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08/11/2016 O modelo didático do ensino programado, segundo B. F.

 Skinner

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O modelo didático do ensino programado, segundo B. F.


Skinner
Por José Paz Rodrigues a 20 de agosto de 2014

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Seguindo com a série dedicada a grandes educadores, iniciada com Morin, agora é a vez, no quinto
lugar, para o criador do modelo didático conhecido como ensino programado.

Burrhus  Frederic  Skinner  nasceu  em  Susquehanna,  no  estado  norteamericano  da  Pensilvânia,  em
1904.  Criado  num  ambiente  de  disciplina  severa,  foi  um  estudante  rebelde,  cujos  interesses,  na
adolescência,  eram  a  poesia  e  a  filosofia.  Formou­se  em  língua  inglesa  na  Universidade  de  Nova
Iorque  antes  de  redirecionar  a  carreira  para  a  psicologia,  que  cursou  em  Harvard,  onde  tomou
contato  com  o  behaviorismo.  Seguiram­se  anos  dedicados  a  experiências  com  ratos  e  pombos,
paralelamente  à  produção  de  livros.  O  método  desenvolvido  para  observar  os  animais  de
laboratório e suas reações aos estímulos, levou­o a criar pequenos ambientes fechados que ficaram
conhecidos  como  caixas  de  Skinner,  depois  adotadas  para  experimentos  pela  indústria
farmacêutica.

Quando  sua  filha  nasceu,  Skinner  criou  um  berço  climatizado,  o  que  originou  um  boato  de  que  a
teria  submetido  a  experiências  semelhantes  às  que  fazia  em  laboratório.  Em  1948,  aceitou  o
convite  para  ser  professor  em  Harvard,  onde  ficou  até  o  fim  da  vida.  Morreu  em  1990,  em  ativa
militância a favor do behaviorismo.

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Skinner  foi  o  cientista  do  comportamento  e  do  aprendizado.  Para  este  psicólogo  behaviorista
norteamericano,  a  educação  deve  ser  planejada  passo  a  passo,  de  modo  a  obter  os  resultados
desejados na “modelagem” do aluno. Nenhum pensador ou cientista do século XX levou tão longe a
crença  na  possibilidade  de  controlar  e  moldar  o  comportamento  humano  como  o  norte­americano
Skinner  (1904­1990).  A  sua  obra  é  a  expressão  mais  célebre  do  behaviorismo,  corrente  que
dominou o pensamento e a prática da psicologia, em escolas e consultórios, até os anos 1950.

O behaviorismo restringe o seu estudo ao comportamento (behavior, em inglês), tomado como um
conjunto  de  reações  dos  organismos  aos  estímulos  externos.  O  seu  princípio  é  que  só  é  possível
teorizar  e  agir  sobre  o  que  é  cientificamente  observável.  Com  isso,  ficam  descartados  conceitos  e
categorias centrais para outras correntes teóricas, como consciência, vontade, inteligência, emoção
e  memória,  entendidos  como  estados  mentais  ou  subjetivos.  Os  adeptos  do  behaviorismo
costumam  interessar­se  pelo  processo  de  aprendizado  como  um  agente  de  mudança  do
comportamento.  «Skinner  revela  em  várias  passagens  a  confiança  no  planejamento  da  educação,
com base em uma ciência do comportamento humano, como possibilidade de evolução da cultura»,
comentou no seu momento a professora de psicologia brasileira Maria de Lourdes Bara Zanotto.

Precursores da psicologia como o filósofo norte­americano William James (1842­1910), já previram
a utilidade de um ramo da ciência que estudasse os comportamentos puramente externos, mas a
psicologia  comportamental  (behaviorismo)  como  a  conhecemos  começou  mesmo  com  o  médico
russo  Ivan  Pavlov  (1849­1936).  Motivado  por  experiências  com  cães,  Pavlov  criou  a  teoria  dos
reflexos  condicionados.  Foi  o  primeiro  cientista  a  trabalhar  na  área  psicológica  que  não  utilizou
referências  a  estados  subjetivos  como  instrumento  teórico.  O  fundador  do  behaviorismo  como
escola,  porém,  foi  o  psicólogo  norte­americano  John  B.  Watson  (1878­1958),  que  formulou  as
estritas  exigências  metodológicas  que  deveriam  nortear  os  seus  seguidores.  O  compromisso  de
verificação  concreta  de  hipóteses  e  a  recusa  da  introspecção  aproximam  o  ideário  de  Watson  do
positivismo  nas  ciências  humanas.  Watson  foi  o  principal  inspirador  de  Skinner,  por  sua  vez  o
maior  divulgador  do  behaviorismo,  prevendo  a  utilização  de  seus  princípios  na  psicoterapia  e  na
educação.

