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UNIVERSIDADE DE BELAS

FACULDADE DE DIREITO
CURSO DE DIREITO

JUSNATURALISMO TEOLÓGICO

TRABALHO PRÁTICO

DOCENTE SANDALA

LUANDA, 2019
UNIVERSIDADE DE BELAS
FACULDADE DE DIREITO
CURSO DE DIREITO

JUSNATURALISMO TEOLÓGICO

TRABALHO PRÁTICO

Elaborado por:
ALBERTO LUÍS
ALEXANDRE MANUEL
ANABELA BRAGA
ANILSON FAUSTINO
ANTÓNIO MACHADO
ARLETH MONTEIRO
AZENAIDA PEDRO
BERTA EDUARDO
CAROLINA SANTOS
DESIDÉRIO DA COSTA
EDSON JEREMIAS
EUDES MANUEL
ELIAS NJUNGO
INÊS GOUVEIA
ISANELA AGOSTINHO
JOSEFINA CARAMELO
LUDE QUEIROZ
LUISA CAMBUEMBUE
LUZIA MAWEZA
MARCIANE ARMANDO
MÁRCIA AUGUSTO
PISON LUMBO
RITINHA MANUEL
VERÓNICA CASSONGA

LUANDA, 2019
ÍNDICE

I. INTRODUÇÃO------------------------------------------------------------------------------- 1

1.1- INTRODUZIR O TEMA--------------------------------------------------------- 1

1.1.1- DELIMITAÇÁO DO TEMA----------------------------------------- 2

1.1.2- JUSTIFICAÇÃO DO TEMA---------------------------------------- 2

1.2- FORMULAÇÃO DO PROBLEMA---------------------------------------------------- 2

1.3- FORMULAÇÃO DE HIPÓTESES----------------------------------------------------- 2

1.4- OBJECTIVOS------------------------------------------------------------------------------ 2

1.4.1- OBJECTIVOS GERAIS------------------------------------------------------- 2

1.4.2- OBJECTIVOS ESPECÍFICOS------------------------------------------------ 2

II. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA--------------------------------------------------------- 3

2.1- JUSNATURALISMO-------------------------------------------------------------3

2.1.1- BREVE HISTÓRIA DO JUSNATURALISMO------------------- 4

2.2- JUSNATURALISMO TEOLÓGICO--------------------------------------------------- 5

2.2.1- DEUS-------------------------------------------------------------------- 7

2.2.2- LEIS DIVINAS-------------------------------------------------------- 7

CONCLUSÃO----------------------------------------------------------------------------------- 9

BIBLIOGRAFIA-------------------------------------------------------------------------------- 10
I. INTRODUÇÃO

1.1- INTRODUZIR O TEMA

Neste trabalho abordaremos acerca do Jusnaturalismo Teológico, onde esclareceremos


questões acerca deste mesmo tema. Mas antes de mais nos convém esclarecer também
questões no que tange ao Jusnaturalismo, que segundo Santos Justos na sua obra intitulada
Introdução ao Estudo do Direito na sua quarta Edição salienta que o jusnaturalismo não é facil
defini-lo, porque o conceito fundamental de natureza em que se apoia suscita de grandes
dificuldades que dão lugar a muitas versões e equívocos.

Mas de todo modo, entendido como a justiça que se projecta na ordem social, ou um
ordenamento de raíz ética que a razão retura de uma ordem objectiva inserida nas coisas e nos
homens. Tendo em função desta como fundamento legal o Art. 72º da Constituição da
República que diz a todo o cidadão lhe é reconhecido o direito a julgamento justo, célebre e
conforme a Lei.
1.1.1- DELIMITAÇÁO DO TEMA

O presente trabalho será realizado com base no Jusnaturalismo Teológico, teoria que foi
cultivada por Filósofos Gregos, Jurisconsultos, Políticos Romanos e Teologos Católicos
durante o começo dos Séculos XVI e XVII. Trabalho apresentado dependendo de obras
literárias e bibliografias de alguns autores, com base em suas ideias e situaçóes vividas.

