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UFPA

ESTUDO SOBRE AS PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DO GRUPO MOTOR


GERADOR COM ÊNFASE NO FUNCIONAMENTO E PROGRAMAÇÃO DA
UNIDADE DE SUPERVISÃO DE CORRENTE ALTERNADA - USCA

WESLLEY GOMES MORAES

Janeiro de 2015

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ


CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE TUCURUÍ
TUCURUÍ – PARÁ – BRASIL

1
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ
CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE TUCURUÍ
FACULDADE DE ENGENHARIA ELÉTRICA DE TUCURUÍ

CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA ELÉTRICA

WESLLEY GOMES MORAES

ESTUDO SOBRE AS PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DO GRUPO MOTOR


GERADOR COM ENFASE NO FUNCIONAMENTO E PROGRAMAÇÃO DA
UNIDADE DE SUPERVISÃO DE CORRENTE ALTERNADA - USCA

Trabalho de Conclusão de Curso requerido


pela Universidade Federal do Pará – UFPA,
Campus Universitário de Tucuruí, para
obtenção de graduação do Curso de
Engeharia Elétrica, orientado pelo Prof.
Jefferson Souza Costa.

Tucuruí – PA
2015

2
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ
CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE TUCURUÍ
FACULDADE DE ENGENHARIA ELÉTRICA DE TUCURUÍ

CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA ELÉTRICA

WESLLEY GOMES MORAES

ESTUDO SOBRE AS PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DO GRUPO MOTOR


GERADOR COM ENFASE NO FUNCIONAMENTO E PROGRAMAÇÃO DA
UNIDADE DE SUPERVISÃO DE CORRENTE ALTERNADA - USCA

Este trabalho foi julgado em ____ /____ / ____ adequado para obtenção do Grau
de Engenheiro Eletricista, e aprovado na sua forma final pela banca examinadora que
atribuiu conceito ______________________.

BANCA EXAMINADORA:

Prof. Jefferson de Souza Costa


1º MEMBRO – (ORIENTADOR - UFPA)

Engº. Wendell Carlos de Oliveira


2º MEMBRO – (ELETROBRÁS)

Prof. Janilson Leão de Souza


3º MEMBRO – (UFPA)

Tucuruí – Pa
2015

3
DEDICATÓRIA

“A minha mãe, Waldilene Gomes, por


sempre me incentivar e acreditar no meu
sonho, a minha namorada e esposa Marly
Freitas, pelo companheirismo e paciência e
pelo apoio nas horas de desânimo, aos
amigos de longa data Sebastião, Vanderson
e Wendell.”

4
AGRADECIMENTOS

A Deus, por ser meu refúgio nas horas de desespero, desânimo e falta de
confiança, além de me conceder saúde para que eu pudesse estudar sem interrupções e
por jamais ter me abandonado nos momentos difíceis colocando sempre um filho seu
para me ajudar na hora certa.
A minha namorada, amiga, esposa, companheira Marly Freitas por todos os bons
momentos que estivemos juntos, sempre me dando força, apoio e muito amor e um
maravilhoso filho, Daniel que será muito amado.
A minha mãe Waldilene Gomes e minha família por depositarem toda confiança
e não deixarem de acreditar em mim.
Aos meus amigos da minha turma George Rodrigo, André Veiga, Keila Alves,
Otacílio Rodrigues, Claiton Marinho, que sempre me deram suporte quando precisei e
em especial ao meu amigo e agora engenheiro Vanderson Carvalho por sempre me
esclarecer as dúvidas.
Aos meus amigos e companheiros de todas as horas do alojamento em especial
ao Fábio Valente, Luiz Antônio, José Miguel Vulcão, Josué Saldanha, Diego Oliveira,
Wendell Esdras, Sandinny Chaves, Yago Gomes, Técio Veneza e outros que não foram
citados, mas que nos momentos de dificuldades financeiras sempre nos juntávamos um
ajudando o outro, eu devo muito a essas pessoas.
A meu amigo e também engenheiro Wendell Esdras por ter sido meu melhor
amigo, companheiro de todas as horas jamais me abandonando e dando suporte nos
momentos difíceis.
Ao meu amigo de estágio Sidney Rodrigues (Sidão) pelos maravilhosos almoços
na casa dele e pelos deliciosos cafés da manhã que ele sempre organizou.
A UFPA em nome da PROEX por ter me concedido moradia e bolsa nestes
cinco anos de graduação, pois sem isto não teria possibilidades de seguir em frente.
Ao Denilson Vanderley por ter me ajudado a compreender este trabalho e
fornecendo informações cruciais para a sua realização, sempre se dispondo para
esclarecer as minha duvidas.
É claro ao meu Orientador, Amigo e Professor Jefferson de Souza Costa que me
propôs o tema deste trabalho e por ter sempre me dado suporte para realização deste
trabalho me recebendo até em sua casa para me orientar.

5
LISTA DE FIGURAS

Figura 1.1 – Projeção evolutiva entre oferta e demanda de energia ............................... 14


Figura 1.2 – Tarifas Médias Residenciais ...................................................................... 15
Figura 1.3 – Tarifas Médias Industriais .......................................................................... 15
Figura 1.4 - Evolução das tarifas médias de fornecimento – 1995/2010 ....................... 17
Figura 1.5 – Composição das tarifas médias de fornecimento ....................................... 18
Figura 1.6 - Estrutura das contas de luz pagas pelos consumidores de energia elétrica
para cada empresa ........................................................................................................... 19
Figura 1.7 - Evolução do custo dos encargos setoriais ................................................... 19
Figura 1.8 – Custo energia elétrica cobrado pelas concessionárias ................................ 20
Figura 2.1 – Forma de onda de tensão de entrada. ......................................................... 45
Figura 2.2 – Interface do display do controlador d sistema............................................ 47
Figura 2.3 – Imagem real de um QTA ........................................................................... 48
Figura 2.4 – Contatores de comutação da alimentação da carga .................................... 48
Figura 2.5 – Diagrama de conexão dos Contatores ........................................................ 49
Figura 3.1 – Diagrama elétrico trifásico do sistema com o GMG instalado. ................. 60
Figura 3.2 – Estrutura de um sistema de controle Pseudo-inteligente............................ 61
Figura 3.3 – Estrutura de um sistema inteligente ........................................................... 63
Figura 3.4 – Interface Homem Máquina ........................................................................ 63
Figura 3.5 – Software de Supervisão Distribuída. .......................................................... 64
Figura 3.6 – Software de Supervisão com a interface do GMG ..................................... 65
Figura 3.7 – Motor de Partida em corte .......................................................................... 66
Figura 3.8 – Motor de partida sem alimentação ............................................................. 67
Figura 3.9 – Motor de partida logo ao receber alimentação ........................................... 68
Figura 3.10 – Motor de partida engrenado e dando o torque necessário para o motor
principal .......................................................................................................................... 68
Figura 3.11 – SRC (Retificador controlado de silício) ................................................... 69
Figura 3.12 – Sistema elétrico de ligação do GMG ....................................................... 70
Figura 3.13 – Gráfico da tomada de carga em rampa para uma entrada de emergência 71
Figura 3.14 – Gráfico da tomada de carga em rampa para uma entrada com rede elétrica
presente ........................................................................................................................... 72
Figura 3.15 – Diagrama fasorial do gerador superexcitado............................................ 73
Figura 3.16 – Diagrama fasorial do gerador subexcitado ............................................... 74

6
Figura 4.1 – Conexão das cargas a rede de distribuição ................................................. 80
Figura 4.2 – Transformador de força abaixador 13,8kV/220 V ..................................... 80
Figura 4.3 – Quadro de leitura de energia da concessionária em conjunto a um disjuntor
........................................................................................................................................ 81
Figura 4.4 – Quadro de Transferência Automática ........................................................ 81
Figura 4.5 – Indicação de quem esta assumindo a carga ................................................ 82
Figura 4.6 – Quadro com o controlador acoplado ao GMG ........................................... 83
Figura 4.7 – Placa com as informações do grupo gerador.............................................. 84
Figura 4.8 - Quadro de distribuição de tensão ............................................................... 84
Figura 4.9 – Grupo Motor Gerador (GMG) da Cummins Power Generation ................ 85
Figura 4.10 – Sequência automática do GMG ............................................................... 85

7
LISTA DE TABELA

Tabela 1.1 - Tarifa média industrial (Brics) ................................................................... 16


Tabela 1.2 - Tarifa Média Industrial (Países Latino – Americanos) .............................. 16
Tabela 1.3 - Tarifas Médias de Fornecimento por classe de consumo ........................... 17
Tabela 2.1 - Principais funções da USCA ...................................................................... 32
Tabela 2.2 - Configurações de partida ............................................................................ 35
Tabela 2.3 – Proteções do grupo gerador ....................................................................... 36
Tabela 2.4 – Sequência de falhas do motor .................................................................... 38
Tabela 2.5 – Tabela com configurações de TC e Sistema elétrico. ................................ 39
Tabela 2.6 – Configurações de partida programada ....................................................... 39
Tabela 2.7 – Definição do Horário de funcionamento do gerador ................................. 40
Tabela 2.8 – Definição do Horário de Ponta .................................................................. 41
Tabela 2.9 – Proteção, Falhas e Avisos .......................................................................... 43
Tabela 2.10 - Tensão de Referência para sistema de medida e proteção. ...................... 44
Tabela 2.11 – Apresentação do CATERPILLAR EMCP II ........................................... 50
Tabela 2.12 – Apresentação do Stemac com diversos opções e controles ..................... 51
Tabela 2.13 – Apresentação do Leon Heimer DPC 560................................................. 53
Tabela 2.14 – Apresentação do Woodward 2 e 3 ........................................................... 54
Tabela 4.1 – Valores do Fator de Simultaneidade .......................................................... 77
Tabela 4.2 – Tabela com a relação entre a Demanda e a Potência instalada.................. 79

8
SUMÁRIO

RESUMO....................................................................................................................... 11
ABSTRACT .................................................................................................................. 12
1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 13
1.1 Tarifa de Energia Elétrica ................................................................................ 13
1.2 Evolução das Tarifas de Fornecimento no Brasil ............................................ 16
1.3 Aumento Sobre o Custo de Energia Elétrica em 2014 .................................... 20
1.4 Cenário Mundial .............................................................................................. 22
1.4.1 Smart Grid (A rede elétrica inteligente) ................................................... 23
1.4.1.1 Primeiro Passo ...................................................................................... 24
1.4.1.2 Faixas de Consumo ............................................................................... 24
1.4.1.3 Cidade Modelo ...................................................................................... 24
1.4.1.4 Sustentabilidade .................................................................................... 25
1.4.1.5 Aparelhos Conscientes .......................................................................... 25
1.5 Alternativa para Utilização de Geração de Energia Auxiliar........................... 25
1.6 Justificativa ...................................................................................................... 26
1.7 Objetivo ........................................................................................................... 27
2. UNIDADE DE SUPERVISÃO E CONTROLE DE CORRENTE
ALTERNADA – USCA ................................................................................................ 28
2.1. Definição .......................................................................................................... 30
2.2. Princípios de Funcionamento........................................................................... 31
2.2.1. Modo Automático ..................................................................................... 31
2.2.2. Modo Off .................................................................................................. 32
2.2.3. Modo Manual ........................................................................................... 32
2.3. Principais Funções do QTA Mostradas no Display ......................................... 32
2.4. Sinais de Reconhecimento se Gerador entrou em Funcionamento .................. 35
2.5. Menu do Modo Programação .......................................................................... 35
2.5.1. Configuração de Partida ........................................................................... 35
2.5.2. Proteções ................................................................................................... 36
2.5.3. Sequência de Falhas.................................................................................. 38
2.5.4. Configurações Gerais ............................................................................... 39
2.5.5. (A) Partida Programada ............................................................................ 39
2.5.6. (A) Horário de Trabalho ........................................................................... 40
2.5.7. (A) Horário de Ponta ................................................................................ 41
2.6. Manutenção Preventiva .................................................................................... 42
2.7. Sistema de Proteção, Falhas e Avisos .............................................................. 43

9
2.8. Calibração para Medição de Grandezas Elétricas ............................................ 44
2.9. Sistemas de Medidas ........................................................................................ 44
2.9.1. Tensão AC ................................................................................................ 44
2.9.2. Corrente AC .............................................................................................. 45
2.9.3. Frequência ................................................................................................ 46
2.9.4. Tensão DC ................................................................................................ 46
2.9.5. Temperatura .............................................................................................. 46
2.9.6. Rotação ..................................................................................................... 47
2.10. Diagramas Funcionais .................................................................................. 47
2.11. Principais Grupos de Controles (USCA) ..................................................... 49
3. DESCRIÇÃO DOS SISTEMAS ENVOLVIDOS .............................................. 57
3.1. Definição de Grupo Motor Gerador – GMG ................................................... 57
3.2. Classificação dos Sistemas GMG Quanto ao Tamanho .................................. 58
3.3. Classificação do Sistema de Supervisão e Controle ........................................ 59
3.4. Topologia de um Sistema Pseudo-inteligente .................................................. 60
3.5. Topologia de um Sistema Inteligente .............................................................. 62
3.6. Sistemas de Partida .......................................................................................... 65
3.6.1. Funcionamento de um Motor de Partida .................................................. 65
3.6.2. Estágios de um Motor de Partida .............................................................. 67
3.6.3. Partida Automática ................................................................................... 68
3.6.4. Transferência com Rampa de Carga ......................................................... 70
4. SISTEMAS EM FUNCIONAMENTO IMPLANTADOS ................................ 75
4.1. Determinação da Potência................................................................................ 75
4.2. Consumidores Elétricos ................................................................................... 76
4.3. Fator de Simultaneidade .................................................................................. 76
4.4. Fator de Potência ............................................................................................. 77
4.5. Tipos de Carga ................................................................................................. 77
4.6. Estudo de Caso................................................................................................. 78
4.7. Conexões Externas e Internas .......................................................................... 79
5. CONCLUSÃO ....................................................................................................... 87
5.1. Sugestões para Trabalhos Futuros ................................................................... 87
REFERÊNCIAS ........................................................................................................... 88

10
RESUMO

Este trabalho apresenta um estudo sobre o funcionamento e programação das


unidades de supervisão de corrente alternada (USCA) presentes nos sistemas de
geradores auxiliares de diversas instalações no Brasil. Sendo este responsável pelo
controle do sistema de geração de energia nos momentos de falha da rede elétrica.
Apresenta um breve escrito sobre o custo da energia e os fatores que contribuem para as
recentes elevações do preço da energia ocasionado pela falta de chuva nos reservatórios
das geradoras. Foi abordada ainda a defesa do uso de grupos motores geradores (GMG)
para momentos de emergência e para economia no horário de ponta, momento onde a
energia é mais cara. Foram abordadas ainda, as principais características do GMG que
determinam seu bom funcionamento, além da análise de sistemas deste tipo em
funcionamento na região.

Palavras chaves: Unidade de supervisão de corrente alternada - USCA, Grupo


Geradores (GMG), Quadro de Transferência Automático – QTA.

11
ABSTRACT

This paper presents a study on the operation and programming of AC


supervisory units (USCA) present in the auxiliary generator systems in various facilities
in Brazil. Which is responsible for controlling the power generation system fails us
moments of the power grid. Provides a brief written about the cost of energy and the
factors contributing to the recent energy price rises caused by the lack of rain in the
generating reservoirs. It was also discussed the defense of the use of motor generators
groups (GMG) for times of emergency and economy at peak hours, time where energy
is more expensive. Yet been addressed, the main GMG characteristics that determine
their proper functioning, in addition to such systems analysis in operation in the region.

Keywords: AC supervision unit - USCA, Group Generator (GMG), Table Automatic


Transfer - QTA.

12
1. INTRODUÇÃO

O cenário energético brasileiro vem passando por grandes transformações nos


últimos anos, principalmente na questão de busca por alternativas de energia mais
limpas, nessa busca muitas opções desta forma de energia são postas a disposição dos
consumidores. E um dos motivadores para essa situação é o grande aumento no valor
das tarifas energéticas cobradas tanto a curto como em longo prazo.
Mas não é só este fator que determina a crescente mudança no sistema elétrico,
há outros fatores que contribuem bastante por toda a preocupação em termos
econômicos. Como a geração de energia elétrica no nosso país é em sua maioria, cerca
de 80%, proveniente da geração hídrica, ou seja, a maior parte da produção depende do
montante de água nos reservatórios, significa que, se o nível de água nestes
reservatórios diminuir, logo a geração de energia também irá diminuir. O que ajuda
muito para que isso não ocorra é a presença de chuva na região, coisa que em 2014
ocorreu com uma frequência muito pequena ou até sem nenhuma frequência.
E ainda existem os agravantes que contribuem para o constante aumento nas
taxas de energia para o consumidor, pois esta depende não só da geração, mas também
da distribuição, transmissão e tributos como Cofins (Contribuição para Financiamento
da Seguridade Social), ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de
Serviço), entre outros.