O  behaviorismo  clássico  abraçou  a  ideia  de  que  todo  comportamento  humano  é  infalivelmente
controlável  por  meio  do  padrão  de  estímulo­resposta.  Mais  recentemente,  o  princípio  da
infalibilidade estatística foi substituído pelo da probabilidade. No imaginário ficcional do século XX,
a  ênfase  nos  conceitos  de  controle  e  planejamento  aproximou  o  behaviorismo  e  as  táticas  dos
regimes  totalitários,  pois  mesmo  a  terapia  behaviorista,  por  exemplo,  usou  comumente  choques
elétricos  e  substâncias  químicas  para  condicionar  comportamentos.  Algumas  das  principais
metáforas  do  terror  de  estado  do  período  fizeram  referências  a  métodos  behavioristas,  como  os
romances 1984  (de  George  Orwell)  e  A  Laranja  Mecânica  (de  Anthony  Burgess,  adaptado  para  o
cinema por Stanley Kubrick).

Devido  à  sua  preocupação  com  controles  científicos  estritos,  Skinner  realizou  a  maioria  das  suas
experiências com animais inferiores, principalmente o rato branco e o pombo. Desenvolveu o que
se  tornou  conhecido  por  caixa  de  Skinner  como  aparelho  adequado  para  estudo  animal.
Tipicamente, um rato é colocado dentro de uma caixa fechada que contém apenas uma alavanca e
um  fornecedor  de  alimento.  Quando  o  rato  aperta  a  alavanca  sob  as  condições  estabelecidas  pelo
experimentador,  uma  bolinha  de  alimento  cai  na  tigela  de  comida,  recompensando  assim  o  rato.
Após  o  rato  ter  fornecido  essa  resposta  o  experimentador  pode  colocar  o  comportamento  do  rato
sob o controle de uma variedade de condições de estímulo. Além disso, o comportamento pode ser
gradualmente  modificado  ou  modelado  até  aparecerem  novas  repostas  que  ordinariamente  não
fazem parte do repertório comportamental do rato. Êxito nesses esforços levou Skinner a acreditar
que as leis de aprendizagem se aplicam a todos os organismos. Em escolas, o comportamento de
alunos  pode  ser  modelado  pela  apresentação  de  materiais  em  cuidadosa  sequência,  e  pelo
oferecimento  das  recompensas  ou  reforços  apropriados.  A  aprendizagem  programada  e  máquinas
de ensinar são os meios mais apropriados para realizar a aprendizagem escolar. O que é comum ao
homem, a pombos, e a ratos, é um mundo no qual prevalecem certas contingências de reforços.

Em 2007, a produtora brasileira Atta Mídia e Educação, em colaboração com a Paulus Editora, sob
a direção de Martha Hubner, realizou um interessante documentário dedicado a B. F. Skinner que

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serve  de  apoio  aos  comentários  meus  do  presente  capítulo,  o  quinto  da  série  dedicada  a  grandes
educadores.

FICHA TÉCNICA DO FILME-DOCUMENTÁRIO:


Título original: B. F. Skinner.

Produtora: Atta  Mídia  e  Educação  (Brasil,  2007,


40 min., colorido com partes em preto­e­branco).

Editora: Paulus  Editora.  Coleção: Grandes


Educadores.

Roteiro e Apresentação: Marta  Hubner.  Doutora


em Psicologia Experimental, Instituto de Psicologia
(USP). Coordenadora de Pós­ Graduação – PSE­
IPUSP,  Presidente  da  Sociedade  Brasileira  de
Psicologia  (quadriénio  2002­2005)  e  membro  do
Conselho da Sociedade Brasileira de Psicologia.

