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Herman Hesse escreveu “Nem todos têm a oportunidade de criar sua personalidade, a
maioria nunca chega à experiência de ser um indivíduo com personalidade própria...
(Damian)”.Quando pensamos na formação do ser humano, também encontramos formas
de determinismos. A frase de Herman refere-se aos que são acomodados e abrem mão
de interagir com meio em que vivem, porém, quando abordamos por exemplo o
currículo, que hoje pedagogicamente é entendido como tudo aquilo que a pessoa carrega
desde sua infância, construções de vínculo com o mundo que a rodeia durante seu
aprendizado, contexto cultural, país, até sua construção de identidade ,autonomia ,sendo
assim, seria impossível sair da infância passar pela adolescência e não sofrer
influência do determinismo, ainda que passivamente. Sofremos determinismos culturais,
quando chegamos ao mundo tudo já está pronto ,somos introduzidos em algum meio
que tem suas características morais, religiosas, sociais, políticas, e isso determinará
nosso currículo, somos determinados pelo meio que nascemos e vivemos, afetando
comportamento e pensamento. Quando falamos sobre livre ação do homem, o que
Lutero chamou de livre agência, saindo do abstrato, é como se chegássemos ao
conhecimento de nós mesmos, antes de agir livremente, como aforismo grego “conhece-
te a ti mesmo” ai sim, conhecendo as causas exerceríamos a vontade livre nos tornando
autônomos rompendo desafios pré-estabelecidos por um determinismo absoluto ou
“forças-incontroláveis”, como no texto proposto, construindo nossa liberdade a partir da
ação, saindo da passividade tempo e espaço, transformando o meio que vive. Somos
determinados pela sociedade em que vivemos, por leis variáveis e invariáveis que regem
universo, porém, podemos agir transformando; como o determinismo Supremo
Luterano que não isenta o ser humano de sua responsabilidade quando pratica sua livre
agência, o determinismo não impede liberdade humana, uma verdadeira antinomia.