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HABEAS CORPUS

O habeas corpus é uma ação que visa amparar o direito


de liberdade, embora no CPP esteja previsto como
recurso.

O habeas corpus pode ser preventivo ou


liberatório.

Pode ser impetrado por qualquer pessoa (verdadeira


ação penal popular). Sempre haverá possibilidade
jurídica do pedido quando houver violência ou coação
ilegal no direito de ir e vir. Faltará interesse de agir se a
pretensão não for dirigida à garantia da liberdade de
locomoção.

Hipóteses de cabimento de habeas corpus:

- Quando não houver justa causa. Esta expressão é tão


ampla que chega abranger todas as outras hipóteses
elencadas no artigo 648 do CPP.

- Quando alguém estiver preso por mais tempo que


determina a lei. Ex. Procedimento comum. Indiciado
preso, prazo de 10 dias para o encerramento do
inquérito. Denúncia, prazo de 5 dias.

- Quando quem ordenar a coação não tiver


competência para fazê-lo. Ex. A prisão preventiva só
pode ser decretada pela Autoridade Judiciária.

- Quando houver cessado o motivo que autorizou a


coação. Ex. Se o réu já cumpriu a pena que lhe foi
imposta, sua permanência no cárcere é motivo de
constrangimento ilegal.

- Quando não for alguém admitido a prestar fiança.

- Quando o processo for manifestamente nulo


(incompetência absoluta)

- Quando extinta a punibilidade.


Requisitos do habeas corpus ( artigo 654)

Procedimento quando o habeas corpus é impetrado perante o Juiz


(artigo 656 a 660 CPP)

Procedimento do habeas corpus impetrado originariamente em


perante o Tribunal (artigo 661 a 667 CPP).

OBS: É possível em sede de habeas corpus o requerimento de liminar


quando estiverem patentes os pressupostos das cautelares.
Excelentíssimo Senhor Desembargador Presidente
do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro.

_JOSÉ de TAL, brasileiro, casado, advogado, inscrito na


OAB/RJ sob o nº..., com escritório na Rua..., nº..., Nova Iguaçu, vem
perante Vossa Excelência, com fundamento no artigo 5º, inciso
LXVIII da Constituição Federal e artigo 648, inciso I, do Código de
Processo Penal, impetrar a presente ordem de

HABEAS CORPUS,
a favor de _CAIO DE TAL (qualificação), apontando desde já como
autoridade coatora o Juiz de Direito da 5ª Vara Criminal da Comarca
de Nova Iguaçu, pelas razões de fato e de direito que a seguir expõe:

DOS FATOS

O Paciente foi autuado em flagrante pela prática


delituosa prevista no artigo 180, § 1º do Código Penal.

O flagrante foi comunicado a Centra de Custódia,


para a realização de audiência.
Requerida à liberdade provisória vinculada,
sustentando-se a ausência dos pressupostos da prisão preventiva, bem
como possuir o Paciente residência fixa e, ainda, não ostentar
antecedentes, conforme comprovante de residência e certidão de
antecedentes criminais anexados na petição, foi aberta vista ao
Ministério Público.

O Representante do Ministério Público opinou


contrariamente a liberdade de Caio, sustentando que

“Entende este órgão ministerial pela necessidade da custódia cautelar


do indiciado, como forma de resguardar a ordem pública (art. 312 do
CPP), eis que se trata de crime grave”.

Pelo Juiz foi indeferido o Requerimento de


Liberdade provisória, sob o seguinte fundamento:

“conforme bem salientado pelo MP, a gravidade da conduta atribuída


ao indiciado, é necessária a manutenção da custódia cautelar do
mesmo”.

Desta forma, a prisão em flagrante foi convertida


em preventiva, a qual foi mantida pelo Juízo da 5ª Vara Criminal de
Nova Iguaçu, não restando alternativa senão a impetração da presente
ação.

DO DIREITO.

Não há justa causa para a conversão da prisão em flagrante


em preventiva do Paciente, tendo em vista que..... (mencionar que a
gravidade da acusação não é motivo para a prisão preventiva).
Resumir Decisão do STJ

A prisão preventiva no curso de uma ação penal ou em um


inquérito policial é uma exceção e para ser decretada é
necessária....(mencionar que para a prisão é necessária a presença dos
requisitos do artigo 312 CPP –) Repetir essa parte da petição da
liberdade provisória

A jurisprudência quanto ao tema, assim orienta:

“”

Na hipótese do Paciente, verifica-se claramente a ausência


dos requisitos que autorizam a prisão preventiva, pois não há indícios
de que....

Também não há indícios de que o Paciente esteja....

Por fim, não se vislumbra indícios de que deixará de


atender as determinações policiais e judiciais.

Assim, ausentes os requisitos da prisão preventiva, não há


que se falar na necessidade da custódia excepcional.

Mais uma vez a jurisprudência vem em amparo do


Paciente:

Cabe ressaltar ainda que a decisão que indefere a liberdade


provisória e que converte a prisão em flagrante em preventiva deve
ser ....

Diz o artigo 315 do Código de Processo Penal:

“....”.
Não basta a mera repetição da lei ou da manifestação do
Ministério Público.

