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Familiares
Resumo
ROSA (2007, p.8) afirma que o plano de negócios é um documento que descreve por
escrito os objetivos de uma empresa, contendo a caracterização, sua forma de operar e suas
estratégias (SALIM, 2001, p. 16), sendo um fruto do planejamento estratégico, onde são
demonstrados quais os passos que devem ser dados para que os objetivos sejam alcançados
(ROSA, 2007, p.8).
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Conceito 1. Plano de negócio como ferramenta gerencial.
SALIM (2001, p. 9) afirma que “os dias de hoje são testemunha de uma verdadeira
revolução, sobretudo no mundo dos negócios”. Ele ainda afirma que:
De acordo com SALIM (2001, p. 30), o plano de negócio interessa aos sócios (pois
estão envolvidos no empreendimento e precisam ter idéia dos riscos a correr e dos sucessos
que podem ser alcançados); os empregados (pois o plano deve ser construído de tal forma
que os empregados ganhem mais com o sucesso da empresa, seja por participação nos lucros,
ou por opção de compra de ações da empresa); os investidores (se houver interessados em
entrar no negócio correndo riscos, isso será melhor para a empresa); pelo público em geral
(pois as empresas têm muita preocupação com sua imagem pública e querem mostrar que se
preocupam com aspectos de interesse das comunidades a que servem) e DORNELAS (2001,
p. 98) ainda acrescenta à lista de interessados os mantenedores das incubadoras (Sebrae,
universidades, prefeituras, governos, associações, etc.), fornecedores (para negociação de
compra de mercadorias, matéria-prima e formas de pagamento) e os clientes (para venda do
produto e/ou serviço e publicidade da empresa). Ou seja, o plano de negócios de uma empresa
efetivamente interessa a todos os envolvidos direta ou indiretamente, os stakeholders.
SALIM (2001, p. 16) afirma que o mundo empresarial e dos negócios pertence cada
vez mais aos empreendedores, isto é, aqueles que identificam as melhores oportunidades e
sabem como aproveita-las. Esses empreendedores cada vez mais são levados a pensar bem
sobre os vários fatores que envolvem seu negócio, realizar um planejamento bem detalhado,
antes de iniciar suas atividades.
Neste novo mundo de negócios, não se pensa mais em abrir ou manter uma empresa
sem fazer antes um bom Plano de Negócios. DORNELAS (2001, p. 107) conclui que para que
o Plano de Negócios possa se tornar um instrumento eficaz de gerenciamento, “é importante
que as informações nele existentes possam ser divulgadas internamente à empresa de forma
satisfatória”. Ele alerta o fato de as informações trancadas em alguma gaveta, ou perdidas em
uma montanha de papéis acabam por cair no esquecimento e recomenda o uso dos chamados
“Painéis de Metas” da empresa e RENTES et al (1999 apud DORNELAS, 2001, p. 108)
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propõem a criação deste tipo de instrumento para guiar qualquer processo de melhoria
organizacional. “Esse Painel (ou Painéis) de Metas fornece um conjunto de medidas de
desempenho de equilíbrio da empresa, que deve cobrir todas as áreas de análise empresarial”
(DORNELAS, 2001, p. 108) nos mesmos moldes do balanced scorecard proposto por Kaplan
& Norton.
É reconhecido o fato que nos dias atuais para que uma empresa possa se manter em
um mercado, cada dia mais competitivo, a escolha de uma estratégia para o negócio é vital.
Portanto, a elaboração de um plano de negócio é uma condição sine qua non, e o grande
desafio é alinhar as estratégias da empresa com os conflitos existentes no mercado (internos e
externos), agravando-se nas empresas familiares.
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2000, p. 55), assim aplicável aos membros da família que irão suceder ao comando da
empresa.
A empresa permanece nas mãos da mesma família e atualmente é dirigida por Anton
Wolfgang Von Faber-Castell, membro da oitava geração, que conduz os negócios pautado por
uma trajetória de mais de 240 anos.
Após a morte de seu pai, Georg Leonhard em 1839, Lothar Von Faber passa a
administrar a fábrica de lápis em Stein. Após adquirir uma valiosa experiência em empresas
fabricantes de instrumentos de escrita em Londres e Paris, o jovem de 22 anos revisou e
reposicionou os negócios de seu pai. Dirigido por uma forte visão e vontade, ele levou a
empresa adiante. Estabelecendo como objetivo “... atingir a mais alta posição produzindo os
melhores produtos do mundo...”, ele deu início à era Lothar Von Faber: criou o lápis
hexagonal, desenvolveu os primeiros lápis de qualidade alemã e os marcou com o nome “A.
W. Faber” - nascendo assim, o primeiro lápis de marca do mundo.
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compõe o logotipo da Faber-Castell. Após a morte do Conde Alexander em 1928, seu filho
Roland assume a administração da companhia.
Após a morte de seu pai, Conde Roland, Anton Wolfgang Von Faber-Castell assume a
presidência da companhia em 1978. A Faber-Castell inicia a produção de lápis cosméticos,
com produtos exclusivos fabricados para grandes empresas do setor. Em 1980 é inaugurada a
maior empresa de borracha de apagar do mundo, na Malásia, em Kuala Lumpur. São
inauguradas subsidiárias na África do Sul, em Johannesburg e na Grã Bretanha, em Londres.
