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Conheça a tática de triagem START

A tática de triagem , obedece a técnica denominado START (simples triagem e rápido


tratamento) por ser um método simples, que se baseia na avaliação da respiração, circulação e
nível de consciência, dividindo as vítimas em quatro prioridades
e utiliza cartões coloridos para definir cada uma das prioridades. A Prioridade de
Atendimento às Vítimas obedece a seguinte ordem:

Cartão Vermelho

Vítimas que apresentam risco imediato de vida; apresentam respiração somente


após manobras de abertura de vias aéreas ou a respiração está maior que 30 movimentos
respiratórios por minuto; necessitam de algum tratamento médico antes de um transporte
rápido ao hospital; necessitam ser transportadas rapidamente ao hospital para cirurgia.

Cartão Amarelo

Vítimas que não apresentam risco de vida imediato; necessitam de algum tipo de
tratamento no local enquanto aguardam transporte ao hospital.

Cartão Verde

Vítimas com capacidade para andar; não necessitam de tratamento médico ou


transporte imediato, possuem lesões sem risco de vida.

Prioridade Preto

Vítimas em óbito ou que não tenham chance de sobreviver; não respiram, mesmo
após manobras simples de abertura da via aérea.

Detalhamento das Áreas de Prioridade


Na área destinada às vítimas com Cartão Vermelho vão todos os pacientes com
risco de vida imediato e que terão uma evolução favorável se os cuidados médicos forem
iniciados imediatamente. Aqui também irão os pacientes que necessitam de um transporte
rápido até o hospital para serem estabilizados no centro cirúrgico.
São os pacientes com:
● Choque;
● Amputações.
● Lesões arteriais;
● Hemorragia Severa;
● Lesões por inalação;
● Queimaduras em face;
● Lesão de face e olhos;
● Lesões intra-abdominais;
● Insuficiência Respiratória;
● Pneumotórax Hipertensivo
● Lesões extensas de partes moles;
● Queimaduras de 2º grau maior que 20% a 40%,ou de 3º grau maior que 10
a 30%;
Na área destinada às vítimas com Cartão Amarelo vão aquelas vítimas que necessitam
de algum atendimento médico no local e posterior transporte hospitalar, porém que
não possuem risco de vida imediato.
São os pacientes com:
● Fraturas;
● TCE leve, moderado;
● Queimaduras menores;
● Traumatismos abdominais e torácicos;
● Ferimentos com sangramento que necessitam suturas.
Na área destinada às vítimas com Cartão Verde vão as vítimas que apresentam
pequenas lesões, geralmente estão sentadas ou andando, sem risco de vida e que podem
ser avaliadas ambulatorialmente. São os pacientes que causam mais problemas na
cena do acidente, geralmente estão com dor e em estado de choque e tendem a ser pouco
cooperativos. Não entendem o fato de estarem agrupados numa certa área recebendo
cuidados mínimos. É extremamente importante um apoio psicológico para manter essas
vítimas nessas áreas, pois do contrário elas tendem a deixar o local, indo sobrecarregar o
hospital mais próximo.
São os pacientes com:
● contusões;
● hematomas;
● escoriações;
● pequenos ferimentos.
Na área destinada às vítimas com Cartão Preto vão as vítimas em óbito. Naquelas
situações em que há um desequilíbrio entre os recursos médicos e o número de vítimas,
todos os pacientes com traumatismos severos, com poucas chances de sobrevida, também
vão para essa área de prioridade.
São os pacientes:
● em óbito;
● múltiplos traumas graves;
● queimaduras de 2 e 3 grau extensas.

Técnica START

Nesta técnica, como acima descrito, cabe à primeira guarnição que chega no local
do acidente, procurar congelar a área e iniciar a triagem preliminar, enquanto solicita
apoio, visando salvar o maior número de vítimas de óbito iminente. Assim os socorristas
deverão realizara a triagem observando a RESPIRAÇÃO, PERFUSÃO e NÍVEL DE
CONSCIÊNCIA.

