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David Bloor

aqueles que se interessarem pelo ponto de vista a ser desenvol­


vido neste livro considerarão ser de grande relevância as suas
discussões. Ainda assim, embora nossos dois livros partilhem
um bom número de premissas importantes, eles desenvolvem
temas bastante diferentes e levam o argumento para áreas ainda
mais distintas.
Sou grato ao Hutchinson Publishing Group Ltd. pela permis­ CAPÍTULO 1
são de utilizar um diagrama da p.13 do livro de Z. P. Dieness, The
Power of Mathematics (1964). Devo ainda registrar o meu apreço O programa forte na
aos historiadores da ciência cuja erudição foi espoliada para sociologia do conhecimento
que eu me servisse de seus exemplos e ilustrações. Devo com
frequência usar seu trabalho de um modo que não aprovariam.

A sociologia da ciência pode investigar e explicar o conteú­


do e a natureza do conhecimento científico? Muitos sociólogos
acreditam que não. Eles dizem que o conhecimento enquanto tal,
distinto das circunstâncias ao redor de sua produção, está além de
seu alcance. Voluntariamente, limitam o alcance de suas próprias
investigações. Argumentarei que isso constitui uma traição ao
ponto de vista de sua disciplina. Todo conhecimento, ainda que
se encontre nas ciências empíricas ou mesmo na matemática,
deve ser tratado, de modo exaustivo, como material para a in­
vestigação. As limitações que ocorrem aos sociólogos consistem

1
em entregar algum material a ciências afins, como a psicologia,
ou em depender das pesquisas realizadas por especialistas em
outras disciplinas. Não existem limitações que repousem sobre
'1 o caráter absoluto ou transcendente do próprio conhecimento,

1) ou sobre a natureza especial da racionalidade, da validade, da

1
verdade ou da objetividade.
Seria de esperar que a tendência natural de uma disciplina

1
como a sociologia do conhecimento fosse a de expandir-se e

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il,

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