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Tema —Descobrimentos

Os Descobrimentos portugueses inserem-se num período que se caracterizou


essencialmente por um novo espirito crítico e por uma sólida confiança nas forcas naturais do
Homem Quando por toda a Europa Ocidental alastrava ainda o culto pela Antiguidade, os
homens de ciência portuguesa abriram a chamada "Questão dos Antigos e dos Modernos
afirmando a supremacia destes últimos, destes "modernos” que se identificam com os
descobridores portugueses e que se manifestam corno seres cheios de potencialidades
revelando-se capazes de descobrir ciência e técnicas novas.
Embora desde a 1ª dinastia já se sonhasse com a empresa dos descobrimentos, a
expansão marroquina começa efectivamente em 1415, com a Conquista de Ceuta e a
actividade dos Descobrimentos em 1418.
Tal como acontece relativamente aos descobrimentos marítimos, a selecção das
causas predominantes para a realização das expedições que levaram os portugueses à
conquista da costa marroquina, varia de autor para autor.
. Quanto às determinações principais da expansão portuguesa, segundo Duarte Pacheco
Pereira, seria o "muito desejo de acrescentar o comércio e riqueza destes reinos", bem como a
crença religiosa que determinava a perseguição dos infiéis.
Na verdade, a força das motivações económicas e sociais, a luta contra o infiel e a
ideia da salvação das almas que gerou um espírito missionário, bem corno a tentativa de
destruição do Islão nas próprias fontes do seu poderio económico parecem constituir as
principais causas que levaram os portugueses à descoberta dos mares
No entanto, para além da causalidade económica e social há que considerar também o
desejo de manutenção de um monopólio de comércio, o prosseguimento na luta contra o
islão e o atingir o reino de Preste João relegando. A realidade ficou porém muito aquém do
sonho.
O mito a lenda e a fabulosa imaginação dos Europeus que ambicionavam encontrar os
cristãos da Etiópia, também chamada Índia, veio afinal a provar que na realidade as terras de
p
reste João não significavam mais do que uma escassa contribuição para o domínio das rotas
de ouro e das especiarias.
Entretanto, os portugueses, à medida que foram prosseguindo nas suas descobertas,
depararam com as mais diversas realidades e, de acordo com o que encontraram, foram
agindo de forma diversificada tanto no que respeita a povoamento, como cultura e coloni zação
das novas terras atingidas.
Fazendo um balanço desta época áurea da nossa História, podemos referir entre as
consequências e como de primordial importância a revolução intelectual que no decurso dos
sucessos e dos fracassos da expansão portuguesa, se vai produzindo em acumulação de
experiências e de revelações, os sentimentos de culto pela natureza, a par com as concepções
cristãs e um novo surto espiritual que conduzirá ao florescimento do Humanismo e ao crescer
de um senso crítico que porá de parte as credulidades antigas para aceitar os dados directos
da experiência. Por outro lado, as actividades mercantis progrediram extraordinariamente a par
da técnica de câmbio e de crédito.
Portanto, seja qual for a interpretação que se der à Expansão portuguesa, uma coisa
permanecerá — as navegações alteraram profundamente a vida da Humanidade e deram
origem a toda uma revolução no campo das artes e letras, nomeadamente com monumentos
que recordam os Descobrimentos e com toda uma literatura dita de viagens que floresceu no
século XVI e que no século XX tem o seu expoente máximo em "A Mensagem" de Fernando
Pessoa.
.
Tema — Emigração

Embora o termo Emigração signifique deslocação das populações de um pais para


outro, admite-se que possa haver mudança de território nacional sem emigração e também
emigração sem mudança de meio nacional. Dadas as numerosas formas que a emigração tem
assumido ao longo da História da humanidade, difícil se torna pois uma definição rigorosa.
As características da emigração dependem, antes de mais, da estrutura económica e
social dos países de partida
Nos países em vias de industrialização da Europa Ocidental do século XIX, a
emigração tem como causas principais as crises e períodos de desemprego e a necessidade
de expansão comercial e de influência política nos territórios coloniais
Um dos mais fortes movimentos migratórios estabelece-se para o continente americano
a partir do princípio do século XIX. Depois de 1920, a emigração deixou de ser livre para ser
dirigida de acordo com as medidas dentro de cada Estado e convenções internacionais, o que
reduziu consideravelmente o ritmo das deslocações.
Durante os últimos vinte anos, no quadro do continente europeu, realizaram-se deslo-
cações internacionais de população muito importantes dirigidas principalmente para França e
vindas sobretudo de Itália e da Península Ibérica. Entretanto assinalaram-se também im-
portantes movimentos vindos da Ásia, devidos sobretudo às precárias condições económicas e
sociais, explicáveis, até certo ponto, pela grande explosão demográfica verificada nesse
continente.
Em Portugal, a emigração começou em consequência dos Descobrimentos e foi-se
avolumando, portanto, a partir do século XVI até aos nossos dias.
A primeira deslocação assinala-se, pois, para a Madeira, mas, povoadas e exploradas
depois as restantes ilhas atlânticas, assinalam-se fortes correntes emigratórias para o Brasil
Durante o século XVI, no entanto, o grande movimento é para a índia, tendo porém, a
partir de meados deste século, havido uma concentração, de novo em relação ao Brasil
concentração essa que se acentuou fortemente no século XVII com a descoberta das minas de
ouro.
Quanto ao grosso da emigração contemporânea, ele e constituído essencialmente por
indivíduos ligados à actividade agrícola e por artífices e, em muito menor número, por le trados
e empregados comerciais. Assim sendo, a emigração é pois constituída na sua quase
totalidade por elementos de condição humilde.
Com uma agricultura pobre e uma indústria reduzida, a emigração para as classe
baixas da população portuguesa aparece como a única solução para poder subsistir ou para
elevar a sua vida a um nível aceitável.
No entanto, a mão-de-obra enviada é, na sua grande parte, uma mão-de-obra não
qualificada, destinada portanto, nos países altamente industrializados, aos trabalhos mais hu-
mildes, onde no entanto adquire considerável importância devido aos ingressos monetários que
provoca.
Embora a emigração atinja sobretudo os homens, a verdade é que a participação das
mulheres e das crianças tem vindo a aumentar
Em geral, emigram pessoas com menos de 45 anos que provêm predominantemente
do Norte e do Nordeste e que, actualmente, procuram sobretudo a Alemanha, França. Holanda,
Canadá e Suíça.
Apesar de as condições de vida lá fora serem duras, como o salário que auferem é
bastante superior ao que obteriam aqui, conseguem poupar o suficiente para virem passar o
Natal e as férias grandes a Portugal, para enviar divisas, para construir a sua casa e para
finalmente regressar, pois, para a maior parte dos emigrantes, o grande sonho é regressar à
sua terra e aqui poderem viver da reforma vinda do pais onde trabalharam arduamente, mas
onde conseguiram poupar o suficiente para poderem levar aqui e por fim uma vida condigna.