1.1 Tarifa de Energia Elétrica

Como se sabe, os anos 90 marcaram um período de intensas reformas no SEB –


Sistema Elétrico Brasileiro, processo que se intensificou fortemente com a privatização
do segmento de distribuição, ocorrida a partir de 1995. As dificuldades do novo modelo
em criar uma lógica de programação dos investimentos para o atendimento prospectivo
da demanda acabaram culminando na crise de abastecimento de 2001, a qual ensejou a
chamada “reforma da reforma”, em 2003 [13].
Esse processo procurou recuperar o planejamento de longo prazo e introduziu,
entre outras medidas, a criação de leilões de energia que passaram a sinalizar a demanda
futura do mercado cativo aos produtores, aumentando à segurança do abastecimento e
estancando a queda na confiabilidade do setor. Isso pode ser comprovado pelos números

13
apresentados pelo Operador Nacional do Sistema (ONS) na figura 1.1, em que se
demonstra que nos próximos anos não existirá problema de oferta de energia no setor
[13].

Fonte: ONS - 2011


Figura 1.1 – Projeção evolutiva entre oferta e demanda de energia

Outro aspecto importante, também equacionado pelo planejamento de longo


prazo da “reforma da reforma”, diz respeito ao tipo de fonte utilizada para a geração de
energia. Nota-se que apesar do aumento de fontes não renováveis e mais caras, a base
hídrica e de outras fontes renováveis, que com o tempo passaram a ser mais
competitivas deverão manter participação elevada na formação da capacidade instalada
do parque gerador brasileiro, ou seja, pelo menos na teoria, o Brasil está conseguindo e
deverá manter, até 2020, sua base de produção de energia elétrica assentada em fontes
com custos operacionais bem mais reduzidos que a maioria dos países desenvolvidos ou
em desenvolvimento [13].
Porém, ao comparamos nossas tarifas de fornecimento de energia com as
praticadas em outros países, observa-se que as tarifas brasileiras, encontra-se em
patamares bastante elevados, na direção oposta ao que deveria ocorrer dadas as
vantagens comparativas que a princípio a matriz de oferta de energia elétrica brasileira
possui em relação àqueles países, que dependem essencialmente da queima de
combustíveis fósseis (carvão, óleo combustível, gás natural) ou de energia nuclear [13].
Tomando como referência o ano de 2009, observa-se que o Brasil se encontra na
quarta posição em relação à tarifa industrial e em nono lugar em termos de tarifa
residencial (Figuras 1.2 e 1.3) [13].

14
Fonte: IEA e Aneel, 2009
Figura 1.2 – Tarifas Médias Residenciais

Fonte: IEA e Aneel, 2009


Figura 1.3 – Tarifas Médias Industriais

No que diz respeito à tarifa industrial, segundo dados da Firjan (federação das
Indústrias do Rio de Janeiro), essa tarifa praticada no Brasil em 2011 é mais elevada do

15
que em qualquer país que compõem os chamados Brics (Brasil, Russia, Índia e China) e
do que aquela praticada por nossos vizinhos latinos (Tabela 1.1 e 1.2).
Tabela 1.1 - Tarifa média industrial (Brics)
Países Tarifa Média (R$/MWh)
Brasil R$ 329,00
Índia R$ 188,10
China R$ 142,40
Rússia R$ 91,00
Média de Rússia, Índia, China R$ 140,70
Fonte : Elaborado a partir de dados da Aneel (2011) e da Agência Internacional de Energia (2011)

Tabela 1.2 - Tarifa Média Industrial (Países Latino – Americanos)


Países Tarifa Média (R$/MWh)
Brasil 329,00
Chile 320,60
México 303,70
El Salvador 295,30
Colômbia 190,70
Uruguai 179,70
Equador 117,40
Argentina 88,10
Paraguai 84,40
Média dos vizinhos Latinos 197,50
Fonte: Elaborado a partir de dados da Aneel (2011) e da Agência Internacional de Energia (2011)

Essa configuração contraditória do Sistema elétrico brasileiro (SEB), expressa


na combinação insólita de base geradora barata e de tarifas elevadas, é reconhecida por
vários segmentos que atuam no setor elétrico. No entanto, no debate sobre as causas do
problema e as formas de resolvê-lo, cada um desses segmentos tende a colocar um peso
explicativo diferente nos distintos elementos que, de alguma forma, contribuem para o
quadro atual [13].
1.2 Evolução das Tarifas de Fornecimento no Brasil
O valor das tarifas médias de fornecimento de energia elétrica no Brasil, entre
1995 e 2010, aumentou 4,5 vezes em termos nominais ou 1,65 vezes em termos reais

16
(descontada a inflação medida pelo IPCA). Ao compararmos a evolução de dois índices
de preços IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Ampliado) e IGP-DI (Índice Geral de
Preços - Disponibilidade Interna) com a das tarifas de fornecimento, ao longo desse
mesmo período, podemos observar que as tarifas se distanciaram continuamente dos
índices de preços, ou seja, apresentaram um crescimento que não corresponde ao
crescimento de nenhum componente de custo com reajustes próximos aos índices de
inflação (salário, materiais e equipamentos, etc.), [13].
Tabela 1.3 - Tarifas Médias de Fornecimento por classe de consumo
Classes de Consumo (R$/MWh) 1995 2003 2010
Residencial R$ 76,26 R$ 259,38 R$ 304,02
Industrial R$ 43,59 R$ 137,00 R$ 233,43
Comercial, Serviço e Outras R$ 85,44 R$ 236,27 R$ 285,98
Rural R$ 55,19 R$ 152,95 R$ 202,51
Tarifa Média Brasil R$ 59,58 R$ 194,76 R$ 268,38
Fonte: Aneel - 2010
Cabe ressaltar que esse distanciamento, apesar de contínuo, não apresentou um
comportamento homogêneo ao longo do período analisado. Entre 1995/2003, tanto as
tarifas como os índices de inflação apresentaram taxas médias anuais de crescimento
bem superiores àquelas verificadas no período subsequente, e que o comportamento das
tarifas por classe de consumidor foi distinto entre um período e outro. Outro aspecto é
que, entre 1995/2003, têm-se taxas de crescimento maiores para as tarifas residenciais e
comerciais do que para as tarifas industriais [13], mostradas na figura 1.4.

Fonte: Aneel, IBGE e FGV


Figura 1.4 - Evolução das tarifas médias de fornecimento – 1995/2010

17
É necessário para entender o custo final de energia para o consumidor fazer a
analise dos componentes de custos que são incorporados ao valor final das tarifas de
fornecimento de energia elétrica. Para tanto, é preciso compreender a composição
dessas tarifas. O valor da tarifa de fornecimento de energia elétrica cobrada dos
consumidores finais é estabelecido de forma a remunerar os custos de seus
componentes: compra de energia, custos atrelados ao uso dos sistemas de transmissão e
de distribuição, custos da comercialização, custos dos encargos setoriais e custos dos
impostos incidentes sobre a tarifa. Segundo dados da Aneel, a tarifa média de
fornecimento aplicada aos consumidores finais, em 2010, apresentava a composição
mostrada na Figura 1.5 [13]

Fonte: Aneel - 2010


Figura 1.5 – Composição das tarifas médias de fornecimento

Ou seja, de cada R$ 100,00 cobrados na conta de luz de um consumidor, R$


31,00 foram destinados ao pagamento dos custos da compra de energia, R$ 5,70 aos
custos da transmissão, R$ 26,50 aos custos da distribuição, R$ 10,90 à cobertura dos
encargos setoriais e R$ 25,90 ao pagamento de impostos (ICMs, PIS/Cofins e CIP) [13].
Na Figura 1.6, observa-se que essa composição de custos varia de empresa para
empresa, particularmente no quesito geração, cujo preço é dado pelo mix de compra de
energia de cada distribuidora.

18
Fonte: Aneel - 2009
Figura 1.6 - Estrutura das contas de luz pagas pelos consumidores de energia elétrica para cada empresa

Esses encargos setoriais foram, em boa parte, criados com o propósito de


desenvolver a expansão da oferta de energia, regular de modo adequado o setor e
garantir maior segurança do abastecimento. Porém, a sua implementação e/ou tempo de
durabilidade tem sido objeto de duras críticas. Em especial, com o passar do tempo,
vários deles tiveram seus recursos direcionados para finalidades distintas daquelas para
as quais foram criados, e outros já não se justificam em termos técnicos ou econômicos
[13].
Em termos de sua evolução ao longo do período analisado, na Figura 1.7 temos
o expressivo crescimento do conjunto dos encargos setoriais, que atingiram o montante
de R$ 16,7 bilhões em 2010.

Fonte: Abrace - 2010


Figura 1.7 - Evolução do custo dos encargos setoriais

19
Diante de todos esses agravantes na tarifa de energia, é necessário estabelecer
um valor para o preço do kW para os consumidores residenciais e industriais. Este valor
é cobrado em R$/kWh e varia de acordo com cada concessionária de energia
responsável pelas regiões do brasil. Na Figura 1.8 será mostrado o exemplo de algumas
tarifas cobradas por algumas concessionarias de energia. O valor apresentado foi
recentemente atualizado neste ano de 2014 e terá vigência até 2015 segundo os dados da
Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica). A taxa mostrada será apenas de
consumidores residenciais do País [13].

Fonte: Aneel - 2014


Figura 1.8 – Custo energia elétrica cobrado pelas concessionárias

Além de todos os fatores inclusos no custo da energia devemos ressaltar


observando o gráfico mostrado na Figura 1.8 que o custo cobrado pela distribuidora do
Pará (CELPA) cobra o valor mais caro entre as outras concessionarias do Brasil.

1.3 Aumento Sobre o Custo de Energia Elétrica em 2014

Em apenas um ano o Brasil sofreu marcantes variações na tarifa de energia que


aumentaram bastante refletindo no bolso dos brasileiros. Foram vários aumentos para as
mais diversas regiões do país.
No RIO e SÃO PAULO – Depois que o governo aprovou um reajuste de até
29% nas tarifas este ano, a conta de luz dos consumidores deve ficar ainda mais alta em
2015, segundo cálculos da consultoria Safira Energia, o aumento médio será de 18,7%
no próximo ano. Boa parte desse reajuste é resultado do socorro ao setor elétrico, que já
soma R$ 24,2 bilhões este ano, mesmo assim, alguns especialistas avaliam que o
montante não será suficiente para sanar os problemas por que passa o setor, com um

20
cenário de chuvas escassas e uso intenso de usinas térmicas, uma energia suja e cara, ou
seja, na prática, o valor da conta para o consumidor pode se tornar ainda maior [7].

No Brasil, desde o início do ano, a estiagem foi provocando a redução do nível dos
reservatórios das hidrelétricas. Para poupar a água, foram acionadas as usinas térmicas,
movidas a combustíveis fósseis, fazendo com que esta fique mais cara [6].

O impacto do custo de produção da energia térmica é da ordem de R$ 9,6


bilhões, e este valor deve ser diluído entre 2015 e 2018. De acordo com os cálculos da
Safira, o reajuste de 18,7% deve se repetir em 2016, caindo para 14,1% em 2017 e mais
14,1% em 2018 [7].
No Brasil, como quase 80% da nossa energia vêm das hidrelétricas que dependem
das chuvas, se chove pouco, a energia encarece. É como o preço de qualquer produto que
dependa do clima, como o tomate e o feijão, por exemplo, se a oferta cai e a procura
continua, ou até aumenta, o produto fica mais caro. Nas feiras e mercados, podemos verificar
este tipo de coisa acontecendo o tempo todo [6].
Todos os anos, as distribuidoras passam por um processo de reajuste de suas tarifas,
que pode levar a aumento ou queda dependendo do que for estipulado pela Aneel. Em 2014,
a agência vem autorizando reajustes altos devido ao encarecimento da energia no país nos
últimos meses, provocado pela queda no nível dos reservatórios das principais hidrelétricas
do país [6].
A nova rodada de reajustes autorizados pela Agência Nacional de Energia Elétrica
(Aneel) em outubro prevê aumento de até 54% nas contas de luz da região Norte do país,
resultado da alta no custo de produção de energia em 2014 devido ao esvaziamento dos
reservatórios das principais hidrelétricas [4].
O reajuste médio de 54,06% vai atingir consumidores do interior de Roraima,
atendidos pela Companhia Energética de Roraima (CERR). O aumento começa a valer a
partir do início de novembro [4].
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) autorizou ainda em novembro, o
aumento médio de 19,23% nas contas de luz de clientes da Light, distribuidora que atende a
4 milhões de unidades em 31 municípios do Rio de Janeiro, o reajuste entrou em vigor 3 dias
após esta decisão. Para os clientes residenciais e comerciais atendidos pela Light (baixa
tensão), o aumento médio será de 19,11%. Já para a indústria instalada na área de concessão
da distribuidora a alta será em média de 19,46% [5].

21
“O grande impacto nas contas de luz tem sido o amento do custo da energia elétrica,
esse tem sido um grande desafio neste ano. E, no caso da Light, não foi diferente”, disse o
diretor-geral da Aneel, Romeu Rufino [5].
Os moradores do estado do Pará terão reajuste de 34,3% na conta de energia
elétrica. O aumento nas Centrais Elétricas do Pará (Celpa) foi aprovado pela diretoria da
Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) no inicio de agosto deste ano. A mudança
vai atingir 2 milhões de residências. Nos casos de grandes consumidores, como
indústria, o reajuste chega a 36,4%. No Espírito Santo, o aumento, da Espírito Santo
Centrais Elétricas S.A (Escelsa), será de 24,7% e atingirá 1,4 milhões de casas. Em
Santa Catarina o aumento será de 22,7% nas residências, realizado pela Celesc
Distribuição S.A., e atingirá 2,6 milhões de unidades no mesmo período [15].

1.4 Cenário Mundial

O surgimento da eletricidade foi uma das maiores invenções do homem. Com


ela, foi possível produzir mais, viver melhor e inventar mais coisas. A internet, por
exemplo, tem tudo a ver com eletricidade, pois assim como a energia que você recebe
em sua casa, ela também chega por meio de redes de transmissão [16].
O sociólogo Manuel Castells em seu livro Galáxia da Internet, traça uma
analogia interessante entre internet e eletricidade, pois para ele “a tecnologia da
informação é hoje o que a eletricidade foi na Era Industrial, em razão de sua capacidade
de distribuir a força da informação por todo o domínio da atividade humana”. Contudo,
as formas de distribuição da Internet evoluíram muito, o que não aconteceu com os
métodos de distribuição da energia elétrica [16].
É fato que a cada dia mais equipamentos elétricos chegam às residências de
milhares de pessoas em todo o mundo, pois há 50 anos as casas, em sua maioria, só
abrigavam uma geladeira, um rádio e, em algumas exceções, uma TV ou um chuveiro
elétrico. Hoje a situação é muito diferente, visto que além daqueles equipamentos,
temos um computador, DVD, micro-ondas, cafeteira elétrica e mais um monte de
gadgets [16].
Não é preciso pensar muito para saber que estamos caminhando para o caos
energético, como o que ocorreu em 1999 em nosso país. Além disso, a necessidade de
diminuir ou consumir com mais inteligência os recursos do planeta está causando

22
movimentação em diversos países – inclusive nos EUA, um dos maiores consumidores
de energia do mundo [16].

