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Estudos das deformações dos corpos (concreto armado) para análise do ponto de
ruptura.
Este trabalho tem como objetivo o estudo dos pontos de fissura do concreto armado, relatando
os acidentes estruturais por meios de exemplos e defini os tipos de fraturamento em estruturas
de concreto provocadas por diversas caudas, como variações térmicas e de umidade, tais
como: microfissuras; fissuras na estrutura interna; fissuras de separação; fissuras de flexão;
fissuras de convergência; fissuras intermediárias; fissuras de aderência; fissuras de
cisalhamento; fissuras longitudinais ao longo das barras da armadura e causadas pela atuação
de sobrecargas, tais como: flexão de vigas; torção de vigas; flexão de lajes; torção de lajes;
fissuras de pilares, com a finalidade de encontrar soluções para eventuais problemas.
Introdução
2. Concreto Armado
Para se projetar uma estrutura com segurança é necessário verificar a não ocorrência
de uma série de acontecimentos relacionado ao corpo, os estados limites. Estes estados limites
podem ser classificados em estados limites últimos (ELU) e estados limites de serviço (ELS).
Nas estruturas de concreto armado, devem ser verificados os seguintes ELU:
1
Aluna do curso de graduação em Engenharia Civil das Faculdades Integradas Rui Barbosa.
2
Graduação em Engenharia de Telecomunicações pelo Centro Universitário de Rio Preto (2005); Mestre pela
UNESP (2010). Professor do curso de Engenharia Civil e de Produção das FIRB.
Os ELS que devem ser verificados nas estruturas de concreto armado são:
Fonte: www.ecolo.org
Em 1876, a ponte Ashtabula, EUA, chegou à ruína devido à fissuração por fadiga e
falta de manutenção;
Em 1983, a ponte Mianus, EUA, chegou ao colapso por falta de manutenção;
Em 1987, a ponte Schoharie Creek, NY, EUA, chegou ao colapso pelo rompimento da
estrutura de fundação, como mostra a Figura 3;
Figura 3- Rompimento da Ponte de Schoharie Creek, em 1987
Fonte: www.sc.water.usgs.gov
No inicio de Junho de 1998, em Osasco na grande São Paulo, a Ponte dos Remédios
foi interditada devido a uma fissura de grandes proporções no apoio da obra-de-arte e
uma abertura de 15 cm de laje superior, causando o impedimento de uma das mais
importantes vias de transporte do país, a marginal do rio Tietê, produzindo um
prejuízo financeiro estimado em R$ 200 milhões (Figura 4)
Figura 4 - Fissura na Ponte dos Remédios, Osasco, 1998.
Fonte: www.ecivilufes.wordpress.com
Fonte: www.noticias.uol.com.br
Um estado de dano que afeta estruturas de concreto e que traz grande preocupação é o
problema do aparecimento de fissuras nos elementos estruturais. Segundo Thomaz (1990),
esse problema pode ser aviso de um eventual estado perigoso pelo qual a estrutura está
passando e também pode significar o comprometimento do desempenho da obra em serviço,
além é claro, do constrangimento psicólogo que a fissuração dos elementos estruturais exerce
sobre seus usuários.
De acordo com Thomaz (1990), as fissuras são provocadas por um todo e por isso
devem ser analisados os seguintes fenômenos: movimentações provocadas por variações
térmicas e umidade; atuações de sobrecargas ou concentração de tensões; deformabilidade
excessiva das estruturas; recalques diferenciais das fundações; retração de produtos a base de
ligantes hidráulicos; alterações químicas de materiais de construção.
As fissuras podem ainda ser originadas devido à má utilização de uma obra, de falhas
na sua manutenção ou de acidentes gerados pelos mais diversos fatores, tais como: incêndios,
As causas das formações de fissuras no concreto são devido a uma resistência bastante
reduzida aos reforços de tração e, por isso, é necessário melhorar essa característica do
material acrescentando barras de aço capazes de absorver esse tipo de solicitação. Como
consequência, o concreto que cerca as armaduras pode fissurar, trazendo o perigo de corrosão
para as armaduras e ainda, de acordo com Franz (1970), a transição do estado homogêneo
para o estado fissurado pode originar uma ruptura súbita de armadura, quando esta não
consegue absorver todo esforço de tração do concreto, levando o elemento estrutural à ruína.