1.1.2- JUSTIFICAÇÃO DO TEMA

Dentre o leque de informações disponiveis no que tange a escolha do tema apraz-me dizer que
este tema nos foi concedido, visto que é um tema bastante complexo no que tange aos seus
conteudos e tambem é muito importante que o saibamos para podermos o compreender e
desta forma enriquecermos os nossos conhecimentos, visto que ele (o tema) faz mensão ao
surgimento do mundo e tambem explana sobre o direito fundamental do cidadão.

1.2- FORMULAÇÃO DO PROBLEMA

O presente tema tem como foco compreender questões que dizem respeito ao Jusnaturalismo,
bem como tambem o Jusnaturalismo Teológico, de modo a aprofundarmos os nossos
conhecimentos em relação ao tema, como tambem para estarmos capassitados a responder a
inquietações relevantes no que tange ao nosso tema.

1.3- FORMULAÇÃO DE HIPÓTESES

Para o surgimento desta teoria, é importante reconhecer que foi graças a presença de seres
superiores orientados por Deus o todo poderoso, visto que é Deus o criador dos ceus e a terra,
bem como de todos os seres que habitam nela.

1.4- OBJECTIVOS

1.4.1- OBJECTIVOS GERAIS

 Dar a conhecer à demais a fundamental importância que o Jusnaturalismo Teológico


tem em nossas vidas;

1.4.2- OBJECTIVOS ESPECÍFICOS

 Fortalecer os nossos conhecimentos em relação ao tema;


 Mostrar que o jusnaturalismo partiu de um pressuposto que é Deus.
II. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1- JUSNATURALISMO

Segundo Santos Justos na sua obra intitulada Introdução ao Estudo do Direito, concernente
sua terceira Edição salienta também que o Jusnaturalismo é o Direito Natural, ou seja, todos
os princípios, normas e direitos que se têm como ideia universal e imutável de justiça e
independente da vontade humana.

De acordo com a Teoria do Jusnaturalismo, o direito é algo natural e anterior ao ser humano,
devendo seguir sempre aquilo que condiz aos valores da humanidade (direito à vida, à
liberdade, à dignidade, etc) e ao ideial de justiça.

Desta forma, as leis que compõem o jusnaturalismo são tidas como imutáveis, universais,
atemporais e invioláveis, pois estão presentes na natureza do ser humano. Em suma, o Direito
Natural está baseado no bom senso, sendo este pautado nos princípios da moral, ética,
equidade entre todos os indivíduos e liberdade, concordando com o Art. 36 que emana sobre o
direito a liberdade física e a segurança pessoal, onde salienta que ninguém pode ser privado a
liberdade, bem como também salienta que todo o cidadão tem o direito de usufruir
plenamente da sua integridade física e psíquicas.

Aristóteles no livro Ética a Nicômaco, distingue o “justo por natureza” do “justo legal”. No
primeiro caso, algo é justo, em todos os lugares e com o mesmo vigor, por força da natureza e
independentemente da vontade humana; em suma, porque corresponde às leis da natureza. No
segundo, no caso do “justo legal”, ele é estabelecido por leis emanadas da autoridade pública
ou por convenções das partes.

Desse modo, Aristóteles opõe-se aos que pretendiam reduzir o direito a pura convenção
humana e abriu caminho a uma concepção jusnaturalista. Com base nesta ideia fazemos
menção ao Art. 30º da Constituição da República que diz sobre o direito a vida, onde o
Estado respeita e protege a vida da pessoa humana que é unviolável.