1.4.1 Smart Grid (A rede elétrica inteligente)

A nova rede inteligente, a maneira como a distribuição de energia é feita é


arcaica na visão de muitos especialistas, dependemos muito de uma única fonte
geradora e, caso ela falhe, toda rede fica sem abastecimento, além disso, o formato de
medição do consumo nem sempre é justo com o consumidor final, já que com
medidores defasados – analógicos – e um batalhão de pessoas passando de casa em casa
para a coleta de dados, a probabilidade de erros é grande [16]
Por isso, há uma proposta mundial de criação de uma rede de energia inteligente,
também conhecida como Smart Grid, uma ideia para melhorar o consumo de energia.
A lógica da Smart Grid está em uma palavra: INTELIGÊNCIA. Isso quer dizer que as
novas redes serão automatizadas com medidores de qualidade e de consumo de energia
em tempo real, ou seja, a sua casa vai conversar com a empresa geradora de energia e,
em um futuro próximo, até fornece eletricidade para ela. A inteligência também será
aplicada no combate à ineficiência energética, isto é, a perda de energia ao longo da
transmissão [16].
De acordo com a IBM (International Business Machines), 14,7% do total da
energia produzida no Brasil é dissipada no processo de distribuição. Além disso, o furto
de energia (famoso “gato”) deve ser diminuído, mais precisão nas medições de consumo
e funções adicionais como identificação de falhas à distância são algumas novidades
desta nova rede. Mas o que muda? Como você sabe, o modelo de distribuição é
defasado, se a luz cair na sua casa é preciso ligar para a empresa de energia e pedir que
eles venham até você para reparar a falha. Como a Smart Grid é uma rede inteligente,
assim que a pane ocorrer, a empresa geradora sabe onde aconteceu a queda de energia e
em poucos minutos pode mobilizar funcionários para realizarem o conserto. A
comunicação de mão dupla entre sua casa e a operadora, sensores ao longo de toda a
rede, controle e automatização do consumo residencial são algumas das mudanças que
ocorrerão [16].

23
1.4.1.1 Primeiro Passo

O primeiro passo para se chegar a toda esta maravilha do consumo energético


precisa ser dado na sua casa. Isso mesmo, para que toda essa comunicação inteligente
aconteça, seu medidor de energia precisa ser substituído. Há anos um medidor analógico
é usado nas casas, desta forma um modelo digital precisa ser introduzido para que haja
maior controle por parte da geradora de energia e do consumidor. Estes novos
medidores terão chips e se conectarão a internet para transmitir dados [16].
O problema é que isso vai demorar um pouco para acontecer, pois de acordo
com a ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica) há, aproximadamente, 65
milhões de medidores analógicos no país. A regulação dos modelos digitais ainda nem
saiu do papel, mas a previsão é que em no máximo dez anos todos os medidores sejam
substituídos. Além da mudança de leitores, toda a infraestrutura de captação de dados
provenientes destes aparelhos precisa ser criada ou aprimorada, pois sem isso não há
como medir o consumo ou detectar problemas [16].

1.4.1.2 Faixas de Consumo

Em uma consulta pública realizada em 03 de setembro de 2009, a ANEEL


propôs uma nova forma de tarifação de energia. Assim como é feito nos serviços de
telefonia, faixas de valores diferenciados serão criadas para fomentar o consumo de
eletricidade fora dos horários de picos. Com estas faixas, as empresas de energia podem
cobrar mais pela eletricidade usada no horário comercial e menos durante a madrugada,
por exemplo. Com esta medida, busca-se a criação do hábito do consumo consciente no
consumidor e evitar panes ou blecautes. Entretanto, para este sistema funcionar, os
medidores digitais precisam estar em operação para que seja possível fazer a
diferenciação de valores e horários [16].

1.4.1.3 Cidade Modelo

Há vários lugares onde as Smart Grids estão em testes. Um destes é a cidade de


Boulder, no estado do Colorado (EUA), onde o consórcio Xcel Energy vem testando
mecanismos para potencializar o uso de energia. Formas tradicionais e emergentes de

24
produção de eletricidade estão sendo avaliadas em algumas residências para verificar a
eficiência deste tipo de rede [16].

1.4.1.4 Sustentabilidade

Além de inteligência, outra palavra que tem tudo a ver com Smart Grid:
sustentabilidade. Isso porque, uma das novidades nesta nova rede de energia é o
consumidor-produtor. A descentralização da produção de energia é uma das propostas
das redes inteligentes, sendo assim, qualquer um pode produzir energia e armazenar ou
vender o excedente. Muito se fala em energia eólica e solar e estas formas sustentáveis
de produção podem estar na sua casa, contribuindo para que sua fatura de luz diminua
[16].

1.4.1.5 Aparelhos Conscientes

Com todas estas possibilidades a tendência é que até os eletrodomésticos se


tornem mais inteligentes. Em breve será possível programar a máquina de lavar roupas
para funcionar somente nos horários em que a energia é mais barata. Além disso, com a
medição inteligente é possível saber quanto cada aparelho consome mensalmente, algo
quase impossível hoje em dia. Por meio de um site ou software, você pode acompanhar
diariamente o gasto energético do seu vídeo game ou da geladeira nova e saber com
precisão, quanto vai custar a fatura de energia no fim do mês. Até os carros podem
servir como provedores de energia, pois em momentos em que o custo por KW for mais
alto, a energia armazenada nas baterias do veículo pode servir como fonte de
eletricidade para sua casa [16].

1.5 Alternativa para Utilização de Geração de Energia Auxiliar

Conservar é saudável e traz retorno, principalmente quando aplicada à energia


elétrica no Brasil esta frase assume uma importância ainda maior devido à nossa
situação atual interna e externa. Já sabemos que em face da reestruturação do setor
elétrico nacional e da demanda crescente por energia, terão que ser aplicados vultosos
investimentos em infraestrutura de geração e transmissão além de novas tecnologias

25
visando também melhorar a qualidade da energia fornecida. Mesmo diante de futuras
opções vislumbradas neste novo mercado de energia elétrica o consumidor nacional
busca atualmente alternativas de baixo custo em programas de conservação energética,
aproveitando ao máximo os equipamentos já existentes em suas respectivas instalações
industriais ou comerciais [8] [9].
Além desta busca dos consumidores pela economia, cuja somatória contribui
para melhorar o fator de carga nacional, temos presenciado um certo grau de
preocupação do mercado consumidor de alta tensão com relação à qualidade de
fornecimento a partir do próximo ano. Isto se traduz não apenas com relação à
conformidade da energia recebida (qualidade da forma de onda de tensão), mas
principalmente com relação à disponibilidade da mesma a qualquer tempo, fundamental
para se garantir a continuidade do processo. Sabemos que a nossa capacidade de
geração e transmissão de energia elétrica não está totalmente esgotada, mas que em
determinados horários, valores próximos do limite de fornecimento do sistema são
alcançados, possibilitando riscos de blecaute [8] [9].
Em virtude disso temos presenciado um interesse crescente pela utilização de
alternativas de energia a fim de não só desafogar o sistema elétrico de potência, mas
também de economizar mais na conta de energia, visto que esta vem contribuindo muito
em relação às despesas das famílias brasileiras com uma das mais caras do mundo. Em
virtude disso as mais variadas formas de se produzir energia vêm sendo implantada no
Brasil, tais como, Energia Solar, Energia Eólica, Biogás, Energia dos Oceanos, Geração
à diesel, Termoelétricas entre outras.
Essas alternativas energéticas são utilizadas em substituição da energia fornecida
pela concessionária no horário de maior tarifação, chamado de horário de ponta, sendo
uma das principais razões a impossibilidade de remanejamento e suas cargas para outro
horário. Porém a utilização destes equipamentos não está restrita a este caso, podendo
os mesmos ser utilizados de forma economicamente estratégica no processo.

1.6 Justificativa

O cenário atualmente percebido no Brasil em relação a custos de energia elétrica


é alarmante, pois se analisarmos historicamente, esses custos só fazem aumentar, pois o
custo da energia elétrica não depende apenas de único fator, são vários fatores a
considerar na hora de cobrar a conta pela energia fornecida. A energia encarece devido
26
aos impostos e tributos inseridos neste valor. Particularmente neste ano de 2014, o custo
da energia chegou a patamares altíssimos refletindo no bolso dos consumidores, em
decorrência de fatores adversos como a natureza.
Pensado nisso há uma preocupação no sentido de se utilizar meios alternativos
de geração para atender a demanda mesmo que nos momentos de emergência, ou seja,
no momento em que a rede elétrica falhar, ou até mesmo assumir as cargas nos
momentos em que o preço da energia é mais caro, sendo este o horário de pico. Neste
trabalho foi abordado como alternativa a instalação de Grupo Motor Gerador (GMG)
para atender esta necessidade.
Sendo assim, considerando também a crescente utilização destas máquinas,
surgiu a necessidade de entender o funcionamento desses GMG’s principalmente do
sistema que controla todo o processo de geração dessas máquinas, dando ênfase no
controle e programação de tais sistemas bastante utilizados atualmente.

1.7 Objetivo

O presente trabalho tem como objetivo analisar o funcionamento de uma USCA


(Unidade de Supervisão de Corrente Alternada), que é um sistema que controla todas as
funções de um GMG (Grupo Motor Gerador). Esses GMG’s são de geralmente
utilizados para atender as demandas de energia de instalações que necessitam de uma
fonte alternativa no caso de falha de alimentação da rede elétrica principal.

27
2. UNIDADE DE SUPERVISÃO E CONTROLE DE CORRENTE
ALTERNADA – USCA

O mercado brasileiro não era receptivo aos controles eletrônicos para grupos
geradores até o advento da tecnologia digital neste segmento.
Havia um entendimento geral de que os controles para grupos geradores
deveriam ser simples de operar e oferecer o máximo em termos de facilidades de
manutenção. As inovações eletrônicas introduzidas pelos fabricantes eram limitadas, já
que a maior parcela do volume das suas vendas era gerada por encomendas sob
especificação, as quais recusavam componentes desconhecidos. Os montadores,
buscando competitividade, ofereciam muitas alternativas, resultando daí que os clientes,
usuários de muitos equipamentos, como as empresas de telecomunicações e outros, não
conseguiam um nível de padronização aceitável para os seus equipamentos, como ainda
ocorre atualmente.
Na década de 70, começaram a surgir os primeiros controles eletrônicos
montados no Brasil e como havia a proteção de mercado para a indústria nacional,
praticamente nenhuma tecnologia importada era acrescentada aos produtos vendidos na
época. Além disso, as primeiras unidades lançadas no mercado apresentavam
desempenho medíocre e falhas constantes, acabando por cair no descrédito do
consumidor. Existia ainda certa rejeição por parte das empresas de telecomunicações
que, como maiores usuários de grupos geradores, eram formadoras de opinião, tornando
os controles eletrônicos aceitáveis por outros clientes apenas em função de preço, uma
vez que eram mais baratos. A despeito disso, muitas unidades foram vendidas e ainda
estão em operação até hoje [1].
Somente em 1996 os controles eletrônicos para grupos geradores alcançaram o
segmento de telecomunicações quando a Embratel adquiriu a sua primeira Unidade de
Supervisão de Corrente Alternada eletrônica, fabricada sob encomenda e com a
supervisão dos engenheiros do Departamento de Energia da Embratel, resultando daí o
equipamento padrão Telebrás. As empresas de telecomunicações, diante da diversidade
de produtos existentes no mercado, e com o objetivo de padronizar os grupos geradores
utilizados por elas, elaboraram normas técnicas específicas para serem observadas pelos
seus fornecedores, nascendo daí algumas nomenclaturas hoje bastante difundidas entre
os usuários de grupos geradores, tais como [1]:

28
USCA = Unidade de Supervisão de Corrente alternada
QTM = Quadro de Transferência Manual
QTA = Quadro de transferência Automática
QGD = Quadro Geral de Distribuição
QDCA = Quadro de Distribuição de Corrente Alternada e outras siglas aplicáveis aos
dispositivos de corrente contínua.
Conceitualmente, há diferenças entre as práticas adotadas nos mercados
americano e europeu. Nós, no Brasil, assimilamos os padrões europeus com maior
facilidade, provavelmente porque as nossas normas técnicas derivam, em muitos casos,
das normas europeias e porque somos familiarizados com o seu sistema de medidas.
Assim, definimos os nossos sistemas em kVA Potência aparente, enquanto nos Estados
Unidos, o padrão é definir as potências em kW potência ativa, independentemente de
fator de potência. Para nós, o entendimento é de que o quadro de comando do grupo
gerador é um componente à parte, afeto à parte elétrica do sistema. Entendemos que o
quadro de comando deve ser separado, onde todos os dispositivos de supervisão e
controle são instalados, à distância do motor Diesel (Padrão Telecomunicações). Na
maioria dos casos, não é aceitável o que se denomina de quadro de comando integrado
ou incorporado, conceito já há muito difundido nos Estados Unidos e Europa [1].
Decorrente da prática ao longo do tempo, para a maioria dos usuários, quadro de
comando automático ou USCA, inclui a Chave de Transferência Automática de Carga.
Somente em casos excepcionais, em função das distâncias envolvidas na instalação,
visando à economia de cabos, admite-se a utilização de QTA (Quadro de Transferência
Automática) à distância, em separado da USCA [1].
A grande maioria das especificações técnicas elaboradas pelas empresas de
engenharia para aquisição de grupos geradores, prevê a utilização de um único quadro
de comando auto suportado, onde se encontram controles, instrumentos e chave de
transferência automática [1].
Somente a partir do advento dos controles digitais observa-se a tendência de
mudança destes conceitos. Por entender que esta tecnologia é mais confiável, o
consumidor tende aceitar mais facilmente o “Quadro de Comando Integrado”. Há,
ainda, a dificuldade de aceitação do fato de alguns dispositivos serem inerentes
exclusivamente à Chave de Transferência (em armário à distância), como os sensores de
tensão e frequência, por exemplo. Portanto, o conceito de montagem dos grupos
geradores importados ainda encontra algumas resistências no mercado brasileiro,

29
resultantes de práticas enraizadas no passado. É de ressaltar, também, que durante
muitos anos, os grupos geradores, na sua maioria, eram fornecidos sob encomenda
fazendo com que os montadores não pudessem manter um padrão construtivo [1].
Os produtos considerados “de linha” não correspondiam exatamente às
exigências dos clientes. Ainda hoje, frequentemente, vemos especificações técnicas que
só podem ser atendidas com produtos fabricados especialmente, sob encomenda. São os
que os fabricantes/montadores chamam de “grupos geradores engenheirados”, que
alguns até declinam de fornecer, por incluírem dispositivos pouco usuais e
documentação técnica específica e complicada. Outra característica do mercado
brasileiro, em relação a controles, está diretamente relacionada ao conhecimento técnico
do produto por parte do comprador/usuário [1].
Há uma parcela significativa de usuários, onde se concentra o maior volume de
unidades vendidas (potências inferior a 500 kVA), que adquire pelo menor preço sem
diferenciar o produto. O comprador/usuário não distingue entre este ou aquele tipo de
controle, marca ou modelo de motor Diesel e alternador. Para atender estes clientes, são
fabricados os alternadores industriais, com excitação estática e sem preocupações
técnicas quanto à distorção harmônica, forma de onda e outras características. Todos os
componentes utilizados são os de menor custo possível [1].
No outro segmento estão os clientes que tem algum conhecimento técnico ou se
assessoram de consultores para fazer aquisição e instalação do seu grupo gerador,
identificando suas reais necessidades e adquirindo a solução para o seu problema de
energia e não somente um grupo gerador. Nestes casos, há uma especificação técnica
com requisitos mínimos a serem atendidos pelo fornecedor do equipamento [1].

2.1. Definição

Os termos mais antigos utilizavam USCA agora nos dias atuais o conceito mais
difundido nas literaturas é o de QTA. QTA é a sigla para quadro de transferência
automática. É usada principalmente no sistema de alimentação de emergência, mudando
automaticamente o circuito de carga de uma fonte de alimentação para outra (fonte de
alimentação standby) e assegurando o funcionamento contínuo e confiável de carga
importante [17].
Em poucas palavras o QTA ou USCA serve para automação de Grupos-
Geradores (Motor + Alternador) de pequeno, médio e grande porte, dependendo da
30
aplicação. É comum sua utilização em Hospitais, postos de combustíveis e
Supermercados, pois, na falta de energia da rede elétrica principal em poucos segundos
o sistema volta a funcionar normalmente. Isso acontece devido a estes estabelecimentos
utilizarem uma fonte de energia auxiliar em standby, que é acionada sempre que há falta
de energia ou quando programado para entrar em funcionamento.
Nos dias atuais, devido ao excesso do consumo de energia elétrica, ocasionada
pelo crescimento da população, ou até mesmo devido aos fenômenos naturais, o risco de
ocorrer falta de energia é eminente. Existem recursos emergenciais, como os GMG’s,
que solucionam este problema [12] [14].
Existem os mais diversos tipos de controles para os grupos geradores, que são
utilizados de acordo com a necessidade de cada usuário ou empresa. Vai desde os mais
simples executando apenas a transição entre a rede elétrica e o gerador auxiliar até os
mais avançados, com sistema de proteção e monitoramento por computadores.