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Que ninguém se perca pela repetição de nomes, uma tradição familiar. Para ficar só no
principal, é de menção obrigatória um outro Francisco ilustre. Francisco Júnior, o conde
Chiquinho, foi escolhido em 1927 pelo pai, o fundador, para sucedê-lo no comando do grupo
ao preço de um traumático drama familiar. Antes de Chiquinho, o penúltimo da prole, a
escolha do pai recaíra no terceiro filho, Ermelino, herdeiro natural dos negócios por tê-los
conduzido durante a Primeira Grande Guerra, período em que o fundador permaneceu na
Itália. O destino foi alterado pela morte precoce de Ermelino em um acidente de carro nos
arredores de Turim, em 1920. Parte da herança destinada ao falecido foi usada na construção
da Casa de Saúde Ermelino Matarazzo. O resto foi dividido entre os caçulas Chiquinho e
Eduardo. A Chiquinho coube ainda o que lhe parecia destinado desde o ano anterior, quando o
pai o despachara da Itália para morar no Brasil, aos 19 anos, sem concluir os estudos
superiores - o único dos filhos homens nessa situação. O fundador tinha planos mais práticos
para ele.
Conde Chiquinho foi além do raio de ação das empresas traçado pelo pai, basicamente
os setores de alimentos, têxtil e químico. Tratou de ampliá-lo, somando papel, energia e
cimento, por exemplo, a sua linha de produtos. Quando, porém, depois da Segunda Guerra, os
ventos da economia nacional começaram a impulsionar as indústrias de bens de capital e
semiduráveis, o capo avaliou mal ou menosprezou a tendência. Nos anos 50, consultado pelo
amigo e presidente Juscelino Kubitschek se aceitava associar-se à Volkswagen na instalação
da primeira montadora no país, declinou. Eduardo, um dos cinco filhos do conde, confirma as
negociações com a Volks, das quais participou, mas absolve o pai pela decisão, embora não se
falassem no final. “Como os recursos eram escassos, precisaríamos trocar setores em que
tínhamos tradição por outro que desconhecíamos”, justifica.
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A caçula Maria Pia cresceu sabendo que seria a sucessora. Animados pela esperança
de mudar a decisão, Ermelino e Eduardo passaram a trabalhar com o pai nos anos 50. Com a
saúde abalada por um infarto, o pai não se opôs quando decidiram vender, em 1972, o edifício
no Anhangabaú para fazer caixa - ainda nos anos 50 haviam vendido o que hoje é a sede do
governo paulista. Graças a uma cláusula do contrato, o conde permaneceu temporariamente
no quinto andar do prédio no Anhangabaú. Os filhos voltavam para a Rua Joly. Irritado com a
suspeita de que tramavam sua queda e com o péssimo desempenho das empresas, visitou
inesperadamente os filhos em 1974 e colocou-os na rua. A briga foi parar nos tribunais, mas
não chegou a abalar outros ramos da família. “Nós já sabíamos que o dinheiro também separa
as pessoas”, resume a socióloga e sexóloga Maria Helena Matarazzo, bisneta do fundador.
Maria Pia passou a trabalhar com o pai, morto em 1977. Herdou o comando e uma
dívida de US$ 300 milhões. Em 1983, inflada por três maxidesvalorizações cambiais, a conta
levou Maria Pia à primeira de duas concordatas. Levantou ambas, mas não os negócios. Um
trunfo que guardava para abater a dívida acumulada, o terreno da Água Branca onde se
concentravam indústrias do grupo, foi tragado como garantia pelo Banco do Brasil e depois
vendido. Resta a promessa de uma gorda indenização da prefeitura paulistana, que na gestão
de Luiza Erundina desapropriou o casarão da Paulista para criar o Museu do Trabalhador. O
ato foi anulado pela Justiça. A indenização foi fixada, em 1997, em R$ 130 milhões e pode
chegar a R$ 200 milhões.
Conclusão
A partir de uma análise preliminar, observa-se que o modelo de gestão dos cases são
baseados em empresas familiares. Através de um aprofundamento nesta análise, fica evidente
que a Faber-Castell apresenta uma determinação de objetivos e foco centrado em uma visão
de plano de negócios, ou seja, tem muita precisão ao escolher as estratégias para assegurar
mercado e sobrevivência em seus mais de 240 anos. Já os resultados das Indústrias Reunidas
Francisco Matarazzo, foram expressivos apenas nos primeiros 70 anos. No período de 1935 a
1960 vale ressaltar a evolução da industrialização e crescimento econômico propiciou a
abertura de vários braços – segmentos do grupo Matarazzo. Como conclusão para este artigo
pode-se afirmar que os objetivos, metas e estratégias que foram incluídos no plano de negócio
são prerrogativas para estruturar o planejamento da empresa. Para tanto, será necessária a
divulgação para todos os envolvidos no negócio em si, em todas as camadas da organização,
com a garantia que este foi compreendido para assegurar eficácia.
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Referências Bibliográficas
BIAGIO, Luiz Arnaldo, Antonio Batocchio. Plano de negócios – estratégia para micro e
pequenas empresas. Barueri, SP: Manole, 2005.
SALIM, Cesar Simões; HOCHMAN, Nelson; RAMAL, Andrea Cecilia. Construindo planos
de negócios : todos os passos necessários, para planejar e desenvolver negócios de
sucesso. Rio de Janeiro: Campus, 2001. 231 p. ISBN 8535208267
ROSA, Cláudio Afrânio - Como elaborar um plano de negócio - Brasília : SEBRAE, 2007.
NAJJAR, Eduardo. Pesquisa revela que 55% das empresas familiares não planejam
sucessão. Disponível em: <http://www2.uol.com.br/infopessoal/noticias/_HOME_OUTRAS_
1075126.shtml>. Acessado em: 27/04/2008.