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CENTRO DE INVESTIGAÇÃO E PREVENÇÃO DE

ACIDENTES AERONÁUTICOS

SEGURANÇA OPERACIONAL EM
PÁTIO DE MANOBRAS
CRESCIMENTO DO TRANSPORTE AÉREO E SUAS CONSEQÜÊNCIAS

O crescimento do transporte aéreo trouxe muitas mudanças aos aeroportos.


A ICAO (Organização Internacional de Aviação Civil) desempenhou a tarefa de seguir
de perto estas mudanças, de modo a cumprir sua missão em criar normas e
recomendações para uma segura operação de aeronave.

Além do ANEXO 14, a ICAO publicou outros manuais, nos quais constam
dados e desenhos sobre pistas de concreto, pátios e terminais. Estes, em função do
aumento do movimento de aeronaves, da substituição dos equipamentos “NARROW
BODY” pelos “WIDE BODY”, da instalação de facilidades fixas e da modernização dos
equipamentos de rampa, tiveram um substancial crescimento numérico e dimensional,
em conseqüência, fez-se mister o aprimoramento da política de prevenção de acidentes
no que tange as operações de aeronaves no solo.

PREVENÇÃO DE ACIDENTES NA ÁREA DE RAMPA É UMA PARTE INTEGRAL DA


SEGURANÇA DE VÔO

a) SEGURANÇA DE VÔO:

Uma aeronave taxiando com objetivo de estacionar ou taxiando para decolar


é considerada em vôo. Qualquer perigo iminente é uma ameaça em potencial para a
segurança de vôo.

b) SEGURANÇA NA RAMPA:

Uma aeronave é cercada de pessoas, equipamentos e veículos. O embarque


e desembarque de seus passageiros, bagagens ou carga estão sujeitos a embaraços
que podem comprometer a programação do próprio vôo ou de outro vôo que irá tomar
o seu lugar.

Em ambos os casos, a melhor maneira de assegurar o bom andamento das


operações é executá-las de forma cuidadosa e dinâmica. Para isto, é necessário
aumentar o nível de conscientização do pessoal de rampa.
INCIDENTES NA RAMPA (PÁTIO)

Incidentes na rampa podem ser reunidos em quatro principais categorias:

a) INCIDENTE ENVOLVENDO PASSAGEIROS:

A segurança do passageiro é o fator de maior relevância. Inicia-se no CHECK-IN,


passa pelo embarque na aeronave e somente termina com o desembarque no ponto de
destino.

b) INCIDENTE ENVOLVENDO PESSOAL DE RAMPA:

A segurança do pessoal de rampa também é importante. Esteja ou não


exercendo suas funções específicas, o trabalhador deve ser orientado quanto aos
procedimentos de perigo decorrentes das atividades operacionais nos pátios de
aeronaves.

c) DANOS A AERONAVE:

Até o menor dano pode afetar a segurança de vôo. É imperativo para a


segurança dos passageiros e da tripulação que qualquer dano a aeronave seja
reportado imediatamente.

d) DANOS A VEÍCULOS E EQUIPAMENTOS DE RAMPA:

Estes são seguramente os mais freqüentes incidentes, porém algumas vezes não
são reportados. É fundamental, tanto por razões operacionais quanto por razões
preventivas, reportar e retirar do âmbito dos pátios os equipamentos danificados e/ou
sem condições de uso.
A maioria dos acidentes em
volta de uma aeronave é causada
por falta de atenção.

As seguintes observações
devem ser consideradas
cuidadosamente:

 Condições dos freios, pneus, assentos acolchoados, pára-choque, buzina,


parte elétrica, etc.

 Qualquer defeito deve ser reportado imediatamente.

 Danos à aeronave, mesmo que leves, podem acarretar conseqüências fatais.

 Superfícies molhadas ou oleosas aumentam o risco de acidentes.

 Sapatos molhados ou com óleo na sola podem escorregar do pedal do freio e


causar acidentes.

 Condições do tempo tais como: Chuva, neve ou neblina reduzem a visibilidade


e podem prejudicar as operações de rampa. Neste caso, todas as atividades
devem ser conduzidas com o maior cuidado.

 Veículos posicionados em marcha-à-ré, nas aeronaves devem ter a ajuda de


um sinaleiro.

 Quando estacionar um veículo, as rodas devem estar na posição reta, o freio


de mão puxado e o motor desligado.

 A linha de evacuação de emergência de uma aeronave não deve ser obstruída


por veículos ou equipamentos.
Continuação 01

 Quando a luz de anti–colisão de uma aeronave estiver ligada, fica proibida a


movimentação de veículos e/ou equipamentos na zona de ação de jatos
propelidos pelas turbinas. O tráfego de veículos ou pedestres nestas áreas
deverá guardar as seguintes distâncias mínimas:

- quando a aeronave estiver estacionada com as turbinas ligadas em marcha


lenta (“idle”): 80metros;

- quando a aeronave estiver taxiando e turbinas em marcha lenta


(“idle”): 200 metros;

- quando a aeronave estiver dando início ao seu movimento (breakaway):


250 metros;

- quando a aeronave estiver prestes a decolar ou executando o rolamento


para decolar: 460 metros.