Respiração

Avaliar a freqüência respiratória e a qualidade da respiração das vítimas. Se a vítima não


respira, checar presença de corpos estranhos causando obstrução da via aérea.
Remova dentadura e dentes soltos. Alinhe a cabeça cuidando da coluna cervical. Se após esse
procedimento não iniciar esforços respiratórios, cartão PRETO. Se iniciar respiração, cartão
VERMELHO.
Se a vítima respira numa freqüência maior do que 30 movimentos respiratórios por
minuto, cartão VERMELHO.
Vítimas com menos de 30 movimentos respiratórios por minuto não são classificadas
nesse momento, deve-se avaliar a perfusão.

Perfusão

O enchimento capilar é o melhor método para se avaliar a perfusão. Pressione o


leito ungueal ou os lábios e solte. A cor deve retornar dentro de 2 segundos. Se demorar mais
de 2 segundos, é um sinal de perfusão inadequada, cartão VERMELHO.
Se a cor retornar dentro de 2 segundos a vítima não é classificada até que se avalie
o nível de consciência.
Nível de Consciência
É utilizado para as vítimas que estejam com a respiração e perfusão adequadas. O
socorrista solicita comandos simples do tipo “Feche os olhos”; “Aperte minha mão”; “Ponha a
língua para fora”. Se a vítima não obedece a esses comandos, cartão VERMELHO.
Se a vítima obedece a esses comandos, cartão AMARELO.
O cartão VERDE é usado para os pacientes que estejam andando, ou que não se
enquadre em numa das situações acima.

Estartograma:
Cartão Método START

fonte: http://www.defesacivil.pr.gov.br/arquivos/File/primeiros_socorros_2/cap_28_amuvi.pdf
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Métodos de triagem de vítimas em catástrofes: uma


reflexão para a enfermagem
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), catástrofe é um fenômeno ecológico
súbito de magnitude suficiente para necessitar de ajuda externa. Define-se a expressão
‘múltiplas vítimas’ como uma situação em que há um desequilíbrio entre os recursos
disponíveis e as necessidades.
Segundo Reppetto e Souza (2005), para realizar as atividades de cuidado, o pessoal de
enfermagem necessita de um instrumental conceitual e técnico para abordar a realidade da
prática. Ribeiro e Bertolozzi (2002) acrescentam que a enfermagem, no seu cotidiano de
trabalho, parece ainda não ter incorporado plenamente à temática ecológica ao cuidado
integral, restringindo, por vezes, as práticas à assistência às "vítimas" de alterações
ambientais.
De acordo com Morton e Fontaine (2011, p.213), na ocorrência de um desastre, o papel da
enfermagem nos cuidados críticos é fundamental. Ressalta a dependência deste em relação ao
impacto do desastre sobre as estruturas das instituições, o meio ambiente e o número de
profissionais disponíveis. Com base no pensamento crítico, as competências fundamentais da
enfermagem em incidentes com vítimas em massa incluem:
“a) usar uma abordagem ética e aprovada em nível nacional para suporte de tomada de
decisões e priorização necessárias em situações de desastres; b) utilizar competência de
julgamento clínico e tomada de decisão na avaliação do potencial para o cuidado individual
adequado após um incidente com vítimas em massa (IVM); c) descrever os cuidados de
enfermagem de emergência essenciais nas fases pré e pós desastres para indivíduos, famílias,
grupos especiais (p.ex. crianças, idosos, gestantes) e comunidades; d) descrever os princípios
de triagem específicas que são aceitos para IVM (p.ex. Sistema de Triagem Simples e
Tratamento Rápido [START]”.