Paulo Nader, em sua obra Filosofia do Direito, descreve a existência de três grandes divisões
das ideias jusnaturalistas:

a) Jusnaturalismo Cosmológico - vigente na antiguidade clássica que deriva o Direito Natural


da ordem natural das coisas;

b) Jusnaturalismo Teológico - surgido na Idade Média, tendo como fundamento jurídico a


idéia da divindade para quem ele emana diretamente.

c) jusnaturalismo Antropológico, que indica a natureza humana como a grande fonte, de onde
os juristas-filósofos recolhem os princípios, a partir dos quais deverão ser elaboradas as leis.

2.1.1- BREVE HISTÓRIA DO JUSNATURALISMO


Nos baseando na obra Filosofia do Direito de António Bento Beiotiolli, nos emana os
seguintes dizeres sobre a história do Jusnaturalismo, agrupando-as por partes.

2.1.1.1) Sofistas

Os sofistas (Mestres Filósofos), que já na Antiguidade, mostraram a distinção entre o justo


natural e as leis próprias da polis. A ordem natural destinava-se a destruir e mudar a ordem
estabelecida pelos homens.

2.1.1.2) Aristóteles

Aristóteles foi o primeiro autor conhecido que falou da divisão do direito natural e positivo. A
terminologia “direito natural” não é original dele, pois já havia sido utilizada pelos sofistas.

Na visão aristotélica, o direito natural tem duas características: não se baseia nas opiniões
humanas e em qualquer lugar tem a mesma força. Junto com o direito natural aparece o justo
legal, direito positivo. É próprio desse direito provir da convenção humana, tendo como
característica própria ser variável.

2.1.1.3) Juristas Romanos

O direito primitivo de Roma, conhecido como ius civile, era um direito rígido e formalista
aplicável apenas aos cidadão romanos. Tal direito começou a apresentar problemas na
consolidação do Império Romano tornando-se necessário um direito aplicável também aos
estrangeiros. Surgiu a necessidade de adaptar o ius civile às novas necessidades, assim como
humanizá-lo. Para isso, os juristas romanos recorreram ao direito natural.

1.4) Tomás de Aquino

Tomás de Aquino segue a concepção clássica do direito e divide o verdadeiro direito, qual
seja, o direito vigente, em natural e positivo.

Aquino fala de coisa adequada ao homem segundo a natureza da coisa, de onde se deduz que
o critério primeiro, fundamental e primário do direito natural é a adequação ao homem.

2.2- JUSNATURALISMO TEOLÓGICO


A teologia ou ciência de Deus é o estudo sobre a divindade, seus atributos e suas leis que
regem o universo. O jusnaturalismo teológico refere-se a um direito natural estabelecido por
uma inteligência superior, Deus. Define-se, portanto, o Jusnaturalismo Teológico, como sendo
leis universais, instituídas por Deus, que repercutem sobre toda a obra da criação, incluindo o
homem, numa justiça distributiva perfeita, onde a criatura está em relação constante com o
criador. Correspondendo com a passagem bíblica no livro de Gênesis capítulo 2, versículo 7
que diz: Então, do pó da terra o Senhor formou o ser humano, soprando o nariz com uma
respiração de vida ele se tornou um ser vivo. .

Segundo Leo Strauss na sua obra intitulada Direito Natural e sua História diz que B.Locke
afirma que a lei natural é uma declaração da vontade de Deus e é a voz de Deus no homem.
Portanto, pode ser chamada de Lei de Deus ou Lei Divina ou mesmo Lei Natural. É a lei de
Deus, mas para ser lei, tem de ser conhecida como a Lei de Deus. Sem esse conhecimento, o
homem não pode agir moralmente. Porquanto o verdadeiro fundamento da moral só pode ser
a vontade e a lei de um Deus.

