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A
gradeço o Sr. DeRose pela oportu- eles têm chegado cada vez melhores. Co-
Richard Feynman (1918-1988) nidade de estar com vocês, profes mo isso é feito, eu não sei. Fico pensando
California Institute of Technology, sores de ciências. Também sou um se vocês sabem. Não quero interferir com
Pasadena, California, USA professor de ciências. Tenho experiência o sistema; ele é muito bom.
apenas em ensinar alunos de pós-gradua- Dois dias atrás tivemos uma confe-
Trad. Marcel Novaes ção em física e, como resultado dessa expe- rência na qual decidimos que não preci-
Universidade Federal de Uberlandia, riência, eu sei que não sei ensinar. samos mais dar um curso de mecânica
Instituto de Física, Uberlândia, MG, Tenho certeza de que vocês, que são quântica elementar na pós-graduação.
Brasil verdadeiros professores trabalhando no Quando eu era estudante, nem sequer ha-
E-mail: marcel.novaes@gmail.com nível mais baixo dessa hierarquia de pro- via um curso de mecânica quântica na
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ fessores, instrutores de professores, espe- pós-graduação; era considerado um as-
cialistas em currículo, também têm a sunto muito difícil. Quando eu comecei a
certeza de que não sabem fazê-lo; caso ensinar, tínhamos um. Hoje nós ensi-
contrário nem teriam se incomodado em namos isso na graduação. E descobrimos
vir a este encontro. agora que não precisamos dar mecânica
O tema “o que é ciência?” não foi es- quântica elementar para estudantes for-
colha minha. Foi escolha do Sr. DeRose. mados em outras instituições. Por que o
Mas eu gostaria de dizer que acho que “o assunto vai sendo ensinado cada vez mais
que é ciência” não é equivalente de modo cedo? Porque somos capazes de ensinar
algum a “como ensinar ciência”, e devo melhor na universidade, e isso acontece
chamar sua atenção para isso por duas porque os estudantes estão chegando com
razões. Em primeiro lugar, pela maneira um melhor treinamento.
como preparei esta palestra, pode parecer O que é ciência? É claro que vocês de-
que estou tentando dizer a vocês como vem saber, se vocês a ensinam. É do senso
ensinar ciência – e não estou fazendo isso comum. O que posso dizer? Se vocês não
de maneira nenhu- souberem, toda edição
ma, porque eu não sei Quando eu era estudante, nem do professor de todo
nada sobre crianças sequer havia um curso de livro didático oferece
pequenas. Eu tenho mecânica quântica na pós- uma discussão com-
uma, então eu sei que graduação; era considerado pleta do assunto. Há
eu não sei. A outra um assunto muito difícil. algum tipo de resumo
razão é que eu penso Quando eu comecei a ensinar, distorcido, aguado e
que a maioria de vo- tínhamos um. Hoje nós confuso das palavras
cês (porque ouço di- ensinamos isso na graduação... de Francis Bacon de
zer e porque há tan- somos capazes de ensinar alguns séculos atrás,
tos artigos e especia- melhor na universidade porque palavras que então
listas sobre o assunto) os estudantes estão chegando eram consideradas
têm algum sentimen- com um melhor treinamento profunda filosofia da
to de falta de confian- ciência. Mas um dos
ça. Vocês estão sempre ouvindo falar sobre maiores cientistas experimentais da época
como as coisas não estão indo bem e como que estava realmente fazendo algo, Will-
deveriam aprender a ensinar melhor. Eu iam Harvey, disse que o que Bacon achava
Conferência apresentada no décimo quinto en-
não vou criticá-los pelo mau trabalho que que era a ciência era a ciência que o Lorde
contro anual da National Science Teachers As-
sociation, 1966, em Nova York, e reimpresso a
estão fazendo e indicar como ele pode ser Chanceler faria. Ele [Bacon] falava em
partir de The Physics Teacher 7(6), 313 (1968), melhorado; não é essa a minha intenção. fazer observações, mas omitiu um fator
[Palavras e símbolos entre parênteses adicio- Na verdade, temos ótimos estudantes essencial, que é o julgamento sobre o que
nados por Ralph Leighton.] vindo para o Caltech e, ao longo dos anos, observar e em que prestar atenção.