Tema - Explosão demográfica — Fome — Subdesenvolvimento

O interesse pelo conhecimento demográfico tem vindo a aumentar de ano para ano à
medida que se tem revelado instrumento indispensável às políticas de desenvolvimento e por
outro lado devido à importância que cada vez mais se atribui ao factor demográfico como
elemento determinante das relações internacionais
Os censos populacionais têm vindo a mostrar que a população mundial cresce actual-
mente de 70 a 80 milhões de pessoas por ano. Tal crescimento provoca vários problemas
relacionados essencialmente com a escassez de recursos alimentícios e energéticos. As sim,
no que respeita à alimentação, em cada dia há mais 200 mil pessoas a alimentar e mesmo que
a Terra tivesse a possibilidade de alimentar todas, punha-se o problema da distribuição dos
bens alimentares entre os países ricos produtores de excedentes e os países pobres onde se
morre de fome. Enquanto nos primeiros tudo se resume sobretudo às crises económicas, os
países pobres são vítimas da fome que resulta de um crescimento demográfico tão rápido que
compromete todo o desenvolvimento económico.
Diz Kurt Waldheim: "Cada país, cada família, cada comunidade deve compreender de
modo preciso até que ponto as suas esperanças num nível de vida mais elevado, bem como
numa melhor educação e assistência e consequentemente mais felicidade, correm o risco de
serem afectados pelo crescimento demográfico."
Na verdade, o flagelo da fome que, infelizmente, afecta tantos países ditos do 3 °
Mundo tem como principal causa a explosão demográfica que se tem vindo a verificar nos
últimos anos, sendo alguns dos países mais atingidos o Bangladesh, a Etiópia, o Camboja e
Moçambique, e as principais vítimas deste flagelo as crianças, os camponeses e os habitantes
dos bairros mais degradados.
Mesmo antes de nascerem, as crianças sofrem de má nutrição materna e nos países
do 3.° Mundo está provado que entre os recém-nascidos, um em cada cinco tem peso in -
suficiente, o que faz com que contraiam doenças como sarampo, tosse convulsa e bron-
copneumonia, muitas vezes fatais.
Estes países, atingidos pela fome resultante em grande parte do exagerado
crescimento demográfico, são designados por países subdesenvolvidos, caracterizando-se
estas sociedades por taxas de natalidade muito elevadas, por um fraco desenvolvimento
tecnológico, por grandes desigualdades na distribuição da riqueza e por uma dependência
económica e/ou política, Por outro lado, a elevada taxa de mortalidade infantil, os gravíssimos
problemas alimentares, educacionais e de assistência médica são também uma realidade
neste;, países que correspondem a 3/4 da humanidade.
No entanto, para além da explosão demográfica, há ainda outros problemas que expli-
cam a situação de subdesenvolvimento destes países e que são nomeadamente a carência de
recursos naturais, as dificuldades ambientais como as grandes secas e as catástrofes naturais,
a herança colonial e a submissão política correspondente a uma ajuda militar que tende a
perpetuar-se.
Um dos processos de fazer face à angustiante situação que se vive nestes países seria
a existência de uma cooperação internacional activa, em particular no domínio do financia
mento, e por outro lado uma harmónica distribuição do rendimento mundial de acordo corras
exigências naturais e humanas de cada país e com o desenvolvimento da mão-de-obra
especializada.