Esse perigo de fissuração existe principalmente nas primeiras dez a quarenta horas
após a concretagem, enquanto o concreto novo ainda tem pouca resistência à tração, mas está
sujeito a tensões intrínsecas ou tensões de coação elevadas devido a variações de temperatura.
As fissuras ainda ocorrem por outras causas, como retração plástica térmica ou devido
a reações químicas internas do concreto nas primeiras idades, devendo ser evitadas por
cuidados tecnológicos, especialmente na definição do traço e na cura do concreto.
Rüsch (1975) afirma que existem duas maneiras de se conseguir a ausência de fissuras.
A primeira maneira consiste no aumento das seções de concreto que, segundo o próprio autor,
não é seguro, pois seções mais espessas apresentam tensões internas mais elevadas,
produzidas pelo calor liberado na hidratação do cimento, pela radiação solar ou devido a uma
retração irregular. A segunda maneira, que é a mais segura, consiste no emprego da protensão,
ou seja, a produção de um estado inicial de tensões de compressão que desfaça as tensões de
tração.
Para limitar a abertura das fissuras Rüsch (1975) recomenda a escolha cuidadosa da
tensão de tração no aço em serviço, da quantidade e do diâmetro das armaduras a serem
utilizadas, no entanto, nem sempre é aconselhável o emprego de barras de diâmetros muitos
pequenos, pois estas são mais vulneráveis à corrosão.
Com o objetivo de evitar perigo de corrosão das armaduras, deve-se limitar a abertura das
fissuras de acordo com a utilização da obra e com o ambiente ao qual está exposta. O Projeto
de Revisão da NBR6118(2000) recomenda as aberturas máximas admissíveis de fissuras para
regiões sem armadura ativa conforme a Tabela 2.
Fissuras longitudinais ao longo das barras da armadura: são causadas pela pega
do concreto fresco ou pelo aumento de volume da barra da armadura devido à corrosão
no caso de concreto poroso;
Fissuras superficiais ou fissuras em rede: as fissuras se originam de tensões
intrínsecas, provocadas por retração, carbonatação ou temperaturas desiguais.
Existem ainda, fissuras causadas pela atuação de sobrecargas, de acordo com Thomaz
(1990), a atuação de sobrecargas, previstas ou não em projeto, pode produzir a fissuração de
componentes de concreto armado sem que isto implique, necessariamente, ruptura do
componente ou instabilidade da estrutura. A ocorrência de fissuras num determinado
componente estrutural produz uma redistribuição de tensões ao longo do componente
fissurado e mesmo em componentes vizinhos, de maneira que a solicitação externa
geralmente acaba sendo absorvida de forma global pela estrutura ou por parte dela.
Thomaz (1990) ainda alerta que o raciocínio exposto anteriormente não pode ser
estendido de forma indiscriminada, já que existem casos em que é limitada a possibilidade de
redistribuição das tensões, seja pelo critério de dimensionamento do componente, seja pela
magnitude das tensões desenvolvidas, ou ainda, pelo próprio comportamento conjunto do
sistema estrutural adotado.
a) Flexão de Viga:
Fonte: www.wikipedia.com.br
b) Torção de Vigas:
São fissuras de torção que aparecem em vigas de bordo, tais fissuram aparecem
simultaneamente em todas as faces livres da peça estrutural com desenvolvimento helicoidal,
como ilustrada na figura 7.
Fonte: www.autodesk.com.br
c) Flexão de Lajes:
Fonte: www.consultoriaeanalise.com
d) Torção de Lajes:
Fonte: www.faq.altoqi.com.br
e) Fissuras de Pilares:
Fonte: www.rotadosconcursos.com.br
Conclusão
Referências
BATISTA, J. Flexão simples no estado limite último. 2010. 36f. Notas de Aula -
Departamento de Engenharia Civil, Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, 2010.