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Então a ciência não é o que os filósofos colocávamos em pé, um ao lado do outro, der geometria analítica.
da ciência disseram que é, e com certeza e eu podia empurrar o primeiro e vê-los Ela continuou e disse, “Suponha que
não é o que a edição do professor diz que todos caírem. Até aí, tudo bem. há uma outra reta vindo do outro lado e
é. Decidir o que ela é foi o problema que Depois, a coisa foi evoluindo. Havia você quer saber se elas se intersectam.
eu me coloquei depois que aceitei dar esta ladrilhos de cores diferentes. Eu precisava Imagine que uma das linhas se move duas
palestra. colocar um branco, dois azuis, um bran- casas para a direita para cada casa que
Depois de algum tempo, eu me lem- co, dois azuis e mais um branco e mais sobe, e que a outra reta se move três para
brei de um pequeno poema: dois azuis – eu poderia querer colocar um a direita para cada uma que sobe, e que
azul, mas deveria ser branco. Vocês já elas começam a vinte casas de distância”
Uma centopeia estava quieta e feliz,
reconhecem a típica esperteza malandra; etc. – Eu fiquei chocado. Ela deduziu onde
quando um sapo para brincar
primeiro divirta-o com brincadeira, depois era a intersecção. Uma garota estava ex-
Disse “Por favor, qual perna vem depois
lentamente introduza valor educacional. plicando para a outra como bordar meias.
de qual?”
Bem, minha mãe, que é uma mulher Assim, eu aprendi uma lição: a mente
Isso criou dúvidas de forma tal
muito sensível, começou a perceber essa feminina é capaz de entender geometria
Que ela se distraiu afinal
malandragem e disse “Mel, por favor deixe analítica. As pessoas que por anos insis-
Sem saber como andar.
a pobre criança colocar um azulejo azul tiram (contra toda a evidência em contrá-
Toda a minha vida eu fiz ciência sem se ele quiser.” Meu pai disse “Não, eu que- rio) que os homens e as mulheres são
saber o que era, mas o que eu vim dizer a ro que ele preste atenção em padrões. É a igualmente capazes de pensamento racio-
vocês – qual perna vem depois de qual – única coisa matemática que posso fazer nal podem estar certas. A dificuldade tal-
não posso fazer e, além do mais, temo que, nesse nível fundamental.” Se eu tivesse vez seja que ainda não descobrimos uma
por analogia com o poema, depois que eu que dar uma palestra sobre “o que é mate- maneira de nos comunicarmos com a
for embora não seja mais capaz de fazer mática”, eu já teria respondido. Matemá- mente feminina. Se isso for feito da manei-
pesquisa alguma. tica é buscar padrões (O fato é que essa ra certa, podemos conseguir alguma coi-
Houve várias tentativas por parte de educação teve um efeito. Tivemos um sa.
repórteres de obter teste direto experi- Agora vou passar para a minha expe-
uma versão resumida A ideia de que existia um mental, quando eu fui riência como um jovem na matemática.
desta palestra; eu a mistério, de que havia algo para a escola. Tínha- Outra coisa que meu pai me disse – e não
preparei há pouco maravilhoso a respeito do mos aula de tecelagem posso explicar exatamente, porque era
tempo, então isso era número pi era importante naquela época. Eles mais uma emoção do que uma informa-
impossível; mas ago- para mim retiraram; é muito di- ção – é que a razão entre a circunferência
ra posso vê-los sair fícil para crianças. e o diâmetro de todos os círculos era a
correndo para escrever uma manchete que Costumávamos tecer papel colorido em mesma, independentemente do tamanho.
diz: “O professor chamou o presidente da tiras verticais e produzir padrões. A Isso não me parecia muito impressionan-
NSTA de sapo”. professora ficou tão espantada que enviou te, mas a razão tinha uma propriedade
Levando em conta a dificuldade do as- uma carta para minha casa para relatar maravilhosa. Era um número maravi-
sunto e minha aversão a exposições filosó- que esta criança era muito diferente, por- lhoso, um número profundo, pi. Havia
ficas, farei a apresentação de uma maneira que eu parecia ser capaz de adivinhar an- um mistério em torno desse número que
pouco usual. Vou apenas contar a vocês tes da hora qual seria o padrão, e produzia eu não entendi muito bem quando jovem,
como eu aprendi o que é ciência. padrões incrivelmente intrincados. Então mas era muito legal, e o resultado é que
É um pouco infantil. Eu aprendi o jogo de azulejos teve efeito sobre mim). eu procurava por pi em toda parte.
quando era criança. Tinha a coisa no san- Gostaria de apresentar outras evidên- Quando eu estava aprendendo na
gue desde o começo. E quero contar a cias de que matemática tem a ver com escola como escrever decimais e frações, e
vocês como isso começou. Pode parecer padrões. Quando eu estava em Cornell, como calcular 3 1/8, eu escrevi 3,125 e,
que estou tentando dizer a vocês como era fascinado pelo corpo discente, que pa- achando que havia encontrado um amigo,
ensinar, mas não é essa a minha intenção. recia ser uma mistura diluída de algumas escrevi que era igual a pi, a razão entre a
Vou dizer o que é ciência contando como pessoas sensatas em uma massa de tolos circunferência e o diâmetro do círculo. A
eu aprendi o que é ciência. que estudavam economia doméstica etc., professora corrigiu para 3,1416.