Morton e Fontaine (2011) complementam a importância da avaliação global da situação de


catástrofe, no que se refere a segurança do profissional, da equipe de emergência e das
vítimas, em qualquer situação de resgate. Isso inclui a descrição de sinais e sintomas
decorrentes da exposição a agentes químicos, biológicos, radiológicos, nucleares e
explosivos.
Nesse sentido, faz-se necessário o planejamento do cuidado que contemple as diversas
alterações do meio ambiente. Teixeira e Olcerenko (2007) evidenciam a elaboração de um
plano de ação para situações de desastres, catástrofes e múltiplas vítimas, bem como um
eficiente sistema de controle que não transfira o caos do local da catástrofe para o hospital - o
que é muito comum em eventos dessa magnitude.
Um dos métodos mais utilizados no Brasil e no mundo o método S.T.A.R.T. (Simple Triage and
Rapid Treatment) – traduzido como ‘Simples Triagem e Rápido Tratamento’. No Brasil, esse
método passou a ser utilizado a partir de 1999. A triagem é o termo dado ao reconhecimento
da situação e seleção das vítimas por prioridades na cena da emergência. (TEIXEIRA E
OLCERENKO, 2007)
Esse processo de triagem deve ser utilizado quando os recursos de pessoal e de material
forem insuficientes frente a um acidente. Utilizado em todo o mundo, contempla a avaliação
das condições fisiológicas da vítima em três fatores que são: - respiração, circulação
sanguínea e nível de consciência, por meio de um fluxograma que prioriza o atendimento por
cores: vermelha (prioridade 1), amarela (prioridade 2), verde (prioridade 3) e preta (prioridade
4). Entretanto, em alguns países que utilizam o fluxograma S.T.A.R.T. para a classificação das
vítimas de desastre, pode haver variação das cores empregas na classificação de prioridades.
De acordo com Teixeira e Olcerenko (2007), a utilização de métodos como o S.T.A.R.T. por si
não garantem a triagem, uma vez que eles devem ser estar associados a profissionais
treinados (teoricamente e na prática), e que possuem preparo psicológico adequado às
situações vivenciadas, para a agilidade e acurácia da tomada de decisão.
Concordamos com Teixeira e Olcerenko (2007) que o método de triagem S.T.A.R.T. é método
confiável e de grande utilização em todo o mundo, e que por isso não pode ser esquecido ou
ignorado. Além disso, a inexistência de uma plano de contingência a situações de múltiplas
vítimas interferir na eficácia do atendimento, correndo o risco de falhas na priorização de
atendimento às vítimas mais graves, com vistas às maiores probabilidades de sobrevivência.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Ministério da Integração Nacional. Secretaria de Nacional de Defesa Civil.


Conferência geral sobre desastres. Brasília, 2007. 23 p.

MORTON, P. G.; FONTAINE, D. K. Cuidados Críticos de Enfermagem: uma abordagem


holística. 9.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2011.

REPPETTO, M. A.; SOUZA, M.F. Avaliação da realização e do registro da Sistematização da


Assistência de enfermagem (SAE) em um hospital universitário. Rev Bras Enferm; v. 58, n. 3, p.
325-9, maio-jun, 2005. Disponível em , acesso em 23 mar. 2011.

MORAIS, K. R. S.; VASCONCELOS, L.C. A.; LIMA, S. C. S. et al. Assistência de Enfermagem


aos desabrigados das enchentes em Teresina-PI: um relato de experiência. Trabalho sob no
1618 - 1/3 publicado no 61o Congresso Brasileiro de Enfermagem: Transformação e
Sustentabilidade Ambiental. 2009. Disponível em: . Acesso em: 23 mar. 2011.

SIATE /CBPR. Catástrofes e Atendimento a Múltiplas Vítimas. Disponível em: . Acesso em: 23
mar. 2011.

TEIXEIRA, W. A. OLCERENKO, D.R. A Utilização do Método S.T.A.R.T. em acidentes com


múltiplas vítimas. Trabalho publicado no 10º Congresso de Iniciação Científica, 4ª mostra de
Pós-Graduação e 1ª Mostra do Ensino Médio Disponível em: . Acesso em: 23 mar. 2011.

RIBEIRO, M.C.; BERTOLOZZI, M.R. Reflexões sobre a participação da enfermagem nas


questões ecológicas. Rev Esc Enferm USP; v. 36, n. 4, p. 300-8. São Paulo, 2002. Disponível
em: . Acesso em: 23 mar. 2011.

Texto escrito pelos monitores do Programa Proficiência - COFEN

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