 Os equipamentos rebocáveis tais como GPU / LPU devem ser rebocados


paralelamente à linha de centro da aeronave.
GPU = GROUND POWER UNIT
LPU = LOW PRESSURE UNIT

 Quando necessitar dirigir em redor de uma aeronave, o lado do veículo em


que o motorista se encontrar deverá facear a fuselagem da mesma.

 É proibido dirigir sob as asas de uma aeronave, exceto quando da necessidade


de execução de serviços técnicos, tais como abastecimento e manutenção.

 Os motoristas devem estar sempre atentos para o fato de que o colega à sua
frente pode vir a frear o veículo que está conduzindo, sem aviso ou razão
aparente.

 Dirigir sobre cabos ou mangueiras é proibido.

 A aeronave tem sempre prioridade, mesmo quando rebocada ou orientada


por um parqueador.

 É proibido exceder o limite de velocidade estabelecido pela autoridade


aeroportuária local. O limite máximo em pátio de aeronaves é de 30 km/h.
Continuação 02

 A velocidade de aproximação de um veículo e / ou equipamento a uma


aeronave é de 8 Km/h.

 A cabine dos veículos deve ser conservada limpa e asseada, isenta de óleo e
de poeira, de modo a proporcionar uma total visibilidade ao motorista.

 Permissão para operações de veículos no pátio.

 É proibido fumar nos pátios e pistas, mesmo dentro de


equipamentos.
veículos e

 A maioria dos incidentes no pátio ocorrem nos cruzamentos.

 É vedada a operação de veículos no âmbito do aeroporto, nos seguintes


casos:

- por pessoas alcoolizada ou sob ação de drogas e/ou entorpecentes;


- por pessoas não habilitadas;
- quando adaptado, equipado ou carregado de forma a causar riscos a
pessoas ou bens;
- por pessoa não possuidora de curso de Direção Defensiva ministrado pela
INFRAERO.

 Todos os veículos que operam nas vias internas do aeroporto devem ser
licenciados, exceto aqueles que trafegam exclusivamente nas áreas
operacionais, os quais deverão possuir autorização especial da administração
do aeroporto.

 Todos os reboques ou semi-reboques que operam no aeroporto devem


possuir acessórios de segurança e freios que garantam a imobilidade quando
desacoplados do veículo motriz.

 Todos os veículos que transitam em áreas operacionais devem ter faixas


refletivas convenientemente pintadas nos pára-choques.

 Nenhum veículo pode operar na área de manobras do aeroporto, exceto com


permissão da administração e autorização da Torre de Controle. Ainda assim,
para tanto, tais veículos devem estar equipados com luz âmbar rotativa no
teto, rádio–recptor–transmissor e devem estar em contato com a Torre de
Controle enquanto durar a operação.
Continuação 03

 Os deslocamentos dos veículos não equipados com rádio - receptor –


transmissor nas situações mencionadas no item 78 do Regulamento Geral do
Aeroporto, devem ser realizados com escolta e total controle do carro
adequado, o qual deverá possuir o referido equipamento.

 Nenhum equipamento ou veículo pode ser abandonado ou estacionado na


pista de pouso ou de rolamento, pátios ou em zonas de circulação de
aeronaves.

 A menos que especificamente sinalizado de outra maneira, ou em situações


de emergência, os seguintes limites de velocidade devem ser mantidos pelos
veículos que circulam no aeroporto:

- nos pátios de aeronaves – 30 Km/h (NOSER 2308)


- nas áreas críticas – 20 Km/h (CN 1102)
- nas pistas de pouso e rolamento – 50 Km/h

 Nenhum veículo pode cruzar o fluxo de passageiros durante realização de


operações de embarque ou desembarque nas posições remotas.

 O estacionamento de veículos para embarque ou desembarque,


carregamento ou descarregamento, ou qualquer outra finalidade, deve ser
feito em áreas destinadas especificamente a cada operação e obedecendo
rigorosamente à sinalização ou instruções existentes, inclusive quanto ao
tempo de permanência estabelecido pela administração do aeroporto.

 O operador de qualquer veículo envolvido em acidente com vítima ou danos


materiais, no âmbito do aeroporto, deve imediatamente parar o seu veículo e
prestar ou providenciar os socorros necessários.

 Todo veículo automotor deve operar com luzes acesas no intervalo


compreendido entre o pôr e o nascer do sol, ou sempre que não haja luz
suficiente para discernir claramente pessoas ou veículos a uma distância de
aproximadamente 150 m, exceto se tais veículos estiverem estacionados em
locais determinados pela administração do aeroporto.

 Todos os veículos que operem nos hangares e nos pátios devem possuir
dispositivos no sistema de escape que evitem a saída de fagulhas e
propagação de chamas.
Continuação 04

 A fim de obterem permissão para transitar nas áreas operacionais de


aeronaves ou outras áreas restritas do aeroporto, os veículos devem ter
seguro de responsabilidade civil e de danos materiais contra terceiros.

 É proibido o tráfego de triciclos, motocicletas e bicicletas nas áreas


operacionais de aeronaves.

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