Foi culpa do meu pai. Quando minha incluindo muitas garotas. Eu costumava Estou contando essas coisas para
mãe estava grávida, contam – não teste- me sentar na cantina com os estudantes mostrar uma influência. A ideia de que
munhei diretamente a conversa – que ele para comer e tentar escutar suas conver- existe um mistério, de que há algo mara-
teria dito: “Se for um menino, será cien- sas e ver se havia alguma palavra inteli- vilhoso a respeito do número era impor-
tista.” Como ele sabia? Ele nunca me disse gente saindo dali. Podem imaginar minha tante para mim – não o valor do número.
para ser cientista. Ele não era cientista; surpresa quando descobri uma coisa tre- Muito depois, quando eu fazia experimen-
era um homem de negócios, um gerente menda, ou assim me parecia. tos no laboratório – quero dizer meu labo-
de vendas de uma companhia de unifor- Eu ouvi uma conversa entre duas ga- ratório caseiro, onde eu brincava – não,
mes, mas ele lia sobre ciência e era apaixo- rotas e uma estava explicando para a ou- me desculpem, eu nunca fiz experimentos,
nado por isso. tra que se você quer fazer uma linha reta, nunca; eu só brincava. Gradualmente,
Quando eu era bem pequeno – a his- você deve ir para a direita uma certa fração através de livros e manuais, eu comecei a
tória mas antiga de que me lembro – do quanto você sobe – ou seja, se você se descobrir que havia fórmulas aplicáveis à
quando ainda comia em um cadeirão, move para a direita a mesma quantidade eletricidade que relacionavam corrente e
meu pai brincava comigo durante o jantar. a cada vez que você sobe, então acaba tra- resistência, e assim por diante. Um dia,
Ele tinha trazido um monte de ladrilhos çando uma linha reta – um princípio pro- olhando as fórmulas em algum livro, eu
retangulares para chão de banheiro de al- fundo de geometria analítica. Eu não sabia descobri uma fórmula para a frequência
gum lugar em Long Island City. Nós os que a mente feminina era capaz de enten- de um circuito ressonante que era

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, onde L é a indutância e C mais avançado. Não estou tentando dizer deva ensinar isso, ou que um artista possa
a capacitância do círculo? Vocês estão a vocês como ensinar, porque o que meu passar sem saber disso (Na verdade, você
rindo, mas eu levava a sério. Pi era uma pai fazia era com uma turma de apenas pode descobrir isso em um minuto expe-
coisa ligada a círculos, e aqui pi está um estudante; se ele tivesse uma sala com rimentando; mas essa é uma maneira
aparecendo em um circuito elétrico. Onde mais de um, ele seria incapaz de fazê-lo. científica que os professores de arte talvez
está o círculo? Aqueles que riram sabem Então íamos nós dois para nossos não expliquem).
de onde vem isso? passeios pela mata. Mas mães eram tão Para podermos conversar, precisamos
Eu tenho que amar a coisa. Eu tenho poderosas naquele tempo quanto são hoje de palavras. Mas é uma boa ideia entender
que procurá-la. Eu tenho que pensar sobre e elas convenceram os outros pais de que a diferença e é uma boa ideia saber quando
ela. Então eu percebi que as bobinas são deveriam levar seus filhos para passear estamos ensinando as ferramentas da
construídas em círculos. E cerca de meio na floresta. Então todos os pais saíam com ciência, como as palavras, e quando esta-
ano depois, descobri outro livro que dava todos os filhos para passeios no domingo mos ensinando a própria ciência.
a indutância de bobinas circulares e qua- à tarde. No dia seguinte, segunda-feira, Para tornar esse ponto ainda mais
dradas, e havia outros pis nessas fórmu- estávamos brincando e esse garoto me claro, vou pegar um certo livro de ciências
las. Comecei a pensar sobre isso nova- perguntou: “Está vendo aquele pássaro no para criticar, o que é injusto, porque tenho
mente e percebi que o pi não vinha das tronco? Qual o nome dele?” certeza de que com alguma engenhosidade
bobinas circulares. Entendo isso melhor Eu disse, “Não faço ideia.” eu poderia achar coisas desfavoráveis para
hoje; mas em meu coração ainda não sei Ele disse, “É um sabiá. Seu pai não te dizer sobre outros livros. Há um livro de
onde está o círculo, de onde esse pi vem. ensina muito sobre ciência.” ciências que, na primeira lição do primeiro
Quando eu era bem novo – não sei Eu sorri para mim mesmo, porque ano, começa de forma infeliz, porque
que idade exatamente – eu tinha uma bola meu pai já tinha me ensinado que o nome começa passando uma ideia errada do que
em um carrinho que eu estava puxando não diz nada sobre o pássaro. Ele me disse seja a ciência. Há uma imagem de um
e percebi uma coisa, então corri até meu “Está vendo aquele pássaro? É um sabiá, cachorro – um cachorro de brinquedo – e
pai para dizer que “Quando eu puxo o mas na Alemanha é chamado de halsen- uma mão dá corda nele e o cachorro se
carrinho, a bola rola para trás, e quando flugel e em chinês eles o chamam de chung move. Debaixo da figura, o livro pergunta:
eu estou correndo e paro, a bola rola para ling e, mesmo que você saiba todos esses “O que o faz se mover?” Depois, há uma
a frente. Por quê?” nomes, ainda não sabe nada sobre o pás- imagem de um cachorro de verdade e a
Como vocês responderiam? saro – você só sabe algo sobre as pessoas; pergunta: “O que o faz se mover?” Mais
Ele disse, “Ninguém sabe”. Ele disse, como elas chamam esse pássaro. Não sabe adiante há uma imagem de uma motoci-
“É algo geral, acontece o tempo todo; tudo que o sabiá canta, e ensina seus filhotes a cleta e a pergunta, “O que a faz se mover?”