Tema — Trabalho

O termo trabalho designa toda e qualquer actividade humana que se faz para realizar
um fim sério e necessário, isto é, algo que se faz para satisfazer necessidades de acordo com
as exigências da sociedade.
Pode assim dizer-se que o homem trabalha quando desenvolve a sua actividade no
que considera necessário à realização da sociedade.
Assim podemos considerar trabalho, não só o do artista que realiza a sua obra de arte
como do professor que transmite conhecimentos aos seus alunos, como do agricultor que
cultiva a terra, como do operário que produz matéria, como do padre que ensina religião e do
médico que trata os doentes.
O homem dos nossos dias trabalha e trabalhou desde sempre não só para sobreviver
corno para se realizar e construir o seu próprio mundo.
Só pelo trabalho o homem atinge a liberdade pois só se liberta aquele que consegue
bastar-se a si próprio e só se basta a si próprio aquele que trabalha.
No entanto as condições de trabalho que se oferecem aos trabalhadores nem sempre
são as mais justas, no entanto eles aceitam-nas porque precisam de ganhar o seu pão e
porque desejam melhorar as suas condições de vida, o que faz com que muitos se apro veitem
desta situação, explorando os que precisam.
Estas situações de exploração, que correspondem a salários que não estão de acordo
com a inflação que correspondem a um número de horas de trabalho exagerado, a discri-
minacões raciais, a salário inferior para a mulher só pela sua condição de mulher e tantas
outras desencadeiam muitas vezes greves, atitudes de lock-out ou ainda outras formas de
protesto, por meio das quais os trabalhadores reivindicam os seus direitos essencialmente de
natureza económico-social, exigindo ser tratados como pessoas e não como simples coisas
p
ara defender os direitos dos trabalhadores existem sindicatos, organizações que pro-
curam dialogar com as entidades patronais sempre que surgem problemas, no sentido de
tentar resolvê-los de forma amigável.
Outro aspecto francamente injusto e que provoca o protesto de muitos é o trabalho in-
fantil, que umas vezes resulta de uma situação familiar difícil e outras de um patronato que opta
por uma mão-de-obra mais barata e menos reivindicativa que lhes facilita a tarefa de dirigir
Na verdade, a exploração de crianças no trabalho atinge dimensões incalculáveis,
encontrando-se crianças a trabalhar em fábricas de indústrias leves e noutros serviços no-
meadamente de limpeza, de venda de jornais e outros produtos.
Embora as crianças trabalhem o mesmo número de horas que um adulto e executem
as mesmas tarefas, recebem no entanto um salário mais baixo. Por outro lado, se sofrem um
acidente, como não têm garantias de espécie nenhuma, ficam muitas vezes inutilizadas a sem
indemnização alguma.
Esta é uma situação injusta mas infelizmente real e frequente, e de tal modo os inter-
venientes têm a noção de que ela é injusta que se recusam a ser entrevistados ou se acedem a
conceder uma entrevista, exigem o anonimato.
Todas estas situações condenáveis não dignificam de modo algum o trabalho,
sobretudo quando se deve ter em conta que o indivíduo não existe para trabalhar, devendo sim
trabalhar para existir, isto é, para se realizar como ser livre e digno que é.

Tema — A leitura no mundo actual

Na longa caminhada por que passa a comunicação escrita, em íntima conexão com as
sucessivas transformações sociais e técnicas, o livro, como hoje o concebemos, significa
decisiva conquista no sentido da autonomia e difusão culturais, integrando-se cada vez mais
nos processos de fabrico, promoção e venda de outros produtos básicos.
Com a divulgação avassaladora da televisão e da rádio, o livro, bem como o jornal, pa-
receram relegados para segundo plano, no entanto isso não se tem verificado, dado o papel de
informação/formação e de distracção/cultura que tanto o livro como o jornal desempenham nos
dias de hoje.
Se na verdade a televisão e a rádio nos informam do que vai pelo mundo, os jornais
fazem-no de forma mais profunda e detalhada; por outro lado, a nossa formação, bem como a
cultura que vamos adquirindo, é-nos fornecida, em grande parte, pela leitura de boas obras
literárias que podem, ao mesmo tempo que nos formam, distrair-nos.
Quanto aos textos literários, se na verdade queremos obter um enriquecimento cultural,
devemos optar pela leitura de um leque de obras diversificadas que abranja não só textos
narrativos, como poéticos e dramáticos, escolhendo, de preferência, obras de autores por-
tugueses contemporâneos
A Literatura Portuguesa felizmente tem vindo a ser divulgada não só no nosso pais
como nos países de expressão portuguesa, concretamente no Brasil e em África e ainda no es-
trangeiro, onde autores como Fernando Pessoa, José Saramago e tantos outros viram já as
suas obras produzidas em várias línguas
A divulgação da literatura no nosso país tem sido feita mediante a organização de
exposições e feiras e ainda debates e colóquios promovidos pela Televisão; quanto à divul-
gação noutros países, têm sido organizados congressos, promovidos certames e abertas
livrarias onde as obras dos nossos autores têm ocupado o lugar que lhes é devido
Portanto, a leitura nos nossos dias não perdeu nem nunca perderá o seu carácter de
fonte informadora/formadora de cariz mais profundo e completo que qualquer outro meio de
comunicação social.
É preciso pois ler e ler muito, ler cada vez mais para que a nossa cultura vá
progredindo e para que a nossa literatura vá sendo conhecida não só no nosso país como no
estrangeiro.