Argumento:  Ao  lado  de  Freud  e  Piaget,  Skinner


Capa do DVD
foi um dos três pensadores mais citados do século
XX. Notabilizou­se como um pesquisador original e
influenciou profundamente a psicologia norte­americana e mundial a partir da década de
50.  Skinner  é  um  daqueles  pensadores  que  despertam  acalorados  debates,  fonte  de
inesgotáveis  polémicas.  Em  relação  à  educação,  Skinner  pregou  a  eficiência  do  reforço
positivo, sendo, contrário a punições e esquemas repressivos. Rejeitou noções como a do
livre­arbítrio e defendeu que todo comportamento é determinado pelo ambiente, embora a
relação do indivíduo com o meio seja de interação e não passiva. Foi autor de trabalhos
nos  quais  defende  o  uso  de  procedimentos  eficazes  para  o  manejo  do  comportamento
com  o  intuito  de  melhorar  a  sociedade  e  tornar  o  homem  mais  feliz.  O  programa  é
conduzido pela professora Maria Martha Costa Hubner.

Conteúdos do Documentário: Biografia de B. F. Skinner. Reforçamento positivo. O ser
humano.  Contingências.  Aprender  e  errar.  Avaliação.  Sistema  individualizado.  A  escola
ideal.

TEORIA DA APRENDIZAGEM DE SKINNER E SUA APLICAÇÃO DIDÁTICA:


Para  Skinner  existem  duas  espécies  de  aprendizagem.  Para  cada  espécie  de  comportamento,
identifica  um  tipo  de  aprendizagem  ou  condicionamento.  Associado  ao  comportamento
respondente está o condicionamento respondente, e associado ao comportamento operante está o
condicionamento  operante.  Temos  então  o  primeiro  tipo  de  aprendizagem,  que  é  chamado  de
condicionamento  respondente  e  o  segundo  tipo  de  aprendizagem  que  Skinner  chama  de
condicionamento operante.

1.­Condicionamento  respondente:  ‘reflexo’  ou  ‘involuntário’.  Ele  acredita  que  essa  espécie  de
condicionamento desempenha pequeno papel na maior parte do comportamento do ser humano e
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interessa­se pouco por ele. Exemplos: dilatação e contração da pupila dos olhos em contato com a

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mudança  da  iluminação,  arrepios  por  causa  de


ar frio.

2.­ Condicionamento operante: Está relacionado
com  o  comportamento  operante  que  podemos
considerar como ‘voluntário’. O comportamento
operante  inclui  todas  as  coisas  que  fazemos  e
que têm efeito sobre o nosso mundo exterior ou
operam nele. Exemplos: dirigir o carro, dar uma
tacada na bola de golfe.
Enquanto  o  comportamento  respondente  é
controlado  por  um  estímulo  precedente,  o
comportamento  operante  é  controlado  pelas
suas  consequências  com  estímulos  que  se
seguem à resposta.

Segundo  esta  teoria,  existem  implicações  no


ensino,  que  Skinner  denomina  tecnologia  do
ensino.  Do  seu  ponto  de  vista  existem  várias
deficiências notáveis nos nossos atuais métodos
de  ensino.  Um  dos  grandes  problemas  do
ensino,  diz  Skinner,  é  o  uso  do  controle
aversivo.  Embora  algumas  escolas  ainda  usem
punição  física,  em  geral  houve  mudanças  para
medidas  não  corporais  como  ridículo, Skinner experimentando

repreensão,  sarcasmo,  crítica,  lição  de  casa


adicional,  trabalho  forçado,  e  retirada  de
privilégios.  Exames  são  usados  como  ameaça  e  são  destinados  principalmente  a  mostrar  o  que  o
estudante não sabe e coagi­lo a estudar. O estudante passa grande parte do seu dia fazendo coisas
que  não  deseja  fazer  e  para  as  quais  não  há  reforços  positivos.  Em  consequência,  ele  trabalha
principalmente para fugir de estimulação aversiva. Faz o que tem a fazer porque o professor detém
o  poder  e  autoridade,  mas,  com  o  tempo  o  estudante  descobre  outros  meios  de  fugir.  Ele  chega
atrasado ou falta, não presta atenção (retirando assim reforçadores do professor), devaneia ou fica
mexendo­se,  esquece  o  que  aprendeu,  pode  tornar­se  agressivo  e  recusar  a  obedecer,  pode
abandonar os estudos quando adquire o direito legal de fazê­lo. Skinner acredita que os docentes,
na  sua  maioria,  são  humanos  e  não  desejam  usar  controles  aversivos.  As  técnicas  aversivas
continuam  sendo  usadas,  com  toda  probabilidade,  porque  não  foram  desenvolvidas  alternativas
eficazes.  As  crianças  aprendem  sem  ser  ensinadas,  diz  Skinner,  porque  estão  naturalmente
interessadas  nalgumas  atividades  e  aprendem  sozinhas.  Por  esta  razão,  alguns  educadores
preconizam o emprego do método de descoberta.