que se move tende a continuar se moven- voar, e voa tantas milhas durante o verão E assim por diante.
do; tudo o que está parado tende a manter através do país, e que ninguém sabe como A princípio, pensei que estavam se
essa condição. Se você prestar atenção vai ele encontra seu caminho” e assim por preparando para falar sobre o que é a ciên-
ver que a bola não rola para trás quando diante. Há uma diferença entre o nome cia – física, biologia, química – mas não
você começa a se mover. Ela se move para da coisa e o que ela faz. era isso. A resposta estava na edição do
a frente também, mas O resultado disso professor: a resposta era “a energia faz
não tão rápido quan- Para podermos conversar, é que não consigo me com que se mova”.
to o carrinho. O fundo precisamos de palavras. Mas é lembrar do nome de Ora, energia é um conceito sutil. É
do carrinho alcança a uma boa ideia entender a ninguém e, quando as muito, muito difícil de entender direito.
bola, que tem dificul- diferença e é uma boa ideia pessoas discutem físi- Quero dizer com isso que não é fácil enten-
dade em começar a se saber quando estamos ca comigo, às vezes fi- der energia bem o bastante para usá-la
mover. É chamado de ensinando as ferramentas da cam nervosas porque direito, de modo a deduzir algo correta-
inércia, esse princí- ciência, como as palavras, e dizem “O efeito Fitz- mente usando a ideia de energia – está
pio.” Eu corri de volta quando estamos ensinando a Cronin” e eu digo além do primeiro ano. Seria igualmente
para verificar e, de fa- própria ciência “Que efeito é esse?” e correto dizer “Deus faz com que se mova”
to, a bola não rolava não consigo me lem- ou “o espírito faz com que se mova” ou
para trás. Ele enfatizou a diferença entre brar do nome. “a mobilidade faz com que se mova.” (De
o que sabemos e como o chamamos. Eu gostaria de dizer uma palavra ou fato, poderíamos também dizer “A energia
Em relação a essa questão de nomes duas – deixem-me interromper minha pe- faz com que pare”.)
e palavras, quero contar outra história. quena história – sobre palavras e defini- Vejam da seguinte forma: essa é ape-
Costumávamos ir para as montanhas ções, porque é necessário aprender as pala- nas a definição de energia; está ao contrário.
Catskill nas férias. Em Nova York, as pes- vras. Podemos dizer que quando algo se move
soas vão para as montanhas Catskill nas Não é ciência. Isso não significa, só é porque tem energia, mas não que o que
férias. Os coitados dos maridos precisam porque não é ciência, que não precisemos o faz mover é a energia. É uma diferença
trabalhar durante a semana, mas eles vol- ensinar as palavras. Não estamos falando bem sutil. É o mesmo com essa proposição
tam correndo no fim de semana para ficar sobre o que ensinar; estamos falando sobre sobre a inércia.
com suas famílias. Nos fins de semana, o que é ciência. Não é ciência saber trans- Talvez eu possa tornar a diferença
meu pai me levava para caminhar na flo- formar graus centígrados em Fahrenheit. mais clara da seguinte maneira: se per-
resta. Ele sempre me levava em caminha- É necessário, mas não é exatamente ciên- guntarmos a uma criança o que faz o
das, e no caminho aprendíamos de tudo cia. Da mesma forma, se você está falando cachorro de brinquedo se mover, devemos
sobre a natureza. As outras crianças, sobre arte, não diria que arte é saber do pensar como uma pessoa comum respon-
meus amigos, também queriam ir e fato que o lápis 3B é mais macio que o deria. A resposta seria que demos corda
pediam que meu pai as levasse. Mas ele lápis 2H. É uma grande diferença. Isso não em uma mola; a mola tenta se restaurar
não queria, porque dizia que eu já estava quer dizer que um professor de arte não e empurra uma engrenagem.