Tema – Racismo

O racismo, de modo mais claro ou disfarçado, com mais consciência ou de forma sub-
consciente, habita em quase todo o homem, por muito que se afirme o contrário. O conceito,
embora se centre no termo «raça» e se procure circunscrever à oposição entre brancos e
negros, pode-se alargar a todas as formas de segregação que incluam os grupos étnicos e
religiosos. Não é só o «apartheid» na África do Sul ou a dificuldade em aceitar que um negro se
coloque ao lado do branco; a perseguição aos judeus pela Inquisição ou pelo nazismo, o
desprezo pelo cigano ou a destruição dos índios revela o espirito racista. E se é verdade que a
educação criou nas pessoas uma repulsa, a maneira de ser e de estar no mundo levou à
separação entre os humanos,
O racista advoga a superioridade da sua raça e procura tornar escravos os que a ela
não pertencem ou, então, tenta provocar-lhes o extermínio. Se recuarmos no tempo, vemos
como no século XIX, nos Estados do Sul dos EUA, se justificava a escravatura: «(...) O negro
não é mais do que uma criança mais desenvolvida fisicamente e como tal deve ser tratado.
(...)Em segundo lugar, o negro não tem conceito de previsão; é incapaz de guardar no Verão,
pensando nas necessidades do Inverno, nem de juntar na juventude, com vista às necessida -
des da velhice. E assim se convertem numa sobrecarga insuportável para a sociedade. A socie-
dade tem, pois, o direito de evitar esse encargo e só poderá consegui-lo se se mantiver a
escravatura. (...)»Também Hitler mandou para os campos de extermínio milhões de judeus e
outros povos considerados de «raça inferior».
Portugal muitas vezes se assumiu racista, como o comprovam as práticas do Santo
Ofício ou a escravidão dos africanos. É Oliveira Martins quem afirma ser absurda a educação
dos negros, «não só perante a história como também perante a capacidade mental dessas
raças inferiores».
Por muito que se tente mentalizar o homem, será difícil erradicar esta concepção de
que uns são melhores, mais válidos e capazes do que os outros, uma vez que há marcas de
pigmentação, de feições ou de espiritualidade que as distinguem.

Tema – Terrorismo

O terrorismo constitui, juntamente com a sabotagem e o combate, as modalidades de


acção nas operações de guerrilha, todas a complementarem-se entre si. Visa a espalhar por
todo o lado um ambiente de medo e insegurança, destruindo a capacidade de resistência moral
das populações, que acabam por sucumbir perante o desalento e a impotência. Pode revestir-
se de dois aspectos: o selectivo e o sistemático. Enquanto o l,° tem por alvos determinadas
entidades e certos objectivos, ou grupos específicos de entidades e objectivos, previamente
seleccionados em função da influência que a sua eliminação possa ter naquela resistência
mora), o 2.° abrange todas as pessoas e todos os objectivos, sem distinções, actuando em
intensidade crescente e em amplitude cada vez maior. Conquanto nada impeça a realização
simultânea das duas modalidades de terrorismo, em geral o selectivo antecede o sistemático,
significando o desencadeamento deste uma escalada nas possibilidades de acção da guerrilha
em curso. Em consequência do terrorismo, a população passa a ter medo e, como sente que a
sua vida está ameaçada em permanência, deixa de ver, de ouvir e de saber o! que quer que
seja. Remete-se, assim, a uma ignorância cautelosa, barricando-se por trás de um muro de
silêncio: nada vê, nada sabe, nada ouve. Concentra-se sobre si própria. Esta desmoralização
chega também, por vezes, a atingir as forças militares. Quando tal se verifica, estas perdem a
confiança nos comandos e nas suas próprias possibilidades, e descuram, senão mesmo
abandonam, a protecção das populações, dando-se uma ruptura de contacto físico e psíquico
das massas e das estruturas instaladas. Então o terrorismo passa a oferecer à população
aquela protecção, recebendo dela, em troca, o apoio de que necessita. E a população tornar-
se-á, em geral, cúmplice, quer mantendo completo silêncio acerca das actividades do terrorista
quer passando mesmo para as suas fileiras, colaborando activamente com ele.
Os actos de violência são de índole muito diferente: assassinato e maus tratos
infligidos a pessoas particulares ou a agentes da autoridade, destruição de propriedades
privadas e públicas, rebentamento de pontes, inutilização de meios de transporte, etc. Mas em
qualquer caso os actos terroristas não são actos isolados e esporádicos, mas são planificados
para conseguir o enfraquecimento da ordem vigente. A publicidade é nota típica do terrorismo.
Os terroristas acuram de modo que o conhecimento das suas tropelias se difunda ampla e rapi -
damente com o fim de conseguir uma atmosfera de intimidação favorável aos seus objectivos e
de propagar os seus ideais de reforma no caso de os terem (Propaganda dos factos). O
terrorismo foi usado especialmente pelo Anarquismo como técnica revolucionária.
Deve distinguir-se terrorismo de terror. Embora ambos tenham como efeito criar um
ambiente geral de pânico por meio da violência, o terror, ao contrário do terrorismo, tem como
agente as autoridades estatais, tem em vista manter a ordem estabelecida e tem a pretensão
de ser legal. Os seus actos de violência — prisões, maus tratos, execuções, expropriações —-
são levados a cabo invocando as leis que, se for necessário, se promulgam ao abrigo do
Estado de necessidade.
Tema – Corrida ao armamento