Mas,  diz  Skinner,  descoberta  não  é  solução  para  o  problema  de  educação.  Para  ser  forte,  uma
cultura  precisa  transmitir­se;  precisa  dar  às  crianças  o  seu  acúmulo  de  conhecimento,  aptidões  e
práticas  sociais  e  éticas.  A  instituição  de  educação  foi  estabelecida  para  servir  a  esse  propósito.
Certamente,  estudantes  devem  ser  encorajados  a  explorar,  a  fazer  perguntas,  a  trabalhar  e
estudar independentemente para serem criativos. Não se segue daí que essas coisas só possam ser
obtidas através de um método de descoberta.
De  acordo  com  Skinner,  os  estudantes  não  aprendem  simplesmente  fazendo.  Nem  aprendem
simplesmente  por  exercício  ou  prática.  A  partir  apenas  da  experiência,  um  estudante
provavelmente nada aprende. Simplesmente se está em contato com o ambiente não significa que
ele  o  perceberá.  Para  ocorrer  a  aprendizagem,  devemos  reconhecer  a  resposta,  a  ocasião  em  que
ocorrem as respostas e as consequências da resposta. Para Skinner, a aplicação dos seus métodos à
educação é simples e direta: ensinar é apenas o arranjo de contingências de reforço sob as quais os
estudantes aprendem.

Tecnicamente  falando,  o  que  está  faltando  na  sala  de  aula,  diz  Skinner,  é  o  reforço  positivo.  Os
estudantes  não  aprendem  simplesmente  quando  alguma  coisa  lhes  é  mostrada  ou  contada.  Nas
suas  vidas  quotidianas,  comportam­se  e  aprendem  por  causa  das  consequências  de  seus  atos;  as
crianças lembram porque foram reforçadas para lembrar o que viram ou ouviram. Para Skinner, a
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escola  está  interessada  em  transmitir  à  criança  grande  número  de  respostas.  A  primeira  tarefa  é
modelar  as  respostas,  mas  a  tarefa  principal  é  colocar  o  comportamento  sob  numerosas  espécies
de controle de estímulo. Para tornar o estudante competente em qualquer área ou matéria, deve­
se dividir o material em passos muito pequenos. Os reforços devem ser contingentes a cada passo
da  conclusão  satisfatória,  pois  os  reforços  ocorrem  frequentemente,  quando  cada  passo  sucessivo
no  esquema,  for  o  menor  possível.  Na  sala  de  aulas  tradicional,  as  contingências  de  reforço  mais
eficiente para controlar o estudante, provavelmente estão além das capacidades de um professor.
Por isso, sustenta Skinner, aparelhos mecânicos e elétricos devem ser usados para maior aquisição.

A MÁQUINA DE ENSINAR SKINNERIANA:


A  mais  conhecida  aplicação  educacional  do  trabalho
de  Skinner  é  sem  dúvida  a  instrução  programada:
máquinas  de  ensinar.  Existem  várias  espécies  de
máquinas  de  ensinar,  embora  o  seu  custo  e  a  sua
complexidade variem consideravelmente; no entanto,
a  maioria  das  máquinas  executa  funções
semelhantes.  Skinner  acredita  que  as  máquinas  de
ensinar  apresentam  várias  vantagens  sobre  outros
métodos.  Os  estudantes  podem  compor  sua  própria
resposta  em  lugar  de  escolhê­la  num  conjunto  de
alternativas.  Exige­se  que  lembrem  mais,  e  não Atualmente as máquinas são muito utilizadas
apenas  que  reconheçam,  que  deem  respostas  e  que no ensino
também  vejam  quais  são  as  respostas  corretas.  A
máquina assegura que esses passos sejam dados em
uma  ordem  cuidadosamente  prescrita.  Embora,  é  claro,  que  a  máquina  propriamente  dita  não
ensine, ela coloca estudantes em contato com o professor ou a pessoa que escreve o programa. Em
muitos aspetos, diz Skinner, é como um professor particular, no sentido de haver constante troca
entre  o  programa  e  o  estudante.  A  máquina  mantém  o  estudante  ativo  e  alerta.  A  máquina  de
Skinner  permite  que  o  professor  dedique  suas  energias  a  formas  mais  subtis  de  instrução,  como
discussão. Num primeiro momento existiram os famosos livros programados, seguindo o modelo de
programa  em  linha  skinneriano  (informação­pergunta­resposta­comprovação  da  resposta),  e  mais
tarde apareceram os programas ramificados de Crowder, muito mais completos.

