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6.

ºano
História e Geografia
de Portugal

Portugal do século XVIII à consolidação da sociedade liberal

Portugal na 2.ª metade do séc. XIX: a economia

Portugal na 2.ª metade do séc. XIX: a economia – síntese

No fim da primeira metade do século XIX, Portugal era um país atrasado em relação ao resto da
Europa, por causa da destruição provocada pelas invasões francesas e pela guerra civil.
Por outro lado, Portugal havia perdido o monopólio sobre as riquezas brasileiras, pois o Brasil
tinha-se tornado independente. No entanto, os países europeus já estavam desenvolvidos em
termos técnicos e tecnológicos, como por exemplo ao nível dos transportes e comunicações.
A modernização de Portugal vai começar, a partir da segunda metade do século XIX, com os
governos liberais portugueses.

Modernização da agricultura

Os governos liberais puseram em prática uma série de medidas com o objetivo de modernizar a
agricultura, praticada sobretudo no interior do país:

nobres e clérigos perderam algumas propriedades para o Estado, que as vendeu para as
rentabilizar;
extinguiram-se os morgadios, isto é, a herança de todos os bens familiares apenas pelo
filho mais velho;
os baldios foram entregues aos camponeses para cultivo;
os impostos, pagos pelos camponeses aos proprietários agrícolas, diminuíram;
os agricultores passaram a usar uma nova técnica – acabaram com o pousio e alternaram as
culturas em cada parcela do campo de cultivo;
uso de adubos químicos e seleção das sementes de maior qualidade;
cultivo de novas culturas, como o arroz, o milho e a batata;
utilização de máquinas agrícolas, como a ceifeira ou debulhadora mecânica, que tornam
mais rápido o trabalho agrícola.
Todas estas medidas aumentaram a produtividade e a produção agrícolas.

Modernização da indústria

A partir da segunda metade do século XIX, a indústria portuguesa desenvolveu-se, com a


criação de novas fábricas, ligadas à produção de têxteis, cortiça, vidro e cerâmica, onde se
usava a máquina-a-vapor. A máquina-a-vapor, quando aplicada a outras máquinas, alterou a
forma de produção. Nascia, assim, a maquinofatura. Ao contrário do trabalho manual, a
maquinofatura permitia produzir maior quantidade em menor tempo e com menos mão de obra.
As fábricas situavam-se no litoral, próximo de cidades portuárias como Porto, Lisboa ou
Setúbal. Era através destes portos que chegavam as matérias-primas e se escoavam os
produtos manufaturados. Contudo, a industrialização foi um processo lento.

Desenvolvimento da extração mineira


A exploração mineira também se desenvolveu em Portugal, devido à necessidade de materiais
como o cobre e outros minérios.

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História e Geografia
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Desenvolvimento dos transportes e comunicações

Transporte: comboios.
Via de comunicação: caminhos de ferro.
A máquina-a-vapor fez nascer os comboios-a-vapor, que transportavam, de forma rápida,
grandes quantidades de pessoas e mercadorias. Por conseguinte, foi necessário alargar a rede
de caminhos de ferro um pouco por todo o país.
A primeira viagem de comboio realizou-se em 28 de outubro de 1856, entre Lisboa e o
Carregado, e contou com a participação da família real.

Via de comunicação: estradas macadamizadas, pontes, túneis.


Construíram-se muitos quilómetros de estradas macadamizadas, isto é, pavimentadas com
pedras e saibro. Para além das estradas, abriram-se túneis e edificaram-se pontes, como a
Ponte de D. Luís I ou a Ponte de D. Maria, na cidade do Porto.

Meio de comunicação: telégrafo, telefone, correios


O telégrafo e o telefone facilitaram as comunicações, embora inicialmente fossem serviços
usados por uma minoria. Na cidade de Lisboa, em 1882, havia apenas 22 assinantes de
telefone. A construção de faróis revelou-se essencial na orientação dos barcos. Já para a
atracação de grandes navios, foi construído o porto artificial de Leixões e o porto de Lisboa foi
aumentado. Criaram-se os selos, os postais e os marcos do correio. A mala-posta era a
diligência que transportava pessoas e malas com correspondência. Fazia o trajeto Lisboa-Porto
em 34 horas.

Vantagens e desvantagens da modernização técnica

Vantagens:
Maior e melhor aproveitamento dos recursos naturais,
Maior produção e produtividade;
Menores necessidades de mão de obra devido à mecanização;
Maior facilidade de comunicações.

Desvantagens:
Acidentes de trabalho com as máquinas;
Trabalho infantil na agricultura, indústria e extração mineira;
Poluição;
Desemprego (as máquinas substituem o trabalho humano).

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