Desde o aparecimento do homem, o conflito ou a guerra passaram a ser parte


integrante do universo. É caricato pensar-se que a paz incomoda e que a harmonia é apenas
sonho quando se está cansado de fazer mortes, distúrbios ou simples confusões!...
É muito difícil diagnosticar as profundas razões da guerra ou dos graves antagonismos
entre os povos. O egoísmo do homem, a vontade de dominar, a obsessão de ter mais, a inca -
pacidade de compreender, poderão ser causas várias a apontar.
Hoje, a guerra não existe apenas no acto de beligeração, mas em todas as formas que
permitam a situação de conflito permanente e a corrida aos armamentos. A luta armada, que
contínua a surgir aqui e além, é muitas vezes fruto da «Guerra Fria» entre os blocos
Leste/Oeste, nomeadamente URSS e EUA. Se sempre houve atitudes de conflito, mesmo sem
recurso á guerra declarada, com a II Guerra Mundial e a bomba atómica implantou-se o
«Equilíbrio do Terror», a «Táctica de Dissuasão», quer através da propaganda, do auxílio
económico e bélico a outros países, quer, particularmente, com o programa «Guerra das
Estrelas» da SDI (Iniciativa de Defesa Estratégica) ou qualquer outra tentativa de reforço e
modernização das armas nucleares.
Num mundo onde todos falam de paz e, em nome da paz, recorrem à guerra, não
basta condenar os conflitos regionais ou falar de desanuviamento. Torna-se urgente encontrar
medidas que evitem a corrida ao armamento e se inicie um autêntico desarmamento. Os EUA e
a NATO, no Ocidente, a URSS e os países do Pacto de Varsóvia, no Leste, parecem dese jar a
eliminação das armas nucleares, mas não querem abdicar das pesquisas tendentes à sua
modernização. Basta pensar nos frutos dos acordos de Genebra, nos tratados SALT I e SALTII,
ou mesmo no tratado ABM (Mísseis Antibalísticos) de 1972 e nos acordos de Reiquiavique, em
1986, para chegarmos à conclusão de que o verdadeiro desarmamento ainda está longe.
Só com a total eliminação das armas nucleares (como os «lasers» de emissão
nuclear), das armas químicas, das explosões atómicas e dos armamentos convencionais, o
planeta Terra poderá continuar a pensar na sobrevivência da sua civilização. Hiroshima,
Nagasáqui ou Chernobyl são exemplos claros e concretos do perigo que corre a Humanidade.

Tema – Consumismo e defesa do consumidor

O estimulo para o consumo é a marca mais importante da sociedade contemporânea.


Já não se produz para a satisfação das necessidades do homem, mas procura-se incentivar o
consumo paia se produzir cada vez mais. Desperta-se o desejo a fim de que a produção cresça
e esta cresce para criar novos apetites. É esta a lógica do consumismo que, em nome do bem-
estar e da felicidade do homem, dita a moda. a ostentação, a exploração e substitui a
necessidade pelo desperdício.
Uma vez que o homem se encontra configurado por essa sociedade de consumo, é
necessário permitir-lhe referências dos seus direitos e deveres para que, de uma forma mais
consciente, possa assumir as suas atitudes. E se é certo que há aspectos que lhe permitem
dispor de meios e vantagens paia uma melhor realização da sua vida e para a sua
prosperidade, reconhece-se que existe exagero ou ultrapassagem do razoável só porque se
julga fofa de moda ou foi afirmado que há alternativas melhores.
A publicidade tem um papel relevante no crescimento consumista. É ela que diz ao
consumidor que nasceu um novo produto com mais interesse, mais perfeito, mais completo; é
ela que afasta da circulação es velhos produtos; é da que incentiva á compra e se opõe a
poupança, dando facilidades de aquisição, criando necessidades, despertando novas vontades,
aliciando...
Apesar de todas as necessidades despertas e muitas vezes sonhadas, o homem deve
saber que tem direito à qualidade, à protecção, à segurança. Os consumidores precisam de
saber que têm direitos e que existem organismos que velam por eles, tais como o Instituto
Nacional de Defesa do Consumidor ou, a nível mais vasto, a Organização Internacional daí
Uniões de Consumidores. A legislação do País e as normas emanadas da CEE apontam
constantemente para a necessidade da qualidade de vida e para o que pode cada um exigir
como direito. Os próprios consumidores têm-se movimentado, organizando associações que
reivindicam perante o Estado o apoio na defesa dos seus interesses.
O homem é consumidor, mas tem de se saber libertar de um consumismo que o pode
levar a autoconsumir-se.
Tema – Saúde