Segundo Paulo Nader na sua obra intitulada o jusnaturalismo teológico se consolida enquanto
doutrina jusfilosófica na Idade Média, sob a decisiva influência do cristianismo. A doutrina
cristã veio introduzir novas dimensões ao problema da justiça. Tratando-se de uma concepção
religiosa de justiça, deve se dizer que a justiça humana é identificada como uma justiça
transitória e sujeita ao poder temporal. Para o cristianismo, não é nela que reside
necessariamente a verdade, mas na lei de Deus, que age de modo absoluto, eterno e imutável.
Ocorreu, assim, uma verdadeira revolução da subjetividade, prevalecendo a atitude ou
disposição de ser justo sobre a aspiração de ter uma idéia precisa de justiça. Continua esta,
porém, a ser vista em um quadro superior de idéias, já agora subordinado a uma visão
teológica, a partir do princípio de um Deus criador, do qual emana a harmonia do universo.
Na idade média, o jusnaturalismo apresentava um conteúdo teológico, pois os fundamentos do
direito natural eram a inteligência e a vontade divina, pela vigência do credo religioso e o
predomínio da fé.

Para entender a ideia da existência de um Direito Natural na sua vertente Teológica,


primeiramente, precisa-se entender a ideia de Deus, como causa primária de toda estrutura
universal existente. Tudo no universo obedece à lei de causa e efeito, na qual todo efeito tem
uma causa, um fonte geradora, pois, do contrário teria que se admitir que do nada algo
pudesse surgir. Para todo efeito inteligente, a causa há de ser igualmente inteligente. É
irracional admitir-se que simplesmente pela agregação fortuita da matéria, sem uma
inteligência superior comandando tudo, tenha surgido todo o complexo e harmonioso sistema
universal, o planeta Terra com sua estrutura e o desenvolvimento evolutivo das espécies que
nele habita, tudo movido por forças cegas e pelo acaso. Todo efeito há que necessariamente
ter uma causa, uma força atuante que possibilita o desenvolver da evolução no planeta.
Quando se observa o Universo, com sua estrutura complexa e com movimentos harmoniosos,
donde se pode observar cálculos matemáticos precisos inseridos nos movimentos dos astros,
conclui-se que uma obra desta magnitude e complexidade só pode ter sido criada por uma
inteligência igualmente magnânima, superior aos acanhados limites da inteligência humana.
Correspondendo com a passagem bíblica no livro de Gênesis capítulo 1, versículo 1 que diz:
No começo Deus criou os céus e a terra.

Em O Livro dos Espíritos, uma das cinco obras básicas que compõe a Doutrina Espírita, Allan
Kardec ensina que a Lei Natural é a Lei de Deus, e pode ser dividida em Leis da Física e Leis
Morais:

A lei natural é a lei de Deus. É a única verdadeira para a felicidade do homem. Indica-lhe o
que deve fazer ou deixar de fazer e ele só é infeliz quando dela se afasta. A lei de Deus é
eterna e imutável como o próprio Deus. Todas as da Natureza são leis divinas, pois que Deus
é o autor de tudo. Entre as leis divinas, umas regulam o movimento e as relações da matéria
bruta: as leis da física, cujo estudo pertence ao domínio da Ciência. As outras dizem respeito
especialmente ao homem considerado em si mesmo e nas suas relações com Deus e com seus
semelhantes. Contêm as regras da vida do corpo, bem como as da vida da alma: são as leis
morais. Confiou Deus a certos homens a missão de revelarem a sua lei. Em todos os tempos
houve homens que tiveram essa missão. São Espíritos superiores, que encarnaram com o fim
de fazer progredir a Humanidade.

Todo o universo é regido por leis criadas por uma Inteligência Suprema, Deus, que mantêm
todo um complexo sistema físico e moral em perfeita harmonia e funcionamento. Essas leis
vêm sendo reveladas aos homens por Espíritos Superiores, que em todas as épocas da
humanidade vem nos trazer o conhecimento delas. A ciência, através do esforço de cientistas
abnegados sob a inspiração de Espíritos Superiores, pelo mecanismo da intuição, e a este
respeito afirmava Albert Einstein que “não existe nenhum caminho lógico para o
descobrimento das leis elementares – o único caminho é o da intuição”, vem, pouco a pouco,
descobrindo as leis que regem o mundo material, cabendo a religião descortinar as leis
morais, as quais, a ciência pouco a pouco vai avalizando pelo experimento e pelas pesquisas.
Os textos bíblicos, os ensinos de Sócrates, Platão, Confúcio, Buda, entre outros missionários,
estão repletos de ensinamentos sobre as leis imutáveis que regem o universo.

