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Torrão Bendito

Terra bendita e varonil,


Incrustada neste solo Brasil, Trazes na história os teus encantos,
Com teu céu azul anil, Da poesia que reluz em cada canto,
És a mais bela que já se viu. São notas de luz e acalanto,
De um povo feliz e sem pranto.
Em teu carnaubal remanescente,
Que te adorna tão ricamente, Falo de ti, meu querido torrão,
Espraia-se teu verde solenemente, Meu Assú, meu coração,
Sob o teu sol reluzente. Minha vida e emoção,
Meu Deus! Como amo esse chão.
Teu povo é encantador,
E de outros povos acolhedor,
És como uma menina em flôr, Francisco Costa
Cantada em versos de amor.

 Exmo Sr. Presidente da Câmara Municipal do Assú, João Wallace;


 Exmo Sr. Prefeito Municipal do Assú, Gustavo Montenegro Soares,
 Exma. Sra. Vereadora Delkiza Cavalcante, propositora desta sessão solene, nobre
edilato assuense
 Citar outras autoridades presentes
 Caros e nobres Acadêmicos, confrades e confreira da Academia Assuense de
Letras;
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 Familiares de cada um dos acadêmicos, que aqui se fazem presentes física ou


espiritualmente;
 Caros convidados, Caríssimo povo do Assú.

Certa feita, o poeta Antídio de Azevedo, afirmou em seus versos que o Assú,
Parece uma princesa que adormece
Ao remansoso som dos madrigais,
Ouvindo o farfalhar, num tom de prece,
Dos leques a cantar, dos carnaubais.

E é, nesta plaga poética, do eminente poeta assuense, que inicio minhas


palavras na noite de hoje. Enaltecendo esta terra, o rincão mais puro e mais
holístico que se possa imaginar. Foi neste “Torrão Bendito” como bem enfatizou
Sinhazinha Wanderley, que durante muitos anos o sonho de se constituir uma
Academia de Letras, que reunisse os imensos valores culturais e literários que
emanam a cada dia neste doce rincão foi pensado dia após dia.
Nesta direção, é crível registrar o desejo latente de Dona Aldenita de Sá
Leitão, de Dona Consuelo Magalhães, apenas para citar duas ilustres figuras
assuenses, entre tantas outras que, ao longo dos anos, ardentemente desejaram
que a Atenas Norteriograndense pudesse figurar no rol das cidades que acolhiam
e valorizavam seus poetas, seus artistas.
Muitos foram os encontros, não apenas sob os bafejos de São João Batista,
mas também ao sabor das ondas da capital do estado, que por diversas vezes a
constituição da Academia Assuense de Letras esteve em epígrafe. Porém, o
momento ainda não era chegado. Mas, o anseio verdadeiro por tal realidade no
Assú jamais ficou esquecido, adormecido talvez.
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Em meados de 2014, um grupo de escritores, poetas, jornalistas,


professores, enfim, Assuenses, se reuniam com o intuito, mais uma vez, de
pensar uma entidade que congregasse, não os iluminados, não os mais sábios da
cidade, não os proeminentes literatas, mas sim, pessoas comuns, que tivessem o
ardente desejo de ver o Assú como o inesgotável celeiro cultural dessas terras
potiguares. E assim, em 23 de janeiro de 2015, na sala da diretoria do SEBRAE,
Unidade Assú, saia do papel para a realidade da terra da poesia a ACADEMIA
ASSUENSE DE LETRAS.
Composta por Ivan Pinheiro Bezerra, que foi seu primeiro presidente,
Auriceia Antunes de Lima, a primeira vice presidente da história da Academia,
por Francisco José Costa dos Santos, o primeiro secretário, ladeado por Fernando
Antonio Caldas, Fernando Antonio de Sá Leitão Morais, o tesoureiro, auxiliado
por Francisco de Assis Medeiros e por Antonio Alderi Dantas, o primeiro
Secretário de Comunicação, a Academia Assuense de Letras materializou-se
como o sonho sonhado junto que se torna realidade, ecoando as palavras do
poeta Raul Seixas.
Vivemos um primeiro ano de muitas dificuldades, mas igualmente um ano
de muitas vitórias. O processo de regularização jurídica e todos os pormenores
que lhe é pertinente se apresentaram, contudo, a união daquele grupo e o firme
propósito de servir ao Assú através da arte, nas suas mais diversas expressões, era
bem mais forte que qualquer dificuldade existente.
Em menos de um ano de existência já contávamos com a nossa situação
jurídica completamente regularizada. Um feito, se lembrarmos que instituições
congêneres, com mais de 20 anos de existência, ainda não estão constituídas
como pessoa jurídica.
Em 30 de julho de 2015, realizamos a mais memorável, por ser a primeira e
por ser algo ainda desconhecido para a população assuense, a primeira solenidade
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de posse de acadêmicos. Um feito que entrou, de maneira indelével, para a