Os antigos consagraram a expressão «mente sã num corpo são», porque se


aperceberam que pouco ou nada tem importância para a vida do homem st ele não desfruta de
uma saúde física e psíquica.
Os tempos mudaram, as revoluções tecnológicas modificaram o posicionamento do
homem na terra, os objectivos a alcançar (ornaram-se diferentes. A sapiente expressão clás-
sica continua, porém, com tanta ou mais actualidade.
No mundo hodierno, a saúde é uma aposta c urna necessidade. Se, em tempos
remotos, os físicos, os magos, os feiticeiros, procuravam, a iodo o custo, o remédio
«milagroso» para as doenças individuais ou epidémicas, hoje, são os investigadores, dos
vários ramos da ciência, os especialistas, os médicos, os enfermeiros e todos em geral, que
apostam na resolução dos problemas Que afectam a saúde do homem. Já não se atacam
apenas os focos de doença, mas tenta-se a sua prevenção e profilaxia. E por mais que se
investigue, há sempre uma doença nova que se detecta e que f urgente combater pelo seu
aspecto de cataclismo. Se o século passado, por exemplo, se queixou da tísica, o século XX
teve de se confrontar com o cancro e, ultimamente, com a SIDA. A aposta no âmbito da saúde
é uma prioridade, uma vez que o desafio dos «vírus» traz-nos em contínuo sobressalto.
A saúde é, por outro lado, uma necessidade. Sem ela não é fácil trabalhar, produzir,
divertir e fruir a vida. E se a doença física impede o homem de comparecer ao emprego ou ao
lugar de lazer, a doença psíquica poderá levar o homem a atentar contra a sua própria vida ou
a dos outros e a criar diversos problemas ao mundo,
Num sentido roais lato, saúde i tudo o que permite «o bem-estar que resulta do equilí-
brio existente em cada pessoa no seu todo (física e psicologicamente)». Neste âmbito, a saúde
tem a ver com a realização do homem e do seu equilíbrio. É o que acontece quando se pensa
na fertilização «in vitro» ou na «inseminação artificial», por permitir a solução de muitos casos
de esterilidade; na planificação familiar de forma a combater os índices demográficos ou a
resolver situações dos casais; na educação sexual, não apenas como lute con tra as doenças
venéreas, mas rendo em vista a preparação para a vida adulta dentro do referido equilíbrio.
Pensar em saúde é muito mais do que pensar em doença. Interessa atacar as agressões
físicas ou psíquicas de que sofre o nosso organismo. Mas, interessa, mais do que nunca,
perceber o que condiciona a nossa saúde e encarar todas as situações e problemas para que
nos possamos proteger.

Tema – A Moda

Que é a moda? Que a motiva? Que lhe dá corpo?...


São muitas as interrogações e as respostas que se podem formular, mas são, em
especial, valores ideológicos, espirituais, culturais e económicos que ditam a indumentária
usada nos vários pontos do Globo e os diversos componentes da moda em geral.
Se repararmos nas roupas orientais, africanas, árabes ou do Ocidente notamos que a
cultura, a religião e os costumes são razões determinantes para a diferença. E se ama mulher
europeia é capaz de adoptar um ou outro elemento de um vestido indiano como modelo para o
seu, dificilmente a veríamos trajar da mesma forma de uma súbdita das terra» de rio Ganges.
Ao longo dos séculos, as vestimentas distinguiam os grupos e classes sociais e
ninguém ousava afastar-se do seu estatuto. O clero, a nobreza e o povo não se confundiam
nem admitiam interferências. A própria situação económica criava as diferenças, quer nos
modelos e na qualidade do tecido, quer no requinte da sua confecção.
Nos nossos dias são também valores económicos que ditam a «alta costura», mas já é difícil
distinguir o operário não qualificado do seu patrão ou o camponês do padre da sua aldeia Os
anos sessenta romperam com toda a tradição e fomentaram um novo «modus vivendi». E
enquanto o homem-operário, criado pela industrialização e irmanado pelo espirito de
reconstrução do após-guerra, recorria aos «jeans», pois lhe permitiam, de manhã à noite,
sentir-se sempre pronto ao trabalho, ao passeio, á «soirée» ou ao convívio social, por outro
lado, numa contestação aos valores conservadores e como expressão de libertação sexual, a
mulher recorre à mini-saia, usa roupa unissexo e esquece o «soutien».
O consumismo, porém, é o grande responsável pela moda. A publicidade faz chegar a
cada um de nós toda a espécie de produtos para o cabelo, para o rosto, para o corpo e, em
nome da beleza, da sedução e do bem-estar, cria continuamente novos atractivos, novas
motivações e novas «certezas» para que o homem se sinta confiante e feliz na sociedade que
integra. Ninguém gosta de estar fora da moda. Particularmente, a mulher sempre assimilou
melhor as alterações ditadas pela costura, pela cosmética, pela estética. Das saias “midi” ou
“maxi» às «miní”, das «hot pants» ao «jeans», do fato calça e casaco ao vestido tradicional, a
indumentária feminina muda continuamente.
Se num ano as roupas procuram revelar o corpo, no ano seguinte são capazes de
sugerir mais do que o que mostram. Se as cores fazem sonhar ou denotam ousadia, os
desenhos e outros grafismos sugestionam, mesmo que desligados de uma verdadeira
significação...
A moda não comanda a vida, mas quase escraviza o homem!