O  sucesso  de  tais  máquinas  depende,  naturalmente,  do  material  nelas  usado.  Podem  hoje,  ser
encontrados  comercialmente  numerosos  programas  em  qualquer  área  ou  matéria,  mas  muitos
professores estão aprendendo a escrever os seus próprios programas. Os programas não precisam
ser  necessariamente  usados  em  máquinas;  muitos  são  escritos  em  forma  de  livro,  tal  como
comentamos.  Ainda,  um  programa  distingue­se  de  um  livro  de  texto  pelo  fato  do  livro  ser  uma
fonte de material a que o estudante se expõe.
A instrução ou ensino programado leva o aluno a estudar sem a intervenção direta do professor. As
características  deste  método  são:  a  matéria  a  ser  aprendida  é  apresentada  em  pequenas  partes;
estas  são  seguidas  de  uma  atividade  cujo  acerto  ou  erro  é  imediatamente  verificado.  O  estudo  é
individual,  mas  auxiliado  pelo  professor,  sendo  assim  que  o  aluno  progride  à  sua  própria
velocidade.  Em  síntese,  a  instrução  programada  leva  o  aluno  ao  conhecimento  e  ao  aprendizado.
Um exemplo temo­lo nas fichas programadas, como o seguinte exemplo:

–Mamífero é todo o animal que mama quando é filhote.

­Todo animal que mama quando filhote é um mamífero

­Quando um animal mama ao nascer, podemos afirmar que ele é um _____________ (mamífero)

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Desde  1950  tem­se  expandido  muito  o  estudo  do  condicionamento  operante,  não  apenas  usando
ratos, mas também animais de outras espécies e ainda seres humanos. A aplicação prática que se
tem  feito  dos  estudos  experimentais  do  condicionamento  operante  é  baseada  na  eficácia  da
administração  sistemática  de  recompensas  (reforços)  a  um  organismo,  quando  queremos  que  ele
apresente  certas  reações.  Essa  aplicação  prática  requer  que  se  faça  o  levantamento  dos  eventos
que  reforçam  um  dado  indivíduo.  Controlaremos  as  reações  utilizando  as  consequências
reforçadoras.  Isto  é  importante  em  todos  os  campos  em  que  o  comportamento  figura  em
destaque: educação, família, clínica, indústria, etc.

A  educação  foi  uma  das  preocupações  centrais  de  Skinner,  à  qual  ele  se  dedicou  com  os  seus
estudos  sobre  a  aprendizagem  e  a  linguagem.  No  seu  livro  Tecnologia  do  Ensino,  de  1968,  o
cientista  desenvolveu  o  que  chamou  máquinas  de  aprendizagem,  uma  organização  de  material
didático  de  maneira  que  o  aluno  pudesse  utilizar  sozinho,  recebendo  estímulos  à  medida  que
avançava no conhecimento. Grande parte dos estímulos baseava­se na satisfação de dar respostas
corretas  aos  exercícios  propostos.  A  ideia  nunca  chegou  a  ser  aplicada  de  modo  sistemático,  mas
influenciou  procedimentos  de  ensino  em  diversos  lugares.  Skinner  considerava  o  sistema  escolar
um fracasso por se basear na presença obrigatória, sob pena de punição. Ele defendia que se desse
aos alunos razões positivas para estudar. Para Skinner, «o ensino deve ser planejado para levar o
aluno  a  emitir  comportamentos  progressivamente  próximos  do  objetivo  final,  sem  que  para  isso
precise  cometer  erros.  A  ideia  é  que  a  máquina  de  aprendizado  se  ocupe  das  questões  factuais  e
deixe ao professor a tarefa fundamental de ensinar o aluno a pensar».

