescimento do nível de OD;
 Redução do consumo de OD;
 Gás carbônico e a amônia decrescem;
 Presença de nitratos e nitritos;
 Menor teor de bactérias, mais plantas aquáticas e peixes mais resistentes.
Níveis de OD x Tipos de organismos

 Restabelecimento do equilíbrio;
 Aparência do seu estado natural;
Lançamento de esgotos em corpos d’água
Localização de amostragem no corpo receptor

Legenda:
A – a montante de fontes poluidoras;
B – a jusante de fontes produtoras agrícolas;
C – em descargas poluidoras no ponto de lançamento no corpo receptor;
D – pontos municípios a jusante dos lançamentos, para verificar a mistura dos mesmos no
sentido lateral;
E – amostragem de tributários, na área de sua desembocadura no corpo receptor;
F – monitoramento à jusante do tributário, após sua mistura no corpo receptor.
Fonte: ABNT-NBR 9897/1987

You might also like