2.2. Princípios de Funcionamento

Basicamente a USCA estudada tem três modos de funcionamento sendo eles, os


modos OFF, MANUAL e AUTOMÁTICO. Estes modos são na maioria dos casos o
mesmo para todos os modelos, entretanto em alguns equipamentos não tem a opção
OFF. As configurações que serão apresentadas a seguir foram retiradas do manual de
operação da USCA modelo S TZ - MG1000. Mas na sua maioria todos os modelos de
controladores possuem as mesmas funções que serão mostradas a seguir.

2.2.1. Modo Automático

Neste modo o quadro faz o monitoramento da rede elétrica e a proteção do


conjunto em caso de anomalia, e em caso de falta de alimentação da fonte principal,
inicia-se o processo de partida do motor com 4 tentativas durante um tempo pré-
determinado de 4 segundos cada uma (se o gerador funcionar antes deste tempo o sinal
de partida é cortado imediatamente). Em caso de funcionamento do motor, a
transferência entre os contatores (da rede para o gerador) ocorre automaticamente.
No caso do retorno da rede, inicia-se o processo de parada do motor e nova
transferência é feita, desarmando o contator do gerador e acionando o contator da rede.

31
No caso do motor não entrar em funcionamento, uma mensagem de FALHA aparecerá
no visor do Painel e um alarme sonoro será acionado. A chave Contator Manual deve
permanecer em OFF, [12] [14] [17].

2.2.2. Modo Off

Neste caso estudado, o GMG possui a opção Modo Off, mas para a maioria dos
outros modelos de controladores esta opção não esta inserida, na verdade nos dias de
hoje já é difícil de se encontrar GMG com chave para alteração do modo, mais comum
encontrar versões digitais com botões manual e automático.
Este modo faz com que o GMG fique inativo, ou seja, desligado.

2.2.3. Modo Manual

Neste modo o quadro faz o aparelho realiza o monitoramento das grandezas


elétricas e protege o conjunto (Painel + Grupo Motor-Gerador) em caso de anomalia no
sistema. Pode-se partir e parar o motor manualmente. A Chave Contator Manual torna-
se habilitada e a placa microprocessada fica desabilitada. Nesta opção, pode-se atuar
diretamente sobre os contatores através da Chave Contator Manual [12] [14] [17].

2.3. Principais Funções do QTA Mostradas no Display

Como já foi dito, existem as mais diversas configurações de USCA, desde as


mais simples até as mais completas. As configurações internas variam de modelo para
modelo. As funções que serão mostradas a seguir na Tabela 2.1 são da USCA que foi
utilizada para confecção deste trabalho.
Tabela 2.1 - Principais funções da USCA

Inicialização → (Modelo da USCA ou


QTA)

Ao iniciar a USCA aparecerá o modelo do sistema no display.

32
Inicialização → Modo Automático -
Além de monitoramento e proteção faz a
transferência entre Rede e Gerador

Nesta função aparecerá o Modo em que a USCA está trabalhando.


1ª Função → Status do Conjunto (Rede
Ok, Gerador Ligado, Sem Rede,
Desligando Gerador.)
Nesta função, aparece como está conectado o sistema, se está na rede ou no gerador.
2ª Função → Número de série e
Horímetro (Acumulativo de 0 a 10000
horas)
Aqui nesta tela é mostrado o tempo em que está em funcionamento o conjunto.

3ª Função → Tensões AC de fase e


neutro do gerador (0 V à 300 V).

Mostra as tensões entre fase e neutro medidas instantaneamente do gerador.

4ª Função →Tensões AC de fase a fase


do gerador (0 a 440 V)

Mostra as tensões entre fase e fase medidas instantaneamente do gerador.


5ª Função → Corrente por Fase do
Gerador R, S e T (0 a 100 A para TC
100/0,2 e 200 A para TC 200/0,2)
Corrente mostrada do gerador que varia a escala de acordo com a relação do TC
usado. É a corrente em casa fase do gerador.
6ª Função → Frequência obtida da tensão
AC do Gerador e Rotação obtida através
da frequência.
Frequência do sistema e rotação do motor se este estiver em funcionamento.
7ª Função → Tensão DC da Bateria (0 a
15 V) e Partidas Acumulativas (0 a 9999)

33
Mostra a tensão da bateria usada para alimentar a USCA, pois está usa uma fonte
externa à rede, e número de partidas que o motor já realizou.
8ª Função → Temperatura da Água do
motor (10 a 115°C)

Mostra a temperatura medida no radiador do motor.


9ª Função → Ajuste do Dia da Semana,
Hora e Data (Somente em Modo
Automático).

Mostra a data e hora que podem ser alterados na programação.


10ª Função → Partida Programada:
(Somente em modo Automático) - O
Motor é acionado automaticamente uma
vez por semana. Esta função é
programada no Modo Programação do
aparelho.
Nesta tela aparecerá o dia e a hora em que o motor irá entrar em funcionamento uma
vez por semana, na partida programada.
11ª Função → (Somente em modo
Automático) - Horário de Ponta: Gerador
entra em funcionamento todo dia no
intervalo de horário programado. Esta
função é utilizada para a economia de
energia e é programada no Modo
Programação do aparelho.
Nesta tela está o horário de ponta, onde mostra a opção escolhida para funcionar.
12ª Função → Manutenção Preventiva do
Motor: O aviso de manutenção é indicado
na função Status do Conjunto. O tempo
para o aviso deve ser programado nesta
Tela apertando o botão Prog.
Fonte: Adaptado de Manual de operações STZ MG1000

34
2.4. Sinais de Reconhecimento se Gerador entrou em Funcionamento

Em caso de falha da rede o controlador detecta esta falha e aciona o GMG, mas
para se tiver certeza que este entrou em funcionamento mesmo é só analisar os sinais
que comprovam se o grupo entrou ou não [12].
1- D+ do alternador: sinal de 12V - é um sinal que pode indicar que o motor entrou;
2- Óleo do Motor: sem sinal (com sinal de terra indica baixo nível de óleo – Gerador
Desligado);
3- Gerador: tensão AC acima de 100V.

2.5. Menu do Modo Programação

Para navegar entre as opções de Programação, deve-se pressionar o Botão


Função/Seleção e na opção desejada pressionar o Botão Enter para parametrização. As
opções que apresentarem a letra “(A)” pertencem somente às USCA’s com a função
Transferência Automática habilitada [12].

2.5.1. Configuração de Partida

Na Tabela 2.2 temos as opções de partida do motor, nesta função podem ser
alterados os parâmetros referentes à parda do grupo gerador.
Tabela 2.2 - Configurações de partida

Programa o Número de Tentativas de


Partida, que pode variar entre 1 e 5
tentativas.

Programa o Tempo de cada tentativa, que


pode variar entre 1 e 5 segundos.

Fonte: Adaptado de Manual de operações STZ MG1000

35
2.5.2. Proteções

Hoje em dia é essencial em todo sistema do setor elétrico o uso de proteções a


fim de como o próprio nome já diz, proteger o sistema de possíveis variações que
estejam fora da faixa aceitável, ou seja, de anomalias no sistema que possam vir a
prejudicar o sistema em funcionamento. Na Tabela 2.3 temos as proteções presentes
neste modelo de USCA, algumas USCA’s não permitem modificar os parâmetros das
proteções, já neste caso pode-se habilitar ou não algumas proteções [12].
Tabela 2.3 – Proteções do grupo gerador

Habilita ou Desabilita a Parada


Emergencial do Motor em caso de
anomalia no sistema.
Nesta opção pode-se desligar todas as proteções do sistema.

Seleciona a Frequência de Operação do


Gerador: 50 ou 60 Hz.

Seleciona o valor de frequência adequado ao sistema de distribuição. No caso do


Brasil 60 Hz.

Seleciona o desvio da Frequência para


valores máximos e mínimos aceitáveis.

Sinal do Alternador que indica se o motor


entrou ou não em funcionamento; pode-
se ligar ou desligar esta proteção.
Pode-se ligar ou desligar a proteção do sinal do alternador.

Temperatura de operação do Motor;


pode-se ligar ou desligar esta proteção.

Esta proteção serve para que o motor não aqueça muito a ponto de danificar as peças.

36
Quando da utilização de Sensores de
Leitura de Temperatura, pode-se setar a
temperatura desejada para desligamento
emergencial do Motor.
Limite aceitável de temperatura de trabalho do motor, acima disso ele desliga o
motor.
Entrada de sinal através do pino E1/S1;
se este pino receber um sinal de terra o
sistema realizará uma parada
emergencial; pode-se ligar ou desligar
esta proteção. Esta função torna-se
desabilitada quando uma das duas
funções: Sinal Ext. Pressão ou Desl. Ger.
Remoto é habilitada
Nível de água, se o nível estiver a baixo do determinado para funcionamento do
motor, esta proteção é atuada e tira o motor do sistema.
Rotação do Motor – este valor é
mostrado através de um cálculo
utilizando o valor da frequência.

Programação da Tensão de Referência


para atuação da proteção. Este valor vai
de 100 à 500V.
Proteção que tira o motor por Sobre-Tensão ou Sub-Tensão.
Programação do Desvio aceitável para
Tensão AC do Gerador. Este valor vai de
10 a 100 V.
Variação da tensão aceitável para funcionamento do motor.
Liga / Desliga proteção por baixa pressão
de óleo. Sinal que vem do sensor de
contato seco; caso este pino receba um
terra a proteção atuará se esta estiver
ligada.

37
Proteção por baixa pressão de óleo do motor.

Programação da Potência do Gerador.


Este valor vai de 000 à 250kVA.

Potência do gerador, definição da potência a ser trabalhada com o grupo gerador.


Programação da Corrente Máxima
Permitida para o sistema. O valor
apresentado refere-se a um cálculo da
corrente máxima [Imax = (P x fp) / (1.73
x V)], sendo fator de potência igual a 1,
mas pode-se ainda alterar este valor
através do Botão Função/Seleção.
Fonte: Adaptado de Manual de operações STZ MG1000

2.5.3. Sequência de Falhas

Todo e qualquer sistema seja ele mecânico, elétrico ou de qualquer natureza,


precisa ser revisado no período especificado de fabricação, pois, máquina seja ela de
grande porte ou não, necessita de manutenção porque em algum momento ela vai
apresentar problemas de funcionamento. Por isso, é de grande importância que se faça a
manutenção programada no grupo gerador para que este esteja em bom estado quando
for solicitado, ou seja, em caso de falhas da rede elétrica [12].
Na Tabela 2.4 são mostradas todas as falhas que ocorreram com o motor,
incluindo a data, hora e tipo da falha ocorrida. As falhas podem ser as mais variadas, se
o motor estiver com pouco combustível, baixa pressão de óleo, falha na partida, etc.
Tabela 2.4 – Sequência de falhas do motor

Pressionando o Botão Função/Seleção


podem-se verificar as últimas 16 falhas, e
para sair basta pressionar o Botão
Prog/Enter. A data, o horário do
Horímetro e o tipo de falha são
armazenados.

38
2.5.4. Configurações Gerais
Na tabela 2.5 pode-se observar alguns tipos de configurações.
Tabela 2.5 – Tabela com configurações de TC e Sistema elétrico.

Programação dos TC’s: seleção entre as


relações 100/0,2 para 100A e 200/0,2
para 200A.

Seleção entre os sistemas de energia:


Mono, Bi ou Trifásico. Em Mono,
somente a fase T deve ser ligada, ficando
a fase S com o Neutro da Rede. Em Bi,
somente as fases S e T devem ser ligadas,
e em Tri, as fases R, S e T devem ser
conectadas.
Fonte: Adaptado de Manual de operações STZ MG1000

2.5.5. (A) Partida Programada

Como já foi dito anteriormente (A) significa os modelos que possuem a opção de
partida automática habilitada. Na Tabela 2.6 é mostrado como adentrar as configurações
de programação do modo automático, lembrando que estas configurações são da USCA
STZ MG1000, mas os outros modelos possuem as mesmas funções [12].
Tabela 2.6 – Configurações de partida programada

Liga / Desliga a opção de Partida


Programada. Funcionamento do Gerador
uma vez por semana.
Na partida programada é possível acionar o gerador uma vez por semana para até para
testar se o gerador está funcionando corretamente.
Programação do Horário da Partida:
pressionando o botão Função/Seleção
podem-se incrementar os valores, para
confirmar, basta pressionar o botão
Prog/Enter.

39
Nesta plataforma é possível definir exatamente o momento em que se necessita do
funcionamento gerador.

Programação do Dia da Semana para


Partida: Segunda à Domingo.

É possível ainda definir o dia da semana em que se necessita da partida.

Programação da Duração da Partida


Programada: 1 à 180 minutos.

E, o tempo em que o gerador irá ficar ligado no modo de partida programada, neste
caso o tempo máximo de funcionamento é de apenas 3 horas.
Programação da Transferência ou não
entre os contatores. Caso a opção seja
“Sim”, o contator da Rede é desligado e o
contator do Gerador é acionado dentro do
período da Partida Programada.
É necessário que a opção “transfere Contator” seja habilitada, ou seja, precisa
selecionar “SIM” para que dentro do período definido da partida a comutação entre
REDE E GERADOR ocorra realmente.
Fonte: Adaptado de Manual de operações STZ MG1000

2.5.6. (A) Horário de Trabalho

Nesta configuração será definido o período de trabalho do gerador onde o


mesmo poderá entrar em funcionamento, ao habilitar esta função não significa dizer que
o gerador irá entrar no imediatamente em funcionamento no período determinado.
Tabela 2.7 – Definição do Horário de funcionamento do gerador

Liga / Desliga Horário de Trabalho: este


horário refere-se ao período em que o
Grupo Motor-Gerador pode entrar em
funcionamento; fora deste horário,
mesmo que falte a Rede, o GER não
entrará em funcionamento.

40
Habilita o horário de funcionamento, ou seja, liga e desliga.
Início do Horário de Trabalho ⇒ Para
incrementar os valores deve-se pressionar
o botão Função/Seleção, e para alterar
entre hora, minuto, segundo e finalizar,
deve-se pressionar o botão Prog/Enter.
Definição no inicio do período do horário de trabalho, definindo hora, minutos e
segundos.
Fim do Horário de Trabalho ⇒ Para
incrementar os valores deve-se pressionar
o botão Função/Seleção e para alterar
entre hora, minuto, segundo e finalizar,
deve-se pressionar o botão Prog/Enter.
Definição do fim do período do horário de trabalho, com novamente hora, minutos e
segundos. Como foi dito, fora deste período mesmo que falte energia o gerador não
entrará em funcionamento.
Fonte: Adaptado de Manual de operações STZ MG1000

2.5.7. (A) Horário de Ponta

O sistema elétrico brasileiro possui um horário, ao qual pagamos o preço da


energia elétrica um pouco mais caro que o normal. Esse horário é chamado de horário
de ponta. É o momento em que quase todas as pessoas voltam para casa depois de um
dia de trabalho, ligam quase todos os seus equipamentos elétricos. No horário de ponta
qua vai das 17h00min até as 22h00min a energia se torna mais cara. Logo, para quem
possui um grupo gerador em sua residência ou estabelecimento comercial, se torna mais
barato nesse momento acionar o gerador a fim de economizar mais na conta de luz no
final do mês. Na Tabela 2.9 é apresentada a configuração de como selecionar esta
função.
Tabela 2.8 – Definição do Horário de Ponta

Liga / Desliga Horário de Ponta ⇒ Se o


horário de ponta estiver ligado deve-se
programar o horário de início e fim para

41
funcionamento do Gerador. Neste caso, o
contator da Rede é desligado e o contator
do Gerador é acionado durante este
período. Esta opção é normalmente
utilizada para economia de energia.
Nesta plataforma é possível habilitar o horário de ponta, determinando o inicio e o
fim do processo.
Início do Horário de Ponta ⇒ Para
incrementar os valores deve-se pressionar
o botão Função/Seleção e para alterar
entre hora, minuto, segundo e finalizar,
deve-se pressionar o botão Prog/Enter.
Tela com a hora, minuto e segundo de inicio do horário de ponta.
Fim do Horário de Ponta ⇒ Para
incrementar os valores deve-se pressionar
o botão Função/Seleção, e para alterar
entre hora, minuto, segundo e finalizar,
deve-se pressionar o botão Prog/Enter.
Definição do intervalo incrementado a hora, minuto e segundo finais do processo.
Opções para os dias de funcionamento do
GER em horário de Ponta ⇒ 1- Todos os
Dias; 2- Seg a Sex; e 3- Seg a Sab. Para
alterar estas opções basta pressionar o
botão Função/Seleção e para confirmar a
opção deve-se pressionar o botão
Prog/Enter.
É possível ainda definir os dias da semana que se deseja utilizar deste recurso. Existe
a opção de todos os dias, de segunda a sexta e segunda a sábado.
Fonte: Adaptado de Manual de operações STZ MG1000

2.6. Manutenção Preventiva


Esta Função Principal servirá para alertar o cliente/operador que uma
manutenção preventiva manual do motor deverá ser realizada. A primeira manutenção

42
vem de fábrica programada para 50 horas; as demais deverá ser informada pelo cliente
conforme manual do motor [12].
É extremamente importante realizar estas manutenções periódicas para garantir
um bom funcionamento do conjunto. É esta manutenção que vai garantir ao usuário, que
no momento que ele mais precisar, no caso de uma falha da rede elétrica, ele terá o bom
funcionamento do grupo gerador, sem essas manutenções o conjunto pode vir a falhar
em um momento crucial de operação, na falta de energia.