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Que bela maneira de começar um cur- “Elas crescem porque o sol brilha.” É que os pássaros têm piolhos. Têm
so de ciências! Desmonte o brinquedo; veja E é assim com o cachorro. uns pequenos flocos que saem das penas,
como funciona. Veja a inteligência das en- E a gasolina? Energia acumulada do meu pai me ensinou, e o piolho os come.
grenagens; observe as catracas. Aprenda sol, que foi capturada por plantas e pre- Já o piolho tem um pouco de cera nas
algo sobre o brinquedo, a maneira como servada no solo. Outros exemplos sempre juntas entre as partes das pernas e existe
ele é montado, a criatividade das pessoas terminam no sol. E a mesma ideia sobre um ácaro que vive ali e come essa cera.
que criaram as catracas e as outras peças. o mundo que aquele livro estava tentando Esse ácaro tem uma fonte de comida tão
Isso é bom. A pergunta é boa. A resposta passar pode ser reescrita de uma maneira boa que não digere muito bem, e expele
é que está um pouco infeliz; porque o que bem estimulante. um líquido que tem muito açúcar e nesse
estavam tentando Todas as coisas açúcar vive uma pequena criatura etc.
fazer era ensinar a Se vamos ensinar as pessoas a que vemos se moven- Os fatos não estão corretos; o espírito
definição de energia. fazer observações, precisamos do podem se mover está correto. Primeiro, eu aprendi sobre
Mas nada foi apren- mostrar que coisas porque o sol brilha. parasitismo, um vivendo no outro, que
dido. maravilhosas podem advir Isso explica a relação vive no outro, que vive no outro. Segun-
Imagine que um delas. Eu aprendi assim o que é de uma fonte de ener- do, ele depois explicou que sempre que há
estudante dissesse, a ciência: ela é paciência. Se gia com outra e pode alguma fonte de alguma coisa que pode
“Eu não acho que é a você olha, observa, presta ser negado pela crian- ser comida a vida vai aparecer, alguma
energia que faz com atenção, você recebe uma ça. Ela pode dizer, “Eu forma de vida vai achar um jeito de usar
que se mova”. Para grande recompensa não acho que é por aquela fonte; e que cada pedacinho de
onde a discussão iria causa do sol,” e você sobra vai ser comido por alguém.
a partir daí? pode começar uma discussão. Então há A mensagem aqui é que o resultado
Eu acabei descobrindo uma maneira uma diferença. (Mais tarde eu poderia da observação, mesmo que eu não fosse
de testar se foi ensinada uma ideia ou ape- desafiá-la com as marés, e o que faz a Ter- capaz de chegar às últimas conclusões, foi
nas uma definição. Teste da seguinte ma- ra girar, e introduzir algum mistério uma jóia rara de resultados maravilhosos.
neira: você diz, “Sem usar essa nova novamente.) Foi algo maravilhoso.
palavra que você acabou de aprender, tente Esse é apenas um exemplo da dife- Imagine que me dissessem para
expressar aquilo que aprendeu com suas rença entre definições (que são necessárias) observar, fazer uma lista, anotar, fazer
próprias palavras.” Sem usar a palavra e ciência. A única objeção nesse caso par- isso, olhar, e eu fizesse minha lista e ela
“energia”, me diga o que você sabe sobre ticular é que era a primeira lição. Isso deve fosse guardada com outras 130 listas em
o movimento do cachorro. Você não pode. certamente vir mais tarde, dizer o que é um caderno. Eu aprenderia que o resul-
Então não aprendeu nada sobre a ciência. energia, mas não como resposta a uma tado da observação é algo relativamente
Isso não é tão ruim. Você pode não querer questão como “O que faz o cachorro chato, que não resulta em muita coisa.