Tema - MEIOS DE COMUNICAÇO SOCIAL/«MASS MEDIA»

A comunicação social enche as nossas casas, impede-nos o caminho, ocupa-nos o


tempo de lazer ou serve-nos de companhia ao longo da viagem. Já não somos capazes de
viver sem os "mass media»! Já não conseguimos passar sem o noticiário, as imagens da
televisão ou os comentários jornalísticos! .A imprensa escrita, a radiodifusão, a televisão e o
cinema tornaram-se indispensáveis à vida do homem.
Com a invenção dos satélites de telecomunicações e com a expansão Já informática,
os «media» transformaram-se em forças poderosas que não se limitam ao campo meramente
informativo, mas tendem a modificar a mentalidade, a cultura e o comportamento do homem.
Chegam de todo o lado. invadem o espaço e impõem as suas ideologias e os seus modelos
culturais. Por vezes, cortam ou relegam para segundo plano o diálogo entre as pessoas.
Como diz F. .Níerzsche, «quando se conhece o leitor, já nada se faz pelo leitor...». E o
perigo dos «media» reside no facto de conhecer o leitor apenas como ser facilmente
influenciável, a quem se deve oferecer tudo o que ele deseja sem qualquer preocupação.
Inventam-se novos valores, despertam-se novos interesses, criam-se imagens de bem-estar.
Por isso, a comunicação social começa a levantar problemas ao homem e às próprias institui -
ções. Pelo seu enorme poder e a sua capacidade persuasiva começa a transformar-se na arma
secreta de todos aqueles que conseguem ter nas mãos os principais meios de comunicação
escrita ou audiovisual.
Compreender o mundo que nos e oferecido pelos meios de comunicação social é
extremamente importante para que continuemos a ser homens individuais, criadores e dotados
de uma personalidade própria.

Tema - CONQUISTA ESPACIAL

O homem é um eterno insatisfeito. O mundo da aventura nasceu com ele. E o espaço


foi sempre a incógnita que pretendeu desvendar. Cientistas, filósofos, curiosos ou sonhadores
querem a verdade do que lhes escapa. Já não acreditam nos planeias em forma de deuses
nem em forças inexplicáveis. As historias de ficção de Júlio Verne ou de Wells dão lugar a
realidades que maravilham Carl Sagan e todos os que acreditam em possíveis formas de vida
fora da nossa "TERRA",
Hoje apenas se equaciona a dificuldade maior ou menor de fazer certa viagem interpla-
netária ou intergaláctica. Como há quinhentos anos, a rota dos descobrimentos é ponto
assente. Substituindo os mares desconhecidos, partiu-se rumo ao espaço indeterminado. A
conquista espacial é uma realidade inquestionável.
Em 1957, o Sptunik (o primeiro satélite artificial) avança em direcção ao espaço; Gaga-
rine, pouco tempo depois, transforma-se no primeiro homem a viajar fora da atmosfera
terrestre; Leonov, em I96Í, passeia pelo espaço.
A 16 de Julho de 1969, ires homens (Collins, Aldrin e Armstrong), a bordo da nave
Apoio XI, caminham em direcção à Lua. Armstrong e, pouco depois, Aldrin pisam solo lunar a
21 desse mês. O primeiro declarou, nessa ocasião: «Posso ver perfeitamente a minha pegada.
Parece não ser difícil mover-me.» Começaram assim os primeiros passos numa superfície
diferente da do planeta Terra,
Nos últimos vinte anos, o homem nunca mais descansou. Outras naves buscam Marte,
Vénus, Júpiter e Saturno. As viagens espaciais estão a tornar-se quase rotina. Nem os desas-
tres do «Challenger» pararão a vontade humana!.,,
O homem acredita que tem sido visitado por seres de outras paragens e que, se os
OVNI são uma realidade, haverá formas de vida noutros planetas e noutros sistemas
planetários. A investigação científico-tecnológica apenas necessita aperfeiçoar-se. Um dia,
quando a Terra deixar de suportar o excesso populacional, o homem poderá viajar para «novos
mundos". Como há quinhentos anos, conquistará novas paragens e instalar-se-à para as
povoar e para as dominar!...

Tema – Violência, Guerra

O terrorismo, a guerra, as inimizades, a droga, a ânsia de poder a qualquer preço,...


continuam a ditar as suas vítimas. São as bombas que explodem num atentado da ETA, do IRA
ou de um comando suicida palestiniano; são os canhões que disparam sobre aldeias e cidades
no Líbano, no Golfo Pérsico, em Angola e em muitos outros pontos do Globo; são os
assassínios, os raptos, os assaltos, os desvios de aviões; é a «justiça» da Mafia ou dos
narcotraficantes; são as agressões dos «hooligans»...
O nosso século não se contentou com as guerras mundias de 1914-18 e de 1939-45.
Ainda estão bem presentes guerras como a da Coreia, do Vietname, israelo-árabe, do Sahel,
da Nigéria, da Namibia, de Angola, índo-paquistanesa, das Malvinas, do Afeganistão, da
Nicarágua, de El Salvador, da Guatemala, do Sri Lanka, do Irão-Iraque, do Líbano ou a guerra
colonial; estão na nossa memória a invasão da Checoslováquia pela URSS, da Tanzãnía pelo
Uganda, de Timor Leste pela Indonésia, do Kuwait pelo Iraque; são da responsabilidade dos
nossos dias o massacre no aeroporto de Lod em Israel, em Hyde Park, na Aldeia Olímpica de
Munique, os conflitos no Ulster, o assassínio de Aldo Moro pelas Brigadas Vermelhas, o
assalto ao paquete cruzeiro Achille Lauro, a explosão de um avião na Escócia...; e até no
desporto se descobriu a violência com as mortes no estádio do Heysel, em Bruxelas, ou no
estádio de Sheffíeld... É difícil determinar as causas últimas da violência, embora os psicólogos
a considerem centrada na própria agressividade humana. Particularmente o ser masculino
revela com frequência uma certa brutalidade e desordem que a sociedade sanciona e aplaude.
Verifica-se, a partir dos primeiros anos de infância, um impulso para a «delinquência» e um
aumento de agressividade. O homem, no seu exibicionismo e até no seu egoísmo, cada vez se
importa menos com o seu vizinho e a palavra solidariedade só existe enquanto possa
vislumbrar alguma satisfação pessoal — fama, honra, agradecimento e, sobretudo, a convicção
de que é o melhor. Cada um quer ser e ter mais do que o outro e, para isso, recorre ao
confronto, à agressão física, espiritual, ideológica ou mental.
Sangue, lágrimas e terror não conseguem saciar o homem contemporâneo, que bate
palmas aos tratados de paz, enquanto procura mais vítimas ou vende armas para que a guerra
não termine!
O herói é fruto da guerra, da luta, da violência, da tragédia