A Ciência e a Religião são as duas alavancas da inteligência humana: uma revela as leis do
mundo material e a outra as do mundo moral. Tendo, no entanto, essas leis o mesmo princípio,
que é Deus, não podem contradizer-se. Se fossem a negação uma da outra, uma
necessariamente estaria em erro e a outra com a verdade, porquanto Deus não pode pretender
a destruição de sua própria obra. A incompatibilidade que se julgou existir entre essas duas
ordens de ideias provém apenas de uma observação defeituosa e de excesso de exclusivismo,
de um lado e de outro. Daí um conflito que deu origem à incredulidade e à intolerância. São
chegados os tempos em que os ensinamentos do Cristo têm de ser completados; em que o véu
intencionalmente lançado sobre algumas partes desse ensino tem de ser levantado; em que a
Ciência, deixando de ser exclusivamente materialista, tem de levar em conta o elemento
espiritual e em que a Religião, deixando de ignorar as leis orgânicas e imutáveis da matéria,
como duas forças que são, apoiando-se uma na outra e marchando combinadas, se prestarão
mútuo concurso. Então, não mais desmentida pela Ciência, a Religião adquirirá inabalável
poder, porque estará de acordo com a razão, já se lhe não podendo mais opor a irresistível
lógica dos fatos. A Ciência e a Religião não puderam, até hoje, entender-se, porque, encarando
cada uma as coisas do seu ponto de vista exclusivo, reciprocamente se repeliam. Faltava com
que encher o vazio que as separava, um traço de união que as aproximasse. Esse traço de
união está no conhecimento das leis que regem o Universo espiritual e suas relações com o
mundo corpóreo, leis tão imutáveis quanto as que regem o movimento dos astros e a
existência dos seres. Uma vez comprovadas pela experiência essas relações, nova luz se fez: a
fé dirigiu-se à razão; esta nada encontrou de ilógico na fé: vencido foi o materialismo.
(KARDEC)

2.2.1- DEUS

Segundo a filosofia cristã, Deus é o criador de tudo o que existe. O livro Gênesis, primeiro
livro do pentateuco de Moisés, que abre a sequencia de livros do Antigo Testamento, inicia
falando sobre Deus e a criação. “No princípio, criou Deus os céus e a terra.” Muito se
questiona a respeito da criação ter sido realizada em seis dias, como nos relata os textos
bíblicos. Porém, deve-se compreender que os relatos bíblicos estão repletos de simbolismo e
forma alegórica, peculiar ao estilo oriental. Pode-se entender que cada dia da criação bíblica
representa períodos geológicos que a ciência reconhece como sendo períodos em que o
planeta Terra e a vida nele inserida tenham percorrido no processo de evolução. A palavra dia
constante nos primeiros versículos do livro Gênesis, em hebraico Yôm, possui significado
literal (24 horas) ou figurado (um espaço de tempo).

Segundo a filosofia espírita de Allan KARDEC “Deus é a inteligência suprema, causa


primária de todas as coisas.” Conclui-se desta definição que Deus é a inteligência maior do
Universo, e causa primária de todas as coisas, ou seja, tudo no Universo é efeito da causa
Deus. E Deus, sendo causa primária, não é efeito, mas causa em si mesmo. Ainda segundo a
filosofia espírita de Allan KARDEC, o homem não pode compreender a natureza íntima de
Deus, falta-lhe para isso o sentido, quando, porém, pela sua perfeição, se houver aproximado
de Deus, o homem o verá e o compreenderá.

2.2.2- LEIS DIVINAS

Ao adentrar o tema Leis Divinas, inicialmente ater-se-á ao conceito de Providência Divina.