história do Assú.
Conquistamos o reconhecimento de Utilidade Pública Estadual, através da
propositura do Deputado George Soares e o nosso reconhecimento como de
utilidade pública municipal pela ação da vereadora Delkiza Cavalcante. O voto
das duas casas legislativas, por unanimidade diga-se de passagem, é o reflexo de
nosso trabalho sério, árduo e em defesa das expressões artísticas e culturais do
Assú. A cada um dos parlamentares, nas duas casas legislativas, que apoiaram tal
propositura, nossa mais profunda gratidão.
Certamente, que não foi em virtude da Academia Assuense de Letras, mas
com certeza o surgimento desta instituição, de alguma forma, igualmente
contribuiu para o surgimento da lei de incentivo à cultura assuense, conhecida
como Lei Renato Caldas, da lavra da ilustre vereadora Fabiele Bezerra.
Estivemos nós, Academia Assuense de Letras, envolvidos em muitas ações
e atividades que tiveram por foco a cultura, nas suas mais diversas expressões. E
tal caminhar nos agraciou com o reconhecimento do povo do Assú.
O trabalho prosseguiu e realizamos o primeiro concurso de contos da
Academia que contou com a participação de dezenas de escritores de todo o
estado do Rio Grande do Norte.
Estamos concluindo a realização do concurso de literatura de cordel,
também com larga participação de escritores de todo o estado do Rio Grande do
Norte, inclusive da cidade do Assú.
Em 2016, a família Academia Assuense de Letras cresceu não apenas em
número, mas igualmente em qualidade com a chegada dos novos confrades
Francisco das Chagas Pinheiro, Francisco Jobielson da Silva, Francisco Wagner
da Silva e Paulo Sérgio de Sá Leitão.
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E esta mesma família, em 2017, completava o seu atual quadro de 14


membros com a solenidade de posse de Paulo de Macedo Caldas Neto, Joacir
Rufino de Aquino e Alan Eugenio Dantas Freire. Em breve, um novo membro
tomará posse e irmanar-se-á aos 14 atuais.
A Academia Assuense de Letras será composta por 40 (quarenta) cadeiras,
patrocinadas por figuras notáveis da cultura, literatura, da ciência e da arte do
Assú e do Estado. No entanto, até o momento só foram escolhidos 20 patronos
para as aludidas cadeiras, são eles:
Jornalista Palmério Augusto Soares de Amorim Filho; Jornalista Celso
Dantas da Silveira; Escritor Francisco Augusto Caldas de Amorim – Chisquito;
Poeta Francisco Agripino de Alcaniz – Chico Traíra; Poeta Renato Caldas; Poeta
João Lins Caldas; Poetisa Sílvia Filgueira de Sá Leitão; Padre Joaquim Alfredo
Simonetti; Professora Eufrosina Fernandes; Pesquisador Ezequiel Epaminondas
da Fonseca Filho; Escritor Ezequiel Lins Wanderley; Mamulengueiro Francisco
Ângelo da Costa – Chico Daniel; Músico Francisco Elion Caldas Nobre;
Jornalista João Carlos Wanderley; Poeta João Natanael Soares de Macêdo;
Romancista Luiz Carlos Lins Wanderley; Poetisa Maria Carolina Wanderley
Caldas – Sinhazinha Wanderley; Poetisa Maria Eugênia Maceira Montenegro;
Escritor Pedro Soares de Araújo Amorim e Musicista Samuel Sandoval da
Fonseca. As cadeiras de 21 a 40 só terão seus patronos escolhidos quando do
preenchimento das primeiras 20 cadeiras.
Certamente, nesta noite, cada um de nós acadêmicos estamos exultantes
com esta sessão solene proposta pela ilustre vereadora Delkiza Cavalcante a
quem apresentamos as nossas mais calorosas e carinhosas expressões de
agradecimento por ter, como uma das preocupações de seu mandato, o olhar
voltado para a cultura assuense.
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Vereadora Delkiza Cavalcante, quando vossa excelência volta o seu


mandato também para a cultura, para a valorização daquilo que emana do povo
não apenas está representando o povo que lhe confiou a mais sagrada das armas -
o voto - mas acima tudo está fazendo com que os princípios gregos que deram
forma a política - do povo, para o povo e pelo povo - estejam evidenciados da
maneira mais eficaz como expressão de SERVIR ao bem comum.
A senhora vereadora Delkiza Cavalcante, a nossa mais profunda gratidão
por esta festa de aniversário inesquecível para todos nós e que entra para os
nossos anais históricos como a primeira sessão solene em homenagem à
Academia Assuense de Letras.
Para finalizar, quero reafirmar os propósitos desta instituição, trazendo a
público um trecho de nosso estatuto ao dizer que “A Academia Assuense de
Letras é uma Associação civil, de direito privado sem fins econômicos que tem
por finalidade precípua o cultivo, a preservação e a divulgação do vernáculo, da
literatura, da história e da atividade cultural em seus múltiplos aspectos da cidade
do Assú.”
É isso que nos move e que nos permite enxergar no farol da Alexandria dos
Janduís o caminho a ser trilhado, no emaranhado das palavras, na sonoridade do
verso, nas cores de uma tela, nas notas de uma canção, nas cordas de um violão,
no tique taque de nosso coração.
E assim como o imortal patrono Francisco Agripino de Alcaniz, dono
perpétuo da cadeira de número quatro desta Academia, saudamos o Assú,
dizendo:

O Assú envelhecendo
Com o seu tesouro imerso
Abre a fonte do progresso
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Cumpre a ordem de Deus pai,


Teu nome quer dizer grande,
A tua história tem brilho,
Assú de João Celso Filho
Crescei e multiplicai.

Nas tuas várzeas a brisa


Balança tuas palmeiras,
Das tuas carnaubeiras
Muita riqueza se extrai;
As tuas belas paisagens
Ao longe deslumbra a vista,
Assú de São João Batista
Crescei e multiplicai!

Francisco Agripino de Alcaniz (Chico Traíra)

Muito obrigado a todos.

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