TEMAS PARA REFLETIR E REALIZAR:


Depois  de  olhar  o  documentário,  organizar  um
debate­papo  ou  tertúlia,  sobre  os  diferentes  aspetos
que  sobre  a  figura  de  B.  F.  Skinner  aparecem  no
mesmo.  Refletir  sobre  o  seu  pensamento  psico­
educativo  e  comentar,  dando  alternativas  concretas,
sobre  como  se  poderia  pôr  em  prática  hoje  nas
nossas escolas uma didática prática para desenvolver
entre  os  estudantes  um  modelo  didático  que  tenha
em conta os tipos de aprendizagem que contempla o
psico­pedagogo americano.

Elaborar  uma  monografia,  procurando  informações


em  livros  e  na  internet,  sobre  Skinner  e  o  seu
pensamento  psico­educativo,  incluindo  na  mesma  as
experiências  práticas  de  escolas  que  hoje  funcionam
em  diferentes  países  que  desenvolvem  modelos
didáticos  que,  em  grande  parte,  tratam  de  pôr  em
prática as propostas do investigador americano. Com
fotos,  textos,  cartazes,  retalhos  de  imprensa  e
materiais  elaborados,  poderia  organizar­se  nas
escolas uma magna exposição sobre a sua figura e o
seu pensamento pedagógico, incluindo as suas obras
mais importantes.

Tomando como base o livro de Skinner Tecnologia do
ensino,organizar  um  livrofórum  para  comentá­lo  e
debater  sobre  as  palavras,  ideias  educativas  e Capa de um dos trabalhos de Skinner
propostas  práticas  que  o  pedagogo  e  pensador
americano  faz  no  mesmo.  Comentar  a  atualidade  do
mesmo  nos  atuais  tempos  do  grande  desenvolvimento  da  informática,  os  computadores  e  os
quadros digitais.

Fazendo  previamente  uma  escolha  de  temas  que  nos  interessam  do  currículo  escolar,  realizar
desenhos  de  lições  programadas,  seguindo  o  modelo  skinneriano  dos  programas  em  linha  (I­P­R­
Cr).  Podemos  intentar  também  fazer  dos  mesmos  conteúdos  programas  ramificados,  seguindo  o
modelo de Crowder, dado que, didaticamente, são mais valiosos.
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08/11/2016 O modelo didático do ensino programado, segundo B. F. Skinner

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José Paz Rodrigues


É  Professor  de  EGB  em  excedência,  licenciado  em  Pedagogia  e  graduado  pela
Universidade Complutense de Madrid. Conseguiu o Doutoramento na UNED com a
Tese Tagore, pioneiro da nova educação. Foi professor na Faculdade de Educação
de  Ourense  (Universidade  de  Vigo);  professor­tutor  de  Pedagogia  e  Didática  no
Centro  Associado  da  UNED  de  Ponte  Vedra  desde  o  curso  1973­74  até  à
atualidade;  subdiretor  e  mais  tarde  diretor  da  Escola  Normal  de  Ourense.  Levou
adiante  um  amplíssimo  leque  de  atividades  educativas  e  de  renovação
pedagógica. Tem publicado inúmeros artigos sobre temas educativos e Tagore nas
revistas  O  Ensino,  Nós,  Cadernos  do  Povo,  Vida  Escolar,  Comunidad  Educativa,
Padres y Maestros, BILE, Agália, Temas de O ensino, The Visva Bharati Quarterly,
Jignasa (em bengali)... Artigos sobre tema cultural, nomeadamente sobre a Índia,
no Portal Galego da Língua, A Nosa Terra, La Región, El Correo Gallego, A Peneira,
Semanário  Minho,  Faro  de  Vigo,  Teima,  Tempos  Novos,  Bisbarra,  Ourense...
Unidades didáticas sobre Os magustos, Os Direitos Humanos, A Paz, O Entroido,
As  árvores,  Os  Maios,  A  Mulher,  O  Meio  ambiente;  Rodrigues  Lapa,  Celso  Emílio
Ferreiro,  Carvalho  Calero,  São  Bernardo  e  o  Cister  em  Ourense,  em  condição  de
coordenador do Seminário Permanente de Desenho Curricular dos MRPs ASPGP e
APJEGP.

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