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Gabinete a Dirsogéo | fy Casa Rei, 18-4 | Tal: 51713308 80/001 (Goo aa Lstas | Fax "351213308 10 wnwactgout \UTORIDADE PARA AS CONOICOES DO TRABALHO Exmos (as) Senhores (as) Dirigentes da ACT Oficio-Circular n.° 16/ACT/11 2011/05/09 Assunto: Utilizagao de plataformas suspensas e de elevacdo de trabalhadores Suscitam-se diividas sobre os procedimentos respeitantes aos _processos administrativos de autorizacao colocados ao abrigo do disposto no artigo 27.° do Decreto-lei_n.° 41821 de 11 de Agosto de 1958 (utilizacdo de plataformas suspensas/baileus em estaleiros de construgéo) e no artigo 134.° do mesmo diploma (utilizacéo de monta-cargas para transporte de pessoas em estaleiros de construcéo) nos Centros e Unidades Locais da ACT, pelo que se esclarece o seguinte: Durante os trabalhos de construggo e reparacio de edificios, assim como em obras de engenharia civil, surge frequentemente a necessidade de utilizagdo de equipamentos de trabalho para a realizacio de trabalhos em altura e para a elevacao de trabalhadores. © enquadramento legal da utilizagéo destes equipamentos, foi inicialmente estabelecido pelo regulamento de seguranca no trabalho da construcao civil, aprovado pelos Decretos-lei n.° 41820 e n.° 41821, ambos de 11 de Agosto de 1958, num contexto legal de grande fragmentacao do quadro normativo ja que ndo existia um diploma quadro para a seguranca e satide no trabalho. Entretanto a disciplina do Decreto-lei n.° 50/2005, de 25 de Fevereiro (que substituiu o Decreto-lei n.° 82/99, de 16 de Marco) operou a transposicéo de directivas comunitdrias sobre prescricbes minimas de seguranca e sade para a utilizacao pelos trabalhadores de equipamentos de trabalho e corresponde a uma alteracdo para transposicéo da Directiva n° 2001/45/CE (codificada com as directivas anteriores na Directiva n.° 2009/104/CE) que introduziu, precisamente, a disciplina legal respeitante a utilizacdo de equipamentos destinados a execugao de trabalhos em altura. Este diploma é aplicdvel a todos os sectores de actividade econémica e insere-se numa estrutura legal sistémica que gira em torno de um diploma de enquadramento: o regime juridico da promocao da seguranca e sauide no trabalho constante da n.© 102/2009, de 10 de Setembro. Caviate da Dreohe | Cas rs A ACT foon-oeruates UTORIDADE PARA AS ‘CONDIGOES 00 TRABALHO. Nestas circunstancias as disposicées do regulamento de seguranca no trabalho da construcao referido, designadamente as relativas aos equipamentos de trabalho, n&o podem ser interpretadas de forma a contrariar a disciplina dos diplomas subsequentes ou a sua configuracao sistémica, tendo que considerar-se por derrogadas as respectivas normas sempre que tiverem por objecto matérias constantes dos diplomas que entraram em vigor posteriormente, quer por forca das regras de aplicacdo das leis no tempo (artigos 7.° ‘ e 12.0 * do Cédigo Civil), quer por forga do efeito do primado do direito comunitario. * Tora-se por isso necessério proceder conjugacao destes diferentes regimes, tendo ainda em atencao a evolugao tecnolégica ocorrida na concepcao destes equipamentos bem como a entretanto originada pela entrada em vigor da Directiva Maquinas (Directiva n.° 2006/42/CE) respeitante a colocacdo no mercado de méaquinas, transposta para o direito interno pelo Decreto-lei n.? 103/2008, de 24 de Junho. Resulta deste tipo de normas que os Estados Membros nao podem produzir ou interpretar legislacao que implique requisitos mais exigentes dos que os previstos nesse diploma, inibindo a sua colocacdo no mercado, entrada em funcionamento e 0 seu uso de acordo com as suas regras de concepcao. Desde a publicacdo do Regulamento de Seguranca na Construgao Civil, em 1958, tém surgido no mercado diversos tipos de equipamentos destinados especificamente 8 elevacao de trabalhadores, e cuja utilizacéo nao se encontra, nem podia encontrar-se, prevista no referido diploma. Podemos distinguir 4 tipos de equipamento que sao habitualmente mais usados: 1. Os equipamentos de elevacao de pessoas (plataformas elevatérias); 2.Os carros automotores de alcance varidvel (por vezes também designados como multicarregadoras telescdpicas ou empilhador multifuncées) equipados com plataformas integradas de elevacdo de pessoas e concebidas para essa finalidade; * artigo 7.