2.7. Sistema de Proteção, Falhas e Avisos

Abaixo na Tabela 2.9 estão listadas todas as proteções para este modelo de
aparelho e suas respectivas mensagens de falhas que aparecerão caso algum parâmetro
esteja fora dos valores programados.
Tabela 2.9 – Proteção, Falhas e Avisos

Proteção Seq. Falha Mensagem Parada do Motor


Frequência acima F(max) Sobre-Frequência Sim
Frequência abaixo F(min) Sub-Frequência Sim
Sem sinal de Frequência F(0) Freq. Sem Sinal Sim
Tensão AC acima V(max) Sobre-Tensão Sim
Tensão AC abaixo V(min) Sub-Tensão Sim
Corrente acima I(max) Sobre-Corrente Sim
Baixa Pressão do Óleo Óleo Pressão – Óleo Sim
Temperatura > 105ºC Temp. Temperatura Alta Sim
Nível de Água- subtanque Ni_Agua Nível de Água Sim
Sinal do D+ D+ D+ Alternador Sim
Falha na Partida Partida - Não
Aviso de Manutenção Manut. - Não
Horário de Trabalho HorTrab - Não
Fonte: Adaptado de Manual de operações STZ MG1000

Estes sinais de proteção são monitorados somente se o sistema de proteção


estiver ligado (CHAVE GERAL: Liga/Desliga Proteção). Toda vez que o sistema de

43
proteção atuar, sua falha será salva na memória, podendo ser verificada entrando no
Modo Programação / 3- Sequência de Falhas, podendo armazenar até 16 falhas.
Em caso de FALHA, atuando a Proteção do Motor, logo após retorno da REDE
o contator da REDE é acionado e mensagem de “GERADOR *FALHOU*” aparecerá
no visor. Importante ressaltar que, aparecendo esta mensagem, necessariamente deve-se
fazer busca de todas as falhas em Modo Programação / 3- Sequência de Falhas e corrigi-
las, ou seja, verificar a causa destas Falhas [12].

2.8. Calibração para Medição de Grandezas Elétricas

Com relação à Frequência têm-se dois valores, 50 ou 60 Hz. No Brasil, o valor


padrão de frequência é 60 Hz. Normalmente, seu desvio é programado para 5 Hz. A
Tabela 2.10 abaixo indica alguns valores médios de tensão de referência para cada tipo
de gerador (considerando como referência os geradores com motor TNV (total novo
valor).

Tabela 2.10 - Tensão de Referência para sistema de medida e proteção.

Gerador Tensão de Referência


220V 226V
380V 385V
440V 445V
Fonte: Adaptado de Manual de operações STZ MG1000

2.9. Sistemas de Medidas


2.9.1. Tensão AC

Medida em Volts (V), refere-se à tensão RMS (root-mean-square) fornecida pelo


Gerador à Carga conectada nos Bornes de saída do Painel. O Valor RMS é conhecido
também como valor eficaz e representa o mesmo valor de tensão de uma fonte contínua
capaz de provocar a mesma dissipação de potência em uma carga.
Seu valor pode ser calculado através da equação (1) [12].
T
1
VRMS  
T 0
Vi 2 (t )dt (1)

44
Onde; T é o período da forma de onda e Vi é a tensão senoidal de entrada.

Fonte: CLÁUDIO, 2014


Figura 2.1 – Forma de onda de tensão de entrada.
Uma aproximação de (1) acima é dada por (2):
VP
VRMS  (2)
21 / 2
Onde Vp é a tensão de pico
Um parâmetro importante na construção de um medidor de tensão RMS é a
resistência de entrada, a qual deve ser a maior possível para que a resistência do leitor
não interfira na medição. Este circuito possui uma resistência de entrada (Rin) igual à
14M  . Aparelhos de instrumentação e medição comerciais, tal como osciloscópio e
multímetro, possuem esta resistência entre 1 e 10M  .
O tempo de atualização da medida das três tensões é menor que 1 segundo, e sua
precisão na leitura é de  4 V. Devido ao valor medido ser instantâneo, este se torna
muito sensível apresentando uma variação de 2 à 3 V para cada tensão [12].

2.9.2. Corrente AC

Medida em Ampères (A), cada um dos três medidores de corrente (sistema


trifásico) emprega um TC (transformador de corrente) como sensor. Esta medida
caracteriza-se por ser sem contato, ou seja, possui um isolamento elétrico entre o
primário (alta corrente) e o secundário (baixa corrente) do transformador, tornando-a
muito prática, pois não é necessário interromper o circuito para execução da medida, tal
como os medidores série. O condutor envolvido funciona como o enrolamento primário

45
de um transformador de corrente que induz uma corrente no secundário, a qual é então
processada e mostrada no visor do LCD [12].
O tempo de atualização da medida das três correntes é menor que 1 segundo,
garantindo uma boa precisão na leitura dos valores. Sua precisão é de  3 Ampères.
O fundo de escala da medida depende do TC utilizado, que pode ser de 100 ou
de 200A.

2.9.3. Frequência

Medida em Hertz (Hz = ciclos/segundo), esta grandeza corresponde à quantidade


de ciclos por unidade de tempo da Tensão Alternada do Gerador e, portanto é expressa
(3):
1
f  (3)
T

Onde f é a frequência e T é o período da forma de onda senoidal


A Rede elétrica no Brasil possui uma frequência de 60Hz, ou seja, 60 ciclos
completos da senóide por segundo. Seu valor é atualizado pelo processador de 1 em 1
segundo. A faixa de leitura aceitável está entre 45 e 75 Hz [12].

2.9.4. Tensão DC

Medida em Volts (V), esta tensão refere-se:


Medida da tensão da bateria quando não temos Rede Elétrica;
Medida da tensão de flutuação fornecida por um circuito retificador ou
carregador de bateria. A medida desta tensão possui uma precisão de  0,5 Volt [12].

2.9.5. Temperatura

Medida em ºC (graus Celsius), a temperatura é lida através de um sensor


automotivo comum, atuando como um sensor NTC (Coeficiente de Temperatura
Negativo, ou seja, quanto maior a resistência, menor a temperatura; referência:
(min.=50  e max.=1,5k  ) localizado na água do radiador. Seu valor varia entre a
faixa de 10 e 115ºC. Sua precisão está em torno de  2ºC [12].
46
2.9.6. Rotação

Medido em rpm (rotações por minuto), esta sinal é retirado do alternador e


refere-se a rotação do motor. Para um valor preciso é necessário entrar com o valor da
relação de polias entre o motor e o alternador. Para atuação do sistema de proteção
deve-se setar a rotação central do motor e se o desvio exceder 150 rpm o motor é
desligado imediatamente.
Seu valor é atualizado pelo processador de 1 em 1 segundo. Sua precisão é de 
10 rpm [12].

2.10. Diagramas Funcionais

A Figura 2.2 refere-se à interface do display da USCA STZ 1000MG que foi
utilizada para obter as configurações descritas neste trabalho.

Fonte: Strazmag, 2014


Figura 2.2 – Interface do display do controlador d sistema

Na Figura 2.3 é mostrado um Quadro de Transferência Automático (QTA) com a


capacidade de potência que de 20 kVA a 150 kVA.

47
Fonte: Mpagrogeradores, 2014
Figura 2.3 – Imagem real de um QTA

Fonte: Manual de operação QTA ST100


Figura 2.4 – Contatores de comutação da alimentação da carga

Observando a imagem na Figura 2.3 não é muito difícil de entender a lógica das
conexões, entretanto se analisarmos os circuitos deste quadro de transferência fica
ainda mais claro a sequencia de ligações destes circuitos. Vamos começar analisando

48
apenas a parte dos contatores, onde acontece a comutação da carga, da rede da
concessionaria para o gerador e vice versa.
Na Figura 2.4, (1) e (2) são as entrada para os sinais enviados pela placa de
controle do quadro.

Fonte: Manual de operação QTA ST100


Figura 2.5 – Diagrama de conexão dos Contatores

Algo importante a se ressaltar neste sistema é que, os contatores de rede e do


gerador possuem um intertravamento mecânico entre suas bobinas. Isso significa dizer
que ao acionar um contador, automaticamente o outro não poderá ser acionado apenas
um contato é acionado de cada vez para que não haja problemas de ligar o gerador a
rede acidentalmente. Além disso, as bobinas dos contatores K1 e K2 são intertravadas
eletricamente por meio de contatos ou relés auxiliares, de forma que impossibilite a
alimentação de uma fonte se a outra estiver energizada. O diagrama mostrado na Figura
2.5 é uma simplificação do sistema de controle e supervisão de corrente alternada. Ou
seja, ainda existem muitos outros equipamentos não mostrados neste diagrama.

2.11. Principais Grupos de Controles (USCA)

49
Atualmente, podemos encontrar no mercado brasileiro diversos controles para os
grupos geradores comercializados. Dentre os principais, destacamos os seguintes [1]:
 EMCP II+ - Caterpillar;
 DEC340 – Decision Maker – Kohler;
 ST2000 – Stemac;
 SMART GEN – Atos Automação Industrial;
 LSM2001 – Light Service;
 M50, M150, S2500, R3000, A400 e MICS Process II – SDMO;
 RGAM – LOVATO;
 USCAMAQ – Maquigeral;
 DPC-560 – Leon Heimer;
 Novos Produtos Woodward;
 MCSD – Atlas Copco e
 K30 G enset – KVA Automação.
Abaixo pode-se observar a descrição de alguns dos principais grupos de
controles presentes os grupos geradores.
Tabela 2.11 – Apresentação do CATERPILLAR EMCP II

CATERPILLAR EMCP II+ – Electronic Modular Control Panel


Indicação Digital (LCD)  Sobrevelocidade;
 Tensão AC – 3 fases (L-L e L-N);  Falha na partida;
 Corrente AC (3 fases e total);  Parada de emergência;
 KW (total e por fase);  Parada por defeito;
 KVA (total);  Alarme de defeitos;
 KVAR (total);  3 lâmpadas de reserva e 4
 KWh (total); entradas programáveis pelo
 KVARh (total); cliente para parada ou alarmes.
 Fator de Potência (médio e por Controles
fase);  Partida e parada automática;
 % do nominal (total);  Parada de emergência;
 Frequência  Teste de lâmpadas
 Tensão DC;  Ciclo de partida;
 Temperatura do fluido de  Controle de tensão;
arrefecimento;  Tempo de resfriamento;

50
 Pressão do óleo lubrificante;  Chave seletora de fase;
 Rotação do motor (rpm);  Relé de demanda de carga e
 Horas de operação e  Relé programável sobressalente.
 Diagnóstico do sistema.
Indicação luminosa Relés de proteção
 Baixa pressão do óleo  Relés programáveis:
lubrificante;  Sobre e Sub-Tensão;
 Alta temperatura do fluido de  Relé de potência inversa;
arrefecimento;  Sobre e Sub-Frequência e
 Sobre-Corrente.
OPCIONAIS:  Sinal de alternador gerando
Controles diversos (contato seco);
 Governador eletrônico;  Auxiliar de partida a frio (éter);
 Divisor de carga (fornecido  Módulo anunciador de alarme a
avulso); distância;
 Módulos de alarme local – (com  Link de comunicação digital para
buzina e botão silenciador); computador e
 Controle de frequência; Painel luminoso.
 Alarme comum (contato seco para Proteções
qualquer tensão);  Baixo nível do fluido de
arrefecimento;
 Temperatura do óleo lubrificante.
Fonte: CLAUDIO, 2014

Tabela 2.12 – Apresentação do Stemac com diversos opções e controles


STEMAC ST2000 – OPÇÃO MANUAL
Sistema de controle microprocessado para grupos geradores de operação manual, com
medições de tensão, corrente e frequência; proteção contra sobrecorrente com atuação
sobre a bobina de disparo do disjuntor principal.
STEMAC ST2000 – OPÇÃO AUTOMÁTICO
Disponível nas opções ST2000A, ST2000B, ST2000S, ST2000P e ST2000C. Para
aplicações em telecomunicações, a STEMAC oferece a unidade “Stelecom”, para
atender os requisitos das normas Telebrás.

51
Na versão ST2000A, encontram-se: A opção ST2000P tem a mesma
 Supervisão de rede; configuração da opção ST2000S
 Partida, parada e transferência acrescida das funções de:
automática;  Operação automática em horário
 Indicação digital de tensão (L-L e de ponta, paralelismo com outras
L-N), frequência, número de unidades e/ou com a rede;
partidas, horas de operação,  Transferência ininterrupta em
temperatura do fluido de rampa;
arrefecimento do motor, horas  Controle de demanda
para manutenção e tensão de (rejeição/inclusão de cargas);
bateria;  Operação automática em picos de
 Proteção contra alta temperatura, demanda (peak shave) e
baixa pressão de óleo,  Regulagem eletrônica digital de
tensão/frequência anormais, falha velocidade
na partida/parada; A opção ST2000C é destinada a sistemas
 Controle do pré-aquecimento; de paralelismo e conta com:
 Funcionamento Funcionamento em
manual/automático/teste e manual/automático/teste;
 Comunicação serial (opcional).  Operação gerenciada através de
A opção ST2000B, além das funções PLC mestre para paralelismo com
acima, inclui indicação digital para outras unidades, paralelismo com
potência ativa e fator de potência e a rede e transferência de carga em
proteções contra sobrevelocidade, rampa (para uma ou mais chaves
sobrecorrente e sobrecarga. de transferência e/ou entradas de
A opção ST2000S, além das funções rede);
encontradas nas anteriores, acrescenta:  Comunicação serial;
 Indicação digital de potência  Controle automático do pré-
reativa e Watt-hora; aquecimento;
 Proteção contra baixo nível do  Regulagem eletrônica digital de
combustível (opcional); velocidade e
 Seis entradas/saídas analógicas e  Possibilidade de controle de
digitais configuráveis pelo cliente quantidade de grupos e demanda,
e comunicação serial opcional. bem como monitoramento

52
remoto.
Fonte: CLAUDIO, 2014

Tabela 2.13 – Apresentação do Leon Heimer DPC 560


LEON HEIMER DPC - 560
Módulo de controle digital para instalação no quadro de comando. Controla partida,
parada, transferência e retransferência. Como padrão, é instalado na porta frontal do
quadro de comando, onde também se encontra a chave de transferência.
Tem funções de proteção com Comandos externos para:
sinalização luminosa e alarme contra:  Desligado, automático, manual,
 Rede anormal; partida e reposição (reset).
 Falha de tensão do grupo gerador; Avisos luminosos para:
 Pressão de óleo baixa;  Carga de bateria;
 Temperatura alta;  Proteção ativada;
 Sobrecarga;  Grupo gerador operando.
 Rotação anormal e
 Falha na partida.
OPERAÇÃOAUTOMÁTICA Após terminado o solenoide de
Quando estiver no modo automático e combustível é desativado levando o
receber um sinal proveniente de um grupo à parada. Caso a rede falhe durante
detector de tensão de rede anormal, será o período de resfriamento do motor, o
inicializada uma sequência que começa conjunto voltará a alimentar a carga.
com um retardo de partida para impedir
que falsos sinais do detector atuem OPERAÇÃO MANUAL
indevidamente. Em seguida, após a Neste modo o grupo irá efetuar o ciclo de
confirmação de condições iniciais o partida da mesma forma que em modo
Solenoide de Combustível é ativado e o automático, independente da condição da
motor de partida é acionado por um ciclo rede, porém não assumira carga a não ser
pré-ajustado. Caso o motor falhe após 3 que o módulo receba um sinal de rede
tentativas de partida, a sequência ira anormal.
terminar e o defeito FALHA NA Caso a rede normalize o grupo irá
PARTIDA será mostrado no display. continuar funcionando até que seja
Quando o motor funcionar, o motor de selecionado o modo automático então o
partida é desengatado e bloqueado por ciclo de parada será inicializado com o

53
uma frequência pré-ajustada da saída do devido resfriamento.
alternador, nesta condição o
temporizador de estabilização é ativado, PROTEÇÕES
permitindo que a as condições de Pressão Há um LED comum no painel frontal que
de Óleo, Alta Temperatura do Motor, acende para indicar parada e condições
Falha de Carga, Rotação Anormal e de falha que não tenham seus próprios
Sobrecarga sejam estabilizadas sem LED como exemplo o interruptor de
iniciar o processo de falha. Após pressão de óleo defeituoso, etc. As
transcorrido o tempo de estabilização é proteções são indicadas no painel frontal
efetuada a transferência de carga da rede e desligam imediatamente o grupo
para o grupo. gerador a reposição é dada com o seletor
Após o tempo de confirmação de retorno na posição OFF, neste caso a falha deverá
de rede estabilizada a carga é transferida ser removida
para a rede e inicializado o ciclo de
parada a partir de um retardo de parada
seguido de temporização de resfriamento
que
Fonte: CLAUDIO, 2014

Além dos controles vistos anteriormente, a WOODWARD, no decorrer do ano


de 2001, disponibilizou para os montadores de grupos geradores a sua nova família de
controles digitais que, é de se esperar, irá contribuir para que alguns montadores optem
por utilizar estes produtos em detrimento da fabricação própria.