Nesse sentido é a lição da doutrina:

Assim, a decisão que converteu a prisão em do


Paciente em preventiva é baseada... (mencionar que a prisão é baseada
em meras ilações) RESUMIR trecho do livro do professor Luiz Flavio
Gomes.

Ante o exposto, espera que seja concedida a presente


ordem de habeas corpus, expedindo-se alvará de soltura, por ser
medida de inteira Justiça.

P. deferimento

Data e local

Assinatura do impetrante
CAIO foi autuado, em flagrante pela prática delituosa prevista no artigo 180, § 1º do Código
Penal. O flagrante foi comunicado a Central de Custódia. Requerida à liberdade provisória
vinculada, sustentando-se a ausência dos pressupostos da prisão preventiva, bem como
possuir o requerente residência fixa e, ainda, não ostentar antecedentes, conforme
comprovante de residência e certidão de antecedentes criminais anexados na petição, foi
aberta vista ao Ministério Público.
O Ministério Público opinou contrariamente a liberdade de Caio, sustentando que “Entende
este órgão ministerial pela necessidade da custódia cautelar do indiciado, como forma de
resguardar a ordem pública (art. 312 do CPP), eis que se trata de crime grave”.
Pelo Juiz foi indeferido o Requerimento de Liberdade provisória, sob o fundamento de que
“conforme bem salientado pelo MP, a gravidade da conduta atribuída ao indiciado, é
necessária a manutenção da custódia cautelar do mesmo”.

Assim, foi convertida a prisão em flagrante em preventiva.

Distribuído o flagrante para a 5ª Vara Criminal de Nova


Iguaçu, o juiz decidiu manter a conversão da prisão em
flagrante em preventiva.

Diante do indeferimento da liberdade provisória,


providencie a medida cabível.

_____________________________
_________X__________________________________

“Em rigor, a impossibilidade da concessão de liberdade provisória aos


presos em flagrante em quaisquer desses crimes só se justifica se o
encarceramento provisório for necessário. E ele o será, como vimos,
se houver prova de perigo de fuga ou de perturbação da atividade
instrutória. Na pior das hipóteses, e adotando-se a regra do parágrafo
único do artigo 310 (atual artigo 321 CPP), ainda que em desarmonia
com a carta Magna, a liberdade provisória só não será possível se
estiver presente uma das circunstâncias elencadas no art. 312 do CPP.
Do contrário, essa prisão não passa de verdadeira, que afronta a Lei
Maior do País, visto não admitir antecipação de pena” (Fernando da
Costa Tourinho Filho – Código de Processo Penal Comentado, p.709,
v.1, 8ª edição, Editora Saraiva)

“HABEAS CORPUS. GRAVIDADE DO DELITO.


NÃO DEMONSTRAÇÃO CONCRETA DOS
REQUISITOS AUTORIZADORES DA MEDIDA
EXTREMA. CONSTRANGIMENTO ILEGAL.
CONCESSÃO DA ORDEM.
Ausentes os requisitos para a manutenção ou
decretação da prisão preventiva (arts.310, 311, 312,
CPP), configurada está a coação ilegal, carecendo a
decisão do juízo a quo de razoabilidade quando fundada
apenas da gravidade abstrata do delito que, por si só,
não tem o condão de impedir a concessão da liberdade.
Ordem concedida para que a paciente responda ao
processo em liberdade mediante a condição de
comparecer a todos os atos, ressalvada a possibilidade
de nova custódia por motivo superveniente” (STJ – 5ª
Turma – Rel. Min. José Arnaldo da Fonseca – HC
23617/SP).
Ementa: HABEAS CORPUS. ROUBO
MAJORADO. AUSÊNCIA DOS REQUISITOS DA PRISÃO PR
EVENTIVA. Embora o crime imputado ao paciente seja grave, o
roubo foi praticado sem agressão e o bem foi restituído para a vítima.
Paciente primário, que comprovou possuir residência fixa e ter
trabalhado ate o fim do ano de 2014. Suficiência da substituição
da prisão por medidas cautelares. Ordem concedida. (Habeas Corpus
Nº 70063579643, Sétima Câmara Criminal, Tribunal de Justiça do
RS, Relator: Jucelana Lurdes Pereira dos Santos, Julgado em
19/03/2015).

“A decisão que decreta, substitui ou denega a prisão preventiva deve


ser convincentemente motivada, mesmo que de forma concisa,
indicando, com base nos elementos dos autos, a existência (ou não),
da materialidade do fato, indícios suficientes (ou insuficientes) da
autoria, sua imprescindibilidade (ou não) para a garantia da ordem da
pública, da ordem econômica, preservação da instrução criminal e o
asseguramento da aplicação da lei penal. Jamais deve se basear em
preposições abstratas, mas resultar em fatos concretos. Mera repetição
das palavras da lei não caracteriza fundamentação” (Rogério Sanches
Cunha, Prisão e Medidas Cautelares, pág. 160/161, coordenação
Luiz Flávio Gomes e Ivan Luís Marques, 2ª edição, Revistas dos
Tribunais).

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