° (Cessacdo da vigéncia da lei) 1. Quando se nfo destine a ter vigéncia tempordria, a lel sé deixa de vigorar se for revogada por outra lel 21 A revogagio pode resultar de declaracio expressa, da incompatiblidade entre as novas disposicbes @ as regras Precedentes ou da circunstancia de a nova lel regular toda a matéria da lei anterior 3. Alel geral nlo revoga a lei especial, excepto se outra for a intenco inequivoca do legislador. 4. A revogacio da lel revogatéria no importa 0 renascimento da lei que esta revogara, ‘artigo 12.° (Aplicacdo das leis no tempo. Principio geral) 1, Ale\s6 dispbe para 0 futuro; ainda que Ine seja atribuida eficicla retroactiva, presume-se que ficam ressalvados 0 efeitos $4 produzidos pelos factos que a lel se destina a regular. 2, Quando a lel dispe sobre as condigées de validade substancial ou formal de quaisquer factos ou sobre os seus efeitos, entende-se, em caso de duvida, que so visa os factos novos; mas, quando dispuser directamente sobre 0 Conteudo de certas relagies juridicas,”abstraindo dos factos que thes deram origem, entender-se-é que a lei abrange as propras relacoes Ja consttuidas, que subsistam a data da sua entrada em vigor: *0 principio do primado garante @ superiondade do direito europeu sobre os direitos nacionais. € um principio. fundamental do direlto europeu. No est consignado nos Tratados, tendo sido consagrado pelo Tribunal de Justica dda Uni8o Europeia (T3UE). (Gabinete da Direogde | Ay Ciso Ror, 18-4 | Ta 951713308 600/601 {op-datismos | Foe 351213308 710, Parag Sirmatipact geet \UTORIDADE PARA AS CONDICOES 00 TRABALHO 3. As plataformas suspensas por cabos (também designadas como baileus), que tém sofrido uma evolucéo considerdvel ao nivel das medidas de seguranca integradas no equipamento, pelo que nao correspondem actualmente ao que era habitual a data de publicacao do referido diploma; 4, As gruas destinadas a elevacao de cargas, utilizadas a titulo excepcional para a elevacao de pessoas, e equipadas com cestos suspensos por meio de elementos de suspensao de comprimentos varidveis (correntes, cordas, etc.). Os equipamentos referidos nos pontos 1, 2 e 3, se colocados no mercado e em servico apés 31.12.1996, data de entrada em vigor das “exigéncias essenciais de seguranca e satide destinadas a limitar os riscos especificos decorrentes da elevacdo ou da deslocacgo de pessoas" da Directiva Maquinas (Directiva n.° 2006/42/CE), so considerados aparelhos de elevacdo de pessoas com risco de queda vertical superior a 3 metros, estando por isso incluidos no anexo IV da Directiva. A avaliacdo de conformidade esta dependente da intervencio de um organismo notificado, pelo que a declaracdo de conformidade deve referir 0 nome e endereco do organismo notificado que participou no processo de certificagao. E este mecanismo e nao outro que permite a colocagéo no mercado e a entrada em funcionamento deste tipo de equipamentos como decorre do principio da liberdade de circulacaio de produtos e mercadorias no EEE. Os equipamentos aos quais nao seja aplicével a Directiva Maquinas, devem em qualquer caso, satisfazer as disposicdes dos artigos 10.° a 29.° do Decreto-lei n.° 50/2005, de 25 de Fevereiro. A mesma regra é aplicével a qualquer outro tipo de equipamentos usados na elevagéo de pessoas, mesmo que a titulo excepcional: nao Ihes sendo aplicavel a Directiva Maquinas, devem satisfazer as disposicées dos artigos 10.° a 29.° do Decreto-lei_n.° 50/2005 de 25 de Fevereiro. &, nomeadamente, o caso das plataformas suspensas em cabos (“baileus”), quando nao so abrangidos pela Directiva Maquinas. Quando é necessario recorrer a equipamentos de elevacdo de cargas para a realizacao de trabalhos temporarios em altura, deve atentar-se ao previsto no artigo 33.° do Decreto-lei n.° 50/2005, de 25 de Fevereiro, muito particularmente & circunstancia de excepcionalidade dessa necessidade. E que, por regra, o transporte de trabalhadores por meio de guindastes ¢ proibido, conforme o disposto no artigo 92.° do Decreto-lei n.° 41821, de 11 de Agosto de 1958. Por vezes so utilizadas plataformas ou cestos montados em equipamentos de elevacao de cargas. Este tipo de plataformas, normalmente de proveniéncia diversa da do equipamento de elevacdo de cargas e sem comands na plataforma que permitam ao operador controlar 0 seu movimento, é considerada como plataforma no integrada. O controlo é feito exclusivamente pelo condutor da maquina, a partir do posto de manobra do equipamento de elevacao de cargas.

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