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A SAÚDE É SUBVERSIVA
A doença deveria ser um caminho de reflexão. “O que fiz de minha vida para
chegar até aqui, como produzi essa doença? O que comi, o que senti, o que
pensei para ter como conseqüência esse estado de saúde?”
Em 1923 o Dr. Frederick Banting ganha o Prêmio Nobel por inventar uma
maneira de extrair insulina do pâncreas de animais mortos para injetar na
veia de seres humanos. Pronto! Todos podemos comer açúcar sem medo! O
Dr. Banting tentou desesperadamente avisar que insulina não cura diabetes,
que a única solução seria “parar com essa perigosa embriaguez de açúcar”,
mas não adiantou. A essa altura, diabetes e insulina já tinham se tornado um
grande negócio para a indústria alimentícia-médico-farmacêutica. E se
continuou com a mesma denominação, diabetes mellitus, ou seja, culpa do
mel.
E assim estamos nessa roda viva. A sociedade de consumo, com sua grande
oferta de alimentos de todos os sabores, cores e tamanhos, ricos em
ingredientes sintéticos, na verdade o que oferece são não-alimentos. Esses
não alimentos proporcionam um nível de sensações-prazeres instantâneo
muito grande e pouco ou nada em nutrientes, verdadeiramente essencial à
vida. O sabor doce, seja produzido por açúcar refinado ou adoçantes
artificiais, é o grande protagonista desses falsos estímulos alimentares. O
que deveria nutrir adoece. Buscamos cuidados médicos e encontramos na
maioria das vezes tratamentos medicamentosos e desumanizados. Em
muitos casos o doutor nem sequer olha nos olhos do paciente. Receita logo o
remedinho. O remedinho nos mantém em atividade por algum tempo, para
seguir trabalhando, produzindo mais valia e, principalmente, consumindo as
mesmas porcarias de sempre. Até que surge outra doença, conseqüência dos
maus hábitos de consumo que não aprendemos a mudar e agravada pelo
tratamento medicamentoso.
Busquemos a liberdade em todos os sentidos. Mas antes de mais nada,
liberdade através da boca! Que não metam em nossa boca, em nosso corpo e
em nossa consciência aquilo que não nos faz bem, que nos adoece e debilita
para seguir lutando contra as injustiças sociais. É isso que o sistema deseja:
lutadores doentes, debilitados, viciados. Porque, como disse Sônia Hirsh, “a
saúde é subversiva, porque não dá lucro a ninguém!”
Verônica Loss
arteenvelas@adinet.com.uy
Fontes de consulta:
Wikipedia.org