Segundo a filosofia espírita de Allan KARDEC a providência é a solicitude de Deus para com
as suas criaturas. Ele está em toda parte, tudo vê, a tudo preside, mesmo às coisas mais
mínimas. É nisso que consiste a ação providencial. Uma das características da divindade é a
onipresença. Deus está presente em toda a criação, pois a criação é parte de Deus. Paulo, em
sua epístola aos Efésios nos ensina que há um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos,
age por meio de todos e está em todos.

Em outra obra da filosofia espírita, encontram-se mais esclarecimentos sobre a providência


divina:

Realiza-se assim a grande lei de unidade da Criação; Deus nunca esteve inativo e sempre teve
puros Espíritos, experimentados e esclarecidos, para transmissão de suas ordens e direção do
Universo, desde o governo dos mundos até os mais ínfimos detalhes. Tampouco teve Deus
necessidade de criar seres privilegiados, isentos de obrigações; todos, antigos e novos,
adquiriram suas posições na luta e por mérito próprio; todos, enfim, são filhos de suas obras.
E, desse modo, completa-se com igualdade a soberana justiça do Criador. (Allan KARDEC)

Analisando o texto, conclui-se que Deus age no Universo através de Espíritos Superiores, que
são Espíritos que, através de um processo de evolução intelectual/moral, alcançaram, por
méritos próprios, a condição de Espíritos puros e se tornaram auxiliares diretos do criador.
Paulo, em sua epístola aos Hebreus, em se referindo aos anjos, esclarece: “Não são todos eles
espíritos ministradores, enviados para serviço a favor dos que hão de herdar a salvação?”.

Deus irradia-se por todo universo, através da energia cósmica universal15, atuando por meio
dela e pela ação dos Espíritos Superiores, tudo subordinado às leis universais. É por meio
dessas leis, sábias e justas, que coordenam e organizam todo o sistema universal, que a
Inteligência Suprema se revela ativamente.

As leis divinas são, portanto, uma expressão viva do criador, sendo conexão constante da
criatura com o criador. Segundo a filosofia espírita:

Todas as leis da natureza são leis divinas, pois que Deus é o autor de tudo. Entre as leis
divinas, umas regulam o movimento e as relações da matéria bruta: as leis da física, cujo
estudo pertence ao domínio da Ciência. As outras dizem respeito especialmente ao homem
considerado em si mesmo e nas relações com Deus e com seus semelhantes. Contêm as regras
da vida do corpo, bem como as da alma: são as leis morais. (Allan KARDEC)

CONCLUSÃO
Partindo do pressuposto da realização do presente trabalho, concordando com os
ensinamentos adquiridos com o mesmo, podemos salientar por meio de nossas capacidades
mentais de que não existe injustiça diante das leis divinas, pois, Deus, tendo como um de seus
atributos a soberana justiça e bondade, não poderia permitir que na sua criação existisse uma
injustiça sequer, visto que ele (Deus) nos criou a sua imagem e semelhança para que sejamos
livres e tenhamos esse direito natural incubado em nós.

Vale também salientar que as Leis naturais, que é onde se enquadra o nosso Jusnaturales,
tiveram sempre presente desde a nossa criação, ao contrário das Leis legais que só entraram
em vigor após a criação de uma sociedade com Governo próprio.

BIBLIOGRAFIA
Livro de Folosofia Espirita de Allan Kardec.

Livro de Introdução ao Estudo do Direito de Santos Justos na sua 3º e 4º Edição.

Livro de Jusnaturalismo Teológico de João Calvino.

Livro de Filosofia e Teologia de Santo Agostinho.

Livro de Direito Natural de Leo Strauss

Livro de Introdução a Filosofia de Manuel Gonzalo.

Livro de Ética a Nicômaco de Bento Betiolli com as ideias de Aristóteles.

Livro de Jusnaturalismo Teológico de Paulo Nader

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