Tabela 2.14 – Apresentação do Woodward 2 e 3


WOODWARD EGCP – 2 e EGCP – 3
(Engine Gerator Control Package)
CONTROLADOR DIGITAL PARA GRUPO GERADORES
O EGCP-2 é um controlador digital para grupos geradores feitos para trabalhar com
um regulador de tensão de ajuste remoto e um regulador de velocidade Woodward.
Disponível para geradores que operem com motores Diesel ou gás. Executa controle
do motor, sincronização do grupo, sequenciamento automático, controle de carga
ativa real (kW), controle de carga reativa (KVAr), proteção do gerador, proteção do
motor e comunicação serial Modbus.

54
Controle do Motor Controle de Potência Reativa (KVAr)
 Controle para pré-aquecimento do  Divisão de carga reativa entre os
motor; geradores para operação isolada;
 Controle da válvula de  Controle de fator de potência
combustível; através da referência interna e
 Controle de partida;  Controle de potência reativa
 Controle de marcha ajustável através de sinal externo.
lenta/nominal; Sequência automática de partida
 Monitoração de pressão de óleo;  Partida automática baseada na
 Monitoração da temperatura da demanda de carga ou processo;
água de refrigeração;  Configuração de partida e parada
 Monitoração da tensão da bateria conforme necessidade de carga
e temporizada e
 Monitoração da proteção de  Sequência de prioridade de
sobrevelocidade. geradores configurável via painel
Sincronismo do EGCP ou remotamente por
 Processamento digital dos sinais computador PC.
imune à interferência de Proteção do gerador
harmônicos, ajuste de fase de  Proteção de Sub-Tensão (27);
tensão e de tempo de  Proteção de sobre tensão (59);
sincronismo;  Proteção de sub e Sobre-
 Identificação de barra Frequência (81);
desenergizada e sincronismo  Proteção de potência reversa
automático; (32P);
 Sincronização com outros  Proteção de perda de excitação;
geradores e com a concessionária;  Proteção de sobrecorrente;
 Programação de várias tentativas  Proteção de perda da
de sincronismo com tempo concessionária;
ajustável e  Proteção de escorregamento de
 Operação manual com ajuste de velocidade e frequência e
tensão e velocidade para  Proteção de surto de potência no
sincronismo. gerador
Controle de Potência Ativa (kW) Proteção do Motor

55
 Cálculo de potência real (RMS);  Proteção de baixa e alta
 Rampa de tomada e retirada de temperatura da água de
carga programável; refrigeração;
 Operação em isócrono ou base de  Proteção de baixa e alta pressão
carga com até 8 geradores em do óleo;
paralelo dividindo carga;  Proteção de sobrevelocidade e
 Controle em base de carga com  Proteção de falha na partida.
máxima eficiência de controle de Comunicação
combustível;  Protocolo aberto ModBus ou
 Controle em base de importação e DDE comunicação através de
exportação para operação em porta serial padrão RS-422 e
paralelo com a concessionária;  Rede de comunicação remota de
 Transferência de carga suave e upload/download via computador
sem interrupção com a PC interface programável.
concessionária;
 Possibilidade de ajuste externo
para operação em carga de base
ou controle de processo com taxas
de variação independentes e
 Operação em droop disponível
para operação e controle de carga
manual.
Fonte: CLAUDIO, 2014

56
3. DESCRIÇÃO DOS SISTEMAS ENVOLVIDOS

No Capítulo 2, abordamos o funcionamento da USCA, de forma a entender


como programar as funções de controle de um grupo gerador. Mas uma coisa muito
interessante e que não foi falado anteriormente, é como acontece a logica de
comunicação do sistema de controle de um GMG, neste capítulo iremos trabalhar essa
parte do nosso sistema.
Partindo do esquema da Figura 3.1, onde temos todo o sistema trifilar
representado pelo diagrama elétrico, podemos analisar algumas partes deste circuito.
Antes de tratar deste assunto temos que conhecer algumas classificações dos
sistemas com geração auxiliar de energia que iremos trabalhar.

3.1. Definição de Grupo Motor Gerador – GMG

É por causa de todos os motivos já descritos anteriormente, que estamos


propondo uma sugestão para desafogar ou ainda “descarregar” o sistema elétrico das
concessionárias, substituindo a rede elétrica nos momentos de maior demanda de
energia por um sistema formado por um grupo chamado GMG (Grupo Motor Gerador).
Independente do principal objetivo buscado no uso desses GMG’s é importante
estarmos controlando e monitorando este processo de forma contínua e inteligente,
agregando maior previsibilidade de falhas (externas ou internas) ou condições anormais
em termos operacionais. Da mesma forma que existem subestações inteligentes estamos
falando de geradores inteligentes, novos ou já existentes na empresa. Podemos
classificar os grupos de geradores conforme o motor que aciona o respectivo alternador
(gerador de eletricidade para corrente alternada) obtendo desta forma dois grupos [8][9].
 Grupo Turbo-Geradores: Acionados por vapor gerado em caldeiras através da
queima de combustível (gás natural, óleo BPF, bagaço de cana, carvão, biogás e
etc.), são utilizados em sistemas de grande porte. Tem seu custo de implantação
elevado por exigir uma pesada infraestrutura, além da necessidade de uma
grande área física [8].

57
 Grupo Motor-Geradores: Acionados por motor a explosão (Ciclo Otto) estes
equipamentos se diferenciam pela queima direta do combustível sem a
necessidade de utilização de caldeiras. Podem ser implantados em sistemas de
médio e grande porte e utilizam combustíveis fluidos (gás natural, óleo diesel,
biogás e etc.) [8].

3.2. Classificação dos Sistemas GMG Quanto ao Tamanho

Sistemas considerados de pequeno porte são sistemas até 1 ou 1,2 MVA e os


sistemas ditos de médio porte são sistemas de 1 a 4 ou 5 MVA (este não é um conceito
rígido, na verdade é tomado de análises empíricas, pois dependendo da situação de
disponibilidade monetária para instalação, disponibilidade de água para geração de
vapor ou mesmo localização/disponibilidade de combustível pode-se viabilizar ou
inviabilizar a implantação de Motor Geradores ou de Turbo Geradores) [8].
Neste artigo estaremos focalizando apenas o GMG (sigla que define o Grupo
Motor-Gerador) instalado nas dependências do consumidor, fornecendo energia em
baixa ou média tensão e reduzindo os investimentos com subestações assim como,
dependendo do combustível a ser utilizado, obtendo uma redução considerável no
impacto ambiental, fundamental para as empresas que buscam certificação na ISO
14.000 [8].
Definido nosso escopo de abrangência iremos apresentar um comparativo entre
um sistema convencional e um sistema inteligente para controle e supervisão de GMG,
apresentando as vantagens deste último desde a fase de especificação até a manutenção
do processo como um todo [8].
Para podermos proceder a implantação de um GMG (supondo-o inexistente na
instalação) devemos lançar mão de um detalhado planejamento que inclui:

 Análise do perfil do consumidor;


 Condições e localização da instalação do GMG;
 Disponibilidade e custo de transporte do combustível a ser utilizado;
 Sistema de Supervisão e Controle

58
3.3. Classificação do Sistema de Supervisão e Controle

Os sistemas de controle aqui analisados na verdade são os mesmos sistemas


utilizados em grupos geradores tipo "standby" acrescidos da unidade de detecção da
demanda de controle e da unidade de paralelismo momentâneo do grupo com a
concessionária, a fim de se prover uma transferência ininterrupta (a transferência
ininterrupta se dará toda a vez que houver solicitação do sistema de controle de
demanda e não por detecção de falta de energia). Quanto ao Sistema de Supervisão e
Controle (o qual poderá ser adquirido e instalado em separado do GMG) podemos
classificá-lo em três categorias [8]:

 Convencional: implementa todo o controle, comandando e supervisionando o(s)


GMG('s) através de relés e eletrônica discreta, sem supervisão e operação remota e sem
flexibilidade.
Mesmo em funcionamento manual, dependemos do módulo de controle.
Também notamos a inflexibilidade do sistema, pois, para se modificar a lógica do
sistema visando se adequar à evolução do processo ou ampliar a unidade geradora,
haveria mudanças físicas que exigiriam um tempo muito longo com o equipamento
parado [8].

 Pseudo-inteligente: se caracteriza por contar com os mesmos recursos básicos e


arquitetura do sistema convencional anterior apenas substituindo a lógica discreta por
um microprocessador, mantendo-se ainda inflexível e na maioria das vezes sem
operação remota. Quando a possui é uma solução dedicada quase impossível de
interagir com o resto do processo [8].

 Inteligente: o sistema de controle inteligente caracteriza-se por ser concebida


dentro de uma filosofia preditiva, padronizada, de protocolo aberto e, além de monitorar
a demanda e consumo da instalação em questão, monitora e interage com o processo de
modo a garantir a eficiência máxima do sistema como um todo [8].

59
Fonte: Manual de operação USCA STZ 1000 MG
Figura 3.1 – Diagrama elétrico trifásico do sistema com o GMG instalado.

Nesta figura podem ser observados os transformadores de corrente executando a


função de equipamentos de manobras, fazendo as leituras das correntes e também as
rebaixando para que se possa trabalhar com as mesmas. E ainda, fica fácil de identificar
a partida manual no grupo gerador. Neste caso, estamos falando apenas nos circuitos
elétricos do sistema não estamos falando nada ainda sobre a comunicação do mesmo. E
isso é o que trataremos mais a diante.

3.4. Topologia de um Sistema Pseudo-inteligente

Na Figura 3.2, temos uma estrutura de um sistema de controle pseudo-


inteligente, onde podemos observar toda a logica de comunicação entre o sistema de
controle e a concessionaria e o GMG.
Este sistema analisado na Figura 3.2 possui algo em particular em relação aos
sistemas comuns, este possui informações de demanda da instalação onde o GMG está
localizado. O que se deve ressaltar nisso é que, este sistema não possui apenas

60
informações da demanda, ela também faz o controle da mesma. Isso não se tinha nos
sistemas anteriores, é algo novo no sistema de GMG’s.

Fonte: Gestal, 2014


Figura 3.2 – Estrutura de um sistema de controle Pseudo-inteligente

No bloco azul da Figura 3.2, temos o Módulo de controle do nosso sistema para
onde vão todas as informações o conjunto e de onde partem os comandos elétricos para
se executar determinada ação, seja de partida ou parada do gerador.
Temos também os blocos de Detecção e Controle do sincronismo momentâneo
do gerador e da rede elétrica, assim como supervisão da tensão, além de monitoramento
de alarmes e chave de transferência. Vamos supor uma instalação que possua um
conjunto GMG instalado, em um determinado período do dia, no horário de trabalho
comercial, aconteça um problema na rede de distribuição que alimenta esta instalação.
Como acontece o reconhecimento desta falha e qual a ação tomada pelo sistema de
controle do grupo gerador?
Inicialmente, o sistema precisa estar no modo de operação Automático para que
se tenha uma ação do grupo gerador de forma autônoma. Partindo disso então, o
conjunto monitora as tensões e correntes da rede elétrica através dos sensores instalados
no sistema, neste caso um relé de falta de fase que lê as informações da rede, no
momento em que estes sensores reconhecem a falha eles enviam esta informação para o
sistema de controle, o sistema de controle aciona um relé na tentativa de religar à rede
se continuar sem fase ele espera mais alguns segundos e faz uma nova tentativa caso a
rede não volte, imediatamente o sistema aciona o grupo gerador com comado elétrico

61
que parte o motor, este é sincronizado com a rede (para o caso de existir rede presente)
daí então parte o comando elétrico que aciona os contatores do gerador e interliga a
carga ao grupo GMG.
Isso parece muito simples, mas por traz dessa ação existe uma série de coisas
que ocorrem que nós nem imaginamos que aconteça, mas que são de grande
importância neste processo de geração.

3.5. Topologia de um Sistema Inteligente

Até agora foi mostrado como são os sistemas que chamamos de convencionais,
mas agora vamos mostrar como seria um sistema considerado inteligente. Na Figura 3.3
temos a estrutura de sistema inteligente, é apenas um diagrama unifilar do sistema
interligado.
Observa-se que neste sistema existe a interligação do sistema de controle a um
microcomputador. A principal função deste micro é, além da supervisão de forma
remota, mas também de controle de forma remota, ou seja, neste sistema é possível
partir o gerador no modo manual de forma remota pelo micro. Isso além de sofisticar o
sistema de controle, facilita em muito, pois agora você não precisa ir até onde se
encontra o GMG, mas pode executar comandos através do computador.
Analisando a arquitetura do sistema inteligente acima vemos que o mesmo
concentra todas as operações na unidade de controle microprocessada o que torna
qualquer alteração de lógica, ou de parâmetros operacionais, fácil de ser implementada,
pois, é algo que depende apenas de software.
Notamos também a existência de uma IHM (Interface Homem Máquina)
responsável pela visualização local (via display de cristal líquido) dos dados obtidos
pelos instrumentos de medição (transdutores) do sistema e pela operação local via
teclado alfanumérico, podendo ser informados valores de pontos de operação para o
sistema, havendo ainda a possibilidade de operação manual em casos de emergência
(através da remoção da unidade de controle para manutenção). Na Figura 3.4 temos um
exemplo de IHM. O software de supervisão distribuída (vide exemplo na Figura 3.5)
instalado no microcomputador interage de forma padronizada com o operador
integrando o sistema de controle de demanda com o sistema de controle do GMG. Com
ele pode-se operar bem como realizar a manutenção de forma remota através de
modem’s [8].
62
Fonte: Gestal, 2014
Figura 3.3 – Estrutura de um sistema inteligente

Fonte: Gestal, 2014


Figura 3.4 – Interface Homem Máquina
Como foi mencionado a pouco, na Figura 3.4 temos o que chamamos de IHM –
Interface Homem Máquina, que nada mais é do que o ponto em que o operador é capaz
de observar os valores mensurados além de sinalizações em caso de falhas, além de

63
possuir também os parâmetros para modificar o sistema. Ou seja, essa IHM é na
verdade nossa USCA, dita de outra forma. Este modelo é um modelo de fabricação
exclusiva da Gestal.

Fonte: Gestal, 2014


Figura 3.5 – Software de Supervisão Distribuída.

