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18/10/2018 Rediscussão de fatos e provas: como elaborar REsp ou RE sem incorrer nessa falha
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18/10/2018 Rediscussão de fatos e provas: como elaborar REsp ou RE sem incorrer nessa falha
O DIREITO E OS FATOS
Não há direito sem fatos. Não há aplicação do direito que esteja descolada, ainda
que hipoteticamente, de uma situação fática, ainda que hipotética. É, portanto,
equivocado afirmar que nos Recursos Especiais e Extraordinários os fatos não são
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discutidos. Pelo contrário, os fatos são relevantíssimos para fixar qual é a tese
jurídica aplicável ao caso.
O advogado tem que ter em mente, no entanto, que não deve impugnar as
premissas fáticas estabelecidas no Acórdão. O possível, nos recursos excepcionais,
é discutir a solução jurídica sobre os fatos tidos como verdadeiros. Em seu recurso,
o advogado deve trabalhar com os fatos admitidos pelo Acórdão e argumentar a
teses de que o ordenamento jurídico prevê solução diversa.
A feliz lição de Luiz Guilherme Marinoni, Sérgio Cruz Arenhart e Daniel Mitidiero
bem sintetiza a questão: “o material que pode ser trabalhado em recurso
extraordinário e recurso especial, portanto, é composto de fatos e de direito – até
mesmo porque fato e direito se interpenetram no processo de delimitação do
caso, interpretação e aplicação do direito. O que não é possível é rediscutir a
existência ou inexistência dos fatosem recurso extraordinário e em especial
(súmula 279, STF, e súmula 7, STJ). Vale dizer: o recorrente tem que
trabalhar com o caso em seu recurso partindo da narrativa fática
estabelecida pela decisão recorrida.” (Novo código de processo civil
comentado, São Paulo: RT, 2015, p. 968).
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Imagine outro caso em que o Acórdão prolatado pelo Tribunal de Apelação tenha
reconhecido a prescrição por entender que o caso é de reparação civil e, portanto, o
prazo prescricional é de 3 anos, nos termos do art. 206, § 3º, V do Código Civil.
Poderá o sucumbente interpor Recurso Especial com o objetivo de contestar a
incidência daquele prazo prescricional ao caso e sustentar, por exemplo, que o caso
seria de cobrança de dívida líquida constante em instrumento particular, em que o
prazo prescricional é de 5 anos, conforme o art. 206, § 5º, I do Código Civil.
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