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Pedagogia da autonomia
“Ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua produção
ou a sua construção.” P.12
“Desde os começos do processo, vá ficando cada vez mais claro que, embora diferentes
entre si, quem forma se forma e re-forma ao formar e quem é formado forma-se e forma
ao ser formado.” P.12
“Ensinar, aprender e pesquisar lidam com esses dois momentos do ciclo gnosiológico: o
em que se ensina e se aprende o conhecimento já existente e o em que se trabalha a
produção do conhecimento ainda não existente.” P.15
“Ensino porque busco, porque indaguei, porque indago e me indago. Pesquiso para
constatar, constatando, intervenho, intervindo, educo e me educo. Pesquiso para
conhecer e o que ainda não conheço e comunicar ou anunciar a novidade.” P.16
”Se se respeita a natureza do ser humano, o ensino dos conteúdos não pode dar-se alheio
à formação moral do educando.” P.19
“A tarefa coerente do educador que pensa certo é, exercendo como ser humano a
irrecusável prática de inteligir, desafiar o educando com quem se comunica e a quem
comunica, produzir sua compreensão do que vem sendo comunicado.” P.21
”Se tivesse claro para nós que foi aprendendo que percebemos ser possível ensinar,
teríamos entendido com facilidade a importância das experiências informais nas ruas,
nas praças, no trabalho, nas salas de aula das escolas nos pátios dos recreios, em que
variados gestos de alunos, de pessoal administrativo, de pessoal docente se cruzam
cheios de significação.” P.25
“O fato de me perceber no mundo, com o mundo e com os outros me põe numa posição
em face do mundo que não é de quem nada tem a ver com ele. Afinal, minha presença
no mundo não é a de quem a ele se adapta mas a de quem nele se insere. É a posição de
quem luta para não ser apenas objeto, mas sujeito também há história.” P.31
”Não foi educação que fez mulheres e homens educáveis, mas a consciência de sua de
sua inconclusão é que gerou sua educabilidade.” P.34
“Qualquer discriminação é imoral e lutar contar ela é um dever por mais que se
reconheça a força dos condicionamentos a enfrentar.” P.35
“O combate em favor da dignidade da prática docente é tão parte dela mesma quanto
dela faz o respeito que o professor deve ter à identidade do educando, à sua pessoa, a
seus direito de ser.” P.39
“Aprender para nós é construir, reconstruir, constatar para mudar, o que não se faz sem
abertura ao risco e à aventura do espírito.” P. 41
“Toda prática educativa demanda a existência de sujeitos, um que, ensinando, aprende,
outro que, aprendendo, ensina, daí o seu cunho gnosiológico; a existência de objetos,
conteúdos a serem ensinados e aprendidos; envolve o uso de métodos, de técnicas, de
materiais; implica, em função de seu caráter diretivo, objetivo, sonhos, utopias, ideais. Daí
a sua politicidade, qualidade que tem a prática educativa de ser política, de não poder ser
neutra.” P. 41
“Em nome do respeito que devo aos alunos não tenho por que me omitir, por que ocultar
a minha opção política assumindo uma neutralidade que não existe.” P.42
“Não sou apenas objeto da História mas seu sujeito igualmente. No mundo da História, da
cultura, da política, constato não para me adaptar mas para mudar.” P.46
“Não posso de maneira alguma, nas minhas relações políticos-pedagógicas com os grupos
populares, desconsiderar seu saber de experiência feito.” P.49
“O fundamental é que o professor e alunos saibam que a postura deles, do professor e dos
alunos, é dialógica, aberta, curiosa, indagadora e não apassivada, enquanto fala ou
enquanto ouve.´p.52