Na Figura 3.5, temos o software utilizado para supervisão distribuída, ou seja, é


o programa utilizado no computador para supervisionar o sistema GMG, mas também
para executar o controle de forma remota. Nesta tela mostrada pela figura as cimas têm-
se as principais informações do conjunto, com tensões, correntes e frequência do
sistema que esta alimentando a carga no determinado momento. Mas se modificar
algumas opções da interface do software, podemos visualizar uma animação do grupo
gerador e suas principais informações, como podemos observar na Figura 3.6.

64
Fonte: Gestal, 2014
Figura 3.6 – Software de Supervisão com a interface do GMG
Na Figura 3.6 podemos observar alguns parâmetros do GMG, como por
exemplo, a alimentação, operação, nível de combustível e as proteções.

3.6. Sistemas de Partida


Observando o grupo gerador acima, tem-se a necessidade de conhecer o mínimo
deste sistema para que se possa reconhecer um possível problema a partir de alguns
erros apresentados pelo motor. Como por exemplo, se o motor não partir qual o possível
problema? E ainda iremos conhecer um pouco mais da parte elétrica da partida do grupo
gerador.

3.6.1. Funcionamento de um Motor de Partida

O motor de partida ou de arranque, como também é conhecido, tem como


principal finalidade colocar o motor central em funcionamento até que dei inicio as
explosões para que o motor possa funcionar sozinho [1].

65
Na Figura 3.7 temos um motor de partida da BOSCH em corte para que você possa
identificar o que é um motor de partida no conjunto instalado.

Fonte: CLAUDIO, 2014


Figura 3.7 – Motor de Partida em corte
Ele é acionado eletricamente com ajuda da bateria, transformando a energia
elétrica em energia mecânica, impulsionando o motor para a partida e garantindo um
torque inicial elevado, já que neste momento existe resistência ao movimento, por causa
da compressão e atrito do pistão, biela, árvore de manivelas, mancais, viscosidade do
óleo e temperatura quando o motor está frio [1].
O motor de arranque é o componente eléctrico que maior descarga impõe à
bateria, no momento em que funciona pode consumir entre 300 a 400 A e em apenas
três segundos pode descarregar a mesma quantidade de energia despendida pela luz de
um estacionamento durante uma hora. Por este motivo, o motor de arranque necessita de
um interruptor resistente e deve ser ligado à bateria por um cabo de diâmetro maior. O
motor de arranque faz girar a cambota por meio de uma roda dentada. A engrenagem
menor (pinhão) está montada no eixo do motor de arranque e engata com a engrenagem
maior (cremalheira), montada à volta do volante do motor [1].
A relação de redução entre estas duas engrenagens é geralmente de cerca de
10:1. O pinhão do motor de arranque desengrena-se da cremalheira logo que o motor
começa a funcionar; caso contrário, o motor acionaria o motor de arranque, com a
consequente destruição deste. O sistema mais utilizado para esse efeito é chamado de
Bendix [1].
Assim que o motor começa a funcionar, o pinhão do motor de arranque deve ser
desengatado do volante do motor que pôs em movimento. Para este efeito, o pinhão é
montado com bastante folga num eixo com rosca de fita e move-se livremente ao longo
deste [1].

66
Isso falando mecanicamente do processo, mas como acontece esse acionamento
mecânico que é a parte mais interessante deste processo. Esse trabalho mecânico
realizado nada mais é do que o resultado de comandos elétricos enviados a este motor
para que ele realize a partida do motor principal.
Para compreender melhor o processo de partida do motor de arranque vamos os
três estágios que este realiza para Partir o GMG.

3.6.2. Estágios de um Motor de Partida

Um motor de partida possui basicamente três estágios de funcionamento, na


verdade é a partida dividida em três partes, que serão apresentadas agora.

3.6.2.1. Primeiro estágio

É o estágio onde o motor de partida está na posição de repouso, ou seja, sem


corrente passando no circuito da mola da chave magnética.

Fonte: CLAUDIO, 2014.


Figura 3.8 – Motor de partida sem alimentação
Neste estágio nada acontece, é o momento em que o grupo gerador está
desligado.

3.6.2.2. Segundo Estágio

No segundo estágio a chave de partida é acionada, a bobina de atracamento, a


bobina da chave magnética, a bobina de campo e o induzido, recebem a corrente

67
elétrica. O induzido começa a girar lentamente e o pinhão engrena na cremalheira. A
ponte de contato da chave magnética liga imediatamente a bobina de campo e o
induzido e assim o pinhão procura engrenar-se [1].

Fonte: CLAUDIO, 2014


Figura 3.9 – Motor de partida logo ao receber alimentação

3.6.2.3. Terceiro Estágio

Neste estágio é quando a alavanca de comando está na posição final, ou seja, o


pinhão está totalmente engrenado, a ponte de contato liga imediatamente a bobina de
campo então o motor de partida tem torque total e o motor principal é acionado [1].

Fonte: CLAUDIO, 2014


Figura 3.10 – Motor de partida engrenado e dando o torque necessário para o motor principal

3.6.3. Partida Automática

Algo interessante sobre o acionamento deste motor é a chave de partida, neste


caso estamos usando realmente uma chave para fazer o contato entre o motor de partida

68
e a sua alimentação, no caso a bateria e com isso a operação de acionamento do motor
de partida só é feita manualmente, ou seja, esta opção é válida no grupo gerador, mas
não é suficiente para que o grupo parta de forma autônoma no momento de falha da rede
elétrica [1][3].
Então uma opção adotada pelas montadoras de controladores microprocessados
de Grupo Geradores foi utilizar uma chave baseada na tecnologia de semicondutores, ou
seja, um comutador que fosse acionado a partir de um sinal elétrico em um de seus
terminais, neste caso um SRC [1][3].
O SCR é um diodo que opera como um circuito aberto quando nenhuma corrente
é aplicada ao GATE. Um sinal aplicado ao GATE fecha o circuito e faz com que ele se
mantenha fechado, conduzindo do ANODO para o CATODO, enquanto permanecer o
sinal. Uma vez removido o sinal, ele irá parar de conduzir quando a corrente circulante
atingir o valor zero [1][3].
Usando esta propriedade, é possível construir um sistema com controle
eletrônico gerando o sinal para o GATE e montar uma chave comutadora de fontes onde
é possível determinar o momento em que uma ou outra fonte será ativada ou desativada
[1][3].

Fonte: CLAUDIO, 2014


Figura 3.11 – SRC (Retificador controlado de silício)

Outra opção também muito famosa entre as montadoras de controladores, talvez


a mais usual, seja a utilização de chaves magnéticas, isto é, falando em termos dos
contatores ou chaves de transferência automática. O principio de funcionamento é bem
simples, o contator possui uma bobina interna com um contato de metal móvel. Ao
passar corrente através da bobina o contato móvel e puxado por efeito magnético, ou
seja, através do campo magnético produzido pela corrente da bobina, fechando o
contato de força possibilitando a interligação entre a fonte e a carga.

69
Geralmente a tomada de carga por parte do gerador em um momento de falha é
feita de forma súbita na sua totalidade. Mas existe outra, chamada de transferência com
rampa de carga.

3.6.4. Transferência com Rampa de Carga

Esta transferência é feita na condição de transição fechada, em paralelo com a


rede, durante um tempo programado. O sistema de transferência necessita monitorar,
por meio de transformadores de corrente, a energia circulante e atuar sobre o sistema de
combustível do motor. Sua utilização requer proteções definidas pela concessionária
local [1][3]. Para compreender melhor este tipo de toma de carga vamos considerar a
Figura 3.12.

Fonte: CLÁUCIO, 2014


Figura 3.12 – Sistema elétrico de ligação do GMG

A transferência com rampa de carga é feita sincronizando o grupo gerador com a


rede e, em seguida, comandando o fechamento das chaves de paralelismo (52) da Figura

70
3.12. O paralelismo, feito por um sincronizador automático, controla tensão e
frequência do grupo gerador e verifica a sequência de fases. No caso de falha da rede e
entrada do grupo gerador na condição de emergência, teríamos a sequência mostrada na
Figura 3.13, abaixo (CLÁUDIO, 2014).

Fonte: CLÁUDIO, 2014


Figura 3.13 – Gráfico da tomada de carga em rampa para uma entrada de emergência

No Figura 3.13 temos o gráfico da potencia do gerador versus o tempo. Ao


reconhecer a falha da rede o grupo gerador parte o motor, após o regador chegar na
tensão e corrente de referência, então a carga é inserida direto no sistema, com isso
teremos uma tomada de carga brusca. Depois que o gerador já assumiu a carga e já está
com potencia estável e a rede elétrica volta é feito o retorno da rede. Isso é feito
inicialmente sincronizando a rede elétrica com o gerador, depois de sincronizado a
carga é transferida de forma a obedecer a rampa decrescente da figura a cima. Quando a
rede assume completamente a carga é realizado o resfriamento do grupo e em seguida é
desligado. Este é o processo que ocorre no caso de uma falha da rede, ou seja, quando o
grupo entra no caso de uma emergência.
Mas no caso da partida do grupo gerador com a rede elétrica presente (Horário
de Ponta) o gráfico muda.

71
Fonte: CLÁUDIO, 2014
Figura 3.14 – Gráfico da tomada de carga em rampa para uma entrada com rede elétrica presente

Neste caso com a rede elétrica presente é possível fazer o sincronismo do


gerador com a rede antes de fazer o paralelismo. E, é como é feito, antes de assumir a
carga e no momento do retorno da rede como pode ser observado na Figura 3.14.
O sistema deve supervisionar o fluxo de corrente e manter a dosagem do
combustível para que, no momento do fechamento de 52G o grupo gerador não entre
em carga nem seja motorizado pela rede. Uma vez fechado 52G, tem início o processo
de transferência de carga numa taxa programada com incremento em kW por segundo e
o limite não pode exceder a potência do grupo gerador [1][3].
Em geral, o mesmo sistema pode ser utilizado para suprimento de energia em
regime de peak shaving. Isto é, o grupo gerador permanece em paralelo com a rede
suprindo a energia que exceder à demanda prefixada para a rede. As configurações de
operação são oferecidas em diversas modalidades e praticamente todos os fornecedores
atualmente dispõem de sistemas digitais que podem ser configurados para atender às
necessidades do cliente [1][3].
O grupo gerador poderá também ser utilizado em paralelo com a rede para
geração de potência reativa (kVAr). Neste caso, o sistema de controle deverá ser
programado para operar sob fator de potência constante e fazer variar a excitação do
alternador, gerando mais ou menos potência reativa. Para a geração de potência ativa o
sistema atua sobre o governador de rotações, fornecendo mais ou menos combustível,
mantendo a rotação constante e variando a quantidade de kW fornecidos às cargas
[1][3].
A equação que rege a geração de potência ativa e reativa é mostrada as
Seguir:

72
E0V
P3 sen (4)
Xs

Na equação (4) temos a expressão que determina a potência elétrica ativa


trifásica para geradores. Se considerarmos constante reatância síncrona X s e tensão
terminal V, como aumentar o ângulo de carga para produzir a potência ativa esperada?
Essa resposta, encontramos ao analisarmos o diagrama fasorial na Figura 3.15.

Fonte: Ivan Chabu, 2006


Figura 3.15 – Diagrama fasorial do gerador superexcitado
De acordo com o diagrama fasorial se quisermos P temos que aumentar o ângulo
de carga, ou também conhecido como ângulo de potência  e isso é feito alterando o
valor da corrente I, agindo na rotação do motor através da dosagem de combustível da
máquina primária, ou seja, alterando a velocidade do motor produzindo assim mais
corrente a com isso o ângulo  aumenta ate o valor determinado de sincronismo do
gerador com a rede presente. Estando, portanto apta a sincronizar com a rede e assumir
a carga. As condições necessárias ao sincronismo da máquina são mostradas a seguir:
 Mesmo valor de tensão nos terminais;
 Mesma frequência;
 Mesma sequência de fases;
 Mesmo ângulo de fase das tensões.
Depois de obedecida essas condições o gerador estará preparado para assumir o
valor de carga desejado. Na Figura 3,15 é possível observar ainda que a tensão gerada E0

está adiantada em relação à tensão terminal V e a corrente I está atrasada em relação à


tensão terminal, podemos concluir então que o gerador está gerando potência ativa e reativa
para rede pois está se comportando como um gerador superexcitado, esta situação pode ser

73
obtida propositalmente de acordo com a necessidade de rede, para fazer o equilíbrio das
potência do sistema. Controlando o sistema de excitação podemos determinar se o gerador
irá injetar ou consumir reativo da rede.

Fonte: Ivan Chabu, 2006


Figura 3.16 – Diagrama fasorial do gerador subexcitado

De acordo com o diagrama da Figura 3.16, a principal característica do sistema


subexcitado é a corrente I adiantada em relação a tensão gerada e terminal, e na opção
subexcitado o gerador consome reativo da rede onde o gerador está conectado.
.

74
4. SISTEMAS EM FUNCIONAMENTO IMPLANTADOS

Antes de qualquer coisa é necessário um estudo bem detalhado e criterioso no


projeto para se implantar estes sistemas, e para começar isso primeiro tem-se que
responder alguns questionamentos tais como:
a) Qual o tipo de carga (iluminação, motores de indução, fornos, canteiro de obras,
retificadores de corrente, equipamentos de telecomunicações)?
b) Qual o local de serviço?
c) Quais as características do local? (temperatura ambiente dominante, altitude, nível de
contaminação do ar por partículas sólidas)
d) Qual o regime de operação? (o grupo gerador é a única fonte de energia elétrica? É
reserva da rede local ou de outro grupo gerador? Quantas horas de operação por dia?)
e) Quanto tempo os consumidores podem ficar desligados?
f) Quais os riscos envolvidos no caso de uma interrupção do fornecimento de energia
por defeito no equipamento?
Uma vez definida as necessidades, é o momento de calcular a potência do grupo
gerador.

4.1. Determinação da Potência

Depois de definidas as características da aplicação, o mais importante é


determinar a potência do grupo gerador. Ao mesmo tempo, deve-se considerar a
conveniência da subdivisão da potência total requerida em vários grupos geradores de
menor porte. Os fatores determinantes do tamanho do grupo gerador são:
 Soma das potências de todos os consumidores. Para grupos geradores de
emergência, devemos fazer distinção entre consumidores essenciais e
consumidores não essenciais e seus respectivos tempos de interrupção
admissíveis.
 Nem todos os consumidores estão ligados simultaneamente ou atingem, ao
mesmo tempo, seu consumo máximo de energia (fator de simultaneidade).
 Alguns consumidores absorvem exclusivamente potência ativa enquanto outros
absorvem potência aparente (fator de potência = cosϕ).

75
 Consumidores especiais, por exemplo, com características de carga brusca
(golpe) ou requisitos extremos em relação à constância da tensão e frequência,
devem ser levados em conta.
 O tipo de corrente, tensão e frequência deverão corresponder aos valores
nominais da rede pública local.
No caso de condições climáticas especiais no local de instalação (grande
altitude, temperaturas e umidade do ar elevadas), o motor e alternador não poderão
apresentar sua potência normal e deverão ter seus valores reduzidos [1] [3].

4.2. Consumidores Elétricos

Ao se projetar novas instalações, já é calculada a potência requerida para a


conexão à rede pública. Para o dimensionamento do grupo gerador de emergência, é
necessário conhecer, além da potência ativa (kW), também a potência aparente (KVA)
ou o fator de potência (cosϕ) e o fator de simultaneidade [1] [3].
Durante o projeto de um grupo gerador de emergência para um prédio existente,
com consumidores já instalados, a potência ativa (kW) pode ser obtida facilmente
quando da leitura do consumo de energia indicado pelo medidor de kWh, quando todos
os consumidores essenciais, com direito a suprimento de emergência, estiverem ligados,
sob aplicação da carga, por uma hora. Todavia pode-se proceder também como no
projeto de uma instalação nova. Se os consumidores forem divididos em essenciais e
não essenciais, deve-se considerar já na etapa de projeto, que ambos os tipos de
consumidores estarão conectados a barramentos separados [1] [3].