aprender a ciência logo de cara. Você tem andar?” Uma criança deve receber uma Eu penso que é importante – pelo me-
que aprender as definições. Mas para uma resposta de criança. “Abra; vamos dar uma nos foi para mim – que se vamos ensinar
primeira lição, será que isso não seria olhada.” as pessoas a fazer observações, precisamos
destrutivo? Durante aqueles passeios pela flores- mostrar que coisas maravilhosas podem
Eu acho que, para uma primeira lição, ta, eu aprendi muita coisa. No caso de pás- advir delas. Eu aprendi assim o que é a
dar uma fórmula mística para responder saros, por exemplo, já mencionei a migra- ciência: ela é paciência. Se você olha, obser-
questões é muito ruim. O livro tem al- ção, mas darei outro exemplo sobre pássa- va, presta atenção, você recebe uma gran-
gumas outras: “A gravidade faz cair”; “as ros na mata. Em vez de dar nomes a eles, de recompensa – mesmo que talvez nem
solas dos sapatos se desgastam por causa meu pai diria, “Veja, note como o pássaro sempre. Como resultado, quando eu me
da fricção.” O couro do sapato se desgasta está sempre bicando as próprias penas. Ele tornei um homem mais maduro, eu
porque se esfrega na calçada e os pequenos bica muito as penas. Por que você acha trabalharia pacientemente, por horas e
altos e baixos do chão se prendem a peda- que ele bica as penas?” horas, por anos, em alguns problemas –
ços e os arrancam. Dizer simplesmente Eu achei que fosse porque as penas às vezes muitos anos, às vezes menos
que é por causa da fricção é triste, porque estavam embaraçadas e ele estava tentan- tempo; muitos deles fracassaram, muita
não é ciência. do alisá-las. Ele disse, “Ok, quando será coisa foi para o lixo – mas mais cedo ou
Meu pai lidou um pouco com energia que as penas se embaraçam, ou como elas mais tarde havia a riqueza de um novo
e usou o termo depois que eu já tinha en- se embaraçam?” entendimento que eu tinha aprendido a
tendido um pouco da ideia. O que ele teria “Quando ele voa. Quando ele anda, esperar quando era garoto, o resultado da
feito eu sei, porque ele fez de fato essen- tudo bem, mas quando ele voa as penas observação. Porque eu não aprendi que a
cialmente a mesma coisa – porém não com se embaraçam.” observação era inútil.
o exemplo do cachorro de brinquedo. Ele Então ele diria, “Você então deve achar Aliás, lá na floresta eu aprendi outras
diria, “Isso se move porque o sol brilha,” que quando o pássaro acabou de pousar coisas. Fazíamos passeios e víamos tudo
se ele quisesse ensinar essa lição. ele vai bicar mais as penas do que quando quanto é coisa e falávamos sobre muitas
Eu diria, “Não. O que isso tem a ver ele já as arrumou e só ficou andando pelo coisas: sobre o crescimento das plantas, a
com o sol brilhando? Isso se move porque chão por algum tempo. Bem, vamos ver.” luta das árvores pelo sol, sobre como elas
eu dei corda na mola.” Nós observamos e, até onde eu pude tentavam chegar o mais alto possível, e
“E por que, meu amigo, você é capaz ver, o pássaro bicava as penas igualmente como resolver o problema de levar água
de dar corda na mola?” quer estivesse andando ou imediatamente até cem metros de altura, sobre as planti-
“Eu me alimento.” depois de voar. nhas no chão que buscam um pouquinho
“O que, meu amigo, você come?” Então meu palpite estava errado e eu de luz que atravessa tudo aquilo, e assim
“Eu como plantas.” não conseguia adivinhar a razão verda- por diante.
“E como elas crescem?” deira. Meu pai revelou a razão. Um dia, depois de termos visto isso

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tudo, meu pai me levou para a floresta de “E a luz é um tipo de partícula, um uma experiência à outra, cada um tentan-
novo e disse, “Todo este tempo nós olha- fóton, acho que eles chamam.” do aprender com o outro.
mos para a floresta e só vimos metade do “Sim.” Esse fenômeno de termos uma me-
que está acontecendo, exatamente meta- “Então, se um fóton sai do átomo mória da espécie, de termos um acúmulo
de.” quando ele passa de um estado excitado de conhecimento transmissível de uma
Eu disse, “Como assim?” para um estado mais baixo, o fóton tem geração para outra, é novo no mundo –
Ele disse, “Estivemos observando co- que estar lá no átomo no estado excitado.” mas há uma deficiência nisso: é possível
mo todas essas coisas crescem; mas, para Eu disse, “Bem, não.” passar adiante ideias que não são úteis
cada crescimento, deve haver a mesma Ele disse, “Ora, como se pode olhar para a espécie. A espécie tem ideias, mas
quantidade de decaimento – senão, os para isso e pensar que um fóton sai sem elas não são necessariamente úteis.
materiais seriam consumidos para sem- ter estado lá no estado excitado?” Então houve um tempo em que as
pre: árvores mortas ficariam lá, tendo Eu pensei por alguns minutos e disse, ideias, apesar de acumuladas bem devagar,
usado tudo que podiam do ar e do solo e “Lamento; não sei. Não posso te explicar resultavam da acumulação não só de
essas coisas não voltariam para o solo ou isso.” coisas práticas e úteis, mas grandes acu-
para o ar, e nada mais poderia crescer pois Ele ficou muito desapontado, depois mulações de todo tipo de preconceitos e
não haveria material disponível. Deve ha- de todos aqueles anos e anos tentando me de crenças estranhas.