Os estádios transformam-se no lugar reservado à violência. No campo, o jogo


torna-se mais duro. Assiste-se a gestos antidesportivos, a agressões inqualificáveis. Quanto ao
público parece sofrer de uma espécie de loucura. Pensem nas fotografias tiradas no Estádio do
Heysel, em Bruxelas. Foi no dia 29 de Maio de 1985. O pontapé de saída, para a final da Taça
entre a Juventus de Turim e o FC Liverpool, ia ser dado. Incrédulos, horrorizados, milhões de
telespectadores puderam assistir ao rebentar de uma violência cega. Os apoiantes do Liverpool
atacam os da Juventus. A multidão, em pânico, tenta fugir. Homens, mulheres e crianças são
espezinhados. Balanço da tragédia: 39 mortos e 450 feridos. E a proibição legal dos clubes
ingleses no Continente, bem como dos seus apoiantes. Quatro anos depois, na própria
Inglaterra, em Sheffíeld, aquando de um desafio entre o Nottingham e o Liverpool, uma idêntica
loucura homicida parece apoderar-se dos espectadores. Morrem 100 pessoas no estádio,
vítimas do delírio dos hooligans. Porquê estes furores, esta selvajaria? O álcool, o
desemprego?!. ..Os sociólogos aventam explicações que não explicam nada. Nada pode
justificar a visão sinistra desses cadáveres alinhados no chão, desses corpos inertes
amontoados!. Como o doping — que encerra, em si mesmo, a morte do desporto. Talvez seja
altura de nos recordarmos que o desporto é uma realidade ao serviço de ideais, como a paz e
a fraternidade. É também um enriquecimento, porque deve permitir à humanidade confrontar
pacificamente as suas diferenças. O desporto-espectáculo servirá esse ideal? Ah! Por vezes
bem se pode duvidar disso. Lembremo-nos dos folguedos circenses dos Romanos.
Actualmente, milhões de indivíduos assistem, em directo, a acontecimentos que se
desenrolam a milhares de quilómetros do sítio onde se encontram. A emoção expe rimentada,
ao ver os primeiros passos de um homem na Lua, embotou-se depressa. O excepcional é
banalizado

Tema - MEIO AMBIENTE

A atmosfera terrestre tem características “sui generis” para permitir a flora e a fauna
conhecidas e que, com a vida do homem, marcam para o planeta um lugar especial no
sistema solar.
Qualquer atentado à atmosfera poderá ser perigoso para a sobrevivência das espécies
e de todo o ecossistema, com a provável destruição do globo. A poluição, a devastação
florestas e a eliminação dos espaços verdes, a redução da camada de ozono, o efeito de
estufa, começam a ameaçar a vida na Terra.
Os rios servem hoje, muitas vezes, para local de esgoto das fabricas, das vilas e das
cidades. Há rios, em centenas de quilómetros do seu curso, onde os peixes não conseguem
sobreviver. Há rios que, de hora a hora, mudam de cor, conforme as descargas dos poluentes
das empresas que crescem nas suas margens, sem qualquer estação de tratamento.
A Amazónia, denominada “o pulmão do mundo”, e muitas outras florestas e espaços
verdes têm vindo a ser devastados a favor de espaços para construir.
A camada de ozónio começa a ser destruída, com os clorofluorocarbonetos usados nos
aerossóis e outras indústrias que criamos para o que apelidamos de bem-cslar.
É importante para o homem de hoje o desenvolvimento da indústria a todos os níveis
Deve, porém, ser ainda mais importante a conservação da existência do homem, a defesa da
sua qualidade de vida e do planeta em que habita. Melhorar, pelo desenvolvimento, condições
de bem-estar, ou tentar uma resposta para o crescimento da população e para as suas
necessidades, não pode, de modo algum, implicar a destruição da nossa atmosfera. Progresso
não é a poluição dos fios, dos mares e do ar; progresso não à a destruição da camada de
ozónio que nos protege; progresso não é a substituição das florestas ou espaços.--verdes por
cimento armado. Se os complexos industriais e habitacionais, as vias de comunicação, a
exploração das fontes energéticas, são importantes e necessárias, n«ao é admissível que se
destrua o "habitat” de todos nós. É necessário respeitar a natureza, saber fruir o que ela nos
oferece, ter vontade política, social e humana para planificar e executar o que entendemos por
desenvolvimento sem abrirmos o caminho para o irremediável suicídio, para o holocausto
deste globo terrestre.

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