4.3. Fator de Simultaneidade

Este fator indica a percentagem do consumo total de energia instalada que estará
em operação ao mesmo tempo. Em geral, não se pressupõe que todos os consumidores
existentes estejam ligados simultaneamente. Com uma avaliação lógica do fator de
simultaneidade, o grupo gerador Diesel pode ser dimensionado com potência menor do
que a soma de todos os consumidores potenciais. Todavia a potência nominal do grupo
gerador não deverá ser calculada muito abaixo da potência total requerida pelos
consumidores, porque, após sua instalação, frequentemente anexam-se outros novos

76
consumidores. O fator de simultaneidade deve ser avaliado para cada projeto. Deve ser
evitada a adoção e um fator muito baixo. Alguns valores práticos para o fator de
simultaneidade [1] [3].
Tabela 4.1 – Valores do Fator de Simultaneidade

Hospitais 0,4 a 0,8


Prédios Administrativos 0,8 a 0,9
Grandes Shoppings 0,9 a 1,0
Indústrias Químicas Até 1,0
Hotéis Até 1,0
Fonte: Claudio, 2014

4.4. Fator de Potência

Um fator essencial para a determinação da potência do motor Diesel é a potência


ativa absorvida pelos consumidores. O fator de potência (cosϕ) indica a relação entre a
potência ativa e a potência aparente [1][3].
O fator de potência é sempre determinado pelo tipo dos consumidores. Assim,
por exemplo, transformadores e motores elétricos representam um quinhão considerável
da potência reativa indutiva, enquanto que lâmpadas incandescentes, aquecedores e
outras cargas puramente resistivas, absorvem apenas potência ativa. A potência reativa
capacitiva não é muito frequente e, em geral, pode ser desprezada. Obtém-se a potência
ativa (kW) multiplicando a potência aparente (KVA) pelo fator de potência (cosϕ),
como visto anteriormente. O fator de potência de um setor que consiste de vários
consumidores distintos, pode ser determinado de maneira segura, estabelecendo-se a
soma das potências ativas (kW) e a soma das potências aparentes (KVA). O resultado
da divisão da soma dos kW pela soma dos KVA, é o fator de potência do setor
considerado [1] [3].
Com um fator de potência menor, a potência do motor Diesel poderá ser
reduzida correspondentemente enquanto que com um fator de potência maior, esta deve
ser elevada, o que será imprescindível levar em conta no projeto [1] [3].

4.5. Tipos de Carga

77
Carga brusca significa a aplicação súbita de uma parte considerável da carga
nominal ou ainda a aplicação temporária de sobrecarga. A aplicação da carga ativa (kW)
ocasiona uma queda temporária (dinâmica) da velocidade. Se isto não implicar em carga
no motor Diesel além da sua potência máxima pré-ajustada de bloqueio, a velocidade
subirá novamente até a velocidade nominal, dentro de um tempo de recuperação
relativamente breve, dependendo das características do governador utilizado no motor
Diesel [1] [3].
Em caso de uma sobrecarga momentânea de potência ativa, pode ser
eventualmente possível compensar o pico de potência por meio de um volante
particularmente pesado do motor Diesel, não sendo, portanto necessário um
superdimensionamento do motor e alternador em função de sobrecargas temporárias [1]
[3].
Ao dimensionar o grupo gerador, também é preciso observar se os motores
elétricos trifásicos de maior porte são ligados diretamente (partida direta) ou se por
meio de dispositivos auxiliares de partida, como chave estrela/triângulo ou
compensadora por autotransformador (partida com tensão reduzida). Em caso de partida
direta, a corrente de partida poderá superar em até 6 ou mais vezes a corrente nominal,
dependendo da construção adotada. Neste caso o alternador pode estar sujeito a uma
carga de corrente tão elevada que a tensão atingirá a ruptura. Como consequência disto,
os contatores e relés que compõem o sistema deixam de funcionar e o suprimento de
energia é interrompido [1] [3] [10].
Definidos esses detalhes de projeto é o momento de escolher o grupo gerador
que seja capaz de suprir a potência requerida no projeto para instalação do grupo
gerador. Para esta tarefa devemos considerar alguns fatores no momento de determinar
o grupo gerador para atender tal necessidade.
Primeiramente depois de encontrado o valor da potência do local a ser instalado,
ou seja, a demanda do estabelecimento é preciso considerar um GMG para instalação
com uma capacidade de 70 a 80 % a cima do valor nominal da demanda, pois se no
futuro o proprietário venha querer aumentar a capacidade de seu negócio ele não tenha
que comprar outro GMG, mas sim usar o que já existe instalado.

4.6. Estudo de Caso

78
O sistema que será apresentado a seguir foi projetado para a rede de
supermercados SUPERNORTE na cidade de Tucuruí-Pa e analisado uma das filiais
desta rede. Especificamente falando, este sistema foi instalado no Bairro Getat na
mesma Cidade.
O projeto da demanda calculado para este supermercado foi de 67 KVA, uma
potência pequena se comparada com as outras unidades pertencentes a esta rede de
supermercados. Considerando esta demanda o GMG escolhido foi determinado
considerando ainda os fatores já descritos anteriormente. O valor da potência instalada
foi de 116 KVA. Na Tabela 4.2 temos estes valores dispostos.

Tabela 4.2 – Tabela com a relação entre a Demanda e a Potência instalada


Demanda da instalação 67 KVA
Capacidade instalada 116 KVA
Fonte: Autor

4.7. Conexões Externas e Internas

As conexões de entrada de alimentação das cargas são feitas claro diretamente


dos cabos de media tensão da distribuição primaria de energia, ou seja, dos cabos cuja
tensão é 13,8 kV. Como pode ser visto na Figura 4.1 a seguir.
As conexões de grandes cargas precisam por determinação da concessionaria de
instrumentos de manobra, para proteção da fonte geradora a também para o caso de
manutenções programadas esses instrumentos são manobrados para garantir a segurança
das pessoas que estão realizando a manutenção.
A chave fusível é um equipamento desses, muito utilizado pela concessionaria
para proteger as redes de distribuição primárias contra sobrecorrentes originadas por
sobrecargas, curto-circuito, dentre outros.

79
Fonte: Autor
Figura 4.1 – Conexão das cargas a rede de distribuição

Fonte: Autor
Figura 4.2 – Transformador de força abaixador 13,8kV/220 V

Na sequência o próximo elemento de conexão é o transformador de força


abaixador, como o próprio nome diz, ele reduz a tensão da rede para níveis de trabalho,

80
isto é, ele transforma de 13,8 kV para 220 V tensão de linha para este caso. Mas é claro
que essa relação de transformação depende da tensão de trabalho dos equipamentos que
seroa utilizados.
Depois de rebaixada a tensão, ela passa por um medidor da concessionaria em
conjunto com um disjuntor para registrar o consumo do estabelecimento. É como uma
residência comum que possui o leitor de energia, registrando a potência consumida em
kWh (Quilowatts hora).

Fonte: Autor
Figura 4.3 – Quadro de leitura de energia da concessionária em conjunto a um disjuntor

Fonte: Autor
Figura 4.4 – Quadro de Transferência Automática
Na Figura 4.3 temos o leitor instalado pela Celpa, como é de responsabilidade da
mesma, não tivemos acesso interno a este quadro, apenas ao disjuntor, mas o importante

81
nisso é compreendermos o que existe nesse local. Quanto à imagem, esta mensagem foi
colocada a fim de proteger esse medidor e para facilitar a leitura. A saída do disjuntor
vai diretamente para o contator de carga presente no quadro de transferência.
Na Figura 4.4 é mostrado o quadro que possui a transferência automática onde
temos um único contator fazendo a comutação entre a rede externa e o GMG na parte
circulada maior, esse contator é mais moderno, pois sozinho faz a função de dois
contatores comuns como havíamos estudado anteriormente. Ele funciona com o mesmo
principio dos outros contatores, com ação eletromagnética, isto é, sua posição norma é
fechando contato com o gerador através de uma mola que puxa ele normalmente para
baixo. Mas na parte de cima dele possui uma bobina que, ao ser energizada, atrai o
contato móvel por meio de atração magnética fechando contato com a rede. Isso
significa dizer que, enquanto tiver corrente na rede elétrica esse contato permanece
fechado, a menos que um comando seja enviado pelo sistema de controle para que o
gerador entre em um determinado momento do dia.
Esta instalação analisada possui uma particularidade, ainda na Figura 4.4 é
possível perceber no circulo menor um equipamento instalado, esse equipamento é
responsável pelo controle da entrada programada. Neste equipamento é possível
determinar a hora de cada dia em que o GMG deve assumir as cargas.
Neste sistema a parte que controla todo o processo fica fixada junto ao GMG, e
no quadro de transferência fica apenas o controle de entrada programada e as partes
físicas. Na porta deste quadro tem apenas a indicação por meio do diagrama indicando
quem esta trabalhando no momento.

Fonte: Autor
Figura 4.5 – Indicação de quem esta assumindo a carga
Na Figura 4.5 pode ser observada em verde, a indicação de que o sistema esta
sendo alimentado pela rede elétrica. Neste mesmo quadro chega às conexões que vem
do GMG e as conexões da rede elétrica externa. E saem as conexões para a carga, mas

82
antes de alimentar as cargas diretamente é necessário passar por mais quadro de
distribuição, ai sim as cargas podem ser alimentadas.
Mas falando ainda da alimentação que vêm do GMG, como foi mencionado a
pouco, o quadro com o controlador esta acoplado ao grupo gerador neste modelo.

Fonte: Autor
Figura 4.6 – Quadro com o controlador acoplado ao GMG
Na parte superior da Figura 4.6 podemos perceber o controlador do sistema do
grupo gerador onde podemos visualizar os valores medidos das grandezas da rede e do
gerador, este grupo gerador é da marca CUMMINS POWER GENERATION, uma
marca de grupo gerador muito famoso e bastante utilizado no mercado de geradores
auxiliares, assim como outras marcas como: LEON HEIMER, STEMAC entre outras
marcas.
Seguindo a lógica de instalação desenvolvida, após sair do quadro de
transferência como já foi mencionado vai direto para o quadro de distribuição mostrado
na Figura 4.8. E, na Figura 4.7 é mostrada a placa com as informações técnicas do
GMG, contendo valores nominais de Potência, tensão, corrente, entre outros
parâmetros. Estas informações são muito para conhecer as possibilidades de conexões
para obter o valor de tensão terminal desejado.

83
Fonte: Autor
Figura 4.7 – Placa com as informações do grupo gerador

Fonte: Autor
Figura 4.8 - Quadro de distribuição de tensão
A partir deste quadro serão distribuídas as fases para toda a instalação,
distribuído de acordo com a necessidade de cada setor.

84
Fonte: Autor
Figura 4.9 – Grupo Motor Gerador (GMG) da Cummins Power Generation

1
Falha da Rede

8 2
Desligar Detectar
Gerador Falha

7
3
Transferir Monitoramento
‘’‘
Partir
carga Contínuo Gerador
para rede
6
Retorno da rede – 4
Checar tensão e Checar Tensão
frequência e Frequência
5
Transferir Carga
para Gerador

Fonte: Perfectum Serviços de engenharia, 2014


Figura 4.10 – Sequência automática do GMG

85
O motor da Figura 4.9 possui vários sensores que mandam informação para o
controlador (USCA) de diversos parâmetros deste motor para garantir o bom
funcionamento e evitar falhas no momento da partida do mesmo. Informações tais como
nível de combustível, nível de óleo do cárter, temperatura, rotação, nível de agua do
radiador, etc. Estas informações de grande importância, pois se um destes parâmetros
estiver fora dos níveis pré-programado o gerador poderá não partir, indicando falha em
um destes casos.
E, na Figura 4.10, pode ser observado a sequência de ações onde o sistema de
controle do GMG executa no momento de falha da rede, apresenta o passo a passo de
como proceder em entrada de emergência.

86
5. CONCLUSÃO

Este trabalho teve como propósito fazer um estudo sobre a utilização de Grupo
Motor Gerador (GMG) utilizado para entradas de emergência principalmente, mas
especificamente sobre o funcionamento do sistema de controle deste GMG,
compreendendo a sua importância além de entender ainda como programar este sistema.
Verificou-se durante o estudo a importância da utilização de grupo gerador em
instalações que não podem ficar muito tempo sem energia elétrica como hospitais e
supermercados, por exemplo.
Foi possível ainda durante a realização deste trabalho, verificar na pratica as
mais diversas marcas de grupo gerador e as suas disposições em cada instalação, sendo
que em cada uma destas instalações possui uma peculiaridade.
Como resultados podem considerar a visita às instalações de uma rede de
supermercados desta região, conhecendo cada parte que compõem o grupo gerador,
considerando as suas conexões e a sequência logica de ligação, assim como capacidade
de GMG frente à demanda.
O conhecimento das principais características do sistema de geração por meio de
geradores a diesel, foi de grande importância, pois aborda uma coisa que talvez muita
gente não dei tanta importância, que é a utilização de grupo geradores na condição de
emergência, principalmente se aplicado a instalações como hospitais.

5.1. Sugestões para Trabalhos Futuros

Considerando ainda o estudo sobre grupo gerador executado neste trabalho pode-se
sugerir como estudo complementar:
 Elaboração de um projeto de instalação de um GMG para determinada carga;
 Acompanhar a execução de um projeto desde a sua planta até a instalação final
de todos os componentes que compõem o sistema;
 Estudo sobre a viabilidade da utilização de GMG’s levando em consideração
valores reais além de fazem uma comparação com entre os gastos dos mesmos.

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REFERÊNCIAS

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Manutenção de Grupos Geradores - Alternadores - Grupos Geradores Parte II.
2014. Disponível em: <http://www.joseclaudio.eng.br/grupos_geradores_7.html>.
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Elétrica. 2013. Disponível em:
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2014.

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Reversoras) Sistema de Baixa Tensão - Chaves de Transferência Automáticas.
2007. Disponível em: <http://www.perfectum.eng.br/energia/ATS.html>. Acessado em:
03 0ut, 2014.

[4] AMATO, Fabio. Consumidores da Região Norte Terão Alta de Até 54% nas Contas de
Luz – G1 Economia. 2014. Disponível em:
<http://g1.globo.com/economia/noticia/2014/10/consumidores-da-regiao-norte-terao-
alta-de-ate-54-nas-contas-de-luz.html>. Acessado em: 03 0ut, 2014.

[5] AMATO, Fabio. Conta de Luz de Clientes da Light Fica, em Média, 19,23% Mais Cara –
G1 Rio de Janeiro. 2014. Disponível em: < http://g1.globo.com/rio-de-
janeiro/noticia/2014/11/conta-de-luz-de-clientes-da-light-fica-em-media-1923-mais-
cara.html>. Acessado em: 05 0ut, 2014.

[6] BOMTEMPO, Cláudia. Entenda Porque a Falta de Chuva Aumenta o Custo da


Energia no Brasil – G1 Jornal Nacional. 2014. Disponível em:
<http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2014/03/entenda-por-que-falta-de-chuva-
aumenta-o-custo-da-energia-no-brasil.html>. Acessado em: 05 0ut, 2014.

[7] SALES, Paulo. Conta de Luz Pode Subir 18,7% em 2015 – Nema. 2014. Disponível
em: < http://www.nema.com.br/conta-de-luz-pode-subir-187-em-2015/>. Acessado em:
05 0ut, 2014.

[8] FIGUEIREDO, Ricardo (RF Eletro-Eletrônica Ltda). Sistema Inteligente Para


Controle, Supervisão e Gerenciamento de Grupos Geradores – Gestal. 2009. Pdf.
Disponível em: <http://www.gestal.com.br>. Acessado em 23 set, 2014.

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energia elétrica - Eletricidade Moderna. Ed. 10/97. São Paulo.

[10] KOSOV, Irving I. : Máquinas Síncronas - Máquinas Elétricas e


Transformadores. Ed.Globo Ed. 1989. Porto Alegre.

[11] MARTINGNONI, Afonso : Máquinas Síncronas - Máquinas Elétricas de


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[12] CONTROLADOR PARA GERADOR: USCA STZ MG1000. Manual de
Operações.

[13] BININI, Mario Roque. Tarifas de Energia Elétrica: Evolução nos Últimos Anos
e Perspectivas – Grupo Economia/Funap. 2011.

[14] QUADRO DE TRANSFERÊNCIA AUTOMÁTICA PARA GRUPO


GERADORES: QTA ST100M. Manual de Operações.

[15] FERNANDES, Marcela. Três estados terão conta de luz até 34% mais cara a
parti de Agosto – Brasil
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[17] GERADORES SÉRIE NDE – NAGANO. Manual de Instruções QTA.

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