ver, para cada crescimento, a mesma ensinar alguma coisa, de ver que tudo ter- Mas uma maneira de evitar essa
quantidade de decaimento.” minou com resultados tão ruins. deficiência foi descoberta, e é duvidar de
Fizemos então vários passeios pela O que a ciência é, eu penso, é algo que aquilo que está sendo passado adiante
mata, durante os quais quebrávamos como isto: Houve neste planeta uma evo- seja de fato verdade e tentar encontrar
troncos velhos e víamos o mofo e os fun- lução da vida até um estágio em que havia novamente ab initio da experiência qual é
gos crescendo. Ele não podia me mostrar animais evoluídos, que são inteligentes. a situação, em vez de confiar na experiên-
as bactérias, mas vimos os efeitos de amo- Eu não me refiro apenas a seres humanos, cia do passado na forma em que é trans-
lecimento e coisas do tipo. Assim, eu vi a mas a animais que brincam e que podem mitida. E é isso que a ciência é: o resultado
floresta como um processo de conversão aprender algo da experiência – como gatos. da descoberta de que vale a pena verificar
constante de materiais. Mas, nesse estágio, cada animal tem que com uma nova experiência direta e não
Havia muito disso, descrição de coisas aprender por sua própria experiência. Eles necessariamente acreditar nas experiências
de modo estranho. Ele às vezes começava se desenvolvem gradualmente, até que passadas da espécie humana. É assim que
a falar de coisas assim: “Imagine que um algum animal [primatas?] aprende com eu vejo. É minha melhor definição.
homem de Marte viesse e olhasse para o a experiência mais rápido e pode até apren- Gostaria de lembrá-los de coisas que
mundo”. Por exemplo, quando eu estava der com a experiência alheia observando, vocês sabem muito bem a fim de dar-lhes
brincando com meus trens elétricos, ele ou um pode mostrar para o outro, ou ele algum entusiasmo. Em religião, as lições
me contou que havia uma grande roda vê o que o outro está fazendo. Então há a morais são ensinadas, mas elas não são
sendo girada por água e que estava conec- possibilidade de que todos possam apren- ensinadas apenas uma vez, você é
tada a filamentos de cobre que se espa- der, mas a transmissão é ineficiente e eles inspirado de novo e de novo e eu acho que
lham e espalham e espalham em todas as podem morrer, e talvez aquele que apren- é necessário inspirar de novo e de novo, e
direções; e que há pequenas rodas e todas deu morra também, antes de passar aqui- lembrar do valor da ciência para crianças,
essas pequenas rodas giram quando a lo adiante para outros. para adultos e para todo mundo, de várias
grande roda gira. A relação entre elas é A questão é: será possível aprender maneiras; não apenas para que nos tor-
apenas que há cobre mais rápido o que al- nemos cidadãos melhores, mais capazes
e ferro, nada mais – E é isso que a ciência é: o guém aprendeu com de controlar a natureza e assim por diante.
não há partes móveis. resultado da descoberta de que algum acidente do que Há outras coisas.
Você gira uma roda vale a pena verificar com uma a taxa com que aquilo Há o valor da visão de mundo criada
aqui e todas as outras nova experiência direta e não é esquecido, seja por pela ciência. Há a beleza e a maravilha do
rodas por toda parte necessariamente acreditar nas causa de má memória mundo que são descobertas através dos
também giram, e seu experiências passadas da ou devido à morte do resultados dessas novas experiências. Ou
trem é uma delas. Foi espécie humana. É assim que descobridor ou inven- seja, as maravilhas das quais eu acabei de
um mundo maravi- eu vejo. É minha melhor tor? lembrá-los; que as coisas se movem por-
lhoso sobre o qual me definição Então chegou que o sol brilha (Contudo, nem tudo se
pai me contou. uma hora, talvez, que move porque o sol brilha. A Terra gira
Vocês podem estar pensando o que ele para alguma espécie [humanos?] a taxa independentemente do sol girar, e as rea-
ganhou com tudo isso. Eu fui para o MIT. de aprendizagem cresceu e alcançou um ções nucleares recentemente produziram
Eu fui para Princeton. Eu voltei para casa nível em que de repente uma coisa com- energia na Terra, uma nova fonte. Prova-
e ele disse, “Agora você teve uma educação pletamente nova aconteceu: as coisas po- velmente vulcões têm uma fonte de
científica. Eu sempre quis saber uma coisa diam ser aprendidas por um único indi- energia diferente do sol).
que eu nunca entendi, e agora, meu filho, víduo e passadas adiante tão rápido que O mundo é diferente depois que
quero que você me explique.” não eram perdidas pela espécie. Assim, aprendemos ciência. Por exemplo, árvores
Eu disse sim. tornou-se possível um acúmulo do conhe- são feitas de ar, basicamente. Quando elas
Ele disse, “Eu entendo que eles dizem cimento da espécie. são queimadas, elas voltam para o ar, e
que a luz é emitida de um átomo quando Isso foi chamado de estabilidade tem- no calor do fogo é liberado o calor do sol
ele passa de um estado para outro, de um poral. Não sei quem foi o primeiro a cha- que foi fixado para converter o ar em ár-
estado excitado para um estado de menor mar assim. De qualquer forma, temos vore, enquanto nas cinzas está o resto da
energia.” aqui [neste salão] alguns exemplos desses parte que não veio do ar, que veio da Terra.
Eu disse, “Isso está certo.” animais, sentados aqui tentando ligar Isso são coisas belas, e o conteúdo da ciên-

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cia é maravilhosamente cheio delas. Elas esperam que um grande avião vá chegar. ter alguma esperança e alguma auto-con-
são inspiradoras e podem ser usadas para Eles até constroem aviões de madeira com fiança no senso comum e na inteligência
inspirar outras pessoas. o mesmo formato dos que veem nos aero- natural. Os especialistas que os estão lide-
Outra qualidade da ciência é que ela portos em torno deles mas, estranhamen- rando podem estar errados.
ensina o valor do pensamento racional, te, seus aviões de madeira não voam. O Eu provavelmente arruinei o sistema,
assim como a importância da liberdade resultado dessa imitação pseudo-científica e agora os estudantes que chegam no Cal-
de pensamento. Os resultados positivos é produzir especialistas, o que muitos de tech deixarão de ser bons. Eu penso que
que advêm da dúvida sobre as lições são vocês são. [Mas] vocês professores, que vivemos em uma época não-científica na
verdadeiros. Devemos distinguir – espe- realmente ensinam crianças no começo do qual quase todo o falatório na mídia e na
cialmente em ciência – a ciência dos for- sistema educacional, podem duvidar dos televisão – palavras, livros etc. – é não-
mulários ou procedimentos que às vezes especialistas. De fato, posso definir ciência científico. Como resultado, há uma con-
são usados no desenvolvimento da ciência. de outra maneira: Ciência é a crença na siderável tendência à tirania intelectual em
É fácil dizer, “Nós escrevemos, experimen- ignorância dos especialistas. nome da ciência.
tamos e observamos, e fazemos isto ou Quando alguém diz, “A ciência ensina Finalmente, em relação à questão da
aquilo”. Você pode copiar essa fórmula. isto e aquilo”, ele está usando a palavra estabilidade temporal, ninguém pode viver
Mas grandes religiões se dissipam por se- incorretamente. A ciência não ensina além da sepultura. Cada geração que des-
guir a forma sem lembrar do conteúdo nada; a experiência é que ensina. Se lhe cobre alguma coisa a partir da experiência
direto do ensinamento dos grandes líderes. disserem “A ciência mostrou isto e aquilo”, deve passar isso adiante, mas deve passar
Da mesma maneira, é possível seguir uma você pode perguntar, “Como a ciência adiante com um equilíbrio delicado de
fórmula e chamá-la de ciência, mas isso é mostrou isso? Como os cientistas desco- respeito e desrespeito, para que a espécie
pseudo-ciência. Assim, nós todos sofre- briram? Como? O quê? Onde?” [humana] – agora que ela está a par da
mos com o tipo de tirania que temos hoje Não deve ser “A ciência mostrou,” deficiência à qual está sujeita – não force
nas muitas instituições que estão sob a mas “Este experimento, este efeito, mos- seus erros de forma rígida sobre suas
influência de conselheiros pseudo-cientí- trou.” E vocês têm tanto direito quanto crianças, mas passe adiante a sabedoria
ficos. qualquer um, ao ouvir falar desses expe- acumulada e mais a sabedoria de que
Temos muitos estudos sobre ensino, rimentos – mas seja paciente e ouça toda aquilo talvez não seja sabedoria.
por exemplo, nos quais as pessoas fazem a evidência –, de julgar se uma conclusão É necessário ensinar tanto a aceitar
observações, listas, estatísticas etc., mas razoável foi alcançada. quanto a rejeitar o passado com um tipo
isso não se torna ciência estabelecida, Em um campo que é tão complicado de equilíbrio que exige considerável habi-
conhecimento estabelecido. São apenas [a educação] que a ciência ainda não foi lidade. Apenas a ciência contém em si a
um tipo de imitação da ciência análogo capaz de chegar a lugar algum, temos de lição sobre o perigo da crença da infalibi-
aos equipamentos das pistas de pouso dos nos basear em algum tipo de sabedora an- lidade dos grandes professores da geração
moradores das ilhas do Pacífico – torres tiga, um tipo de senso comum. Estou ten- anterior.
de rádio etc., feitos de madeira. Os ilhéus tando inspirar o professor fundamental a Então, vão em frente. Obrigado.

Física na Escola, v. 16, n. 2, 2018 O que é Ciência? 9

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